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Materiais Cerâmicos
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Fatores que determinam a estrutura cristalina
1) Estequiometria do cristal
Fórmula química do composto, que reflete a neutralidade elétrica das
cargas dos íons [ex., Al2O3, 2.(+3)=3.(-2)] , impõe severas limitações no tipo
de estrutura que os íons podem assumir (MX, MX2, M2X, M2X3, ABX3, AB2X4)
Ex.: Compostos MX2 (CaF2, ZrO2, UO2) não podem cristalizar na estrutura do
tipo NaCl, cujos compostos têm estequiometria MX (LiF, MgO, BaO), e vice-
versa
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Parâmetros geométricos:
Número de coordenação
(NC) do cátion: número de
ânions ao redor do cátion
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Raios iônicos
Em geral, o raio iônico dos cátions diminui com o aumento da valência
(conforme mais elétrons são retirados) e aumenta com o aumento do número de
coordenação
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3) Propensão para caráter covalente e coordenação tetraédrica
Muitos compostos apresentam coordenação tetraédrica apesar da razão entre
raios prever empacotamento superior, devido ao caráter covalente da ligação
Ex. 1: Muitos compostos com razão de raios maior do que 0,414 cristalizam com
arranjos tetraédricos do tipo blenda de zinco e wurtzita. Ocorre em compostos
com cátions com alta força de polarização (potencial iônico dado pela razão
entre carga e raio), i.e., com alta carga e pequeno raio (Cu2+, Al3+, Zn2+, Hg2+), e
ânions facilmente polarizáveis (I-, S2-, Se2-)
Ex. 2: Átomos que favorecem hibridização sp3, como Si, C e Ge
Sem polarização
Polarização
suficiente para formar Configuração eletrônica Forma dos orbitais sp3 do Si
ligação covalente após hibridização
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Exemplos de estruturas cristalinas
Características gerais
Na cristalização, usualmente há preferência pela formação das estruturas mais
simples em detrimento de arranjos mais complexos:
Quando diversos cátions de tamanhos similares e valência idêntica são
incorporados na rede, eles frequentemente ocupam o mesmo tipo de sítio, mas
distribuídos aleatoriamente, formando uma solução sólida ou “liga”
Quando os cátions tornam-se cada vez mais dissimilares (e conforme a
temperatura é diminuída), pode ocorrer tendência de formação de um arranjo
ordenado ou “super-rede”
Quando os cátions são suficientemente diferentes, eles podem assumir
coordenações totalmente diferentes, aumentando a complexidade da estrutura
A maioria das estruturas cerâmicas é caracterizada por um
empacotamento de ânions com uma fração dos sítios intersticiais (ex.,
tetraédricos e/ou octaédricos) ocupada pelos cátions
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CFC
CFC
CFC
CFC
HC
HC
HC
HC
CS
CS
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CFC
CFC
CFC
HC
HC
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Estrutura tipo NaCl
Rede de ânions CFC com todos os interstícios octaédricos ocupados por cátions
Compostos MX, razão entre raios rc/ra entre 0,414 e 0,732, NC=6 para cátion e
ânion
Estrutura relativamente simples observada em sulfetos (PbS), haletos (NaCl, KCl,
LiF), carbetos (TiC, TaC, NbC), nitretos (TiN, ZrN), óxidos (MgO, CaO, SrO, BaO,
CdO, FeO, NiO)
Octaedro do Cl
(interstício de Na)
Estrutura do diamante
(similar à da blenda de
Estrutura do BeO Tetraedros compartilhados zinco)
(tipo blenda de zinco) pelos vértices
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Estrutura tipo wurtzita (ZnS)
Rede de ânions HC com metade dos interstícios tetraédricos ocupados por cátions
Compostos MX, NC=4 para cátion e ânion
Ex. ZnS, ZnO, BeO, AlN, GaN, α-SiC
Similar à estrutura tipo blenda de zinco: compostos com uma das estruturas
geralmente tem um politipo da outra (mudança na sequência de empilhamento)
(a) (b)
Estrutura perovskita do
BaTiO3 centrada em:
(a) íon de Ti
(b) íon de Ba
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Rede CFC de íons de oxigênio com cátions ocupando 1/8 dos sítios
tetraédricos e ½ dos sítios octaédricos
Espinélio normal: quando íons A2+ ocupam os sítios tetraédricos e os íons B3+
ocupam os sítios octaédricos (exs. MgAl2O4, FeAl2O4, ZnAl2O4, ZnFe2O4,
MnFe2O4, LiTi2O4)
Espinélio inverso: quando íons A2+ e metade dos íons B3+ ocupam os sítios
octaédricos e a outra metade dos íons B3+ ocupam os sítios tetraédricos (exs.
Fe3O4, CoFe2O4, NiFe2O4, MgFe2O4)
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Espinélio normal
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Parâmetro que determina a estrutura de um silicato
Oxigênio ponteante (BO, bridging oxygen): átomo de oxigênio ligado a dois
átomos de Si
Oxigênio não ponteante (NBO – nonbridging oxygen): átomo de oxigênio ligado a
um átomo de Si e a um átomo de elemento de metal alcalino ou alcalino terroso (os
NBOs têm carga negativa e a neutralidade é mantida pela presença de cátions)
Forsterita, zircão
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Neutralidade elétrica (de cargas) quando Al3+ substitui Si4+ alcançada com:
substituição de um O2- por um OH- ou pela adição de cátions alcalinos ou
alcalinos terrosos nos sítios intersticiais
Substituições por compensação de carga possibilitam dissolver altos teores de
íons aditivos
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Caulinita - Al2(Si2O5)(OH)4
Ligação
secundária
fraca entre as
camadas
possibilita
fácil absorção
de molécula
de água
Estrutura da caulinita
https://doi.org/10.1080/24749508.2017.1361128 https://doi.org/10.3390/ma15031156
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Montmorilonita - (Al1,67Mg0,33)(Si4O10)(OH)2
Representação mostrando
estrutura em camadas da
montmorilonita hidratada
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Estrutura da montmorilonita
https://doi.org/10.1016/j.ijhydene.2018.01.012
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Mica (muscovita) – KAl2(AlSi3O10)(OH)2
Representação mostrando
estrutura em camadas da
muscovita
Camada de K+ - ligação
iônica fraca define plano
de clivagem (fratura)
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Estrutura da mica
https://doi.org/10.1016/j.jmat.2019.12.004 https://stringfixer.com/pt/Mica 34
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Forsterita – Mg2SiO4
Estrutura cristalina da
olivina (ortossilicato)
Vista ao longo (O/Si=4; NBO=4):
de [001]
Tetraedros de (SiO4)4-
(T) independentes, que
não compartilham
oxigênio e são ligados
entre si por íons de Mg
Estrutura pseudobinária
de cátion Mg2+ e ânion
Vista ao longo
de [100]
(SiO4)4-
Íon Mg2+ posicionado
no centro de octaedro de
íon oxigênio (Oc)
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