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CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
DOUTORADO EM ENGENHARIA QUÍMICA
FORTALEZA-CE
2023
1 INTRODUÇÃO
A difração de raios-X foi confirmada por Laue (1914) durante um experimento.
Laue emitiu feixes de raios-X em um cristal. Ele observou que por meio de uma chapa
fotográfica colocada atrás do cristal formou-se um padrão de difração. Desse modo,
Laue confirmou a natureza ondulatória dos raios-X.
Portanto, os autores Cullity e Stock (2014) afirmam que ao incidir raios-x sobre
um cristal, o feixe é difratado por planos cristalográficos e, posteriormente, sofrerá
interferência diante dos diferentes caminhos do feixe. Bragg constatou que o ângulo
entre o raio incidente com o plano cristalográfico é o mesmo que o raio difratado forma
com o plano, e a interferência construtiva das ondas espalhadas podem ser confirmadas
por meio da equação de Bragg.
1
de parâmetros da estrutura cristalina. O método de Rietveld (1988) consiste em refinar
os parâmetros estruturais de modo a obter a melhor concordância possível do padrão de
difração teórico com o experimental.
Outros parâmetros podem ser calculados, tais como o tamanho do cristalito (D) e
a microdeformação (ε) dos cristais. Scherrer (1918) propôs o cálculo do tamanho do
cristalito por meio da fórmula, conhecida como equação de Scherrer (eq.3).
kλ
D= (3)
β D cosθ
Em que, βD representa a largura a meia altura do pico considerando o tamanho do
cristalito. Portanto, a equação de Scherrer só é válida para cristais pequenos e
imperfeitos, conforme Cullity e Stock (2014). Geralmente, os cristais sofrem
deformações nas redes cristalinos, diante disso é importante considerar as
microdeformações presentes.
Dessa forma, entende-se que o perfil do pico de difração é a convolução das
funções de distribuição gaussiana e lorentziana, na qual considera-se βD, a largura
relacionada ao tamanho do cristalito e βε, a largura relacionada a microdeformação.
Williamson-Hall assumiu que a β (largura total) é convolução lorentziana, ou
seja, a soma de βD e βε. Assim, modelos isotrópicos sugerem equações para estimar
valores do tamanho do cristalito e mirodeformação dos cristais por meio de ajustes
lineares. Dentre esses modelos, se destacam o modelo de Williamson-Hall (UDM -
Uniform Deformation Model), Halber-Wagner (considera convolução lorentziana e
gaussiana) e Size-Strain considera apenas convolução gaussiana). As equações de cada
modelo são representadas, respectivamente, por:
βcosθ k 4 senθ
= +ε (4 )
λ D λ
( )
¿2 ¿
β k β
=
d
¿2
D ¿¿
( )
2 2 2 2
D β cos θ k 2 2
2
= 2 d +2 π < ε ¿rms (6)
λ D
Em que,
¿ 1 2 senθ
d= = (7)
d λ
2
e
¿ β cosθ
β= (8)
λ
¿ ε > ¿rms =ε
√ 2
π
(9)¿
3 OBJETIVOS
2 MATERIAIS E MÉTODOS
3
Figura 2 – Esquema representativo da análise de DRX para a amostra 34
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4
densidade 3,34 g.cm-3. A Figura 3 apresenta o difratograma que relaciona 2θ com a
intensidade indexada a microficha encontrada pelo programa HighScore Plus.
Figura 3 - Difratograma da amostra indexada a fase padrão identificada pelo
programa HighScore Plus
5
Figura 4 - Difratograma da amostra α-Fe2O3/V2O5 refinada no programa GSAS
II
6
V = 0,0002 Å3 V = 0,0002 Å3
d = 3,37 g.cm-3 d = 3,34 g.cm-3
1,2
ICSD 015840-085152.
7
O tamanho do cristalito calculado pela equação de Scherrer são diferentes dos
valores calculados pelos modelos isotrópicos, pois na equação de Scherrer considera-se
apenas βD, já os modelos isotrópicos consideram a largura total onde inclui além da
largura do tamanho do cristalino, o efeito de microdeformação (βD e βε). Mediante as
limitações da equação de Scherrer, espera-se que o tamanho do cristalino seja menor
comparado aos tamanhos obtidos pelos modelos isotrópicos.
Porém, conforme os resultados exibidos na tabela 2 não se observa esse
comportamento. Possivelmente, os modelos utilizados não são adequados para essa
amostra. Seria necessário a utilização de outros modelos matemáticos. Os modelos
anisotrópicos não foram calculados devido à falta de dados em relação as constantes
elásticas.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
8
REFERÊNCIAS
GOMES, J. A., SOUSA, M. H., TOURINHO, F. A., FILHO, J. M., ITRI, R., DEPEYROT, J.
Rietveld structure refinement of the cation distribution in ferrite fine particles studied by X-
ray powder diffraction. Journal of Magnetism and Magnetic Materials, v. 289, p. 184-187,
2005.
MANIAMMAL, K., MADHU, G., BIJU, V. X-ray diffraction line profile analysis of
nanostructured nickel oxide: Shape factor and convolution of crystallite size and microstrain.
Physica E: Low-dimensional Systems and Nanostructures, v. 85, p. 214-222, 2017.
SCHERRER, P. Bestimmung der Grösse und der inneren Struktur von Kolloidteilchen mittels
Röntgenstrahlen. Kolloidchemie Ein Lehrbuch, Chemische Technologie in
Einzeldarstellungen. Springer, Berlin, Heidelberg, v. 2, p. 98-100, 1918.