Você está na página 1de 44

DEPARTAMENTO DE

ENGENHARIA QUÍMICA E DE
MATERIAIS

Materiais
Compósitos

José Roberto Moraes d´Almeida


dalmeida@puc-rio.br

1
1 – Introdução
1.1 Conceito
A palavra compósito (ou composto ou conjugado) significa:

“formado por duas ou mais partes distintas”

Ferro fundido maleável

2
1 – Introdução
1.1 Conceito
A ideia básica que permeia o conceito de material compósito, é que
este material é fabricado de modo a se obter, de uma maneira
otimizada, uma determinada propriedade/característica, que não seria
obtida a partir do emprego isolado de um material, de modo a
satisfazer os requisitos de um projeto de engenharia.

Além disto, existe uma interface bem definida entre os componentes


do compósito, caracterizada, quase sempre, por uma descontinuidade
abrupta de propriedades.

3
Conceito

Objetivo: flutuar

Polímero impermeável

Propriedade: Baixa densidade Espuma


Otimização de Projeto
Otimização de Projeto
Polímero impermeável

Espuma

Fibras de Vidro

O projeto da estrutura só será otimizado usando as propriedades de diversos


materiais, que isoladamente não conseguiriam realizar a função desejada para
aquela estrutura.
Otimização de Projeto

“Ajax aproximou-se, carregando um escudo


semelhante à muralha de uma cidade,
formado por sete ou oito couros de boi presos
ao bronze...”
A Ilíada, Homero

7
Conceito

Metais

Compósitos

Polímeros Cerâmicos

8
Exemplos de aplicações

9
Exemplos de aplicações

Mais energia absorvida ~ menor


velocidade da bola rebatida

10
Exemplos de Aplicações
Conjunto de turbinas eólicas na
costa sudoeste da Dinamarca
Exemplo: Turbinas Eólicas
Exemplo: Turbinas Eólicas
1.2 Evolução do Emprego de Compósitos

14
1.2 Evolução do Emprego de Compósitos
Três fatores podem ser apontados como sendo os principais
responsáveis pelo desenvolvimento dos compósitos:
1 - o grande desenvolvimento dos materiais poliméricos,
que atualmente são os principais materiais utilizados como
matrizes em compósitos;
2 - início da produção de fibras sintéticas (vidro, carbono,
aramida) em larga escala;
3 - necessidade de novos materiais para estruturas de alto
desempenho a serem utilizadas na corrida espacial e na corrida
armamentista originadas pela Guerra Fria.

15
1.2 Evolução do Emprego de Compósitos

16
Exemplos de Aplicações

Turbina em fibras de vidro e aramida para gerar energia a


partir de correntes marítimas

Torres de transmissão
Exemplos de aplicações

Tipo de compósito mais comum

Poliéster reforçada por fibras de


vidro (PRF)

Carroceria

Guarda-corpo Estruturas pré-moldadas 18


1.3 Característica microestrutural

Matriz – fase
contínua
Fibra – fase
descontínua

19
1.4 Classificação dos compósitos
1.4.1 Classificação quanto ao tipo de matriz

Matriz:
compósitos de matriz metálica
compósitos de matriz cerâmica
compósitos de matriz polimérica

Esta classificação remete às propriedades da matriz. Ou


seja, deve-se esperar que o compósito vai apresentar
algumas características devidas às propriedades
inerentes das matrizes.
20
Classificação dos Compósitos
• Classificação em Função do Tipo da Matriz
Materiais compósitos

Polimérica Metálica Cerâmica

Epoxi Alumínio Óxido cerâmico

A grande maioria dos compósitos usados são de matriz polimérica


Classificação dos Compósitos
• Classificação em Função do Tipo da Matriz
Materiais compósitos

Polimérica Metálica Cerâmica

Carbon matrix
Aluminium 6061 matrix

Polyester matrix
1.4.1 Classificação quanto ao tipo de matriz

A grande maioria dos compósitos usados


são de matriz polimérica

Compósitos de matriz polimérica


❑Baixa densidade
❑Processabilidade

❑Durabilidade
23
Classificação quanto ao tipo de matriz
Característica: Processabilidade
1.4.2 Classificação quanto à forma da fase
dispersa
Nesta classificação o parâmetro observado é a razão de
aspecto da fase dispersa.

compósitos particulados: L 1
d
compósitos com fibras curtas: L d  1
L

compósitos com fibras longas,


ou contínuas:
L  1
d
d 25
1.4.2 Classificação quanto à forma da fase
dispersa

A classificação quanto à forma do reforço é muito importante,


pois indica o tipo de comportamento mecânico que se deve
esperar para o compósito.

a) e b) comportamento isotrópico; c) comportamento


ortotrópico 26
1.4.2 Classificação quanto à forma da fase
dispersa
Materiais compósitos

Particulados Reforçados por Fibras

Contínuas Descontínuas
1.4.2 Classificação quanto à forma da fase
dispersa
Comportamento isotrópico

  x   s11 s12 0   x 
     
  y  =  s12 s 22 0  0 
   0 s 66   0 
 xy   0

  x = s11 x + s12 0 + 0.0  x = s11 x


 
 y = s12 x + s 22 0 + 0.0   y = s12 x
  = 0. + 0.0 + s 0   = 0
 xy x 66  xy
28
1.4.2 Classificação quanto à forma da fase
dispersa
Comportamento ortotrópico geral

  x   s11 s12 s16   x 


     
  y  =  s12 s 22 s 26   0 
   s s 66   0 
 xy   16 s 26

  x = s11 x + s12 0 + s16 .0   x = s11 x


 
  y = s12 x + s 22 0 + s 26 .0    y = s12 x
 = s . + s .0 + s 0  = s 
 xy 16 x 26 66  xy 16 x
29
1.4.2 Classificação quanto à forma da fase
dispersa
Comportamento
ortotrópico

Comportamento
isotrópico 30
Particulados
1.4.3 Compósitos estruturais

Compósitos Estruturais
Reforçados por Fibras

Contínuas
Laminados Painéis
sandwich

Descontínuas
1.5 Variáveis que afetam o comportamento
dos materiais dos compósitos
Tendo em vista que os compósitos são fabricados por pelo
menos dois elementos constituintes – a matriz e o reforço –
suas propriedades são, logicamente, função das propriedades
desses elementos constituintes.
Além disso, a geometria da fase descontínua também afeta as
propriedades dos compósitos.

32
1.5 Variáveis que afetam o comportamento
dos materiais dos compósitos
Uma vez definidos os materiais com os quais o compósito será
fabricado e a geometria da fase descontínua, as propriedades
dos compósitos ainda podem ser variadas.
- em função da orientação da fase descontínua.

33
1.5 Variáveis que afetam o comportamento
dos materiais dos compósitos
- em função da distribuição espacial da fase descontínua.

34
1.5 Variáveis que afetam o comportamento
dos materiais dos compósitos
- em função da fração volumétrica (ou mássica) das fases.

Vr + Vm = 1 Mr + Mm =1
35
1.5 Variáveis que afetam o comportamento
dos materiais dos compósitos

Uma relação simples pode ser estabelecida entre as


frações volumétricas e mássicas de um compósito, a
saber:
c
Vi =  Mi
i
onde ρi é a densidade da i-ésima fase e ρc é a densidade
do compósito.

36
1.6 Propriedades específicas
A possibilidade de se controlar/alterar as propriedades é, na
verdade, o grande atrativo que os compósitos apresentam
como materiais de engenharia. A adequada seleção da matriz e
do reforço, bem como das frações relativas entre essas fases e
a distribuição espacial entre elas dá ao projetista uma
versatilidade de projeto que permite adequar as propriedades
do compósito aos requisitos de projeto e não o projeto as
propriedades do material.

Resistência específica: σ/ρ


Módulo específico: E/ρ 37
1.6 Propriedades específicas

38
1.6 Propriedades específicas

❑Combinações improváveis de propriedades


em relação aos materiais convencionais

Projetar em função dos requisitos de projeto


e não mais em função do material

Otimização do projeto

39
1.6 Propriedades específicas

Otimização do projeto
F
A σ = E.e
σ = F/A
m = cte. ρ/E
L e = ΔL/L
cte = F.L2/ ΔL
ρ = m/A.L

40
1.7 Exemplos de aplicações

41
1.7 Exemplos de aplicações

42
1.8 Comentários finais
Os diversos exemplos mostrados deixam claro que os
materiais compósitos apresentam inúmeras características
vantajosas em relação aos materiais convencionais.
A expansão do uso de compósitos está relacionada,
principalmente, ao fato desses materiais apresentarem
elevadas propriedades específicas e boa resistência à
corrosão.

Mas e o custo de se fabricar um compósito?

43
1.8 Comentários finais
O custo por unidade de peso dos componentes fabricados em
compósito é superior ao dos componentes em aço.

Vantagens econômicas:

Peso significativamente menor


Custo menor de instalação

Custos de manutenção mais baixos

44

Você também pode gostar