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CIÊNCIA DOS MATERIAIS

- ARQUITETURA DOS SÓLIDOS-


ESTADO CRISTALINO

Luciana Cordeiro - 2017


q CRISTAIS METÁLICOS (EX: Metais)

• São as estruturas mais simples que podem ser representadas por arranjos geométricos
simples.
• A ligação metálica pode ser representada como uma rede de cátions idênticos ligados
por elétrons deslocalizados.
• Para maximizar a energia de ligação, os cátions são organizados numa rede compacta.
• Os arranjos possíveis serão determinados assimilando os átomos à esferas rígidas de
raios iguais (raio iônico).
• Existe então três tipos de empacotamentos possíveis:

Œ Cúbico de Corpo Centrado (CCC)


• Cúbico de Faces Centradas (CFC)
Ž Hexagonal Compacto (HC)
q CRISTAIS METÁLICOS

O sistema Hexagonal Compacto (HC) é mais comum nos metais (ex: Mg, Zn).
CD8

q Exemplo 1: Por que cerca de 2/3 dos metais são CFC ou HC


na temperatura ambiente e apenas 1/3 são CCC?
q Exemplo 2: Por que o alumínio exibe uma estrutura CFC e o
magnério HC?
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CD8 Isto porque, todo material assume uma estrutura cristalina que lhe assegura uma energia mínima.

Uma estrutura que minimiza a energia numa temperatura dada pode não mais conseguir numa outra temperatura (Ex.: o
estanho muda de estrutura por volta de - 18 ºC e fragiliza-se).

Mudanças de estrutura cristalina sem mudança de composição são chamada Polimorfismo ou Alotropia.
Confidencial; 31/01/2017
q CRISTAIS IÔNICOS (EX: NaCl)

• São conseqüência da associação de íons metálicos formando os cátions (carga


positiva) com íons não-metálicos formando os ânions (carga negativa).
• Então as estruturas cristalinas iônicas podem ser descritas como arranjos compactos
de ânions (-) com os cátions (+) sendo localizados nos vazios deixados pela rede de
anions.
Na ionização de um átomo, o ânion aumenta
consideravelmente de tamanho em relação ao átomo neutro.
O contrário ocorre com a formação do cátion.
CD9

q CRISTAIS IÔNICOS
A relação de raios entre o ânion (geralmente maior) e o cátion vai determinar o tipo de arranjo cristalino de um
composto iônico. O cátion (geralmente menor) preencherá os vazios intersticiais da rede, procurando
maximizar a ocupação do sítio, respeitando a neutralidade de cargas na rede.
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CD9 Se o cátion é menor do que o vazio, o empacotamento será instável e deverá ocorrer um rearranjo permitido que ânions e
cátions toquem-se.
Se o cátion é um pouco maior do que o vazio, os ânions serão “empurrados” para o cátion acomodar-se e eventualmente
ocorrerá uma reorganização da rede de ânions para dar um empilhamento mais denso.
Confidencial; 31/01/2017
CD9

q CRISTAIS IÔNICOS
• No entanto a geometria depende da relação R = Rc/Ra = [Raio do cation] / [Raio do anion]. Existe um valor crítico
de R abaixo do qual um empacotamento de anion diferente e menos denso torna-se estável (raio mínimo pelo
qual o contato entre anions e cátions é estabelecido.

Coordenação 2 Coord. 3 Coord. 4 Coord. 6 Coord. 8


Figura: geometria dos empacotamentos e número de ânions vizinhos mais próximos.

Exemplos:
• NaCl: Na+ Rc = 0,102 nm Cl- Ra = 0,181 nm Rc/Ra = 0,563 Þ Coordenação 6

As estruturas mais estáveis são aquelas nas quais os íons estão cercados por um número
máximo de vizinhos com carga oposta: isto aumenta a energia (a força) das ligações.
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CD9 Se o cátion é menor do que o vazio, o empacotamento será instável e deverá ocorrer um rearranjo permitido que ânions e
cátions toquem-se.
Se o cátion é um pouco maior do que o vazio, os ânions serão “empurrados” para o cátion acomodar-se e eventualmente
ocorrerá uma reorganização da rede de ânions para dar um empilhamento mais denso.
Confidencial; 31/01/2017
CD9

q CARACTERÍSTICAS DOS CRISTAIS IÔNICOS


• Duros e caracterizados por elevados pontos de fusão;
• São quebradiços (quando atingidos por um “golpe” tendem a se fragmentar (planos
de íons passam a deslizar uns sobre os outros, passando de uma condição de
atração para uma de repulsão mútua);
• No estado sólidos são maus condutores de eletricidade (os íons são mantidos de
forma rígidas nos lugares;
• Quando fundidos, os íons estão livres para se locomover e as substâncias tornam-
se bons condutores.
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CD9 Se o cátion é menor do que o vazio, o empacotamento será instável e deverá ocorrer um rearranjo permitido que ânions e
cátions toquem-se.
Se o cátion é um pouco maior do que o vazio, os ânions serão “empurrados” para o cátion acomodar-se e eventualmente
ocorrerá uma reorganização da rede de ânions para dar um empilhamento mais denso.
Confidencial; 31/01/2017
q CRISTAIS COVALENTES
• Em um cristal covalente, obviamente há um conjunto de ligações covalentes entre
os átomos, que se estende através de todo o sólido.

• Silicatos: As unidades de base são os tetraedros (SiO44 -) que podem ser ligados
entre si em vários tipos de arranjos em 1, 2 ou 3 dimensões.

Figura: arranjos de tetrédros de silicatos [3]


q CRISTAIS COVALENTES
(1) Silicatos em cadeia: um vértice de um tetraedro está ligado com um outro
formando uma estrutura linear em cadeia

Figura 2.19: (a) As fases do cimento Portland (b) Os argilo-minerais [3] Exemplo:
Wolastonita (b-CS) Exemplo: Enstatita MgSiO3
q CRISTAIS COVALENTES
(2) Silicatos
em folhas: dois vértices dos tetraedros estão ligados entre si formando uma
estrutura 2D. Exemplo: caulinita (argilo-mineral mais simples).
Este tipo de estrutura em camada, facilitando a clivagem, leva a várias conseqüências em termos
de propriedades físico-mecânicas dos materiais argilosos, como por exemplo:

-Lubrificante;

-Absorção de água entre as camadas reduzindo a


resistência das argilas e podendo provocar um
grande inchamento (“abrindo” as camadas).

-Nota: No entanto, várias argilas possuem cátions


metálicos localizados entre as camadas melhorando
a ligação destas e reduzindo os riscos de
inchamento.
INCHAMENTO – Agregado Miúdo
+ ADIÇÕES

Atualmente, a maioria dos cimentos, tanto nacionais como


estrangeiros, são produzidos com adições minerais com
maiores ou menores propriedades pozolânicas (cimentantes).
REAÇÕES DE HIDRATAÇÃO DO CIMENTO

Clinquer: 96% Reação exotérmica – Liberação de calor

silicato tricálcico (C3S): 20 a 70%


RESISTÊNCIA
silicato bicálcico (C2S): 10 a 50 %
aluminato tricálcico (C3A): 5 a 20 %
PEGA
ferro-aluminato tretracálcico (C4AF): 5 a 15%
- cal livre: 0 a 2%
Impurezas - magnésia: 0a7%
- álcalis: 0a2%
- outros óxidos (TiO2, P2O5, Mn2O3): 0 a 3 %

Sulfato de Cálcio (gesso): 4% a 5% (controlar a pega dos aluminatos que é muito rápida).
Agregado

Hidróxido de cálcio –
PLANOS DE
CLIVAGEM-
q CRISTAIS COVALENTES
(3) Estrutura tridimencional: os tetraedros estão ligados nas 3 direções do espaço com 4
outros tetraedros.
Exemplo: sílica cristalina: Cristobalita (forma estável da sílica em alta temperatura) chamada também sílica
cúbica.

Figura: (a) Estrutura da cristobalita b. (b) Estrutura do quartzo a.

Cristobalita b e quartzo a são exemplos de duas formas diferentes do mesmo


composto (SiO2), determinadas por dois empacotamentos atômicos diferentes e que
têm estruturas cristalinas diferentes ; são formas polimórficas ou alotrópicas.
q CRISTAIS COVALENTES
O Carbono existe sob duas formas alotrópicas diferentes em função das condições de
temperatura e pressão durante a sua formação.

Estrutura “tipo Grafite”


Þ As camadas hexagonais de
átomos estão empilhadas umas em
cima das outras facilitando o
escorregamento entre os planos
(argilas);
(a) (b)
Þ Propriedades de lubrificação.
estruturas do carbono na forma de (a) diamante e (b) grafite
Aglomerante / Plastificante
Cimento, gesso e Cal (aglomerantes) / plastificantes - cal);

SAIBRO (BARRO) - Solo em transformação (muito material orgânico – Sem


propriedades aglomerantes – porém, fornece “LIGA” - PLASTIFICANTE)

PARÁ (TEOR DE ARGILA) 12% a 35%

Ø O emprego na produção das argamassas


Sem controle das características
Pulverulência
Uso indiscriminado
Sem critérios técnicos Fissuração excessiva
Procedimentos empíricos. Desplacamento
Argilo-minerais
Argilo-minerais: influência nas propriedades das argamassas
Argilo-minerais: influência nas propriedades das argamassas
Aglomerante / Plastificante
Cimento, Gesso e Cal (aglomerantes / plastificantes);

SAIBRO (BARRO) - Solo em transformação (muito material


orgânico – Sem propriedades aglomerantes – porém,
fornece “LIGA” - PLASTIFICANTE)

PARÁ (TEOR DE ARGILA) 12% a 35%

Ø O emprego na produção das argamassas


Sem controle das características
Pulverulência
Uso indiscriminado
Sem critérios técnicos Fissuração excessiva
Procedimentos empíricos. Desplacamento
Argilo-minerais: influência nas propriedades das argamassas

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