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POLÍMEROS

Polímero é o termo técnico dado aos materiais comumente chamados de plásticos.

Um material polimérico pode ser considerado como constituído de muitas partes, ou


unidades (denominadas “meros”), ligadas quimicamente entre si, de modo a formar um
sólido.

Há dois grupos principais de polímeros:


• os termoplásticos, compostos de moleculares lineares, que amolecem e fundem
quando aquecidos; e
• os termofixos, que não amolecem ou fundem, quando aquecidos.

Além dos polímeros termoplásticos e termofixos, destacam-se os elastômeros (ou


borrachas), que podem sofrer grandes deformações elásticas sob aplicação de uma
carga, podendo voltar à forma inicial (ou quase) quando a carga é retirada.
HIDROCARBONETOS

Hidrocarboneto é um composto químico constituído essencialmente por átomos de


carbono e de hidrogênio.

Os hidrocarbonetos naturais são compostos químicos constituídos apenas por


átomos de carbono (C) e de hidrogênio (H), aos quais se podem juntar átomos de
oxigênio (O), nitrogênio (N) e enxofre (S) dando origem a diferentes compostos de
outros grupos funcionais. São conhecidos alguns milhares de hidrocarbonetos.

As diferentes características físicas são uma consequência das diferentes


composições moleculares. Contudo, todos os hidrocarbonetos apresentam uma
propriedade comum: oxidam-se facilmente liberando calor.

Os hidrocarbonetos naturais formam-se a grandes pressões no interior da terra


(abaixo de 150 km de profundidade) e são trazidos para zonas de menor pressão através
de processos geológicos, onde podem formar acumulações comerciais (petróleo, gás
natural, etc).
As moléculas de hidrocarbonetos, sobretudo as mais complexas, possuem alta
estabilidade termodinâmica.

Apenas o metano, que é a molécula mais simples (CH 4), pode se formar em
condições de pressão e temperatura mais baixas. Os demais hidrocarbonetos não são
formados espontaneamente nas camadas superficiais da terra.

Alguns dos hidrocarbonetos mais simples pertencem à família das parafinas. As


moléculas parafínicas, apresentando o aspecto de cadeias incluem o metano (CH 4), o
etano (C2H6), o propano (C3H8) e o butano (C4H10).
As ligações covalentes em cada molécula são fortes, porém entre as moléculas
distintas existem apenas as fracas ligações de hidrogênio e as de Van der Waals, de
forma que estes hidrocarbonetos tem ponto de fusão e de ebulição relativamente baixos.

Entretanto, as temperaturas de ebulição aumentam em função de um aumento do


peso molecular.

Compostos de hidrocarbonetos com uma mesma composição podem possuir


arranjos atômicos diferentes, fenômeno conhecido por ISOMERISMO.

Algumas das propriedades físicas dos hidrocarbonetos irão depender de seu estado
isomérico
Ex.: O butano apresenta duas estruturas:

– o butano normal, temperatura de ebulição = -0,5 0C :

– o isobutano, temperatura de ebulição = -12,3 0C:


MOLÉCULAS DOS POLÍMEROS

As moléculas dos polímeros são gigantescas em comparação com as moléculas dos


hidrocarbonetos mencionados.

Em virtude do seu tamanho são frequentemente chamadas de macromoléculas.

Dentro de cada molécula os átomos estão ligados entre si através de ligações


interatômicas covalentes.

Essas moléculas encontram-se na forma de cadeias longas e flexíveis, cujo


esqueleto principal consiste em uma série de átomos de carbono, conforme
representado:

Essas longas moléculas são constituídas por unidades estruturais denominadas


meros (do grego “mero”, que significa parte). Cada um desses meros se repete
sucessivamente ao longo da cadeia. Um único mero é denominado monômero, sendo o
termo polímero criado para designar muitos meros (do grego “poli”: muitos).
O mero representa a unidade que se repete na cadeia de um polímero, enquanto
monômero refere-se a uma molécula composta por um único mero.
POLÍMEROS TERMOPLÁSTICOS

Os polímeros termoplásticos necessitam de calor para serem conformados. Após o


resfriamento eles são capazes de manter a forma que adquiriram durante a conformação.

Além disso, podem ser reaquecidos e reconformados em novas formas, sem


apresentarem alteração significativa de suas propriedades.

As longas cadeias moleculares dos polímeros termoplásticos estão ligadas umas as


outras através de ligações fracas (pontes de hidrogênio ou forças de Van der Waals)
POLIMERIZAÇÃO EM CADEIA

Considerando o hidrocarboneto etileno (C2H4), que encontra-se na fase gasosa a


temperatura e pressão ambiente:

Observamos que a molécula de etileno apresenta uma ligação covalente dupla entre
os átomos de carbono e quatro ligações covalentes simples, entre os átomos de carbono
e de hidrogênio.

Se o gás etileno for submetido cataliticamente às condições adequadas de


temperatura e pressão, ele irá se transformar em polietileno (PE), que consiste em um
material polimérico sólido.
Esse processo inicia-se quando um mero ativo se forma pela reação entre um
radical livre (R*) (denominado iniciador ou catalizador) e a unidade mero do etileno.

O radical livre pode ser definido como um grupo de átomos que apresentam um
elétron livre, ou seja, que pode ser ligado covalentemente a outro elétron livre de outra
molécula.

Quando a molécula de etileno é ativada, a ligação dupla dos átomos de carbono se


abre, substituindo-se a ligação covalente dupla, por uma ligação covalente simples.

A cadeia polimérica se forma pela adição sequencial de meros de etileno a esse


centro iniciador ativo.
O elétron livre (*) é transferido para cada monômero da extremidade sucessiva, à
medida que este se liga a cadeia:

O resultado final, após a adição de muitas unidades monoméricas de etileno é a


molécula de polietileno:

O processo descrito acima é chamado “polimerização em cadeia”.


Quando todas as unidades repetidas ao longo de uma cadeia são do mesmo tipo, o
polímero resultante é chamado homopolímero.

Não há qualquer restrição que impeça a formação de compostos que não sejam
homopolímeros.

Na realidade, as cadeias podem ser formadas por duas ou mais unidades mero
diferentes, no que é conhecido como copolímero.
GRAU DE POLIMERIZAÇÃO

O grau de polimerização (GP) é o número médio de unidades de meros por


molécula.

É a massa molecular do polímero dividido pela massa molecular do mero.

O GP médio do polietileno pode variar entre cerca de 3.500 – 25.000,


correspondente a massas moleculares médias entre 100.000 e 70.0000 g/mol.
Ex.: Qual o grau de polimerização do polietileno possuindo uma massa molecular
de 100.000 g/mol ?

O mero do etileno possui 2 átomos de carbonos e 4 átomos de hidrogênio, portanto a massa


molecular do mero será: 2*(12)+4*(1)= 28 g/mero.

Massa molecular do polietileno: 100.000 g/mol.


g
Massa molecular do polietileno , em
mol 100000
Grau de polimerização: g
=
28
meros/mol.
Massa molecular do etileno ,em
mero

Grau de polimerização=3571 meros/mol.


PESO MOLECULAR MÉDIO DOS POLÍMEROS TERMOPLÁSTICOS

Os polímeros termoplásticos são constituídos por cadeias poliméricas de diferentes


comprimentos, cada uma com o seu próprio peso molecular e grau de polimerização.
Assim, deve-se considerar o peso molecular médio, quando se referir à massa molecular
de um material termoplástico.

O peso molecular médio do termoplástico será igual à soma das frações em peso
vezes o peso molecular médio correspondente a cada um dos intervalos divididos pela
soma das frações, em peso.

M m=
∑ f i Mi
∑ fi
onde M m é o peso molecular médio do termoplástico; Mi é o peso molecular médio de
cada um dos intervalos de peso molecular; f i é a fração em peso do material cujo peso
molecular se insere em um determinado intervalo de peso molecular.
Ex.: Calcule o peso molecular médio, Mm, de um material termoplástico que tem as
frações moleculares médias, fi, nos intervalos de pesos moleculares indicados abaixo:

Intervalo de peso Mi fi
molecular (g/mol)
5000 – 10000 7500 0,11
10000 – 15000 12500 0,17
15000 – 20000 17500 0,26
20000 – 25000 22500 0,22
25000 – 30000 27500 0,14
30000 –35000 32500 0,10
Em primeiro lugar, determinam-se os valores médios dos intervalos de peso
molecular (Mi). Depois, multiplica-se fi por Mi de modo a obter os valores de fiMi e em
seguida obtêm-se o somatório desses valores:

Mi fi fiMi
7500 0,11 825
12500 0,17 2125
17500 0,26 4550
22500 0,22 4950
27500 0,14 3850
32500 0,1 3250
∑= 1 19550

Feito isso, o peso molecular médio será:


M m=
∑ f i M i 19550
=
g
=19550 /mol
∑ f i 1,00

Resposta: 19550 g/mol


FUNCIONALIDADE DE UM MONÔMERO

Para que um monômero polimerize, ele deve possuir ao menos duas ligações
químicas ativas, as quais permitem ao monômero reagir com outros dois monômeros e
por repetição da ligação, formar um polímero de cadeia longa, ou linear.

Quando um monômero tem mais do que duas ligações ativas, a polimerização pode
ocorrer em mais do que duas direções, formando-se uma rede tridimensional de
moléculas.

Chama-se funcionalidade de um monômero ao número de ligações ativas de um


monômero.

Um monômero que se utiliza de duas ligações ativas na polimerização de cadeias


lineares longas, chama-se BIFUNCIONAL. O etileno é um exemplo de monômero
bifuncional.

Um monômero que utiliza três ligações ativas para formar um polímero


tridimensional, chama-se TRIFUNCIONAL. O fenol, C6H5O4 é um exemplo de
monômero trifuncional, utilizado na polimerização do fenol e do formaldeído.

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