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Princípios da mecânica quântica e

Periocidade
Algumas ideias de mecânica quântica
- ml, número quântico magnético (projeção do
Um eletrão é descrito por uma função de onda, momento angular/ orientação da forma da
. subcamada)
Uma função de onda, , é uma função - ms, número quântico de spin (spin do eletrão)
matemática que descreve coordenadas de
posição, x, y e z, e tempo, t. Números n,l e ml
caracterizam a orbital.
De acordo com a interpretação atribuída por Max Notação
Números n, l, ml e ms
Born, o quadrado da função de onda, isto é 2,
caracterizam o electrão
corresponde à probabilidade de encontrar o
eletrão numa porção infinitesimal do espaço. simplificada da estrutura
A 2 chama-se densidade de probabilidade. eletrónica
 2d 1 em que d  dxdydz Para o número quântico secundário (l), que varia
quando se estende o integral a todo o espaço diz- de 0 a -1, usamos as seguintes letras:
se que a função está normalizada. l=0→s

A orbital l=1→p
l=2→d
atómica Uma orbital
l=3→f
atómica é a função de onda de um eletrão num
átomo.
O seu quadrado indica a probabilidade de
encontrar um eletrão num dado ponto.
Organização dos níveis de
Quando um eletrão é descrito por uma função de
onda de uma orbital diz-se que o eletrão ocupa
energias nas orbitais
essa orbital.
As orbitais atómicas só́ têm um significado bem
definido para átomos hidrogenóides. Nos átomos
polielectrónicos, as interacções entre eletrões
destroem a validade da definição de orbital
atómica.

Números quânticos
- n, número quântico principal (camada)
- I, número quântico azimutal ou de momento
angular (subcamada)
A aproximação orbital -  Num átomo, 2 eletrões não podem ter os
quatro números quânticos idênticos (n, l, m, s)
Nos átomos polielectrónicos as orbitais são
-  Dois eletrões numa mesma orbital devem
diferentes das apresentadas para o hidrogénio
diferir pelo seu número quântico de spin (+1/2 ou
...mas podemos estimar que possamos calcular as -1/2)
suas funções de onda através do produto:
-  Uma orbital atómica não pode conter mais que
 r1  r 2...  Ψ o máximo de 2 eletrões, de spins opostos, ditos
Obtém-se, assim, uma nova função  a partir das “antiparalelos” ou “emparelhados”
funções de onda que descrevem cada eletrão -  Se não há́ mais do que um único eletrão numa
isolado numa orbital dada orbital atómica, dizemos que é
Os eletrões são descritos coletivamente por uma "desemparelhado"
função de onda polielectrónica. - Uma orbital atómica vazia significa uma "lacuna
Essa função de onda descreve a probabilidade de eletrónica"
encontrar simultaneamente o eletrão 1 na
posição r1 e o eletrão 2 na posição r2 e...
Consequência: a probabilidade de encontrar um
O
eletrão depende da posição dos outros eletrões.
Portanto, os eletrões estão correlacionados .
Na aproximação orbital supomos que os eletrões
são praticamente independentes uns dos outros,
o que permite simplificar a escrita da função de estado fundamental e Princípio
onda:
de construção
Esta aproximação não é satisfatória pois existem
interacções entre o núcleo carregado Princípio de construção: no preenchimento de
positivamente e os eletrões assim como entre os orbitais do estado fundamental, em eletrão
próprios eletrões. ocupa a orbital disponível de energia mais baixa,
que seja compatível com o Princípio de Exclusão
O estado fundamental e de Pauli.
Princípio de construção
O estado fundamental de um átomo ou de uma
molécula é o seu estado energético mais estável,
ou seja, de energia mais baixa.

Princípio de exclusão de Pauli


Princípio de exclusão de Pauli: Uma orbital não
pode ser ocupada por mais do que dois eletrões e
quando dois eletrões estão presentes na mesma
orbital, eles deverão estar emparelhados.
Constante de blindagem, número de eletrões do
cerne, y, acrescidos da proporção de densidade
Regra de Hund eletrónica associada à função de distribuição
radial que penetra o cerne, x.
O estado fundamental obedece à regra de Hund
(regra do spin máximo): a qual diz que quando Regra de Slater
várias orbitais atómicas possuem a mesma
As regras de Slater são um conjunto de regras
energia, os eletrões repartem-se pelo estado
(empíricas) que servem para avaliar a carga
fundamental com um máximo de spins paralelos.
nuclear efetiva.
Isso significa que: enquanto houver orbitais
Os eletrões são colocados numa sequência de
degeneradas, ou seja, orbitais com a mesma
grupos em ordem do seu número quântico
energia, as mesmas orbitais serão semi-ocupadas
principal e para cada n, por ordem do seu
antes de se iniciar o emparelhamento de
número quântico secundário: 1s, 2s2p, 3s3p, 3d,
eletrões: uma caixa quântica não pode aceitar
4s4p, 4d, 4f, 5s5p, 5d,...
dois eletrões antes de todas as outras da mesma
energia possuírem já um eletrão. O efeito de blindagem é determinado para cada
eletrão pela soma dos efeitos de blindagem de
Fatores que afetam a energia todos os outros eletrões.
das orbitais Segundo Slater, os efeitos dos outros eletrões são
Carga nuclear efetiva: a carga nuclear baixa a determinados pelas seguintes regras :
energia da orbital (estabilizando o sistema) uma - Cada outro eletrão do mesmo grupo que o
vez que aumenta a atração ao núcleo. eletrão em causa exerce um efeito de blindagem
igual a 0,35 (cargas eletrónicas), à exceção do
Repulsões eletrónicas:
grupo 1s para o qual a blindagem de um eletrão
- eletrão adicional na mesma orbital- aumenta a sobre o outro é de 0,30.
energia da orbital através das repulsões eletrão- - Um eletrão de um grupo nsnp sofre uma
eletrão blindagem de 0,85 por cada eletrão de número
- eletrão adicional nas orbitais interiores- quântico principal (n - 1), assim como uma
blindagem sobre os eletrões exteriores mais blindagem de 1,00 por cada eletrão de número
eficaz do que aos do mesmo nível quântico principal inferior.
- Um eletrão de um grupo nd ou nf sofre uma
Penetração e blindagem blindagem de 1,00 por cada eletrão de um grupo
inferior, seja com um valor inferior de n, seja com
Carga nuclear efetiva o mesmo valor de n que lo eletrão e um valor
Penetração é a capacidade de um eletrão de se inferior de l.
encontrar no cerne de um átomo
Blindagem é a redução da força de atração
nuclear efetivamente exercida sobre um eletrão
devido às repulsões de outros eletrões, em
particular os do cerne
Carga nuclear efetiva, Zeff, é a força de atração
nuclear efetivamente sentida por um eletrão.
Corresponde à diferença entre a carga nuclear, Z,
e a constante de blindagem, s. (Zeff = Z – s)
Assim, à medida que os raios atómicos
aumentam num determinado grupo, as energias
Raio atómico da primeira ionização diminuem porque os
Raios atómicos de elementos (representativos) eletrões mais externos estão mais distantes do
dos grupos A e gases nobres, em angstroms, Å núcleo.

Os raios atómicos aumentam à medida que um A carga nuclear efetiva, Zeff, aumenta da
grupo desce porque um certo número de eletrões esquerda para a direita ao longo de um período.
(8, 18 ou 32, dependendo da linha e da presença O aumento da carga nuclear efetiva faz com que
de orbitais d e f preenchidas) são adicionados às os eletrões mais externos sejam atraídos,
camadas mais distantes do núcleo. tornando-os mais difíceis de remover.
Os raios atómicos geralmente diminuem da As primeiras energias de ionização, portanto,
esquerda para a direita ao longo de um período geralmente aumentam da esquerda para a direita
devido ao aumento da carga nuclear efetiva. na tabela periódica.
Os átomos de hidrogénio são os menores e os
átomos de césio são os maiores átomos naturais.

Afinidade eletrónica
A afinidade eletrónica (EA) de um elemento pode
Energia de ionização ser definida como a mudança na energia quando
um eletrão é adicionado a um átomo gasoso
A primeira energia de ionização (IE1), também
isolado para formar um ião com uma carga -1
chamada primeiro potencial de ionização, é a
quantidade mínima de energia necessária para A maioria dos elementos representativos dos
retirar o eletrão mais fracamente ligado de um grupos 1A a 7A mostram maior atração por um
átomo gasoso isolado para formar um ião com eletrão extra da esquerda para a direita.
uma carga de +1. Elementos com afinidades eletrónicas muito
A segunda energia de ionização (IE2) é a negativas facilmente ganham eletrões para
quantidade de energia necessária para retirar o formar iões negativos (aniões).
segundo eletrão. Um gráfico da afinidade eletrónica em relação ao
As energias de ionização medem o quão número atómico para os primeiros 20 elementos.
intimamente os eletrões estão ligados aos
átomos.
A ionização requer sempre energia para remover
um eletrão da força atrativa do núcleo.
A força de atração do núcleo com carga positiva
para os eletrões diminui à medida que o
quadrado da distância entre eles aumenta.
Os iões negativos (aniões, vermelho) são sempre
maiores do que os átomos neutros dos quais são
formados.

A tendência horizontal geral é que as afinidades


eletrónicas se tornem mais negativas (mais
energia é libertada conforme um eletrão
adicional é acrescentado) do grupo 1A para o
grupo 7A ao longo de um período.
Exceções ocorrem para os elementos 2A e 5A
É sempre necessária energia para trazer uma
As seguintes diretrizes são frequentemente
carga negativa (eletrão) para mais próximo de
levadas em consideração.
outra carga negativa (anião).
1- Iões individuais carregados positivamente
Assim, adicionar um segundo eletrão a um anião -
(catiões) são sempre menores do que os
1 para formar um ião com uma carga -2 é sempre
átomos neutros a partir dos quais são
um processo endotérmico.
formados.
Assim, as afinidades eletrónicas dos aniões são 2- Os iões individuais carregados
sempre positivas. negativamente (aniões) são sempre
maiores do que os átomos neutros dos
quais são formados.
3- Os tamanhos dos catiões e aniões
aumentam à medida que descem um
grupo.
4- Dentro de uma série isoeletrónica, os
raios diminuem com o aumento do
número atómico devido ao aumento da
carga nuclear.
Raio iónico
Tamanhos de iões de elementos representativos Eletronegatividade
do grupo A, em angstroms (Å), em relação a
A eletronegatividade (EN) de um elemento é uma
átomos covalentes neutros (verde).
medida da tendência relativa de um átomo de
Os iões positivos (catiões, azuis) são sempre atrair eletrões para si quando é quimicamente
menores do que os átomos neutros dos quais são combinado com outro átomo.
formados.
- Elementos com alta eletronegatividade (não
metais) geralmente ganham eletrões para formar
aniões. Quanto maior a eletronegatividade, mais - O elemento menos eletronegativo cede o(s)
estáveis são os aniões formados. seu(s) eletrão(ões) ao elemento mais
eletronegativo.
- Elementos de baixa eletronegatividade (metais)
geralmente perdem eletrões para formar catiões. - Dois não metais com eletronegatividades
semelhantes tendem a formar ligações
Quanto mais baixa for a eletronegatividade, mais
covalentes entre si.
estáveis são os catiões formados.
- Ou seja, eles compartilham seus eletrões. Nessa
- Para elementos representativos, as
partilha, o elemento mais eletronegativo obtém
eletronegatividades geralmente aumentam da
uma parcela maior da densidade eletrónica.
esquerda para a direita ao longo dos períodos e
diminuem de cima para baixo dentro dos grupos.

As

Estados de oxidação
eletronegatividades dos elementos são expressas
O estado de oxidação, ou número de oxidação, de
numa escala até certo ponto arbitrária, chamada
um elemento num composto binário é o número
de escala de Pauling *.
de eletrões ganhos ou perdidos por um átomo
Exemplo: A eletronegatividade do flúor (4.0) é desse elemento quando ele forma o composto.
maior do que a de qualquer outro elemento.
No caso de um ião monoatómico, corresponderá
Isso diz-nos que, quando o flúor está à carga real do ião.
quimicamente ligado a outros elementos, ele
Nos compostos moleculares, os estados de
possui uma maior tendência para atrair a
oxidação não têm o mesmo significado que nos
densidade de eletrões para si do que qualquer
compostos iónicos binários.
outro elemento.
Os estados de oxidação, no entanto, são auxílios
muito úteis para a escrita de fórmulas e no
balanço de equações.
Nas espécies moleculares, os estados de oxidação
são atribuídos segundo um conjunto (quase)
arbitrário de regras.
Ao elemento mais eletronegativo (mais à direita e
acima na tabela periódica) vai atribuir-se um
Embora a escala de eletronegatividade tenha estado de oxidação negativo, e ao elemento mais
algum elemento de arbitrariedade, podemos usá-
la com razoável confiança para fazer previsões
sobre a ligação.
- Dois elementos com eletronegatividades
bastante diferentes (um metálico e um não
metálico) tendem a reagir entre si para formar
compostos iónicos.
à esquerda e mais abaixo na tabela periódica, vai 8- A posição do elemento na tabela
atribuir-se um estado de oxidação positivo. periódica permite atribuir-lhe um estado
de oxidação:
1- O estado de oxidação dos átomos livres e
não combinados de qualquer elemento é 8.1- Os elementos do Grupo 1A
zero. Isso inclui os elementos poliatómicos têm estados de oxidação de +1 em
como H2, O2, P4 e S8. todos os seus compostos.
2- O estado de oxidação de um elemento 8.2- Os elementos do grupo 2A
num ião singular (monatómico) é igual à têm estados de oxidação de +2 em
carga do ião. todos os seus compostos.
3- A soma dos estados de oxidação de todos
os átomos de um composto neutro é nula. 8.3- Os elementos do Grupo 3A
4- Num ião poliatómico, a soma dos estados têm estados de oxidação de +3 em
de oxidação dos átomos constituintes é todos os seus compostos, com
igual à carga do ião. algumas raras exceções.
5- O flúor, o elemento mais eletronegativo,
tem um estado de oxidação de -1 em
8.4- Os elementos do grupo 5A
todos os seus compostos.
têm números de oxidação de -3 em
6- O hidrogénio tem um estado de oxidação
compostos binários com metais,
+1 nos seus compostos, exceto quando
com H ou com NH4+. As exceções
combinado com metais, assumindo nesse
são compostos com um elemento
caso um estado de oxidação de -1.
do grupo 5A combinado com um
Exemplos destas exceções são NaH e
elemento à sua direita na tabela
CaH2.
periódica; neste caso, os estados
7- O oxigénio, o segundo elemento mais
de oxidação podem ser
eletronegativo, possui geralmente um
encontrados usando as regras 3 e
estado de oxidação de -2 nos seus
4.
compostos. Há́ algumas exceções :
8.5- Os elementos do grupo 6A
7.1- O oxigénio apresenta um
abaixo do oxigénio têm números
estado de oxidação de -1 no
de oxidação de -2 em compostos
peróxido de hidrogénio, H2O2, e
binários com metais, com H ou
nos peróxidos, que contêm o ião
com NH4+. Quando esses
O22- ; como são exemplo CaO2 e
elementos são combinados com
Na2O2.
oxigénio ou com um halogénio
7.2- O oxigénio possui um estado mais leve, os seus estados de
de oxidação de -1/2 nos oxidação podem ser encontrados
superóxidos, que contêm o ião O2- usando as regras 3 e 4.
; deles são exemplo KO2 e RbO2.
8.6- Os elementos do grupo 7A
7.3- Quando se combina com o (halogénios) têm estados de
flúor mais eletronegativo, na oxidação de -1 em compostos
molécula de OF2 , o oxigénio binários com metais, com H, com
apresenta um estado de oxidação NH4+ ou com um halogénio mais
de +2. pesado. Quando esses elementos,
com exceção do flúor (ou seja, Cl,
Br e I), são combinados com
oxigénio ou com um halogénio
mais leve, o seu número de
oxidação pode ser encontrado
usando as regras 3 e 4.

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