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INTRODUÇÃO

Os polímeros são macromoléculas derivadas de reações químicas entre as substâncias


chamadas de monômeros, os quais se repetem ao longo de uma cadeia polimérica,
originando unidades repetitivas ou também chamadas de meros. Essas unidades se
encontram unidas por meio de ligações primárias fortes, denominadas ligações
intramoleculares, comumente do tipo covalente. Já, a ligação ente diferentes cadeias
poliméricas se encontram unidas por meio de ligações secundárias fracas, denominadas
ligações intermoleculares. Os polímeros podem ser naturais ou sintéticos, inorgânicos
ou orgânicos, sendo o último que se aprofunda ao longo da presente dissertação.
Uma cadeia polimérica pode apresentar formas distintas que apresentam diferenças no
comportamento físico e físico-químicos, de acordo com a disposição dos meros e, entre
elas, estão as cadeias lineares, cadeias ramificadas e cadeias com ligações cruzadas.
Cadeia Linear
Cadeia Ramificada
Cadeia com Ligação Cruzada
Além disso, as cadeias poliméricas podem ser analisadas de acordo com o Grau de
Polimerização, que se caracteriza pelo número de unidades repetitivas presentes ao
longo da cadeia. Calcula-se este valor por meio da Equação I, que se observa abaixo,
onde M é a massa molar do polímero, Mo é o produto da massa molar da unidade
repetitiva e Xn é o grau de polimerização.
M = Xn x Mo (Equação I)
Os polímeros são classificados de acordo com a estrutura química, método de
preparação, comportamento mecânico e desempenho mecânico. Observa-se as
classificações de maneira detalhada abaixo.
I – Classificação de acordo com o tipo de polimerização:
Neste contexto, analisa-se o polímero por meio da estrutura química de seu mero
(unidade repetitiva).
A) Polímeros de cadeia carbônica
Poliolefinas: Polímeros derivados de monômeros de hidrocarboneto alifático
insaturado, ou seja, hidrocarbonetos de possuem ao menos uma insaturação (ligação
carbono-carbono reativa) em sua estrutura.
Polímeros de dienos: Polímeros derivados de monômeros com dienos, ou seja,
hidrocarbonetos acíclicos que possuem duas ligações duplas entre carbonos ao longo de
sua estrutura.
Polímeros estirênicos: Polímeros derivados de estirenos, ou seja, hidrocarbonetos
sintéticos que, em temperatura ambiente, se apresentam como líquido, oleoso, incolor,
de odor adocicado, inflamável e volátil.
Polímeros clorados: Polímeros clorados são derivados de monômeros que possuem ao
menos um átomo de Cloro ao longo de sua estrutura.
Polímeros fluorados: Polímeros fluorados são derivados de monômeros que possuem
ao menos um átomo de Flúor ao longo de sua estrutura.
Polímeros acrílicos: Polímeros derivados do Ácido Acrílico ( CH2=CHCOOH) E
Ácido Metacrílico ( CH2=C(CH3)COOH ).
Polivinil ésteres: Polímeros derivados de Poliacetato de vinila (PVA).
Poli(fenol-formaldeído): Polímeros derivados da policondensação de fenol com
formaldeído.
B) Polímeros de cadeia heterogênea
Neste contexto, analisa-se polímeros que possuem, além do Carbono, ao menos um
outro átomo ao longo de sua estrutura, cujo é denominado heteroátomo (O, N, S, Si).
Poliésteres: Polímeros cuja ligação característica é a ligação éster CO-O, gerando
cadeias saturadas e/ou insaturadas.
Policarbonato: Polímeros cuja ligação característica é a ligação O-CO-O, comumente
aromáticos com cadeias lineares.
Poliamidas: Polímeros cuja ligação característica é a ligação amida NH-CO, podendo
ser de origem sintética ou natural.
Poliuretanos: Polímeros cuja ligação característica é a ligação NH-CO-O.
Aminoplásticos: Polímeros derivados de aminas C-NH2.
Derivados da celulose: Polímeros derivados da celulose, portanto, são polímeros
naturais.
Siliconas: Polímeros os quais a ligação característica é a ligação Si-O.
II – Classificação de acordo com o método de preparação:
A) Polímeros de condensação
Os polímeros de condensação são aqueles formados por meio da condensação, reações
descritas pela química orgânica, gerando a eliminação de pequenas moléculas. Os
polímeros de condensação são originados através de reações com subprodutos, através
de polimerizações com subprodutos ou, ainda, são aqueles que contém um grupamento
funcional -X-.
B) Polímeros de adição
Os polímeros de adição são aqueles que não apresentam todas as características de um
polímero de condensação, como aquelas citadas acima. A estrutura desses polímeros é
constituída por unidades repetitivas idênticas ao seu monômero. Além disso, ao longo
da formação desses polímeros, não há perda de massa de compostos de baixo preso
molecular.
III – Classificação de acordo com o comportamento mecânico:
A) Plásticos
O plástico é considerado um polímero solido a temperatura ambiente e pode ser
subdividido em Termoplásticos, Termorrígidos, Baroplásticos.
B) Elastômeros
O elastômero é considerado um polímero que, em temperatura ambiente, pode se
deformar em no mínimo duas vezes em relação à sua dimensão inicial e, ainda sim,
retornar a ele. Eles possuem cadeias flexíveis e uma baixa densidade de ligação cruzada.
C) Fibras
A fibra é considerada um termoplástico que possui alta resistência mecânica em
decorrência da orientação das cadeias e dos cristais de sua estrutura.
IV – Classificação de acordo com o desempenho mecânico:
A) Termoplásticos convencionais
São classificados como polímeros com baixo custo, facilidade de manuseio, de
processamento e alta produção. É correspondente a 90% da produção total de polímeros
no mundo.
B) Termoplásticos especiais
São considerados como polímeros com um custo intermediário, com especificações
melhores do que os termoplásticos convencionais.
C) Termoplásticos de engenharia
São classificados como polímeros de custo intermediário a elevado, com manuseamento
e processamento criteriosos.
D) Termoplásticos de engenharia especiais
São classificados como polímeros de alto custo, resistentes a altas temperaturas em
decorrência da grande quantidade de anéis aromáticos na cadeia principal.
SÍNTESE DE POLÍMEROS: POLIMERIZAÇÃO:
A polimerização se caracteriza pela reação, ou conjunto de reações, onde moléculas
simples de unidades repetitivas reagem entre si formando uma macromolécula de
polímero de alta massa molar.
O processo de polimerização pode sofrer interferências em decorrência da temperatura,
pressão, tempo, presença, tipo de iniciador e agitação, as quais são consideradas
variáveis primárias. Além disso, também pode sofrer interferências da presença,
inibidor, retardador, catalisador, controlador de massa molar, reagentes e agentes
específicos, as quais são consideradas variáveis secundárias.
Os processos de polimerização podem ser classificados de acordo com
I) O número de monômeros: Durante a polimerização um ou mais
monômeros podem ser polimerizados ao mesmo tempo, originando a
homopolimerização (um monômero), copolimerização (dois monômeros)
e terpolimerização (três monômeros).
II) Tipo de reação química: As reações para a geração de uma nova ligação
podem ser adição etênica (polietileno), esterificação (poliéster), amidação
(poliamida), acetilação (celulose), entre outras.
III) Cinética da polimerização: De acordo com a cinética da reação é
possível classificá-la em Polimerização em etapas (ou policondensação),
Polimerização em cadeia (poliadição) e Polimerização com abertura de
anel.
IV) Tipo de arranjo físico: De acordo com o reagente da polimerização, além
do monômero, o processo pode ser classificado em homogêneo (massa e
solução) ou heterogêneo (suspensão e emulsão).

No presente trabalho, será descrito as classificações de Polimerização de acordo com a


cinética nela envolvida.
A) Polimerização em etapas
A polimerização por etapas é caracterizada pela condensação sucessiva de grupos
funcionais reativos dos reagentes utilizados na reação, aumentando o tamanho das
moléculas até a formação de uma cadeia polimérica, ou seja, da macromolécula de
polímero abordada no presente trabalho.
Durante esse processo, há a eliminação de uma molécula de baixo peso molecular como
subproduto. Os materiais tidos como reagentes se interagem simultaneamente com o
decorrer do tempo, visto que os materiais formados inicialmente possuem uma
mobilidade menor e podem apresentar-se de maneira mais significativa aos sítios de
reação. Esses materiais, ainda, possuem grupos funcionais reativos entre si, o que
descarta a necessidade de adição de iniciadores de reação.
Além disso, a massa molar aumenta também com o decorrer do tempo de reação, uma
vez que as unidades repetitivas vão se unindo e formando estruturas maiores e gerando
uma cadeia polimérica.

B) Polimerização em cadeia
A polimerização em cadeia é caracterizada pela formação de uma cadeia polimérica
completa, por meio da instabilização da dupla ligação de um monômero e sua sucessiva
reação com outras ligações duplas de outras moléculas presentes em outras estruturas
monoméricas. A equação geral da polimerização em cadeia é dada pela Equação II
abaixo.

Para que haja a polimerização em cadeia, é necessário ao menos uma insaturação reativa
na molécula, visto que a reação se inicia com o rompimento de uma ligação dupla para
formar novas duas ligações simples. A reação pode originar polímeros de cadeia
carbônica ou uma cadeia heterogênea, quando há presença de outros átomos além do
Carbono. Abaixo, na Figura X, são observadas nomenclaturas das cadeias carbônicas
oriundas da polimerização em cadeia.

Ao contrário da polimerização em etapas, esse processo acontece por meio de três


estágios sendo o primeiro a Iniciação, o segundo a Propagação e o terceiro o Término.
A polimerização em cadeia por ser subdividida em
I) Polimerização em cadeia via radicais livres
A polimerização em cadeia via radicais livres segue os três estágios da Polimerização
descritas anteriormente.
A Iniciação ocorre, geralmente, por meio do uso de iniciadores, que são moléculas
termicamente instáveis, como os peróxidos, que inicialmente são decompostos
termicamente e formam dois centros ativos. Assim que isso acontece, o radical ativo
ataca a ligação dupla presente no monômero, transferindo o centro ativo e dando início
à polimerização. Cada radical livre ataca a dupla ligação do monômero, rompendo-a e
gerando uma nova ligação simples entre a molécula do iniciador e o monômero
iniciando a polimerização.
É comum o uso de peróxidos simétrico, porque quando se dissociam, formam dois
radicais iguais com o mesmo nível energético e, dessa forma, atuam de forma
semelhante. A Iniciação também pode acontecer via ação da temperatura ou radiação.
Quando o centro ativo é transferido de monômero a monômero, tem-se o início da
Propagação, onde a cadeia tem sua energia de ativação baixa e, consequentemente, uma
alta velocidade de reação.
O Término, por sua vez, se da quando o crescimento da cadeia é interrompido por meio
do desaparecimento do centro ativo. O desaparecimento do centro ativo pode ocorrer
em vista de
Combinação de dois macro-radicais, quando a ponta ativa de uma cadeia encontra,
estatisticamente dizendo, a ponta ativa de outro radial, que também está em
crescimento.
Desproporcionamento
II) Polimerização iônica

C) Polimerização por abertura de anel

O termo polímero é originado do grego, poli-muitos, meros-partes/unidades.


Os polímeros podem ser de origem natural ou sintética, orgânicos ou inorgânicos, e são
amplamente aplicados nas indústrias e estão presentes no nosso cotidiano. Os polímeros
estudados e discutidos ao longo do presente trabalho, são os polímeros orgânicos.
[1] CANEVALORO JR., S.V.; Ciência dos polímeros: Um texto básico para tecnólogos
e engenheiros. 3° ed. São Paulo: Artier, 2013.
[2] AKCELRUD, L.; Fundamentos da ciência dos polímeros. 1° ed. São Paulo: Manole,
2006.
[3] CETESB, SP. Último acesso em 23/08/2023 às 10:12.

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