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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA DO

PARANÁ
CAMPUS GUARAPUAVA

Profa: Dra.Carla Dantas da Silva


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Figura 2: Aumento de
2019-60 no uso de
plásticos por polímero e
aplicações.
O uso de todos os
polímeros aumentará
significativamente até
2060.

O uso de plásticos
deverá quase triplicar
até 2060!

*Mt = milhões de
toneladas

Fonte: OECD iLibrary -


Global Plastics Outlook: 3
Policy Scenarios to 2060
Figura 3: Resíduos plásticos em milhões de toneladas (eixo esquerdo) por categoria de
gestão de resíduos, após eliminação de resíduos de reciclagem e recolha de lixo. Metade de todos
os resíduos plásticos continuará a ser depositada em aterros em 2060 (Landfilled).
Fonte: OECD iLibrary - Global Plastics Outlook: Policy Scenarios to 2060 (2023) 4
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Figura 4: Cadeia do plástico.
*Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)
Fonte: Vanderlei Siraque. Disponível em: 6
http://www.frentequimicopetroplastico.com.br/?page_id=271. Visualizado em 05/10/23
Figura 5: Gás natural, cadeia petroquímica.
O Gás Natural é constituído por uma mistura de hidrocarbonetos, na maior parte
gasosos, cujo principal componente é o Metano - encontra-se, na maioria das vezes, associado
ao petróleo, sendo frequentemente gerado como subproduto da exploração desse produto
mineral. 7
Fonte: Aline Pioli da Silva (2021)
Figura 6: Nafta, cadeia petroquímica.
A Nafta Petroquímica é composta por uma mistura complexa de hidrocarbonetos
(H e C) e contaminantes como Enxofre, Nitrogênio, Oxigênio e alguns metais, tais como
Ni, V, Fe, Si, Hg (mércurio).
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Fonte: Aline Pioli da Silva (2021)
As características químicas e estrutura afetam as propriedades
mecânicas dos polímeros:

1)Grau de cristalinidade dos polímeros semicristalinos afetam:

•Massa específica;
•Rigidez;
•Resistência;
•Ductilidade.

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2) Grau de ligações cruzadas
•Afeta a rigidez dos materiais semelhantes a borracha

3) Química dos polímeros


•Afetadas pelas temperaturas de fusão (Tm) e de transição vítrea (Tg)

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Proteína responsável pelo armazena-
mento do ferro no interior de uma
célula bacteriana.
Fonte:
http://www.itqb.unl.pt/~Metalloproteins_Bioe
nergetics/news/DN_Bfr.htm

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Polímeros
Naturais

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Os polímeros naturais são derivados de plantas e animais
como, por exemplo: borrachas, madeira, algodão, lã, seda, couro,
celulose, amido, proteínas e enzimas.
Polímeros sintéticos são manufaturados pelo homem, a partir
de moléculas menores e incluem um grande número de produtos.

Em geral usa-se o termo polímero para as moléculas


sintéticas e o termo macromolécula para os polímeros naturais.

Polímero  origem orgânica  (compostos por C e H,


podendo conter O, N,
S, P ou Si)
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POLÍMEROS
CONCEITO

Macromoléculas constituídas de unidades repetitivas,


ligadas através de ligações covalentes;

 São moléculas muito grandes (com no mínimo uma


centena de átomos) de origem natural ou sintética.

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Moléculas de Hibrocarbonetos
• Compostos de H e C, adicionalmente as ligações
intramoleculares são covalentes*:
• Ex: Etileno

*A ligação covalente é um tipo de ligação química caracterizada pelo compartilhamento de um ou mais


pares de elétrons entre átomos, causando uma atração mútua entre eles, que mantêm a molécula
resultante unida. Átomos tendem a compartilhar elétrons de modo que suas camadas eletrónicas externas
sejam preenchidas e eles adquiram uma distribuição eletrónica mais estável. A força dessas ligações é
maior que a das interações intermoleculares e comparável à da ligação iônica
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Compostos Parafínicos CnH2n+2
• Na cadeia principal as ligações são COVALENTES em cada
molécula e são fortes. Já entre as moléculas existem as
FORÇAS INTRAMOLECULARES (Ligações de H e de Van
Der Walls) e, portanto, esses hidrocarbonetos possuem PF e
PE relativamente baixos (Ex: PF do teflon = 327 °C);
• No entanto aumentam com o aumento do PM.

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Compostos Parafínicos

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ALGUMAS DEFINIÇÕES
• MEROS são estruturas (molécula de baixo peso molecular)
que se repetem ao longo da cadeia. Ex: etileno;
• MONÔMERO  molécula constituída por um único mero. Ex:
eteno (CH2 = CH2);
• POLÍMEROS  macromolécula constituída pela união de
muitos meros;
• HOMOPOLÍMEROS  constituídos de um único tipo de mero;
• COPOLÍMEROS são constituídos de dois ou mais diferentes
meros;
• POLIMERIZAÇÃO é a reação química que gera o polímero;
• GRAU DE POLIMERIZAÇÃO (DP- índice n) 
representa o número médio de meros presentes na cadeia
polímérica.
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• Fonte: Aula prof. André Marcomini – CEFET - MG 24
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Blendas poliméricas

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Peso Molecular
• Pesos moleculares elevados são observados nos polímeros com
cadeias muitos longas. Durante o processo de polimerização, nem
todas as cadeiras poliméricas crescem até o mesmo comprimento:
• Peso molecular numérico médio:
Mn = ΣxiMi
• Peso
Nº de molecular
moléculas ponderal médio:
Mp = ΣwiMi
Grau
Pesode polimerização:
das moléculas

GP = Mn/ m
Onde m é o PM do mero

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Peso Molecular
 O peso molecular final de um
polímero depende do crescimento
de suas cadeias poliméricas;
 O peso molecular médio de um
polímero pode ser obtido pelo
cálculo do número ou do peso
das moléculas.

Nº de moléculas
Exercício:
A seguir estão tabulados os dados do peso molecular para um
material feito em politetrafluoretileno (C2F4). Calcule
(a) o peso molecular numérico médio,
(b) o peso molecular ponderal médio e o
(c) o grau de polimerização
Faixa de pesos xi wi
moleculares Nº de moléculas Peso das moléculas
(g/mol)
10000-20000 0,03 0,01
20000-30000 0,09 0,04
30000-40000 0,15 0,11
40000-50000 0,25 0,23
50000-60000 0,22 0,24
60000-70000 0,14 0,18
70000-80000 0,08 0,12
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80000-90000 0,04 0,07
a)

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b)

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c)

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Macromolécula contendo
espirais e dobras
aleatórias produzidas por rotações
das ligações da cadeia

Maior PM maior TF

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Grau de polimerização

O grau de polimerização (n) representa a quantidade média


de meros existentes numa molécula (tamanho médio da
cadeia)

Grau de polimerização: O número de unidades


estruturais repetidas numa macromolécula
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Nota: Trifuncionais = 3 ligações
Forma Molecular
• As ligações simples na cadeia são capazes de sofrer rotações e torções
em três dimensões;
• Os polímeros consistem em grandes números de cadeias moleculares,
que podem dobrar, enrolar e contorcer;
• Algumas das características mecânicas e térmicas dos polímeros são
função da habilidade de os segmentos da cadeira apresentarem rotação
em resposta a tensões aplicadas ou vibrações térmicas.

• Ex: ligações duplas e grupo lateral grande restringe o movimento


das rotações.

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ESTRUTURA MOLECULAR

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POLÍMEROS
TERMOPLÁSTICOS E
TERMOFIXOS

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• Os polímeros podem ser classificados em:
TERMOPLÁSTICOS e TERMOFIXOS.
TERMOFIXOS

• Os TERMOPLÁSTICOS amolecem quando são aquecidos (e


por fim se liquefazem) e endurecem quando são resfriados.
• Possuem cadeias flexíveis e entrelaçadas ou emaranhadas.
• Processos reversíveis e que podem ser repetidos.

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• Os TERMOFIXOS se tornam permanentemente duros
quando submetidos a aplicação de calor e não
amolecem com o aquecimento subseqüente.

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Em uma escala molecular ...
TERMOPLÁSTICOS TERMOFIXOS

 A medida que a temperatura  Mesmo com o aumento da


aumenta as forças de ligação temperatura, as ligações
secundárias são diminuídas, de cruzadas covalentes entre as
modo que o movimento relativo de cadeias adjacentes resistem
cadeias adjacentes é facilitado. aos movimentos vibracionais e
rotacionais da cadeia.
 Degradação – ocorre quando
vibrações moleculares se tornam  Degradação - somente em
violentas o suficiente para quebrar as temperaturas excessivas essas
ligações covalentes principais. ligações serão rompidas.

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Características ...
TERMOPLÁSTICOS TERMOFIXOS

 Relativamente moles e  Geralmente mais duros,


dúcteis. mais fortes e mais frágeis
do que os termoplásticos.
 A maioria dos polímeros
lineares e aqueles que  Possuem melhor
possuem algumas estruturas estabilidade dimensional.
ramificadas com cadeias
flexíveis.  A maioria dos polímeros
com ligações cruzadas e
em rede. 59
Exemplos

TERMOFIXOS
TERMOPLÁSTICOS

Epóxis (para
Polietileno (PE)
piso, resina,
Poliestireno (PS) cola...)
Polipropileno (PP) Fenólicos
Nylon Poliésteres
Teflon Poliuretanos
PET Fenol-
PVC formaldeído
Uréia- 60
formaldeído
CRISTALINIDADE DOS
POLÍMEROS

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Estados Físicos – Cristalino e amorfo
• A morfologia dos polímeros sólidos é diferente da apresentada por
substâncias de baixo peso molecular;

• Polímeros apresentam simultaneamente características de sólidos


cristalinos e de líquidos de elevada viscosidade;

• Padrões de difração de raios-X e de difração eletrônica apresentam picos


bem definidos, típicos de materiais cristalinos e bandas difusas
características de líquidos;

• Os termos cristalino e amorfo são utilizados para indicar regiões


ordenadas e desordenadas do sólido polimérico.

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• Alguns polímeros apresentam elevada cristalinidade, outros são
completamente amorfos e alguns podem ser amorfos ou altamente
cristalinos, dependendo das condições de cristalização;

• Por estes motivos, polímeros são ditos semicristalinos;

• A exata natureza da cristalinidade em polímeros é sujeita a debates;


• Teoria da micela franjada (1930): pequenas regiões cristalinas (cristalitos)
estariam embebidas em uma matriz amorfa;

• Teoria da lamela de cadeia dobrada (1950): a cadeia se dobra sobre si


mesma em padrão repetitivo gerando esferulitos.

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Esferulitos

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Cristalinidade em Polímeros
O estado cristalino pode existir nos materiais
poliméricos. Porém, os arranjos atômicos são muito mais
complexos pois nos polímeros tem-se moléculas em
vez de apenas átomos ou íons, como nos metais e
cerâmicos. Polímeros, com freqüencia são
semicristalinos.
Região de alta
cristalinidade
Região
amorfa

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Geometria ortorrômbica
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Algumas considerações importantes
quanto à cristalinidade dos polímeros
 Polímeros cristalinos são mais densos que polímeros amorfos;
 O grau de cristalinidade depende da taxa de resfriamento durante o
processo de solidificação, bem como da configuração da cadeia;

 Polímeros lineares  fácil cristalização;

 Polímeros ramificados  nunca apresentam elevado grau de


cristalinidade;
 Polímeros em rede  quase totalmente amorfos.
 Polímeros cristalinos são mais fortes e mais resistentes à dissolução e ao
amolecimento pelo calor. 68
Transições Térmicas
Tg e Tm

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A Tg depende da flexibilidade das cadeias e da possibilidade de sofrerem
rotação.
Se T>Tg - alta mobilidade das cadeias
A flexibilidade das cadeias diminui pela introdução de grupos atômicos
grandes ou quando há formação de ligações cruzadas - aumenta Tg 70
Transições Térmicas
• Polímeros são caracterizados por duas temperaturas de transiçao:
Tm e Tg;

• Tm é a temperatura de fusão cristalina, uma transição de


primeira ordem, com mudança de fase sólido-líquido;

• Tg é a temperatura de transição vítrea, uma transição de


segunda ordem, com variação no volume específico ou
capacidade térmica, e passagem de sólido rígido-sólido
flexível;

• Tg é associada ao início (no aquecimento) ou a sua supressão (no


resfriamento) do movimento segmental, isto é, a rotações ao redor
das ligações da cadeia principal.

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• Polímeros completamente amorfos exibem só uma transição (Tg);
um polímero 100% cristalino só apresenta Tm e os semicristalinos
apresentam Tg e Tm;

• Polímeros com baixa Tg, em geral, tem baixa Tm e vice-versa;

• Em geral, quanto maior a simetria, rigidez e ligações


secundárias, mais cristalinos, menos móveis e mais elevadas
serão a Tm e a Tg, porém estas não são afetadas com a mesma
intensidade.

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Temperatura de transição vítrea
(Tg)
• É o valor médio da faixa de temperatura que durante o aquecimento
de um polímero que permite que as cadeias poliméricas de fase
amorfa adquiram mobilidade;

• Abaixo de Tg o polímero não tem energia interna suficiente para


permitir o deslocamento de uma cadeia com relação a outra (estado
vítreo);

• Duro
• Rígido
• Quebradiço, como vidro (glass)

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Temperatura de transição vítrea
(Tg)

Algumas propriedades mudam com Tg:

• Modulo de elasticidade;
• Coeficiente de expansão;
• Calor específico, etc.

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Tg

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Temperatura de fusão (Tm)
• É o valor médio da faixa de temperatura em que durante o
aquecimento, desaparecem as regiões cristalinas;

• Neste ponto a energia do sistema é suficiente para vencer as forças


intermoleculares secundárias entre as cadeias de fase cristalina,
mudando do estado borrachoso para estado viscoso (fluido).
(sólido-líquido);

Este fenômeno só ocorre na fase cristalina, portanto:

• só tem sentido de ser aplicada em polímeros semicristalinos!

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Fatores que afetam a Tm
1) Morfologia
Cristais menores, menor Tm
Ramificações, Tm maior
2) Maior força de interação intramolecular, aumenta a Tm
3) Flexibilidade alta, menor Tm
4) Grupos aromáticos, aumenta a Tm pois a cadeia fica
mais rígida;
5) PM
6) Copolímeros
7) Aditivos ou plastificantes, menor Tm

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Fatores que afetam a Tg
1) PM
Maior PM menor volume livre e maior Tg
2) Constituição química
Ramificações, polaridade (flexibilidade e rigidez das
cadeias)
3) Copolímeros e plastificantes
Plastificantes e lubrificantes diminuem a Tg
Cargas e fibras aumentam Tg
7) Reticulações aumentam Tg (diminui o volume livre)

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Bibliografia
• CALLISTER, William D. Ciência e engenharia de
materiais: uma introdução. 7. ed. Rio de Janeiro, RJ:
LTC, 2008. Cap. 14

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Bibliografia
• Material de aula – Profa. Heliety R.B. Barreto;
• Canevarolo Jr., S.V. Ciência dos polímeros, editora
Artliber, 3 ed., 2013.
• Kantoviscki, A. R. Materiais poliméricos. Gerente de
Engenharia de Produto – Renault do Brasil, disponível
em:
http://www.damec.ct.utfpr.edu.br/automotiva/downloads
Automot/d5matPolimMod1.pdf

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