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Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Centro de Engenharias
Departamento de Engenharia e Tecnologia
Disciplina: Fundamentos de Ciências dos Materiais
Aluna: Kadja Suelen Leite Ferreira e Rayssa Yaskara de Assis Rocha.
Turma: 02
Data: 16/12/2020

Atividade 5 – Resumo compósitos

1. Introdução
O conhecimento dos compósitos em relação às suas características, as
quantidades relativas, à geometria/distribuição e às propriedades das fases
constituintes é possível projetar materiais que possuam combinações de propriedades
melhores do que aquelas encontradas em ligas metálicas, cerâmicas e materiais
poliméricos.
Um compósito consiste em um material multifásico feito artificialmente,
em contraste com um material que ocorre ou se forma naturalmente. No projeto de
materiais compósitos, os cientistas e engenheiros combinam de maneira engenhosa
vários metais, cerâmicas e polímeros para produzir uma nova geração de materiais
com características extraordinárias. A maioria dos compósitos foi criado para melhorar
combinações de características mecânicas, tais como sua rigidez, tenacidade e
resistência nas condições ambientes e altas temperaturas.
Partindo-se do exemplo de um compósito constituído por dois materiais
distintos, ambos mantêm as suas propriedades individualmente, mas, quando
misturados, apresentam um comportamento muito distinto do apresentado por ambos
quando não misturados. Exemplos simples de compósitos se obtém ao se fazer
combinações entre metais, polímeros e cerâmica (metal + polímero, metal + cerâmica
e polímero + cerâmica).
Muitos materiais compósitos são compostos por apenas duas fases: a
matriz, que é contínua e envolve a outra fase, chamada de fase dispersa. As
propriedades dos compósitos são uma função das propriedades das fases
constituintes, das suas quantidades relativas e da geometria da fase dispersa.

2. Classificação dos compósitos


Os compósitos com partículas grandes e os compostos reforçados por
dispersão são as duas subclassificações dos compósitos reforçados com partículas.
As distinções entre essas subclassificações estão baseadas no mecanismo do reforço
ou aumento da resistência. O termo “grande” é usado para indicar que as interações
partícula-matriz não podem ser tratadas no nível ou ponto de vista atômicos ou
molecular; em vez disso é empregada a mecânica do contínuo.

2.1. Compósitos reforçados com partículas grandes

Alguns materiais poliméricos aos quais foram adicionados enchimentos,


são, na realidade, compósitos com partículas grandes. Os enchimentos modificam ou
melhoram as propriedades do material e substituem parte do volume do polímero por
um material mais barato, o enchimento .
As partículas podem ter uma grande variedade de geometrias, porém
elas devem possuir aproximadamente as mesmas dimensões em todas as direções.
Para que ocorra um reforço eficaz, as partículas devem ser pequenas e devem ser
distribuídas por igual ao longo de toda a matriz. Além do mais, a fração volumétrica
das duas fases influencia o comportamento; as propriedades mecânicas são
melhoradas com o aumento do teor do material particulado. Duas expressões
matemáticas foram formuladas para representar a dependência do módulo de
elasticidade em relação à fração volumétrica das fases constituintes no caso de um
compósito bifásico. Essas equações de regra de misturas estimam que o módulo de
elasticidade deve ficar entre um limite superior representado por:
Ec (u)=EmVm+ EpVp . E um limite inferior, que é representado pela equação
EmEp
Ec ( l )= . Nessas expressões, E e V representam o módulo de
VmEp+VpEm
elasticidade e a fração volumétrica, enquanto os índices subscritos c , m e p
representam as fases compósito, matriz e partícula.

2.2. Compósitos reforçados com fibras


Os compósitos mais importantes são aqueles em que a fase dispersa
encontra-se na forma de uma fibra. Os objetivos de projeto dos compósitos reforçados
com fibras incluem com frequência resistência e rigidez alta em relação ao seu peso.
Essas características são expressas em termos dos parâmetros resistência específica
e módulo específico, os quais correspondem, às razões do limite de resistência à
tração em relação à densidade relativa e ao módulo de elasticidade em relação à
densidade relativa. Foram produzidos compósitos reforçados com fibra com
resistências e módulos específicos altos, que empregam materiais de baixa densidade
para a fibra e a matriz.

2.2.1. Influência do comprimento, orientação e concentração das


fibras
Um certo comprimento crítico de fibra é necessário para que exista um
efetivo aumenta da resistência e um enrijecimento do material compósito. Esse
comprimento crítico lc , depende do diâmetro da fibra d e da sua resistência final σf ,
bem como da força da ligação entre a fibra e a matriz τc .
σf . d
lc=
2 τc
À medida que o comprimento da fibra aumenta, o reforço causado pela
fibra se torna mais efetivo.
O arranjo ou orientação das fibras em relação umas às outras, a
concentração das fibras e sua distribuição têm influência significativa sobre a
resistência e sobre outras propriedades dos compósitos reforçados com fibras. Em
relação à orientação das fibras são possíveis dois extremos: (1) um alinhamento
paralelo do eixo longitudinal das fibras em uma única direção e (2) um alinhamento
totalmente aleatório. Normalmente, as fibras contínuas estão alinhadas enquanto as
fibras descontínuas podem estar alinhadas, orientadas aleatoriamente ou
parcialmente orientadas. A melhor combinação geral das propriedades dos
compósitos é obtida quando a distribuição das fibras é uniforme. As propriedades
de um compósito que possui as suas fibras alinhadas são altamente anisotrópicas,
isto é, dependem da direção na qual elas são medidas.

3. A fase fibra e a fase matriz


Uma característica importante da maioria dos materiais, especialmente
daqueles que são frágeis, é que uma fibra com menor diâmetro é muito mais forte e
resistente do que o material bruto. A probabilidade de haver presente um defeito crítico
de superfície que seja capaz de levar a uma fratura diminui com uma redução no
volume da amostra, e essa característica é usada com vantagem nos compósitos
reforçados com fibras. Em relação ao diâmetro e à natureza, as fibras são agrupadas
em três classificações diferentes: uísqueres, fibras e arames. Os materiais
classificados como fibras são materiais policristalinos ou amorfos, e possuem
diâmetros pequenos; os materiais fibrosos são geralmente polímeros ou cerâmicas.
A fase matriz de compósitos com fibras pode ser feita a partir de metais,
polímeros ou cerâmicas. Em geral, os metais e os polímeros são usados como
materiais da matriz, pois é desejável alguma ductilidade; no caso dos compósitos com
matriz à base de cerâmica, o componente de reforço é adicionado para melhorar a
tenacidade à fratura. No caso dos compósitos reforçados com fibras, a fase matriz
serve para várias funções: ela liga as fibras às outras e atua como o meio através do
qual uma tensão aplicada externamente é transmitida e distribuída para as fibras;
apenas uma proporção muito pequena da carga aplicada é suportada pela fase matriz.
A segunda função da matriz é de proteger as fibras individuais contra danos
superficiais, como resultado da abrasão mecânica ou de reações químicas com o
ambiente. A matriz separa as fibras uma das outras e, em virtude da sua relativa
moleza e plasticidade, previne a propagação de trincas frágeis de uma fibra para
outra, o que, por sua vez, poderia resultar em uma falha catastrófica; em outras
palavras, a fase matriz serve como uma barreira contra a propagação de trincas.

3.1. Compósitos com matriz polimérica

Os compósitos com matriz polimérica consistem em uma resina


polimérica como a fase matriz e fibras como meio de reforço. Esses materiais são
usados na mais ampla diversidade de aplicações dos compósitos, bem como nas
maiores quantidades, em vista de suas propriedades à temperatura ambiente, de sua
facilidade de fabricação e de seu custo. Frequentemente a matriz determina a máxima
temperatura de serviço, uma vez que ela normalmente amolece, se funde ou se
degrada a uma temperatura muito mais baixa do que a fibra de reforço. Elas podem
ser classificadas em vários tipos sendo abordado de acordo com o tipo de reforço
(vidro, carbono e aramida), juntamente com suas aplicações e as várias resinas
poliméricas que são empregadas.

3.2. Compósitos com matriz cerâmica

A tenacidade à fratura das cerâmicas tem sido melhorada


significativamente pelo desenvolvimento de uma nova geração de compósitos com
matriz cerâmica – particulados, fibras ou uísqueres de um material cerâmico que se
encontram embutidos no interior de uma matriz de um outro material cerâmico. Os
materiais compósitos com matriz cerâmica possuem maiores tenacidades à fratura
entre aproximadamente 6 e 20 Mpa √m (5,5 e 18 ksi √ pol ). Essa melhoria nas
propriedades de fratura resulta das interações entre as trincas que avançam e as
partículas da fase dispersa. Os compósitos com matriz cerâmica podem ser fabricados
utilizando-se estampagem a quente, estampagem isostática a quente e técnicas de
sinterização na fase líquida.

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