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UNIVERIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

FACULDADE DE TECNOLOGIA

MATERIAIS POLIMÉRICOS

MATERIAIS PARA EQUIPAMENTO DE PROCESSOS QUÍMICOS


FAT04-13162
POLÍMEROS
São materiais:
 com alto peso molecular, macromoléculas;
 de origem orgânica, na maioria das vezes;
 podendo ser de origem natural ou sintético.

A maioria dos polímeros sintéticos foram descobertos após a Segunda


Guerra Mundial, revolucionando o campo dos materiais.
POLÍMEROS
Empregabilidade dos polímeros

Os polímeros sintéticos correspondem a única classe de materiais


não-metálicos empregados em equipamento de processo.

O aumento constante dos preços de muitos materiais metálicos e o


aperfeiçoamento continuo dos poliméricos, tende a tornar cada vez
maior a expansão do emprego dessa classe de materiais.
POLÍMEROS
Obtenção dos polímeros:

São obtidos através de reações químicas de polimerização, que formam


estruturas moleculares que consistem na repetição de pequenas
unidades, chamadas meros.

O tamanho e a estrutura da molécula do polímero determinam as


propriedades do material.
POLÍMEROS
De onde vem os polímeros? (forma tradicional)
POLÍMEROS
POLÍMEROS
POLÍMEROS
CLASSIFICAÇÃO

homopolímero  Quando todas as unidades repetidas ao longo de


uma cadeia são do mesmo tipo.

copolímero  Cadeias podem ser compostas por duas ou mais


unidades repetidas diferentes.
POLÍMEROS
CLASSIFICAÇÃO COPOLÍMEROS

a) aleatório etileno-acetato de vida (EVA),


borracha sintética de estireno
e butadieno (SBR)

b) alternado
anidrido maleico-estireno

borracha termoplástica tribloco de


c) em bloco estireno e butadieno (SBS) ou isopreno
(SIS).

d) enxertado
Acrilonitrila-Butadieno-Estireno (ABS)
POLÍMEROS
PESO MOLECULAR

𝑀𝑛 = peso molecular médio pelo número de moléculas;


𝑀𝑖 = peso molecular médio da faixa de tamanhos i;
𝑀𝑛 = 𝑥𝑖 𝑀𝑖 𝑥𝑖 = fração do número total das cadeias que se
encontram dentro da faixa de tamanhos
correspondentes.

𝑀𝑝 = peso médio pelo peso;


𝑤𝑖 = fração em peso das
𝑀𝑝 = 𝑤𝑖 𝑀𝑖 moléculas dentro do mesmo
intervalo de tamanhos.
POLÍMEROS
GRAU DE POLIMERIZAÇÃO (n)

Via de regra, maiores graus de polimerização asseguram melhores


propriedades físicas do produto.

Nos polímeros, o valor de “n”, normalmente é superior a 10.000. Ou


seja, uma molécula de polietileno é constituída da repetição de 10.000
ou mais unidades de etileno.
POLÍMEROS
GRAU DE POLIMERIZAÇÃO (n)
POLÍMEROS
CLASSIFICAÇÃO - ESTRUTURA MOLECULAR

Linear Ramificada

com ligações cruzadas em rede (tridimensional)


POLÍMEROS
CLASSIFICAÇÃO - ESTRUTURA MOLECULAR

• unidades repetidas estão unidas entre


si extremidade a extremidade em
cadeias únicas;

• pode haver muitas ligações de van


der Waals e de hidrogênio entre as
Linear cadeias;

• Exemplos:
PE; PVC; poli(metacrilato de vinila),
nylon e fluorocarbonos.
POLÍMEROS
CLASSIFICAÇÃO - ESTRUTURA MOLECULAR

• cadeias de ramificações laterais estão


ligadas às cadeias principais;

• as ramificações, consideradas como


parte da molécula da cadeia principal,
podem resultar de reações paralelas
Ramificada que ocorrem durante a síntese do
polímero;

• Exemplos:
PEBD.
POLÍMEROS
CLASSIFICAÇÃO - ESTRUTURA MOLECULAR

• cadeias lineares adjacentes estão


unidas umas às outras em várias
posições por meio de ligações
covalentes;

• Estas ligações cruzadas amarram


uma cadeia às outras impedindo seu
com ligações cruzadas livre deslizamento.

• O processo de formação de ligações


cruzadas é conseguido tanto durante
a síntese do polímero quanto por meio
de uma reação química irreversível.

• Exemplos:
materiais elásticos tipo borrachas
POLÍMEROS
CLASSIFICAÇÃO - ESTRUTURA MOLECULAR

• Monômeros multifuncionais com três


ou mais ligações covalentes ativas
formam redes tridimensionais;

• Exemplos:
em rede resinas epóxi, poliuretanas e fenol-
formaldeídos

Em geral, os polímeros não são compostos por um único tipo estrutural específico.
Por exemplo, um polímero predominantemente linear pode ter uma quantidade
limitada de ramificações e de ligações cruzadas.
POLÍMEROS
CLASSIFICAÇÃO
POLÍMEROS
CRISTALINIDADE DOS POLÍMEROS

compactação de cadeias moleculares


para produzir um arranjo atômico
ordenado.

Em consequência de seu tamanho e de


sua frequente complexidade, os
polímeros são geralmente parcialmente
cristalinos, com regiões cristalinas
dispersas em uma matriz amorfa.

Arranjo de cadeias moleculares em


uma célula unitária para o PE
POLÍMEROS
CRISTALINIDADE DOS POLÍMEROS
Porcentagem de cristalinidade (para polímeros semicristalinos) —
dependência em relação à massa específica de uma amostra e às
massas específicas dos materiais totalmente cristalinos e
totalmente amorfos

Quanto mais cristalino


maior a densidade;
maior a resistência mecânica;
maior a resistência ao amolecimento pelo calor;
POLÍMEROS
FATORES QUE ALTERAM A CRISTALINIDADE DOS POLÍMEROS

a) Fatores estruturais
- Linearidade da cadeia
- Taticidade  Polímeros estereoregulares tendem a apresentar
cristatilina
- Grupo lateral  dificulta um empacotamento regular
- Configuração em torno de duplas ligações  borrachas trans 
"cristalização sob tração"
- Polaridade
- Copolimerização

b) Fatores externos
- Impurezas ou aditivos
- Segunda fase
POLÍMEROS
CLASSES DE MATERIAIS POLÍMERICOS

• Plásticos termoplásticos;
• Plásticos termorrígidos;
• Elastômeros.
• Fibras
POLÍMEROS
TERMOPLÁSTICOS.
• São materiais que amolecem (e eventualmente se liquefazem)
quando são aquecidos, e endurecem quando são resfriados.

• Os processos são totalmente reversíveis e podem ser repetidos


inúmeras vezes, conservando as suas propriedades quase
integralmente.

• Porém, uma degradação irreversível ocorre quando a temperatura de


um polímero termoplástico fundido é aumentada excessivamente.

• Fazem parte desta classe, a maioria dos polímeros lineares e


aqueles que têm algumas estruturas ramificadas com cadeias
flexíveis.

• Maior utilização industrial (70% em peso da quantidade total de


plásticos)
Polietileno (PE), Polipropileno (PP), Poli(cloreto de vinila) PVC,
poli(metacrilato de metila) (PMMA), Poliestireno (PS).
POLÍMEROS
TERMORRÍGIDO.

• São polímeros que tornam-se permanentemente rígidos durante a


formação da rede e não amolecem sob aquecimento.

• Durante os tratamentos térmicos, essas ligações prendem as


cadeias umas às outras para resistir aos movimentos de vibração e
de rotação da cadeia em temperaturas elevadas.

• Pertence a esta classe, a maioria dos polímeros com ligações


cruzadas e em rede, incluindo as borrachas vulcanizadas, os epóxis,
as resinas fenólicas e algumas resinas poliéster.

Adesivos, tintas, resina fenólica (baquelite), resina epóxi, resinas


de poliéster, embutimento de amostras metalográficas
POLÍMEROS
ELASTÔMEROS.

• Têm como propriedade característica a extraordinária elasticidade e


flexibilidade;

• Esse tipo de material atinge a ruptura com uma deformação elástica


muito grande (300% a 700%) e sem que ocorram deformações
permanentes;

• Por conterem ligações cruzadas, os elastômeros são insolúveis e não


podem ser reciclados por fusão.
POLÍMEROS

Callister,
POLÍMEROS
PROCESSAMENTO DE POLÍMEROS

Fenômenos importantes:

Cristalização

Fusão

Transição vítrea
POLÍMEROS
PROCESSAMENTO DE POLÍMEROS

Cristalização (Tc)

• Produção de uma fase sólida ordenada a partir de um polímero


fundido com estrutura molecular altamente aleatória.
• Estágios do processo: Nucleação e crescimento.
• A cristalização pode ocorrer de duas formas: isotérmica ou de forma
dinâmica.
POLÍMEROS
PROCESSAMENTO DE POLÍMEROS

Fusão cristalina (Tm)

• Processo inverso a cristalização.


• é o valor médio da faixa de temperatura em que, durante o
aquecimento, desaparecem as regiões cristalinas com a fusão dos
cristalitos.
• Neste ponto, a energia do sistema atinge o nível necessário para
vencer as forças intermoleculares secundárias entre as cadeias da
fase cristalina, destruindo a estrutura regular de empacotamento.

• aplicada para polímeros semicristalinos


POLÍMEROS
PROCESSAMENTO DE POLÍMEROS

Transição vítrea (Tg)

• é o valor médio da faixa de temperatura que, durante o


aquecimento de um material polimérico, permite que as cadeias
poliméricas da fase amorfa adquiram mobilidade.

• Abaixo de Tg o polímero não tem energia interna suficiente para


permitir o deslocamento de uma cadeia com relação a outra por
mudanças conformacionais
POLÍMEROS
PROCESSAMENTO DE POLÍMEROS

Transição vítrea (Tg)

.
POLÍMEROS
TEMPERATURAS DE USO EM ENGENHARIA

A temperatura máxima de uso de uma dada peça de plástico é


determinada pela sua temperatura de amolecimento:

Elastômeros
Tuso > Tg , apresentam Tg muito abaixo da temperatura ambiente,
pois possuem alta mobilidade das cadeias e elasticidade.
Exemplo: borrachas vulcanizadas..

Polímeros estruturais amorfos:


Tuso < Tg são rígidos e vítreos à temperatura ambiente.
Exemplos: PS, PMMA, SAN, PC, etc.
POLÍMEROS
TEMPERATURAS DE USO EM ENGENHARIA

Polímeros altamente cristalinos e polímeros orientados


Tuso << Tm podendo ser usados a temperaturas de no máximo
100°C abaixo de Tm.
Temperaturas maiores já iniciam a fusão de cristais pequenos,
instabilizando dimensionalmente a peça. Neste caso, o Tg não é
importante, pois a fração volumétrica amorfa é pequena.
Exemplo: nylon, PET, PAN.

Polímeros com cristalinidade média (%CE 50%):


Tg < TUSO < Tm , rigidez e resistência mecânica moderadas.
Exemplos: PEAD, PEBD.
POLÍMEROS

Variações que se observa com a temperatura:

• Diminuição do módulo de
elasticidade;

• Diminuição do limite de
resistência à tração;

• Aumento do alongamento à
rotura (melhora a ductibilidade).

Influência da temperatura sobre as


propriedades mecânicas do PMMA
Callister,
POLÍMEROS
Os materiais poliméricos de todas as classes podem conter, além
da resina propriamente dita, diversos aditivos acresentados para
varias finalidades, tais como:

• Plastificantes;
• Cargas;
• Pigmentos;
• Antioxidantes;
• Estabilizadores contra raios UV;
• Retardadores de chama.
POLÍMEROS
Os materiais plásticos de engenharia são mais caros que o aço-
carbono comum e mais baratos que o aço-inoxidável.

Relação de preços:
Aço-carbono < Termoplástico < Termorrígido <Aço-inoxidável

polímero termoplástico = 2x aço-carbono


polímero termorrígido = 4x aço-carbono

aço inoxidável = 5x polímero termoplástico


aço inoxidável = 10x polímero termorrígido
POLÍMEROS
Os polímeros podem apresentar falha por fadiga sob condições de
carregamento cíclico.

Como seria esperado, a resistência à fadiga e os limites de resistência


à fadiga para os materiais poliméricos são muito menores que para os
metais.
POLÍMEROS - VANTAGENS
- Material leve (densidade varia entre 0,9 a 2,2);

- Alta resistência a corrosão. Essa resistência é, de um modo geral,


complementar à resistência dos aços inoxidáveis;

- Custo muito menor em relação a outros materiais de resistência a


corrosão comparável;

- Em geral, o coeficiente de atrito muito baixo, o que facilita a


manutenção, limpeza e drenagem, em operações em batelada;

- Baixa condutividade térmica, tornando esses materiais auto-isolantes.

- Isolantes elétrico. Por essa razão, empregam-se os plásticos e


elastômeros em peças (luvas, juntas, arruelas) interrompendo a
formação de pilhas galvânicas.
POLÍMEROS - VANTAGENS
- Facilidade de fabricação e manuseio;

- Dispensa pintura, pelo fato de não haver corrosão atmosférica e ter


uma boa aparência;

- Existência de materiais abrangendo uma vasta gama de


propriedades;
POLÍMEROS - DESVANTAGENS
- Baixa resistência à temperatura (plásticos – Tlim=100 ºC)

- Picos de temperatura, mesmo em curto tempo, têm efeito muito mais


grave para o material do que os metais;
Exceções: PTFE: Tlim = 290 ºC
Polinorboneno: Tlim = 600 ºC

- Baixa resistência mecânica. (Em geral, resistência tração na ordem


de 1,5 a 10 kg/mm²)

- Insegurança nas informações técnicas relativas a comportamento


mecânico e dados físicos.

- Pouca estabilidade dimensional (deformações por fluência a qualquer


temperatura);
POLÍMEROS - DESVANTAGENS
- Os polímeros, em sua maioria, são combustíveis ou capazes de
alimentar vagarosamente a combustão.

- As propriedades dielétricas podem constituir, em alguns casos, um


risco de incêndio ou de explosão, pela possibilidade de acumulação de
cargas elétricas que não conseguem escoar para a terra.

- No caso de aplicação como tubulações, a menor resistência


mecânica e o alto coeficiente de dilatação obrigam que seja adotado
um menor vão entre os suportes e maior numero de curvas ou juntas.
POLÍMEROS
MELHORAMENTO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS

Estiramento
Em termos comerciais, uma das técnicas mais importantes
usadas para melhorar a resistência mecânica e o módulo de
tração consiste em deformar permanentemente o polímero em
tração.

- Essa é uma técnica importante de enrijecimento e aumento da


resistência, empregada na produção de fibras e filmes.

- Durante o estiramento, as cadeias moleculares deslizam umas em


relação às outras e ficam altamente orientadas.
POLÍMEROS
MELHORAMENTO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS

Tratamento térmico (ou recozimento)


pode levar a um aumento na porcentagem de cristalinidade e no
tamanho e perfeição dos cristalitos

- Para materiais não estirados submetidos a tratamentos térmicos com


tempos constantes, o aumento da temperatura de recozimento leva
ao seguinte:

(1) aumento no módulo de tração,


(2) aumento do limite de escoamento.
(3) redução da ductilidade.

esses efeitos do recozimento são opostos aos tipicamente observados para


os materiais metálicos — diminuição da resistência, amolecimento e
melhoria da ductilidade.
POLÍMEROS - APLICAÇÕES
Pelo conjunto de vantagens e desvantagens, os materiais poliméricos
são empregados, de um modo geral, para serviços:

• em temperatura ambiente ou moderada;


• com baixos esforços mecânicos;
• onde exista uma alta resistência à corrosão;
• e/ou haja exigência de não-contaminação.
POLÍMEROS - APLICAÇÕES

Os materiais termoplásticos são muito utilizados em:

• tubulações com diâmetros de até 1,20m;


• revestimentos anticorrosivos, aplicados sobre a chapa de aço em
vasos e tanques de armazenamento.

Além, termoplásticos de maior rigidez (PP/PF) podem ser usados


para a construção de tanques e de vasos pequenos sem pressão
POLÍMEROS - APLICAÇÕES
Exemplo de aplicação (AGRULINE)

Outokumpu Stainless AB (Suécia)


Serviço: produção dos ácidos de decapagem
Condições Operacionais Condições ambientais:
• Temperatura: 70 °C T = -30 °C a +40 °C
• Pressão: 6 bar
• HNO3 < 250 g/l SOLUÇÃO:
• HF < 80 g/l Tubulação dupla de PVDF/PVDF
• Teor de metal (dissolvido) < 35 g/l Com monitoramento de fugas
POLÍMEROS - APLICAÇÔES

Os termoestáveis são empregados:

• Tubos de qualquer diâmetro;


• Tanques e vasos sem pressão;
• Peças internas de vasos de pressão com dimensões moderadas
• Revestimentos anticorrosivos.
POLÍMEROS - APLICAÇÔES

A norma ASME sobre caldeiras e vasos de pressão admite a


fabricação de vasos de pressão construído de dois tipos de
plásticos: epóxi e poliéster

Estrutura química do polímero epóxi

Estrutura química da resina de poliéster


ortoftálica
POLÍMEROS - APLICAÇÔES

A norma ASME sobre caldeiras e vasos de pressão admite a


fabricação de vasos de pressão construído de dois tipos de
plásticos: epóxi e poliéster

- Os vasos devem ser reforçados


com fibras de vidro.

Condições:
- Fluidos que não sejam
altamente tóxicos;
- Temp.: - 54 ºC a 65 C;
- Pressão de projeto: 10 kg/cm²
POLÍMEROS - APLICAÇÔES

Norma ASME B.31.3 – tubulações em geral em refinarias,


indústrias químicas e petroquímicas.

Categoria D – tubulações de plásticos


• Fluidos não-inflamáveis e não-tóxicos.
• em pressões até 10 kg/cm²;
• temperaturas até 180 ºC;
• É proibido o emprego de tubulações plásticas não
reforçados para serviços altamente cíclicos.

Casos típicos: tubulações de esgotos e efluentes industriais.


dutos para gases
POLÍMEROS - APLICAÇÔES

Em equipamentos de processo:

Elastômeros
• Materiais de revestimento interno anti-corrosivo econômico;
• Fabricação de numerosas peças, como juntas, gaxetas, anéis de
vedação, mangueiras, elementos amortecedores de impacto,
vibração ou de ruído, etc.
POLÍMEROS – PROPRIEDADES MECÂNICAS

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