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Curso de Técnico em Química

Química Inorgânica II
Prof. Leonardo Viana

Metais: estrutura, propriedades e


ligação
Metais, o que são?
- A maior parte das substâncias simples são metálicas,
apresentando as seguintes propriedades: boa condução elétrica e
térmica, ductibilidade (formam fios) e maleabilidade (formam
lâminas). Mais adiante, esses e outros aspectos dos metais serão
discutidos.
Estrutura dos metais
- Como a maior parte dos metais é encontrada, nas condições ambientes, no estado
sólido, é importante conhecer alguns aspectos da estrutura deles.
- Como ponto de partida, considera-se os átomos de um metal ocupam posições
determinadas no sólido. Desse modo, para facilitar o entendimento, criou-se um modelo
que considera que um metal é composto por átomos que têm um formato esférico. MAS
ISSO É APENAS UM MODELO, OU SEJA, UMA MANEIRA DE FACILITAR O
ENTENDIMENTO SOBRE COMO PARECE SER A ESTRUTURA DE UM
METAL.

Modelos cúbicos para um metal. Da esquerda para a direita temos: cúbico


comum, cúbico de corpo centrado e cúbico de face centrada.
Estrutura dos metais

- Esse modelo representa uma fração da estrutura do


metal, sendo conhecido por célula unitária.

- Uma célula unitária é uma parte imaginária capaz de


reproduzir toda a estrutura de um metal caso seja
repetida ao longo dos três eixos cartesianos
(movimento translacional).

- As células unitárias são tomadas


como “blocos de construção”
estrutural.
A ligação metálica
- O fato de os metais se mostrarem excelentes
condutores elétricos indica que cargas livres
estejam presentes na estrutura.

- Assim, entende-se que os elétrons estejam livres


nos metais, sendo que isso deve ser explicado
quando se pensa em caráter da ligação metálica.

- Desse modo, o modelo de uma ligação iônica ou


covalente não são adequados para explicar a
ligação metálica. Mas por quê?
A ligação metálica
-
-Os físicos Drude (1990) e Lorentz (1923)
foram os responsáveis por formularem as
primeiras ideias sobre as ligações
metálicas, sendo proposta a teoria dos
elétrons livres ou do “mar” de elétrons.
Hendrik Lorentz
Paul Drude -Essa teoria sugere que a coesão na
estrutura de um metal ( ou seja, a ligação)
deve-se à interação entre os cátions e os
elétrons livres, sendo também útil na
explicação da condutividade elétrica e
térmica.

-No entanto, essas explicações são bem


úteis apenas por um ponto de vista
qualitativo.
A ligação metálica

A figura acima ilustra o modelo do


“mar de elétrons” de um metal A figura acima indica que o fato de existirem
elétrons livres permite a manutenção da
estrutura do metal, quando, por exemplo, ele
está sendo comprimido.

Como explicar estas


propriedades dos metais?
A ligação metálica - Teoria das bandas
- Outra forma de se interpretar a ligação metálica é sob o
ponto de vista da teoria dos orbitais moleculares (TOM)
estudada brevemente em Química Inorgânica I.

- Essa teoria é a mais usada na interpretação das


propriedades dos metais e seu uso pode ser entendido
pelo seguinte motivo: os elétrons num metal estão
deslocalizados (espalhados) sobre a estrutura, tal como
os orbitais moleculares em uma estrutura molecular.

- Sob esse ponto de vista, interpreta-se, pela TOM, que o


metal (M) é uma imensa molécula -M(n)- com orbitais e
elétrons deslocalizados pela estrutura. Como assim?
A ligação metálica - Teoria das bandas
- A proposta da TOM é a seguinte: em um metal, os orbitais atômicos (OAs) se
combinam formando orbitais moleculares (OMs). Quando poucos átomos são usados
na formação de OMs, a distância entre os níveis de energia é maior. No entanto, à
medida que mais átomos são usados na formação dos OMs, a diferença de energia
entre os níveis é menor.

- Considerando que num metal o número de OAs é muito elevado, o número de OMs
será igualmente elevado e a diferença de energia entre eles bem pequena.

- Assim, nos metais, os níveis de energia (OMs formados) ficam muito próximos,
formando uma região quase contínua (banda), ou seja, sem muito espaçamento entre
um nível e outro.
A ligação metálica - Teoria das bandas
- Vejamos para o sódio como poderia ser analisada a formação de um conjunto de
OMs.
A ligação metálica - Teoria das bandas

Duas regiões distintas são formadas: a região que é ocupada por elétrons é conhecida
como banda de valência; já aquela que é vazia ou pouco ocupada é conhecida por
banda de condução. Como a diferença de energia entre uma região e outra é
pequena, a condução (devida ao “gap” ou salto de energia) ocorre facilmente.

* A teoria das bandas explica as propriedades de materiais chamados de


semicondutores, como veremos na aula de grupo 14 mais à frente.
A ligação metálica – Tendências importantes
- A ligação metálica fica mais forte quanto mais elétrons de valência são
disponibilizados para o “mar” de elétrons;

- Os metais do bloco d, em geral, apresentam ligação metálica mais fortes que os


demais metais já que há participação dos elétrons dos orbitais d no estabelecimento
de ligações;

- Os metais do grupo 12 (Zn, Cd e Hg) são mais moles que os demais metais do
bloco d, já que estando seus orbitais d estão completos e isso dificulta a remoção de
elétrons para a participação nas ligações. Assim, elas são mais fracas e eles são
mais moles que os outros metais do bloco d;

- A alta energia de ionização do Hg dificulta a participação de elétrons na ligação,


sendo estas suficientemente fracas a ponto dele ser um líquido nas condições
ambientes.
A ligação metálica – Tendências importantes

- Impurezas nos metais causam ligações localizadas que dificultam o


deslizamento entre as camadas de átomos, o que diminui a maleabilidade e
aumenta a dureza. Por isso, ligas metálicas são mais resistentes que os
metais puros.
Vamos pensar...
- O que seria uma ligação direcional? Por que podemos
dizer que a ligação metálica não é direcional?

- As entalpias de atomização (∆H), em kJ mol-1, do 21Sc,


22Ti e 23V são, respectivamente, 376, 469 e 562.
Observando a distribuição eletrônica deles, justifique o
comportamento experimental.

- Dentre os elementos do Sc ao Zn, a entalpia de


dissociação do zinco é a menor. Justifique.

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