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UNIVERIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

FACULDADE DE TECNOLOGIA

MATERIAIS CERÂMICOS

MATERIAIS PARA EQUIPAMENTO DE PROCESSOS QUÍMICOS


FAT04-13162
CERÂMICAS
Considerações Iniciais

As estruturas encontradas nos materiais cerâmicos são diferentes


daquelas presentes nas outras classes de materiais, porque os materiais
cerâmicos são compostos:
 Inorgânicos;
 Contendo pelo menos dois – e com muita frequência, mais –
elementos químicos

 Em aplicações tecnológicas podem ser usadas em uma variedade de


morfologias: monolitos, pós finos, filmes finos ou espessos, fibras
longas ou curtas
 Cada um desses pode ser um monocristal ou ser policristalino, ou
ainda pode ser amorfo.
CERÂMICAS
• A maioria das cerâmicas é composta entre elementos metálicos e
não metálicos, os quais as ligações interatômicas podem ser de
puramente iônica ate carater totalmente covalente.

• Os materiais cerâmicos apresentam alto ponto de fusão.

• São geralmente isolantes elétricos, embora possam existir


materiais cerâmicos semicondutoras, condutores e até mesmo
supercondutores (estes dois últimos, em faixas específicas de
temperatura).

• São comumente estáveis sob condições ambientais severas.

• Os materiais cerâmicos são geralmente duros e frágeis.

• As matérias−primas para fabricação de cerâmicas são abundantes e


relativamente baratas.
CERÂMICAS
CERÂMICAS
CERÂMICAS
CERÂMICAS
CERÂMICAS
Os principais materiais cerâmicos são:

– Materiais Cerâmicos Tradicionais: cerâmicas estruturais, louças,


refratários (provenientes de matérias primas argilosas).
– Vidros e Vitro-Cerâmicas.
– Abrasivos.
– Cimentos.
– Cerâmicas “Avançadas” : aplicações eletro-eletrônicas, térmicas,
mecânicas, ópticas, químicas, biomédicas
CERÂMICAS - ESTRUTURAS CRISTALINAS
Para os materiais cerâmicos cuja a ligação atômica é
predominantemente iônica, as estruturas cristalinas podem ser
consideradas como sendo compostas por íons eletricamente carregados
(cátion-ânion).

Influência da estrutura cristalina em relação as características dos íons


componentes em materiais cerâmicos cristalinos:
• a magnitude da carga elétrica em cada um dos íons componentes;
• o tamanho relativo dos cátions e dos ânions.
CERÂMICAS - ESTRUTURAS CRISTALINAS

Em geral, a estrutura cristalina dos materiais cerâmicos é mais


complexa que a dos metais, uma vez que eles são compostos pelo
menos por dois elementos, em que cada tipo de átomo ocupa posições
determinadas no reticulado cristalino.
CERÂMICAS - ESTRUTURAS CRISTALINAS
Dependendo do número de cátions e ânions, as estruturas cristalinas
das cerâmicas podem ser divididas em grupos.

Grupo tipo AX - cerâmicas com número igual de ânions e cátions;


vértices e todas as posições nas faces da
Arranjo CFC célula cúbica estão ocupados por íons de S
Coordenada tetraédrica

NaCl, MgO, MnS, LiF e FeO ZnS, o ZnTe e o SiC.


CERÂMICAS - ESTRUTURAS CRISTALINAS
Grupo tipo AmXp - cerâmicas com cargas dos cátions e dos ânions
diferentes
Ex: fluorita (CaF2), ZrO2 (cúbico), UO2, PuO2 e ThO2.

metade das posições centrais nos cubos está ocupada com íons Ca2+.
Uma célula unitária consiste em oito cubos
CERÂMICAS - ESTRUTURAS CRISTALINAS
Grupo tipo AmBnXp - cerâmicas com dos tipos de cátions
Ex: titanato de bário (BaTiO3) - Material Piezoelétrico
CERÂMICAS
CERÂMICAS À BASE DE SILICATOS

Para caracterizar as estruturas cristalinas desses materiais é


conveniente usar vários arranjos de um tetraedro de SiO44-.

Várias estruturas de silicatos surgem das diferentes maneiras nas quais


as unidades de SiO44- podem ser combinadas em arranjos
unidimensionais, bidimensionais e tridimensionais.
CERÂMICAS
Sílicas – oxido de silício (SiO2)
Silicato mais simples.
classe específica de cerâmicas que possui propriedades bastante
interessantes:
• existência de 17 estruturas cristalinas, o que é chamado de
polimorfismo.

• Suas estruturas são relativamente


complexas e comparativamente
abertas;

• apresentam massas específicas


relativamente baixas.
CERÂMICAS
Vidros à Base de Sílica
A sílica também pode existir como um sólido ou vidro não cristalino com
elevado grau de aleatoriedade atômica

• Os vidros comuns (usados para


recipientes, janelas, etc.) são
vidros à base de sílica, aos quais
foram adicionados outros óxidos,
tais como CaO e Na2O

• De um ponto de vista prático, a


adição desses modificadores e
intermediários reduz o ponto de
fusão e a viscosidade de um vidro,
tornando mais fácil sua
conformação em temperaturas
mais baixas vidro de sódio-silicato
CERÂMICAS
PROPRIEDADES MECÂNICAS

Sua principal desvantagem tem sido uma disposição à fratura


catastrófica de maneira frágil com muito pouca absorção de energia.

As cerâmicas quase sempre


fraturam antes que qualquer
deformação plástica.

O processo de fratura frágil


consiste na formação e na
propagação de trincas através da
seção transversal de um material,
em uma direção perpendicular à
da carga aplicada
CERÂMICAS
A tenacidade à fratura em deformação plana, KIc,, é definida como:

em que:

Y é um parâmetro ou função adimensional que depende tanto da


geometria da amostra quanto da geometria da trinca;
σ é a tensão aplicada;
a é o comprimento de uma trinca superficial, ou a metade do
comprimento de uma trinca interna.
CERÂMICAS
RESISTÊNCIA À FLEXÃO

o comportamento tensão-deformação das cerâmicas frágeis não é


avaliado por um ensaio de tração, por três razões:

• difícil preparação e teste das amostras com a geometria


necessária;
• difícil prender os materiais frágeis sem fraturá-los;
• as cerâmicas falham após uma deformação de apenas
aproximadamente 0,1%, o que exige que os corpos de provas de
tração estejam perfeitamente alinhados para evitar a presença de
tensões de flexão, que não são calculadas com facilidade.
CERÂMICAS
RESISTÊNCIA À FLEXÃO
Na maioria das vezes é mais adequadamente empregado um ensaio
de flexão transversal.

A tensão no momento da fratura quando


se emprega esse ensaio de flexão é
conhecida como resistência à
flexão, módulo de ruptura, resistência à
fratura ou resistência ao dobramento.
CERÂMICAS
COMPORTAMENTO ELASTICO

O comportamento tensão-deformação elástico para os materiais


cerâmicos usando esses ensaios de flexão é semelhante aos
resultados obtidos nos ensaios de tração em metais:

A faixa dos módulos de elasticidade


dos materiais cerâmicos está entre
aproximadamente 70 e 500 GPa,
sendo ligeiramente superior à dos
metais.
CERÂMICAS
INFLUÊNCIA DA POROSIDADE

Para algumas técnicas de fabricação de cerâmicas, como na


PRENSAGEM DE PÓS:

• a matéria-prima está na forma de um pó.


• Após a compactação ou a conformação dessas partículas na
forma desejada, haverá poros ou espaços vazios entre as
partículas do pó;
• Durante o tratamento térmico subsequente, a maior parte dessa
porosidade será eliminada;
CERÂMICAS
INFLUÊNCIA DA POROSIDADE

Representação esquemática das etapas da prensagem uniaxial de pós. (a) A cavidade da matriz é
preenchida com o pó. (b) O pó é compactado pela aplicação de pressão pela parte superior da
matriz. (c) A peça compactada é ejetada pela ação de elevação do punção inferior. (d) A sapata
de enchimento empurra a peça compactada para fora da matriz, e a etapa de enchimento é
repetida.
CERÂMICAS
INFLUÊNCIA DA POROSIDADE

Mudanças microestruturais que ocorrem


durante a queima para pós compactados.

(a) Partículas de pó após a prensagem.

(b) Coalescência das partículas e formação


de poros conforme a sinterização tem
início.

(c) À medida que o processo de


sinterização avança, os poros mudam de
tamanho e forma.
CERÂMICAS
INFLUÊNCIA DA POROSIDADE

Qualquer porosidade residual no


processo de fabricação terá uma
influência negativa tanto sobre as
propriedades elásticas quanto sobre
a resistência mecânica
CERÂMICAS
INFLUÊNCIA DA POROSIDADE

Dependência do módulo de elasticidade (E) em relação à fração


volumétrica da porosidade

.
CERÂMICAS
INFLUÊNCIA DA POROSIDADE

Dependência do módulo de elasticidade (E) em relação à fração


volumétrica da porosidade

A porosidade tem efeito negativo sobre a resistência à flexão por


duas razões:
(1) os poros reduzem a área da seção transversal através da qual
uma carga é aplicada;
(2) eles também atuam como concentradores de tensões — para um
poro esférico isolado, uma tensão de tração aplicada é
amplificada por um fator de 2.
CERÂMICAS
DUREZA

É difícil realizar medições precisas da dureza.

A formação de muitas trincas leva a leituras imprecisas.

as durezas das cerâmicas são medidas usando as técnicas Vickers e


Knoop, que empregam indentadores com formas piramidais.

Um ensaio de dureza ideal seria projetado de modo a empregar uma


carga suficientemente alta que estivesse próxima ao platô de dureza,
sem a formação de trincas
CERÂMICAS

Classificação com base na aplicação:


CERÂMICAS
VIDROS

.
CERÂMICAS
PRODUTOS A BASE DE ARGILA

Uma das matérias-primas cerâmicas mais amplamente utilizadas.


• Barato
• encontrado naturalmente em grande abundância;
• é usado com frequência na forma como é extraído, sem qualquer
beneficiamento;
• amplitude no processo de conformação;

Estão divididas em duas classificações abrangentes:


• produtos estruturais à base de argila;
• louças brancas.
CERÂMICAS
REFRATÁRIOS

As propriedades características desses materiais incluem a


capacidade de resistir a temperaturas elevadas sem se fundir ou se
decompor, e sua capacidade em permanecer não reativos e inertes
quando expostos a ambientes severos.
O desempenho de um material refratário depende em grande parte da
sua composição.

Aplicação  Isolamento térmico.


CERÂMICAS
BLOCO REFRATÁRIO
É um conjunto de tijolos refratários (ou bloco monolítico) possuindo
no centro um furo circular ou cônico, por onde a chama do maçarico
se projeta para a câmara de combustão.

Os principais tipos de materiais


refratários e isolantes são:
- tijolos refratários;
- concreto refratário;
- fibras cerâmicas.

Caixa com Tubos Horizontais


CERÂMICAS
CERÂMICAS
REFRATÁRIOS

O aumento no teor de alumina aumentará a temperatura máxima de serviço,


permitindo a formação de uma pequena quantidade de líquido.
CERÂMICAS
ABRASIVOS
São usadas para desgastar, polir ou cortar outros materiais, que têm
obrigatoriamente menor dureza.

abrasivos mais comuns: carbeto de silício (SiC); carbeto de


tungstênio (WC), o óxido de alumínio (ou coríndon) e a areia de
sílica.

o alto grau de tenacidade é essencial para assegurar que as partículas


abrasivas não fraturem com facilidade.
CERÂMICAS
CERÂMICAS DE ALTA TECNOLOGIA

• Os processos de fabricação desses materiais podem diferir muito


daqueles das cerâmicas tradicionais.
• As matérias primas são muito mais caras, porque tem qualidade
muito melhor controlada (controle do nível de impurezas é crítico).
CERÂMICAS
CERÂMICAS DE ALTA TECNOLOGIA

• As aplicações são baseadas em propriedades mais específicas:


– elétricas
• sensores de temperatura (NTC, PTC)
• ferroelétricos (capacitores, piezoelétricos)
• varistores (resistores não lineares)
• dielétricos (isolantes)
– térmicas
– químicas
• sensores de gases e vapores
– magnéticas
– ópticas
– biológicas
CERÂMICAS
CERÂMICAS DE ALTA TECNOLOGIA

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