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TABELA PERIODICA

Evolução histórica da tabela periódica

1.º tentativa
organização
elementos Ordenava os elementos por ordem crescente da
químicos John Dalton massa atómica.
Organizou os 30 elementos conhecidos separando-os
em elementos metálicos, não metálicos, gases e
1789 Lavoisier terrosos de acordo com as suas propriedades.
Observou padrões nas propriedades dos elementos e
formou conjuntos de três elementos, ordenados por
1829 Döbereiner ordem crescente de massa atómica - Lei das Tríades.
Organizou os elementos conhecidos numa espiral em
volta de um cilindro, dispondo-os por ordem crescente
1862 Chancourtois de massa atómica - caracol ou parafuso de telúrico.
Criou uma tabela em que os elementos estavam
ordenados por ordem crescente de massa atómica e
1864 Newlands
em grupos, que repetiam as suas características de
oito em oito - Modelo das Oitavas.
Elaborou uma tabela onde os elementos químicos
Mendeleev estavam ordenados por ordem crescente de massa
atómica, mas apresentavam relações verticais,
horizontais e diagonais, ao nível, das propriedades
Considerado o químicas e físicas. Nesta tabela havia espaços vazios
pai da Tabela que seriam mais tarde preenchidos por elementos
1869 Periódica atual químicos que não se conheciam na altura.
Descobriu que o número atómico era constante para um
1913 Moseley elemento químico e colocou os elementos químicos por
ordem crescente de número atómico.
Reformulou a Tabela Periódica. de Moseley colocando
os actinídeos abaixo dos lantanídeos e elementos,
1946 Seaborg para além do urânio, do número atómico 94 até ao 102.
Organização e estrutura da Tabela Periódica

A Tabela Periódica atual está organizada em grupos (colunas


numeradas de 1 a 18), períodos
(linhas numeradas de 1 a 7), blocos (s, p, d e f) e os elementos estão
dispostos por ordem crescente de número atómico.

• Período - associado ao número de níveis de energia dos seus


eletrões.
• Grupo - associado ao número de eletrões de valência.
• Bloco - associado à forma das orbitais mais energéticas.

Através da configuração eletrónica do elemento:


Exemplo:
12Mg : 1s2 2s2 2p6 3s2
• Número de níveis energéticos = 3 => 3.º período
• Número de eletrões de valência = 2 => grupo 2
• Forma da orbital mais energética = s => encontra-se no bloco s.

Grupo 1 2 13 14 15 16 17 18
Distribuição
eletrónica ns1 ns2 ns2 np1 ns2 np2 ns2 np3 ns2 np4 ns2 np5 s2 np6
de valência
n.º eletrões
1 2 3 4 5 6 7 8
de valência

Famílias de elementos químicos na Tabela Periódica

De acordo com as suas propriedades químicas e físicas, os elementos


químicos são agrupados em diferentes famílias, cuja identificação
pode ser feita de acordo com a sua localização na Tabela Periódica.

Divisão de acordo com a configuração eletrónica:


• elementos representativos (blocos s e p)
• elementos de transição (bloco d)
• elementos de transição interna (bloco f)
Propriedades física e químicas:
• metais; • semimetais;
• não metais.

Famílias ou nomes dos grupos:


• metais alcalinos – elementos do grupo 1 (à exceção do
hidrogénio)
• metais alcalinoterrosos – elementos do grupo 2;
• calcogéneos – elementos do grupo 16;
• halogéneos – elementos do grupo 17;
• gases nobres – elementos do grupo 18.

Propriedades periódicas dos elementos representativos.


A tabela periódica também inclui informação sobre algumas
propriedades dos elementos químicos (átomos) e das substâncias
elementares (substância formadas por um só elemento química.

Propriedades dos elementos Propriedades das substâncias elementares

Símbolo químico Estado físico

Número atómico Ponto de fusão

Configuração eletrónica Ponto de ebulição

Massa atómica relativa Densidade

Energia de ionização
Raio atómico

PROPRIEDADES PERIÓDICAS DOS ELEMENTOS


Os fatores que influenciam a forma como estas propriedades variam,
por ordem de importância, são:
• O número de níveis eletrónicos – quanto maior é o número de níveis de energia, mais
energéticos são os eletrões de valência e menor é atração núcleo-eletrão de valência,
tendo como consequência o aumento da nuvem eletrónica.

• A carga nuclear (carga do núcleo) – quanto maior é a carga nuclear (para o mesmo
nível de energia preenchido), maior é a atração núcleo-eletrões de valência, cuja
consequência é uma contração da nuvem eletrónica.

• O número de eletrões – quanto maior o número de eletrões na nuvem eletrónica,


maiores são as repulsões entre os eletrões, o que se reflete numa expansão da nuvem
eletrónica - fator importante quando se forma um ião negativo (recebe um eletrão a
mais).

Raio atómico
O raio atómico é a distância média entre o centro do núcleo e os
eletrões de valência.

O raio atómico:
• Aumenta ao longo do grupo porque à medida que se percorre o
grupo, de cima para baixo, há aumento do número de níveis
eletrónicos preenchidos, pelo que a atração núcleo-eletrões
diminui e a nuvem eletrónica aumenta.
• Diminui ao longo do período porque os elementos do mesmo
período têm o mesmo número de níveis preenchidos, mas, à
medida que se percorre o período da esquerda para a direita, há
aumento da carga nuclear, pelo que, a atração núcleo-eletrões
aumenta e a nuvem eletrónica diminui.
Energia de ionização
A energia de ionização é a energia mínima necessária para remover
um eletrão de um átomo no estado gasoso e no estado fundamental.

A energia de ionização:
• Diminui ao longo do grupo porque, à medida que se percorre o
grupo, de cima para baixo, há aumento do número de níveis
eletrónicos preenchidos, pelo que, a atração núcleo-eletrões
diminui e a energia necessária para remover o eletrão é menor.
• Aumenta ao longo do período porque os elementos do mesmo
período têm o mesmo número de níveis preenchidos, mas, à
medida que se percorre o período da esquerda para a direita, há
aumento da carga nuclear, pelo que, a atração núcleo-eletrões
aumenta e é necessária mais energia para remover o eletrão.

Exemplo do aumento do raio atómico / diminuição da energia de ionização:


3Li : 1s2 2s1
11Na : 1s2 2s2 2p6 3s1
19K : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1
O eletrão de valência está cada vez mais afastado do núcleo – raio
atómico maior e menor energia de ionização.
Exemplo da diminuição do raio atómico / aumento da energia de ionização:
5B 6C 7N

1s2 2s2 2p1 1s2 2s2 2p2 1s2 2s2 2p3

Os eletrões de valência estão sempre no mesmo nível de energia, mas


como a carga nuclear aumenta a nuvem fica mais contraída – menor
raio atómico e maior energia de ionização.

Propriedades dos elementos e das substâncias elementares.


As substâncias elementares, ou substâncias simples, são formadas
por um só elemento químico, como o hidrogénio, H2. As substâncias
compostas, ou compostos, são formadas por elementos diferentes,
como a água, H2O.
Cada elemento corresponde a uma ou mais substâncias elementares
como o elemento oxigénio que origina as substâncias elementares:
oxigénio (O2) e ozono (O3).

• Propriedades de um elemento (átomo): número atómico, raio


atómico, energia de ionização…
• Propriedade de substâncias elementares (substâncias): ponto de
fusão, ponto de ebulição, massa volúmica…
Os metais formam iões positivos e os não metais iões negativos.
Os metais (em particular os dos grupos 1 e 2) apresentam baixa energia
de ionização pelo que perdem facilmente eletrões -> formam iões
positivos estáveis.
 Li 1s2 2s1 perde um eletrão => Li+ 1s2 => fica como o gás nobre
mais perto = [He]
 Mg 1s2 2s2 2p6 3s2 perde dois eletrões => Mg2+ 1s2 2s2 2p6 =>
fica como o gás nobre mais perto = [Ne]

Os não metais (em particular os dos grupos 16 e 17) têm a tendência em


captar eletrões devido à carga nuclear elevada e raio atómico reduzido
-> formam iões negativos estáveis  F 1s2 2s2 2p5 ganha um eletrão
=> F- 1s2 2s2 2p6 => fica como o gás nobre mais perto = [Ne]
 S 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4 ganha dois eletrões => S2- 1s2 2s2 2p6 3s2
3p6 => fica como o gás nobre mais perto = [Ar]

Gases nobres são estáveis, isto é, não formam facilmente iões, positivos
ou negativos, nem se ligam facilmente a outros átomos. As suas
substâncias elementares também são muito estáveis.
A estabilidade dos átomos de gases nobres está relacionada com o
facto de terem o nível de valência completamente preenchido.
LIGAÇÃO QUIMICA

Tipos de ligações químicas

A formação de ligações químicas baseia-se no Princípio da Energia


Mínima:
todos os sistemas tendem a adquirir o estado de menor energia
possível, por ser esse o estado mais estável.

Estabelece-se uma ligação química quando, durante a aproximação dos


átomos, as forças atrativas equilibram com as forças repulsivas. O
estabelecimento de ligações químicas confere maior estabilidade a um
sistema de dois ou mais átomos, em comparação com a sua energia
quando os átomos estão separados.

Variação da energia potencial em função da distância internuclear na formação de uma molécula diatómica (H2)
Posição 1: Os dois átomos estão muito afastados e não interagem entre
si - a energia do sistema é zero.

Posição 2: à medida que os átomos se aproximam, a energia do sistema


vai diminuindo até atingir um mínimo – as forças atrativas (núcleo –
eletrão) são mais intensas do que as forças repulsivas (núcleo – núcleo
e eletrão-eletrão).
Posição 3: Os núcleos atingem uma distância mínima (a que
corresponde uma energia mínima) à qual está associado um estado de
máxima estabilidade formando-se a ligação química:
- a distância entre os núcleos dos átomos quando a energia é
mínima corresponde a uma distância de equilíbrio denominada por
comprimento de ligação.
- quanto maior for o valor (em módulo) da energia mínima, maior
será a estabilidade da molécula. Denomina-se energia de ligação e
o seu valor corresponde à energia que é necessário fornecer para
quebrar a ligação entre os átomos.

Posição 4: Se a distância entre os dois núcleos diminuísse, as forças de


repulsão (núcleo - núcleo e eletrão-eletrão) seriam mais intensas do que
as forças atrativas (núcleo – eletrão), o que levava a um aumento da
energia da molécula. O sistema tornar-se-ia instável.
Tipos de ligação química

Ligação covalente Ligação iónica Ligação metálica

Ocorre entre átomos de Os átomos mantêm-se


não metais que se ligam Resulta da transferência juntos devido às forças de
através da partilha de de eletrões de valência atração que exercem sobre
eletrões, como na entre os átomos que se os eletrões de valência dos
ligam. átomos vizinhos.
molécula de H2.
Ocorre entre metais (que Esta atração é tão forte que
formam catiões) e não os eletrões de valência
metais (que formam acabam por ter liberdade
aniões). de movimento,
Desta atração resulta uma deslocandose ao longo da
estrutura em rede muito estrutura – eletrões
ordenada. deslocalizados

Ligação covalente.
Nas ligações covalentes existe partilha significativa de eletrões de
valência entre os átomos que formam a molécula.
Para analisar as ligações covalentes que se estabelecem entre os
átomos recorre-se à notação de Lewis, de acordo com a qual os eletrões
de valência do átomo são representados por pontos (ou cruzes) à volta
do símbolo químico.
Por convenção, os quatro primeiros eletrões são colocados
sequencialmente em torno dos quatro lados do símbolo do elemento e
os restantes são adicionados posteriormente, formando pares.
Regra do octeto - quando um átomo estabelece urna ligação covalente,
partilha eletrões até estar rodeado de oito eletrões de valência.
Esta regra não se aplica ao átomo de hidrogénio, que apenas pode
estabelecer uma ligação, ou seja, só partilha dois eletrões, uma vez que
só possui um eletrão de valência.

Exemplos: Formação da molécula de H2O e Cl2 com as notações de


Lewis dos átomos. A estabilidade destas moléculas segue a regra dos
octeto à excepção do Hidrogénio que segue a regra do dupleto.

Tipos de ligação covalente:


• Ligação covalente simples: Ligação em que há partilha de dois
eletrões (um de cada átomo), ou seja, há partilha de um par de
eletrões.

• Ligação covalente dupla: Ligação em que há partilha de quatro


eletrões (dois de cada átomo), ou seja, há partilha de dois pares de
eletrões.

• Ligação covalente tripla: Ligação em que há partilha de seis eletrões


(três de cada átomo), ou seja, há partilha de três pares de eletrões.
ENERGIA DE LIGAÇÃO E COMPRIMENTO DE LIGAÇÃO

A energia de ligação e o comprimento de ligação são dois parâmetros


que permitem caracterizar a ligação covalente.
Energia de ligação - é a energia necessária para quebrar uma dada
ligação numa mole de moléculas no estado gasoso. Corresponde ao
valor absoluto da energia potencial mínima da molécula na posição de
equilíbrio.
A energia de ligação avalia a força de uma ligação covalente:
Maior estabilidade = Maior energia de ligação = Maior número de eletrões
partilhados

Comprimento de ligação - é a distância média entre os núcleos dos


átomos envolvidos na ligação química quando se atinge o máximo de
estabilidade. Depende da ordem de ligação e do tamanho dos átomos
ligados.

Ordem de ligação
Quanto maior for o número de pares de eletrões ligantes, maior será a
ordem de ligação e mais fortes serão as interações electroestáticas
atrativas entre os eletrões e os núcleos dos átomos ligados e menor será
o comprimento de ligação (distância internuclear para a qual se verifica
um equilíbrio entre as interações atrativas e repulsivas)
Ordem de ligação do é2

Ordem de ligação do é 3 –> menor comprimento de ligação –> maior energia de ligação

Tamanho dos átomos ligados


De uma forma geral, o comprimento de ligação aumenta à medida que
aumenta o raio dos átomos envolvidos: quanto maior for o raio atómico,
mais distantes do núcleo estão os eletrões de valência, o que implica
uma maior distância internuclear.

GEOMETRIA MOLECULAR

Geometria molecular - corresponde ao arranjo tridimensional dos átomos


(numa molécula) que confere menor energia, ou seja, maior estabilidade
(à molécula).
Para prever o arranjo tridimensional que o menor valor de energia
confere à molécula usa-se a Teoria das repulsões dos pares eletrónicos
de valência (TRPEV), segundo o qual os eletrões de valência existentes
em torno do átomo central organizam-se de forma a que as repulsões
eletrónicas sejam minimizadas.
A intensidade das forças repulsivas entre os pares de eletrões varia da
seguinte forma:

Repulsão entre > Repulsão entre > Repulsão entre pares


não ligante pares não ligantes pares ligantes
e ligantes

A geometria apresentada por uma molécula depende do número de


pares não ligantes existentes em torno do átomo central e do número de
átomos ligados ao átomo central.

Ângulo de ligação - é o ângulo interno originado pela interseção dos dois


segmentos de reta que passam pelo núcleo do átomo central e pelo
núcleo dos dois átomos a ele ligados. O ângulo de ligação é tanto menor
quanto maior for o número de pares não ligantes existentes em torno do
átomo central.

A tabela seguinte resume as possíveis geometrias adotadas pelas


moléculas.

Geometria Átomo ângulos


molecular Moléculas central Exemplos Notação de Lewis

H–H
H H
F-H (ou
F F
Sem átomo átomos do
Linear diatómicas central grupo 17) F F H
H

O C O
Be H
BeH2
não pode ter (átomos do Be
pares não grupo 2)
poliatómicas ligantes ou CO2

não pode ter BH3 (ou H


Triangular pares não átomos do
plana ligantes grupo 13) B H B H

H
não pode ter CH4 (ou C
pares não átomos do H
Tetraédrica ligantes grupo 14) C H H

Tem um par NH3 (ou N


Piramidal de eletrões átomos do H
trigonal não ligantes grupo 15) N H H

Tem dois
pares de OH2 (ou
eletrões não átomos do O H
Angular poliatómicas ligantes grupo 16) O H

Uma molécula é polar ou apolar dependendo da distribuição global da


carga elétrica, o que se relaciona com os tipos de ligações existentes na
molécula e com a geometria molecular.

POLARIDADE DA LIGAÇÃO

Numa molécula diatómica constituída por átomos iguais


(homonucleares), os eletrões ligantes são igualmente partilhados pelos
dois núcleos, o que origina uma distribuição simétrica da carga elétrica.
Estas moléculas denominam-se por moléculas apolares.

Ligação covalente apolar – ligação covalente entre dois


átomos iguais, em que os eletrões ligantes são
igualmente partilhados pelos átomos da molécula.

Numa molécula diatómica constituída por átomos diferentes


(heteronucleares), os eletrões vão ser mais atraídos para um dos
núcleos envolvidos na ligação, o que vai levar a uma distribuição
desigual da carga elétrica. Estas moléculas denominam-se por
moléculas polares

Ligação covalente polar – ligação covalente entre dos átomos diferentes,


em que um dos átomos atrai mais fortemente os eletrões ligantes.

POLARIDADE DAS MOLÉCULAS


A polaridade das moléculas diatómicas relaciona-se com a polaridade da
ligação covalente estabelecida.
• Ligação apolar → molécula
apolar
exemplo: Cl2

• Ligação polar→ molécula


polar
exemplo: HCl

Nas moléculas poliatómicas analisa-se a simetria (ou a assimetria) da


distribuição de carga elétrica em torno do átomo central. Esta análise
pode ser feita a partir de mapas do potencial eletrostático das moléculas.

Um mapa de potencial eletrostático traduz a distribuição tridimensional


da carga elétrica na molécula. As zonas vermelhas representam a
região da molécula com maior densidade de carga negativa (δ-),
enquanto as zonas azuis representam a região da molécula com menor
densidade de carga negativa (δ+). A análise destes mapas permite
visualizar a distribuição eletrónica numa molécula.

Análise dos mapas de potencial eletrostático das moléculas de CO2 e CH4.


Nestas duas moléculas, apesar de as ligações entre o C=O e C−H serem
polares, como a geometria é linear, no caso do CO2, e tetraédrica, no
caso do CH4, verifica-se uma distribuição simétrica da carga eletrónica em
torno do átomo central (C). Por isso, estas moléculas são apolares.
Análise dos mapas de potencial eletrostático das moléculas H2O e NH3.

Nestas duas moléculas existem um ou mais pares de eletrões não ligantes


em torno do átomo central. Este facto faz com que se verifique uma
assimetria na distribuição da carga elétrica. Por isso, as moléculas adquirem
uma geometria em que estas moléculas são polares.

Exemplos de polaridade em moléculas poliatómicas:


Carga Formula de
Geometria Polaridade Moléculas
elétrica estrutura
O
Linear CO2
C O
H

Tetraédrica CH4 C

H HH
H
Distribuição Moléculas
Triangular plana simétrica apolares BH3 B
H H

Linear Distribuição Moléculas HCN H


assimétrica polares C N
Cl
Tetraédrica CH3Cl H

H H

Triangular plana BH2Cl B


H Cl

H O
Angular H2O
H

Piramidal trigonal NH3 H N H


H
Página
LIGAÇÃO COVALENTE

ESTRUTURA DE MOLÉCULAS ORGÂNICAS E BIOLÓGICAS

Hidrocarbonetos - são os compostos orgânicos mais simples, constituídos


apenas por átomos de carbono e hidrogénio.

Classificação de hidrocarbonetos

Quanto à disposição dos átomos de carbono:


• Lineares – Constituídos apenas por uma única cadeia de átomos de
carbono
• Ramificados – na cadeia principal de átomos de carbono identificam-
se cadeias secundárias (ramificações).

Quanto ao tipo de ligação:


• Saturados – só apresentam ligações covalentes simples entre os
átomos de carbono.
• Insaturados – Podem apresentar ligações covalentes duplas e triplas
para além das simples, entre os átomos de carbono.

Os átomos de carbono podem estabelecer entre si ligações simples, duplas


ou triplas.

Energia e comprimento de ligação das ligações múltiplas carbono-carbono


Comprimento de
Hidrocarbonetos Energia de ligação (KJ mol-1) ligação C−C (pm)
HH
H C C H
345 154
H
H
Etano
H H
C C
612 133
HH
Eteno

HCCH Etino 809 120

Quanto maior for o número de eletrões partilhados, mais estável será a


ligação, pois a energia de ligação é maior e tem um menor comprimento de
ligação.

Nomenclatura de alcanos

O nome dos alcanos resulta de um prefixo relacionado com o número de


carbonos da cadeia principal e um sufixo relacionado com o tipo de ligação
existente entre os átomos de carbono. No caso dos alcanos será ''-ano''.
Na tabela seguinte indica-se o nome e as várias formas de representar os
alcanos de cadeia linear até 10 átomos de carbono.

Mnemónica: «mel é para bolos»: metano, etano, propano e butano


GRUPOS FUNCIONAIS

Grupo funcionais – grupo de átomos de outros elementos químicos que se


encontram ligados à molécula orgânica, atribuindo-lhe características e
propriedades específicas.

Grupo funcional Família Sufixo Exemplo

Hidroxilo R
Álcool −ol H3C CH2 OH
OH Etanol
Carbonilo (no fim da cadeia)
CH3 CO
R CO Aldeído −al
H
H Etanal
Carbonilo (no meio da cadeia) O
O
Cetona −ona H3C C
RCR CH3
Propanona
Carboxilo O
O Ácido H3C C
R C Ácido …−óico
carboxílico OH
OH Ácido etanoico
Amina N
R N
R −amina
R
Amina H3CCH3
CH3
Trimetilamina

Compostos aromáticos:

Compostos aromático são compostos que na sua constituição aparece uma


molécula de benzeno.
O benzeno é o anel de seis carbono com ligação duplas alternadas e é a
base estrutural dos compostos aromáticos a sua representação pode ser

ou
A. B.

Note que: nestas moléculas de benzeno as ligações entre C-C e C=C têm
o mesmo comprimento porque trata-se de uma hibridação em que coexiste
a ligação simples e a ligação dupla. Não existe apenas a molécula A ou B,
por isso normalmente o benzeno é representado um anel circular dentro da
cadeia.

exemplo:
Naftaleno
LIGAÇÕES INTRAMOLECULARES

As ligações intermoleculares resultam das forças de natureza eletrostática


atrativas que existem entre as moléculas fazendo com que estas
permaneçam próximas umas das outras, principalmente no estado sólido e
líquido.

Neste tipo de ligações não existe partilha significativa de eletrões entre as


moléculas.

Existem dois tipos de ligações intermoleculares:


• Forças de Van der Waals
• Ligações de hidrogénio

Forças de Van der Waals

As forças de Van der Waals ocorrem:


• Entre moléculas polares
• Entre moléculas polares e apolares:
• Entre moléculas apolares (forças de London)

Ligações entre moléculas polares: a ligação estabelece-se por atração


eletrostática entre as cargas opostas dos dipolos permanentes de duas
moléculas polares vizinhas. Este tipo de ligação resulta da distribuição
assimétrica de carga elétrica nas moléculas polares e é do tipo dipolo
permanente - dipolo permanente.

Ligação intermolecular dipolo permanente – dipolo permanente

Ligações entre moléculas polares e moléculas apolares: a ligação


estabelece-se por atração eletrostática entre o dipolo permanente de uma
molécula polar e o dipolo induzido de uma molécula apolar. Este tipo de
ligação resulta do facto de uma molécula polar (dipolo permanente) poder
induzir uma distribuição assimétrica de carga numa molécula apolar
(dipolo induzido) - são ligações dipolo permanente-dipolo induzido.

δ δ δ δ

Ligação intermolecular dipolo permanente – dipolo induzido


Ligações entre moléculas apolares (forças de London): verifica-se
ligações dipolo instantâneo-dipolo induzido. Por instantes, a carga elétrica
numa molécula apolar pode estar distribuída assimetricamente, o que cria
um dipolo instantâneo que pode induzir uma distribuição assimétrica da
carga elétrica nas moléculas apolares vizinhas, formando-se um dipolo
induzido. Estabelecem-se, então, atrações eletrostáticas entre os dois
dipolos. Estas interações são as únicas que existem entre moléculas
apolares.

Ligações de hidrogénio:

As ligações de hidrogénio são, de entre as ligações intermoleculares, as


mais fortes. Estabelecem-se quando o átomo de hidrogénio, numa
ligação fortemente polar ligado a um elemento apresente muita
tendência para atrair eletrões, se aproxima de um átomo de oxigénio (O),
nitrogénio (N) ou flúor (F), com eletrões não ligantes. Este tipo de ligação
verifica-se, por· exemplo, entre moléculas de água (H2O).
Ligações de hidrogénio

NOTA: As ligações
intermoleculares são aditivas, isto é, podem existir simultaneamente
e os seus efeitos somam-se.

Sentido do aumento da intensidade das ligações intermoleculares

Ligações de
hidrogénio

Dipolo permanente –
dipolo permanente

Dipolo permanente
– dipolo induzido
Dipolo instantâneo
– dipolo induzido
MISCIBILIDADE DE LÍQUIDOS

A miscibilidade de dois líquidos depende de vários fatores, sendo um deles


o tipo de ligações intermoleculares que se estabelecem entre as moléculas
dos dois líquidos.

De uma forma geral, pode afirmar-se que uma substância polar tende a
dissolver-se noutra substância polar e uma substância apolar tende a
dissolver-se noutra substância apolar.

“Igual dissolve igual”

Isto acontece porque o tipo de ligação intermolecular que predomina numa


substância é o tipo de ligação intermolecular que tem tendência a
predominar quando se juntam as duas substâncias e estas se misturam.

Nas moléculas polares, em que predominam as ligações de hidrogénio, a


miscibilidade com outras moléculas polares onde não predominem as
ligações de hidrogénio é mais difícil, uma vez que é necessário quebrar as
ligações de hidrogénio (mais fortes) para se estabelecerem ligações de
Van der Waals, mais fracas.
LEI DE AVOGADRO, VOLUME MOLAR E
MASSA VOLUMICA

No estado gasoso as moléculas não estabelecem ligações entre si –


ligações intermoleculares, pelo que as moléculas no estado gasoso
ocupam todo o volume que tem disponível.

Existem duas grandezas físicas que interferem no comportamento dos


gases: a pressão e a temperatura. Por isso, na comparação do
comportamento de dois gases, as condições de pressão e temperatura tem
de ser as mesmas.

Lei de Avogadro - volumes iguais de gases diferentes, medidos nas


mesmas condições de pressão e temperatura, contêm a mesma
quantidade de matéria (em átomos ou moléculas).

Volume molar (Vm) - volume ocupado por uma mole de um gás medido a
temperatura T - e a pressão p.
Para varias amostras de uma mole de gases diferentes, que se encontram
nas mesmas condições de pressão e temperatura, o volume que o gás
ocupa não depende do tipo de gás. Todos os gases têm o mesmo
volume molar.
𝑽 Vm = volume molar a temperatura T e à pressão p – dm3 mol-1
𝑽𝒎 =𝒏 V = volume ocupado pelo gás – dm3 n = quantidade de matéria
ocupado pelo gás – mol

Nas condições de pressão e temperatura normais (PTN), ou seja, em que


p = 1 atm e T = 0 °C, o volume molar de um gás é 22,4 dm3 mol-1.

Graficamente esta relação e traduzida por:

Variação do volume ocupado em função da quantidade de matéria.

Massa volúmica de um gás – para um gás, a densidade, ou a massa


volúmica de um gás, pode ser determinada da mesma forma que é
determinada para outras substancias.

𝒎 ρ = densidade ou massa volúmica – g dm-3


𝝆= 𝑽 m = massa – g V = volume – dm3
Contudo, sabendo o volume molar do gás (Vm), esta razão pode ser feita
para essa quantidade de matéria. Assim:

ρ = densidade ou massa volúmica – g dm-3


𝑴
M = massa molar do gás (massa de uma mole do gás – g mol-1
𝝆= 𝑽𝒎
Vm = volume molar do gás (volume de uma mole do gás) – dm3 mol-1

SOLUÇÕES. COLOIDES E SUSPENSÕES

A camada gasosa que envolve a Terra, a que chamamos atmosfera, tem


uma composição variável com a altitude.
o gráfico seguinte apresenta a composição do ar da troposfera em
percentagem por volume, onde se pode concluir que os componentes
maioritários do ar da troposfera são: o nitrogénio, N2, e o oxigénio, O2.
Alguns fenómenos naturais ou antropogénicos podem lançar para a
atmosfera gases que provocam a alteração da sua composição e que
podem intervir em fenómenos químicos e térmicos prejudiciais.
Entre os agentes poluidores destacam-se o dióxido de carbono, CO2, os
óxidos de nitrogénio, NO e NO2, os óxidos de enxofre, SO2 e SO3, os
compostos orgânicos voláteis (COV) e a matéria particulada.
Fontes antropogénicas
Poluente Fontes naturais
(ação do homem)

Respiração; erupções
Queima de combustíveis
Dióxido de carbono (CO2) vulcânicas; decomposição
fósseis; Fogos florestais
da matéria orgânica;

Óxidos de nitrogénio (NO Microrganismos no solo; Queima de combustíveis


e NO2 – NOx) trovoadas. fósseis;

Óxidos de enxofre (SO2 e Queima de combustíveis


Erupções vulcânicas
SO3 – SOx) fósseis; Atividade industrial

COV (metano, compostos Decomposição da matéria Atividade agrícola (CH4);


aromáticos e
halogenados, etc.) orgânica Transportes; solventes

Matéria particulada Transportes; fogos


Floração; Erosão
(fumo, poeiras, etc.) florestais.

A mistura gasosa que envolve a Terra apresenta-se, na maioria das vezes,


como uma solução, em que não é possível distinguir, a olho nu, os
constituintes da mistura.
A solução é um dos tipos de dispersões – misturas em que há um meio
dispersante e um meio disperso. O tipo de dispersões distingue-se pelo
tamanho das partículas que constituem o meio disperso.
COMPOSIÇÃO QUANTITATIVA DE
SOLUÇÕES

Para se estabelecer uma relação entre as quantidades existentes de cada


um dos constituintes de uma mistura pode utilizar-se a fração molar e a
fração mássica. Contudo, há formas alternativas para o fazer, relacionando
as varias grandezas da mistura.

Designação Definição Unidade mais comum


Concentração 𝒎 A unidade do SI: kg m-3,
mássica (cm)
𝒄𝒎 =𝑽 𝒔𝒐𝒍𝒖𝒔𝒐𝒍𝒖𝒕𝒐çã𝒐 mas usualmente utiliza-se
g dm-3 ou mg L-1
Concentração 𝒏 A unidade do SI: mol m-3
(c)
𝒄= 𝒔𝒐𝒍𝒖𝒕𝒐
mas usualmente utiliza-se
𝑽𝒔𝒐𝒍𝒖çã𝒐 mol dm-3
Percentagem %(𝑽/𝑽)= 𝑽𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 %(m/m)
em volume
𝒅𝒂 𝒔𝒖𝒃𝒔𝒕â𝒏𝒄𝒊𝒂 ×100
𝑽𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒂 𝒂𝒎𝒐𝒔𝒕𝒓𝒂
Percentagem %(𝒎/𝒎)= 𝒎𝒂𝒔𝒔𝒂 %(V/V)
em massa
𝒅𝒂 𝒔𝒖𝒃𝒔𝒕â𝒏𝒄𝒊𝒂 ×100
𝒎𝒂𝒔𝒔𝒂 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒂 𝒂𝒎𝒐𝒔𝒕𝒓𝒂
Fração molar 𝒏 Não tem unidades

𝒙𝑨 =𝒏𝑨 +𝒏𝑨𝑩 +⋯
Partes por 𝒑𝒑𝒎= 𝒎𝒂𝒔𝒔𝒂 𝒅𝒂 ppm
milhão em
massa 𝒔𝒖𝒃𝒔𝒕â𝒏𝒄𝒊𝒂 ×106
𝒎𝒂𝒔𝒔𝒂 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒂 𝒂𝒎𝒐𝒔𝒕𝒓𝒂
Partes por 𝒑𝒑𝒎𝑽= 𝒗𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 ppmV
milhão em
volume 𝒅𝒂 𝒔𝒖𝒃𝒔𝒕â𝒏𝒄𝒊𝒂 ×106
𝒗𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒂 𝒂𝒎𝒐𝒔𝒕𝒓𝒂
AL3
AL4
AL5

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