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CONSTITUIÇÃO ATÓMICA

DA MATÉRIA.

TECNOLOGIAS E PROCESSOS
Módulo nº 2 – Tecnologia dos Materiais
Prof. João Carlos Baptista 1
INTRODUÇÃO

 Demócrito achava que o átomo era indivisível. Porém, ele é divisível e


quando isso acontece, ele deixa de ser matéria e se transforma em
energia.

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CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA

A matéria que se pode encontrar no estado sólido,


liquido ou gasoso é constituída por moléculas e
estas podem ainda ser subdivididas em partículas
menores que são os átomos.
Exemplo:
1 molécula 2 átomos de 1 átomo de
de água hidrogénio oxigénio

H2O  H2 + O

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ESTRUTURA DO ÁTOMO

O átomo é basicamente
formado por três tipos de
partículas elementares:
electrões, protões e
neutrões.
Os protões e os neutrões
estão no núcleo do átomo
e os electrões giram em
Órbita electrónica órbitas electrónicas à volta
do núcleo do átomo.

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COMPORTAMENTO DOS ELETRÕES

Num átomo, os electrões que giram em volta do núcleo


distribuem-se em várias órbitas ou camadas electrónicas
num total máximo de sete (K, L, M, N, O, P, Q).

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CAMADAS DE VALÊNCIA

A órbita electrónica ou camada


mais afastada do núcleo é a
camada de valência e os electrões
dessa camada são chamados de
electrões de valência.
Num átomo, o número máximo de
electrões de valência é de oito.
Quando um átomo tem oito
electrões de valência diz-se que o
Electrão de valência átomo tem estabilidade química ou
molecular.

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LIGAÇÕES QUÍMICAS?

 São as ligações que se estabelecem entre a união de dois átomos.

Existem três tipos de ligações químicas:


A ligação covalente (partilha de electrões)
A ligação metálica (mar de electrões livres)
A ligação iónica (cedência/captação de electrões)

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LIGAÇÕES COVALENTES

É a ligação que se estabelece entre dois átomos numa molécula por


partilha de electrões.
Electrões partilhados

Cada átomo “disponibiliza” um ou mais electrões de valência para ser


partilhado com outro átomo.

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LIGAÇÃO COVALENTE

O antes, enquanto eram átomos isolados…

H + H
E o depois de se estabelecer a ligação covalente…

H : H
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EXEMPLOS DE LIGAÇÕES COVALENTES

O2 Cl2

H2

H2O CO2

N2 10
LIGAÇÃO METÁLICA

É a ligação química que se estabelece entre os átomos de diversos metais (ex: Ferro,
Zinco, Alumínio, etc)

Caracteriza-se pela existência de iões positivos (átomos que cederem electrões)


dispostos de forma ordenada

Entre os iões positivos circulam, com grande liberdade de movimento, os electrões que
foram cedidos pelos átomos (é devido a este factor que os metais conduzem bem a
electricidade), por isso se chama a esse conjunto “mar de electrões”.

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LIGAÇÃO IÓNICA

 É a ligação química que se estabelece entre dois átomos, em que um


deles captou um ou mais electrões ao outro, formando-se um catião
e um anião. (ex: NaCl, CaF2)

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EXEMPLO DE LIGAÇÃO IÓNICA

Um átomo quando electricamente neutro poderá ganhar


(receber) ou perder (ceder) electrões.
Quando ele ganha um ou mais electrões, dizemos que se
transforma num ião negativo.
Quando um átomo perde um ou mais electrões, dizemos
que ele se transforma num ião positivo.
Exemplo: Se o átomo de sódio (Na) ceder um electrão ao átomo de cloro
(Cl) passamos a ter um ião positivo de sódio e um ião negativo de cloro.

Ião negativo Ião positivo

Cl - N+
de cloro de sódio
a

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CONCLUSÃO

Na ligação covalente os átomos mantêm-se ligados por partilha de


electrões

Na ligação metálica os corpúsculos mantém-se ligados por atracção


entre os iões e o mar de electrões

Na ligação iónica os corpúsculos mantêm-se ligados devido à


atracção entre o catião e o anião formados.

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ESTRUTURAS CRISTALINAS

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ESTRUTURAS CRISTALINAS

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ESTRUTURAS CRISTALINAS

Um cristal é uma estrutura que repete a 2 ou 3


dimensões uma célula unitária

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ESTRUTURAS CRISTALINAS

Estrutura cúbica de faces centradas (CFC)

- Exemplos de metais CFC: Alumínio (Al), Cobre (Cu), Ouro


(Au), Chumbo (Pb), Níquel (Ni), Platina (Pt), Prata (Ag)

- N° de coordenação: 12

- N° de átomos no interior do reticulado: 4 (8 x 1/8 + 6 x 1/2)

- Fator de empacotamento atómico: 0,74 (74% do volume da


célula é ocupado por átomos)

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ESTRUTURAS CRISTALINAS

Estrutura cúbica de faces centradas (CFC)

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ESTRUTURAS CRISTALINAS

Estrutura cúbica de corpo centrado (CCC)

- Exemplos de metais CCC: Ferro α (Fe), Cromo (Cr),


Molibdénio (Mo), Tântalo (Ta), e Tungsténio (W)

- N° de coordenação (que representa o n° de vizinhos mais


próximos): 8

- N° de átomos no interior do reticulado: 2 (8 x 1/8 + 1)

- Fator de empacotamento atómico: 0,68 (68% do volume da


célula é ocupado por átomos)

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ESTRUTURAS CRISTALINAS

Estrutura cúbica de corpo centrado (CCC)

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ESTRUTURAS CRISTALINAS

Estrutura hexagonal compacta (HC)

- Exemplos de metais HC: Cádmio (Cd), Cobalto (Co),


Titânio α (Ti), Zinco (Zn), Magnésio (Mg)

- N° de coordenação: 12

- N° de átomos no reticulado: 2 (6/3)

- Fator de empacotamento atómico: 0,74 (74% do volume


da célula é ocupado por átomos)

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ESTRUTURAS CRISTALINAS

Estrutura hexagonal compacta (HC)

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EXEMPLOS DE ESTRUTURAS CRISTALINAS

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ESTRUTURA DOS METAIS

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ESTRUTURA DOS METAIS

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ESTRUTURA DOS METAIS

- A ligação metálica sendo não-direccional, permite que os átomos se


“arrumem” nas estruturas mais compactas.

- Propriedades como a dureza ou o ponto de fusão estão directamente


correlacionadas com a estrutura cristalográfica adoptada:

Tetragonal > HC > CFC > CCC


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DEFEITOS CRISTALINOS

Tipos de defeitos

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DEFEITOS CRISTALINOS

Implicações nas propriedades dos materiais


Defeitos Pontuais
– Lacunas: Difusão, centros pontuais de cor.
– Átomos Intersticiais: Propriedades mecânicas, difusão.
– Átomos substitucionais: Propriedades eléctricas.
Defeitos Lineares
– Deslocações (cunha e parafuso): responsáveis pela capacidade de
deformação (plasticidade) dos materiais.

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ESTRUTURA CRISTALINA DOS METAIS

DEFINIÇÃO DE CRISTAL

- Sólidos cristalinos: Uma substância pode ser considerada cristalina


quando os átomos (ou moléculas) que a constitui estão dispostos
segundo uma rede tridimensional bem definida e que é repetida por
milhões de vezes. (Ordem de longo alcance)
Exemplos: Todos os metais e a maior parte das cerâmicas

- Sólidos amorfos ou não-cristalinos: Em geral, não apresentam


regularidade na distribuição dos átomos e podem ser considerados como
líquidos extremamente viscosos. Exemplos: Vidro, piche e vários
polímeros

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ESTRUTURA DOS METAIS

 Cristalinidade dos metais:


 Os materiais podem ser amorfos (estrutura não cristalina, ex.:
gases e líquidos, vidro), policristalinos ou monocristalinos.
 Os metais tendem sempre a formar cristais.
 A maioria dos metais forma policristais (grãos). O tamanho e a
direcção dos grãos depende da velocidade e direccionalidade do
arrefecimento.

 Estruturas cristalinas cúbicas possuem mais planos de átomos do


que as estruturas hexagonais. Por isso é mais fácil deformar um
material que possui estrutura cúbica, como o alumínio, o cobre e o
ferro, do que um metal que possui estrutura hexagonal como o
magnésio e o cádmio.

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ALOTROPIA

A estrutura cristalina de equilíbrio é dependente da temperatura e da


pressão.

O exemplo clássico é o carbono que pode ser amorfo, grafite ou


diamante.

O Fe apresenta estrutura cristalina CCC à temperatura ambiente.

Entretanto a 912°C o Fe sofre uma transformação alotrópica para


CFC.

A transformação alotrópica é frequentemente acompanhada por


modificações de densidade e outras propriedades físicas.
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ALOTROPIA

Exemplo - Alotropia do Fe puro

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LAMINAÇÃO

 Deformação dos metais por processos mecânicos: a laminação

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LAMINAÇÃO
A laminagem é um processo de deformação plástica na massa, no qual o material é
forçado a passar entre dois rolos (cilindros) que rodam em
sentido oposto, com a mesma velocidade periférica, e estão distanciados entre si de
um valor inferior à espessura do material que vai ser deformado. A propulsão do
material durante a laminagem é efectuada pelas forças de atrito, embora possam
também ser aplicadas forças exteriores criando tensões quer de propulsão quer de
contra-propulsão.

O material ao passar entre os dois rolos sofre deformação plástica, a espessura é


reduzida e o comprimento e a largura são aumentados. A laminagem é utilizada tanto
na produção de produtos planos, por exemplo, chapas finas e grossas, como no
fabrico de produtos não planos, como seja o caso de varões, tubos, barras e perfis
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estruturais.

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