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Universidade Zambeze

Faculdade de Ciência e Tecnologia


Engenharia Mecatrónica

TEMA

Docente: Eng. António da Conceição Chama

Revisto em 2022
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Tema 2: Conteúdos
Introdução
2.2. Estrutura atómica e Ligação Interatómica
2.2.1. Estrutura Atómica
2.2.2. Ligação Atómica nos Sólidos
2.3. Estrutura de sólidos Cristalinos
2.3.1 Estruturas Cristalinas
2.3.3. Materiais Cristalinos e não cristalinos
2.4. Imperfeições em sólidos
2.4.1 Defeitos pontuais
2.4.2 Imperfeições diversas

Conclusão 2
Objectivos
 No final deste capitulo o estudante deve ser capaz de:
 Descrever a natureza e a estrutura do átomo.
 Descrever e diferenciar as ligações atómicas primárias e secundárias.
 Descrever a disposição dos átomos e iões nos sólidos
 Descrever os materiais cristalinos e os não cristalinos.
 Diferenciar estrutura atómica e estrutura cristalina para os materiais
sólidos.
 Explicar o polimorfismo e alotropia nos materiais.
 Descrever os distintos tipos de defeitos cristalinos.
 Descrever os diferentes tipos de soluções sólidas e aplicação de
técnicas de microscopia para análise da estrutura interna e superficial
dos materiais.
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Introdução

“Algumas propriedades importantes dos materiais dependem dos arranjos


geométricos dos átomos e também das interações que existem entre os átomos
ou moléculas constituintes”.

Você Sabia disso?

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Estrutura atómica
Conceitos fundamentais
Átomo: unidade básica estrutural de todos os materiais de Engenharia. E são
constituidos por 3 particulas, eletrons, protons e neutrons. Estes componentes tem
as seguintes caracteristicas:
Carga do eletron de 1.6*10-19 C, igual em modelo com a carga do proton e de sinal
contrario.
Massa do eletrão de 9.11*10-31Kg
Massa do neutrão: 1.675*10-27Kg
Massa do protão: 1.673*10-27kg

Número atómico (Z): número de protões de um átomo ou número de eletrões para


um átomo neutro.
Número de massa: Soma aritmética de número de protões e neutrões de um átomo
( A=Z + N) e dada em u.m.a ou g/mol. Onde N número neutrões.

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Modelo Atómico
Durante a última parte do seculo 19, observou-se que muitos fenómenos envolvendo eletrões em
sólidos não podia ser explicados em termos de mecânica clássica. O que se seguiu foi o
estabelecimento de uma serie de princípios e leis que governam os sistemas de entidades atómicas e
subatómicas, que veio a ser conhecida como mecânica quântica.

Um dos primeiros precursores da mecânica quântica foi o modelo atómico de Bohr simplificado, no
qual assume-se que eletrons orbitam ao redor do núcleo atómico em orbitais distintos, onde a posição
de qualquer elétron em particular é mais ou menos bem definida em termos do seu orbital. E as
energias dos eletrons são quantizadas, isto é, ao elétron permite-se apenas que possuam valores de
energia especificos. Quando ocorre o salto de um elétron entre órbitas, a diferença de energia é emitida
(ou suprida) por um simples fóton que tem energia exatamente igual à diferença de energia entre as
órbitas em questão.

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Modelo mecânico ondulatório neste modelo considera-se que o elétron exibe
características de onda e de partícula e que a posição de elétron é a probabilidade de
um elétron estar em vários locais ao redor do núcleo.

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FORÇA E ENERGIA DE LIGAÇÃO
A interação entre dois átomos isolados à medida que eles são colocados em
proximidade desde uma separação infinita. As grandes distâncias, as interações
entre eles são desprezíveis, no entanto a medida que os átomos se aproximam, cada
um exerce forças sobre o outro. Essas forças são de 2 tipos, atrativas e repulsivas
cuja magnitude é função da distância interatómica ou de separação. A origem da
força atrativa FA depende do tipo específico de ligação que existe entre os átomos.
A medida que as camadas eletrónicas mais externas dos dois átomos começam a se
superpor, uma força repulsiva Fr entra em ação. A força liquida FL entre os dois
átomos é a soma das componentes de atração e de repulsão, isto é,

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Quando as duas forças se anulam (condição de equilíbrio) os centros dos dois
átomos permanecerão separados por uma distância r0.

Gráfico de força versus distância 9


O mesmo gráfico pode ser dado usando a equação de
energia:

Gráfico de Energia versus distância 10


Ligações interatómicas primarias

Ligação Iónica:
Ela é sempre encontrada em compostos cuja composição envolve
tanto elementos metálicos e não-metálicos. No processo todos os
átomos adquirem configurações estáveis ou de gás inerte e,
adicionalmente, uma carga elétrica, isto é, eles se tornam iões.

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Ligação Covalente:
Átomos ligados de forma covalente irão cada um contribuir com
pelo menos um elétron de para a ligação e os eletrons
compartilhados podem ser considerados como pertencentes a ambos
átomos.

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Ligação Metálica:
Neste tipo de ligações os eletrões de valência não se encontram ligados a
qualquer átomo em particular no estado sólido estão mais ou menos
livres para se movimentar, eles podem ser considerados pertencente ao
metal no seu todo ou como se estivessem formando um mar ou nuvem de
eletrões. Os eletrões restantes, aqueles que não são eletrões de valência,
juntamente com os núcleos atómicos, formam o que se chame núcleos
iónicos, que possuem uma carga líquida positiva igual em magnitude à
carga total dos eletrões de valência por átomo.

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conclusão

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TPC
 Fazer resumo sobre ligações secundárias

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Estrutura Cristalina

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Objectivos

 Descrever a disposição dos átomos e iões nos


sólidos
 Descrever os materiais cristalinos e os não
cristalinos.
 Diferenciar estrutura atómica e estrutura cristalina
para os materiais sólidos.
 Explicar o polimorfismo e alotropia nos materiais.

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Introdução

A estrutura fisica dos materiais sólidos de


importância na engenharia depende principalmente
do ordenamento dos átomos, iões ou moléculas que
constituem e de forças de ligação entre eles.

Os sólidos podem ser classificados segundo duas


amplas categorias: Cristalinos e Amorfos.

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Cristalinos
São queles que seus átomos ou iões estão ordenados
de acordo com um padrão repetitivo no espaço, são
exemplos materiais metálicos e cerâmicos.

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Rede cristalina: ordenamento tridimensional infinito
de pontos.
Célula unitária: unidade da rede que se repeti no
espaço.
Fator de empacotamento: percentagem do volume da
célula unitária preenchido por átomos.

Existem 4 tipos básicos da célula unitária: (Simples,


de corpo centrado, de faces centradas e centrada na
base. Segundo cristalógrafos, necessita-se de apenas
7 sistemas cristalinos para criar todas redes. 20
21
Principais estruturas cristalinas
metálicas
A maioria de metais puros cristalizam em 3 estruturas
compactas: cubica de corpo centrado (CCC), cubica
de faces centradas (CFC) e hexagonal compacta (HC).

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Estrutura Cúbica de Corpo Centrado (CCC)
Tem um APF de 0.68 e número de coordenação 8.
Exemplos: Fe, K, Cr, Na.

Estrutura Cúbica de Faces Centradas (CFC)


Tem um APF de 0.74 e número de coordenação 12.
Exemplos: Al, Cu, Pb, Ni, Fe.

Estrutura Hexagonal Compacta (HC)


Tem um APF de 0.74 e número de coordenação 12.
Exemplos: Zn, Co, Mg, Be.
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Materiais Amorfos
Apresentam uma ordem de curto alcance. São exemplos
materiais poliméricos, cerâmicos e alguns metálicos.

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Polimorfismo ou alotropia
Muitos materiais podem ter mais de uma forma
cristalina em diferentes condições de temperatura e
pressão.

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Formas alotrópicas do ferro

26
Materiais cristalinos pode formar uma estrutura não
cristalina se solidificar com suficiente rapidez
desde o estado de fundido.

Os materiais amorfos devido a sua estrutura tem


propriedades superiores em comparação com
similares cristalinos.

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Conclusão

28
Imperfeições em Sólidos
Cristalinos

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Objectivos

 Descrever distintos tipos de imperfeições


cristalinas.
 Explicar o papel dos defeitos sobre as propriedades
dos materiais.
.

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Introdução
Na realidade não existe cristais perfeitos devido a vários tipos de
defeitos que afetam a muitas propriedades dos materiais para a
engenharia. As imperfeições na rede cristalina se classificam segundo
sua forma e geometria. Os três grupos principais são:

 defeitos pontuais ou de dimensão zero


 defeitos de línea ou de uma dimensão
 defeitos de duas dimensões ou superficiais
 defeitos volumétricos (pôros, fissuras e inclusões).
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Defeitos pontuais
Vacância- defeito pontual mais simples caracteriza-se pela ausência de um átomo.
Produz-se como resultado de perturbações locais durante o crescimento dos cristal
ou pelas reordenações atómicas em um cristal já existente devido a mobilidade
dos átomos. Nos metais podem introduzir-se vacantes adicionais durante a
deformação plástica, por resfriamento rápido desde temperaturas elevadas e por
bombeamento com partículas de alta energia (neutrões).

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Autointersticial-quando um átomo ocupa um espaco intersticial entre
os atomos de seu entorno que ocupam posições normais. Introduz-se
na estrutura pela irradiação.

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Em cristais iónicos os defeitos são mais complexos devido a
necessidade de manter a neutralidade elétrica. Quando iões de carga
oposta faltam em uma estrutura iónica se cria uma divacante
aniónica-cationica que se conhece como defeito de Schottky. Se um
catião se move a um buraco intersticial do cristal iónico se cria uma
vacância catiónica na posição inicial do catião. Este par de defeitos
vacante-intersticio se chama de defeito de Frenkel.

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Defeitos Lineares ou Discordância
Estes defeitos em sólidos cristalinos provocam distorções na
rede centradas em torno de uma linha. Surgem durante a
solidificação do solido cristalino, durante a deformação
plástica ou permanente de sólidos cristalinos, por
condensação de vacâncias e pelo desajuste atómico nas
dissoluções solidas.

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Defeitos superficiais ou
interfaciais
São contornos que possuem duas dimensões e normalmente
separam as regiões dos materiais que possuem diferentes
estruturas cristalinas ou orientações cristalográficas. Incluem
superfícies externas, contornos de grão, contornos de macla,
falhas de empilhamento e os contornos de fases e as paredes
de domínio ferromagnético.

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Contornos de grão- contorno que separa dois pequenos grãos ou
cristais que possuem diferentes orientações cristalográficas em
materiais policristalinos.

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Superfícies externas
Os átomos da superfície não estão ligados ao maior numero de
átomos vizinhos mas próximos e estão num estado de energia maior
do que os átomos nas posições interiores.

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Contorno de Macla

Tipo de contorno de grão através do qual existe uma simetria de


espelho da rede cristalina, isto é, os átomos em um dos lados do
contorno estão localizados em posições de imagem em espelho dos
átomos no outro lado do contorno. A região de material entre esses
contornos e chamada de macla. As maclas resultam de
deslocamentos atómicos que são produzidos a partir de forças
mecânicas de cisalhamento aplicadas(maclas de deformação) e
também durante tratamentos térmicos de recozimento realizados
após deformações(macla de recozimento).

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Defeitos volumétricos
Forma-se quando um grupo de átomos ou de
defeitos pontuais se unem para formar um vazio
tridimensional ou poro ou quando um grupo de
átomos de impureza podem unir-se para formar um
precipitado tridimensional. Estes incluem poros,
trincas, inclusões, como consequência de alguma
etapa do processo de fabricação.

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Papel de defeitos sobre as
propriedades dos materiais
Ligas metálicas- uma mistura de dois ou mais
metais ou de um metal(metais) e um ametal(ametais).
São exemplos: latão, aço.

Solução sólida- um sólido que consta de dois ou


mais elementos que estão dispersos atomicamente e
forma uma estrutura de uma só fase. Existindo dois
tipos substitucionais e intersticiais.
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Solução Sólida Substitucionais
Formada por dois elementos, os átomos do soluto podem substituir os
átomos do dissolvente nas posições da rede cristalina.
As seguintes condições favorecem uma grande solubilidade de um
elemento no outro:

Os diâmetros dos átomos dos elementos não devem diferir muito mais
de aproximadamente 15%.
As estruturas cristalinas dos elementos tem que ser as mesmas.
Não deve haver diferenças apreciáveis nas eletronegatividade dos
elementos para evitar que formam compostos.
Os elementos devem ter a mesma Valência. Dado que a rede atómica
cristalina pode suportar só uma quantidade limitada de expansão ou
contração. 44
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Soluções sólidas intersticiais
Os átomos do soluto se situam nos espaços que há
entre os átomos do dissolvente ou da célula. Se
formam quando um átomo e muito maior que outro.

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TPC
• Quais as técnicas para identificação de
defeitos em sólidos?

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Bibliografia
 WILLIAM F. Smith, ¨Fundamentos de la Ciencia e Ingeniería de
Materiale¨s. EUA,4a edição, Ed. Mc Graw, 2004.

 CALLISTER, W. D. JR. ¨Ciência de Engenharia de Materiais¨. 5a


edição. Rio de Janeiro Edit LTC. 2002.

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