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II - Síntese de Membranas
Indice
2.1- Intodução
2.2 - Materiais para Membrana
2.2.1 - Materiais
Polímeros
Cerâmicos
Metais
Conforme visto no capítulo anterior, membrana pode ser definida como uma
barreira que separa duas fases e que restringe, total ou parcialmente, o transporte de uma
ou várias espécies químicas presentes nas fases. Nos processos de separação por
membranas elas representam o coração do processo. No entanto, como será visto mais
adiante, mesmo uma excelente membrana pode apresentar um desempenho bisonho, caso
o sistema onde ela esta incorporada não seja operado adequadamente.
ISOTRÓPICA
POROSA
ANISOTRÓPICA
MEMBRANA
ISOTRÓPICA
DENSA INTEGRAL
ANISOTRÓPICA
( Pele densa) COMPOSTA
COPPE/UFRJ
COPPE/UFRJ
2.2.1 - Materiais
Metais. A ligação metálica que mantem os átomos numa estrutura de rede envolta
numa nuvem de elétrons livres é responsavel pelas principais propriedades caracteristicas
dos metais, como altas condutividades, plasticidade e resistência mecânica. Estas e outras
propriedades quimicas (particularemente as catalíticas) sugeriram-nos como candidatos
naturais para material de membrana, seja densa ou porosa. É o caso de aguns metais de
transição como Pd, Ag, W e Mo que são empregados puro ou em ligas com Ni, Rh e
outros. Em alguns casos, moléculas pequenas como H2 e O2 são absorvidos por Pd e Ag,
respectivamente, e difundem na rede metalica, justificando o emprego destes metais como
membranas densas.
MATERIAIS EMPREGADOS NO PREPARO DE MEMBRANAS
POLIMÉRICOS
• ACETATO DE CELULOSE
• POLISULFONA
• POLIETERSULFONA
• POLIACRILONITRILA
• POLIETERIMIDA
• POLICARBONATO
• POLIÁLCOOLVINÍLICO
• POLIDIMETISILOXANO
• POLIURETANA
• EPDM
• EVA
NÃO POLIMÉRICOS
• CERÂMICAS
• GRAFITE
• METAIS
n n
n m
Borracha SBR
(poli(estireno-co-butadieno))
Sinterização
A sinterização consiste na fusão incipiente de materiais na forma de pó, com
granulometria controlada em um molde sob pressão. A porosidade final da membrana e o
tamanho médio de poros depende, entre outros fatores, do material, da granulometria do
pó, da temperatura e tempo de residência nesta temperatura e da pressão aplicada no
molde. Esta técnica pode ser utilizada tanto para polímeros como para materiais
inorgânicos como metais e cerâmicas. As principais caracteristicas das membranas
produzidas por sinterização são apresentadas na Figura 13. Na Figura 17a é apresentada
uma fotomicrografia de uma membrana preparada pela sinterização de
politetrafluoretileno em pó.
Estiramento
Uma outra técnica relativamente simples de preparar membranas microporosas
isotrópicas é através da estiramento de filmes homogêneos de polímeros semi cristalinos.
Normalmente são empregados filmes extrudados de polietileno ou politetrafluoretileno e
o estiramento é efetuado perpendicularmente a direção de extrusão. Este procedimento
provoca pequenas fraturas no filme polimérico o que dá origem a poros relativamente
uniformes, com diâmetro entre 1 e 10m. As principais características das membranas
assim obtidas podem ser encontradas na Figura 14. Na Figura 17b é apresentadas uma
fotomicrografia de uma membrana de politetrafluoretileno, preparada pela técnica do
estiramento de filme denso.
Gravação ("Track-Etching")
Membranas microporosas, com poros perfeitamente cilíndricos e de diâmetro
uniforme, podem ser obtidas através da técnica conhecida como Gravação ou "Track-
Etching". Esta técnica consiste em se submeter um filme polimérico denso a um
bombardeamento de partículas nucleares carregadas, proveniente de um reator nuclear, e
posterior tratamento com uma solução cáustica. Na primeira etapa as partículas nucleares
atravessam a espessura da filme provocando a quebra nas ligações químicas das cadeias
poliméricas (track). Quando submetido ao tratamento químico, as regiões do polímero
danificadas pela passagem das partículas nucleares são atacadas, preferencialmente, e a
erosão provocada dá origem a poros perfeitamente cilíndricos (etching). A densidade de
poros dessas membranas depende do tempo e da intensidade da irradiação e o seu
diâmetro depende da natureza do banho cáustico e do tempo em que o filme fica
submetido a este tratamento. Um aumento na densidade de poros pode ser conseguido
com uma maior exposição do filme ao bombardeamento de partículas. No entanto, haverá
sempre um compromisso entre densidade de poros e sua uniformidade. Um
bombardeamento excessivo aumenta a possibilidade de que duas partículas atravessem o
filme em locais muito próximos, provocando o aparecimento de poros maiores, quando
do tratamento químico, pela interconecção de dois ou mais poros. Na Figura 15 são
apresentadas algumas características das membranas produzidas por esta técnica. A
NucleporeR é a principal fabricante deste tipo de membrana. A Figura 17c apresenta uma
fotomicrografia de uma membrana microporosa de policarbonato preparada pela técnica
de gravação.
Inversão de Fase
A grande maioria das membranas microporosas, simétricas e assimétricas,
disponiveis comercialmente, são preparadas pela técnica da inversão de fase. Neste
processo um polímero é dissolvido em um solvente adequado e a solução espalhada
formando um filme de espessura uniforme, entre 20 e 200 m. No caso de membranas
microporosas isotrópicas este filme é exposto a vapores de um não solvente para o
polímero. O não solvente é absorvido pela solução provocando uma separação de fases no
sistema. A fase rica em polímero dará origem a parte estrutural da membrana e a fase rica
em solvente dará origem aos poros da membrana. Há um número muito grande de
variaveis que afetam as características finais da membrana formada por esta técnica. O
sistema polímero/solvente e eventuais aditivos, o não solvente e a temperatura são
algumas das variaveis mais importantes. A Figura 16 apresenta um resumo desta técnica.
Na Figura 17d é apresentada a fotomicrografia de uma membrana polimérica
microporosa simétrica preparada pela técnica da inversão de fase.
TÉCNICAS DE PREPARO DE MEMBRANAS MICROPOROSAS
• Sinterização
• Estiramento
• “Track Etching”
• Inversão de Fase
• Inversão de Fase
COPPE/UFRJ
ESTIRAMENTO
COPPE/UFRJ
Figura 14- Preparo de Membranas Microporosas. Técnica do Estiramento
TÉCNICAS DE PREPARO DE MEMBRANAS MICROPOROSAS
“TRACK-ETCHING”
Esta técnica consiste em submeter um filme polimérico
denso a um bombardeamento de partículas de um
reator nuclear, carregadas eletricamente, seguido de
uma lavagem com uma solução cáustica.
Irradiação “Etching”
Fonte de radiação
Filme polimérico
t0 t1 t2 t3
Tempo de “etching”
caminhos da radiação
INVERSÃO DE FASE
Técnica utilizada no preparo da maioria das
membranas comerciais disponiveis no mercado.
ETAPAS:
• Dissolução do polímero.
• Espalhamento da solução ( filme entre 20 e 200 m ).
• O Filme espalhado é exposto a uma atmosfera
controlada de vapores de um não solvente para o
polímero.
• O não solvente é absorvido pela solução e se difunde
ao longo da espessura do mesmo, promovendo uma
separação de fases no sistema polimérico. A fase
rica em polímeros dará origem a estrutura da
membrana e a fase pobre dará origem aos poros.
Imersão em banho
de não solvente
Gelificação
No entanto, existem polímeros semicristalinos, que são constituídos por uma fase
amorfa e outra cristalina, na qual os segmentos de cadeia estão ordenados. Quando se
utiliza um polímero desta natureza para a síntese de membranas, existe a possibilidade de
ocorrer outro tipo de transição no sistema, que seria a cristalização do polímero. Esta
transição não depende somente das condições termodinâmicas do sistema, mas também
da cinética, uma vez que as moléculas de polímero necessitam de um certo tempo hábil
para se ordenar, devido ao tempo de relaxação das cadeias poliméricas.
Outro fenômeno que pode ocorrer é conhecido como gelificação. Esta pode ser
definida como um processo no qual há a formação de uma estrutura tridimensional,
devido ao aparecimento de interações físico-químicas entre os segmentos de cadeia
polimérica e os solutos de baixo peso molecular.
Precipitação térmica
Uma solução polimérica é preparada a alta temperatura e então resfriada. Durante
a redução de temperatura, a solução pode tornar-se instável, iniciando o processo de
separação de fases líquido-líquido. Além da transferência de massa entre as fases
líquidas, a taxa de resfriamento influencia na morfologia da membrana resultante
(Figura 19).
solução
polimérica solução
placa de
vidro
b) Logo após a
Imersão
p
ns 0
1
s efeitos viscosos
c) Precipitação da presentes na
Interface região superficial
p
ns
0
1
s presença de
núcleos da
d) Separação
fase diluida
Líquido-Líquido p
em polímero
ns
0
a) Evaporação b) Temperatura
(Solvente)
espalhamento
evaporação
Imersão:
x(0)
Não solvente J2 J1 Solvente
x(t)
x Solução Polimérica
Suporte
Ji 1 .
R
• Evaporação de Solvente
• Extrusão
• Laminação
• Sopro
COPPE/UFRJ
Figura 23 - Técnicas de Preparo de Membranas Densas
Pele densa
Suporte poroso
anisotropico