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8.

O QUE SÃO IM (ÍNDICES DE MÉRITO) E COMO ELES PODEM AFETAR


NA ESCOLHA DO MATERIAL?
Resposta: Os Índices de Mérito (IM) ou desempenho, é uma fórmula algébrica que
expressa um compromisso entre duas características ou propriedades. Em sua forma mais
simples o IM é geralmente uma fração, tendo no numerador a propriedade que se quer
maximizar e no denominador a que se deseja minimizar. Dentre as relações, talvez mais
conhecidas, tem-se: resistência/peso e rigidez/peso.
É a avaliação e comparação numerica das propriedades analisando qual função de
propriedades que daria uma melhor resposta, levando em consideração a relçao
resistência/peso e rigidez/peso. A escolha do material irá depender da sua propriedade
mais eficinte, do seu custo, do seu desempenho e aplicação final.

18. O QUE SÃO PRIMEIROS PRINCÍPIOS E COMO SÃO PREVISTAS AS


PROPRIEDADES A PARTIR DISSO.
Resposta: Os primeiros princípios dizem que a seleção de materiais pode ser realizada em
nível de detalhamento (as características ou propriedades do produto estão definidas) ou
em nível de concepção (busca-se informações das propriedades em manuais e na literatura
- resultados de ensaios).
17. EXPLIQUE COMO CADA UM DESSES FATORES AFETAM A ESCOLHA
DO MATERIAL: TENSÃO DE ESCOAMENTO, DUCTILIDADE E
TENACIDADE SÃO MUITO SENSÍVEIS A FATORES COMO TAMANHO DE
GRÃO, DISTRIBUIÇÃO DE ATOMOS DO SOLUTO (EM SOLUÇÃO OU
FORMANDO SEGUNDAS FASES), GRAU DE DEFORMAÇÃO PLÁSTICA,
ETC.
Resposta: Boa parte das propriedades de engenharia dependem bastante da forma como
o material está estruturado, além disso a composição química e física, também
influenciam no limite de escoamento do material, ou mesmo, na deformação elástica e
plástica, além da energia absorvida pelo material. Estas características são afetadas de
acordo uma certa variação no tamanho de grão, miscibilidade e compatibilidade das fases
e do módulo de elasticidade.
22. O QUE É MODULO DE ELASTICIDADE E COMO SUA PREVISÃO PODE
AFETAR NO COMPORTAMENTO E CONSEQUENTE ESCOLHA DO
MATERIAL?
Resposta: É uma propriedade intrínseca do material e depende de dois parâmetros: rigidez
das ligações atômicas e densidade das ligações. Se o índice de mérito for determinado em
função da resistência mecânica, no caso por exemplo da resistência/peso, para isso é
preferível que se diminua o peso até um certo limite e maximize a resistência, ou seja,
deve-se escolher um material não muito pesado e com uma resistência mecânica desejada.
23. EXPLIQUE A PARTIR DA FIGURA ABAIXO COMO PODEM SER
ESCOLHIDOS OS MATERIAIS POLIMÉRICOS ADEQUADOS, TOMANDO-SE
COMO BASE ELEVADAS PROPRIEDADES MECÂNICAS:
Resposta: Quanto mais cristalino o polímero for, maior será sua resistência mecânica.
Assim a rigidez das cadeias e a existência de ligações cruzadas proporcionam um
polímero com alta resistência mecânica, e levando isso em consideração, a combinação
que apresenta essa característica está no centro do triângulo (cadeias cristalinas, rígidas
com ligações cruzadas). O polímero com maior ou elevada propriedade mecânica seria a
combinação de todas as partes do triângulo.

27. DIFERENCIA ANISOTROPIA DE ISOTROPIA E POR QUE ESSAS


PROPRIEDADES SÃO TÃO IMPORTANTES NA ESCOLHA DE UM
MATERIAL? TODOS MATERIAIS POSSUEM ANISOTROPIA. EXPLIQUE
POR QUE SIM OU POR QUE NÃO.
Resposta: Na isotropia, os materiais apresentam as mesmas propriedades mecânicas em
todas as direções. Já a propriedade anisotrópica é dependente das direções, por exemplo
dos cristais, portanto a propriedade elástica do material depende da direção. Nem todos
os materiais são anisotrópicos, por exemplo, em um mineral específico (halita) ocorre a
anisotropia para a clivagem, mas a propagação da luz é igual em todas as direções.
Quando o valor da propriedade física é igual em todas as direções, o cristal é isotrópico
para essa propriedade. Portanto, saber as características do material, se é ou não
anisotrópico, é importante para o desenvolvimento do projeto e a aplicação que se destina
o material selecionado.
28. EXPLIQUE COMO OS DEFEITOS PODEM INFLUENCIAR NO
COMPORTAMENTO DA RESISTÊNCIA MECÂNICA DOS MATERIAIS.
(EXPLIQUE COM BASE EM 4 FATORES).
Resposta: A resistência mecânica pode ser influenciada por defeitos como vacâncias
(presença de lacunas - ausência de um átomo numa posição normalmente ocupada),
contornos de grão (que distorcem/interrompem as ligações iônicas semidirecionais), íons
de cargas diferentes em contato (cria áreas de repulsão local) e discordâncias (podem
alterar o empacotamento dos átomos causada pela inserção de um plano adicional).
Dependendo do defeito, pode-se obter uma melhoria da resistência mecânica, como no
caso dos contornos de grão.
29. CLASSIFIQUE OS MATERIAIS CERÂMICOS, METÁLICOS E
POLIMÉRICOS RELATIVAMENTE À: MOBILIDADE DE DISCORDÂNCIAS,
MODULO DE 11 ELASTICIDADE, PLASTICIDADE, FRATURA FRÁGIL OU
DÚCTIL. (MONTE UMA TABELA).
• Materiais cerâmicos: os materiais cerâmicos possuem baixa mobilidade de
discordâncias, o que restringe sua plasticidade e faz com que a fratura frágil seja a norma.
Devido ao módulo de elasticidade estar diretamente relacionado com as forças
interatômicas, em geral, os materiais cerâmicos possuem alto módulo de elasticidade.
• Materiais metálicos: a mobilidade de discordâncias é o principal fator envolvido na
deformação plástica de metais e ligas, boa parte dos metais apresentam uma boa
resistência mecânica, diferentes módulos de elasticidade e boa parte são dúcteis, mas
também podem apresentar fratura frágil, dependendo do tipo de metal.
• Materiais poliméricos: os materiais poliméricos possuem baixo módulo de elasticidade,
em comparação com os materiais cerâmicos e valores, em geral, menores em relação aos
metais. Uma parte dos polímeros possuem certa mobilidade das discordâncias, o que
explica sua plasticidade, já outros não. Podem apresentar fratura frágil ou não, dependerá
do tipo de material polimérico.
30. É POSSÍVEL MELHORAR O COMPORTAMENTO MECÂNICO DAS
CERÂMICAS? COMO? ISSO IRÁ MUDAR O IM?
Resposta: Sim. O comportamento mecânico das cerâmicas pode ser alterado pela adição
de outros materiais a massa cerâmica ou pela mudança nas condições de processamento,
resultando em uma maior densificação, diminuição de poros e microtrincas, melhorando
assim, o comportamento mecânico. Consequentemente, o índice de mérito terá alguma
variação.
34. NA FIGURA ANTERIOR ACONTECEM DOIS FENÔMENOS
RELACIONADOS A FORMA DA PEÇA (RESTRIÇÃO INTERNA E
RESTRIÇÃO EXTERNA) EXPLIQUE-OS E COMO VOCÊ COMO
ENGENHEIRO DE MATERIAIS PODERIA DIMINUIR ESTAS RESTRIÇÕES
PARA UTILIZAR ESSA PEÇA NUM PROJETO DE UM GASODUTO?
Resposta: Restrição externa: Em uma tubulação com o trecho em curva e as duas
extremidades engastadas, percebe-se que na curva instauram-se tensões de tração e
compressão e será maior, quanto maior for a temperatura da tubulação. Já para a Restrição
interna: ocorre o resfriamento rápido da peça e, em geral, conduz ao estabelecimento de
um estado de tensões residuais. Em um projeto de em gasoduto, o primeiro passo seria
recorrer ao projeto da peça, para verificar suas características dimensionais, visando
modificar o seu ângulo de curvatura para diminuir a pressão exercida pelo fluido na parte
curva da peça. E para diminuir a restrição interna utilizaria outro material de revestimento
na peça para evitar o seu resfriamento rápido, nesse caso.
36. DE ACORDO COM O MAPA ABAIXO (ASHBY) ESCOLHA TRÊS
MATERIAIS QUE MAIS SE ADEQUEM A PRODUÇÃO DE FIBRAS ÓTICAS.
LEMBRE-SE DE USAR COMO IMs (DENSIDADE E COEFICIENTE DE
PERDA).
Resposta:
• Basicamente, a estrutura das fibras ópticas convencionais que são utilizadas em sistemas
de telecomunicação são compostas de um núcleo e com base no mapa de ASHBY a opção
adequada de núcleo seria a região onde está o dióxido de silício/SiO2-Cerâmica;
• O segundo material é utilizado para revestir o vidro (é bastante utilizado o PVC, com
base no índice de mérito é mais vantajoso utilizar o PP porque possui um menor
coeficiente de perda).

43. DE ACORDO COM A FIGURA ABAIXO, DISCUTA O QUE ACONTECE EM


CADA UMA DAS CURVAS. QUAL DESTES MATERIAIS VOCÊ ESCOLHERIA
PARA PRODUÇÃO DE UM TANQUE PARA ARMAZENAMENTO DE ÁGUA,
PORQUÊ?
Resposta: A figura mostra curvas com diferentes comportamentos de tensão-deformação.
Na curva (a) o material possui baixo módulo, baixa resistência e baixa tenacidade. Na
curva (b) o material possui alto módulo, alta resistência e baixa tenacidade. Na curva (c)
o material possui alto módulo, alta resistência e alta tenacidade. E na curva (d) o material
possui baixo módulo, baixa resistência e baixa tenacidade. Para produção de um tanque,
o melhor comportamento 15 seria da curva C, agora, se não fosse preciso uma alta
tenacidade do material, aí poderia ser escolhido a curva B.
45. MOSTRE COMO A CRISTALINIDADE E AUMENTO DE PESO
MOLECULAR PODEM AFETAR O MODULO DE ELASTICIDADE.
Resposta: A cristalinidade aumento o módulo porque nas regiões cristalinas as moléculas
estão mais próximas umas das outras do que na matriz amorfa. As ligações, portanto, são
mais fortes e mais rígidas, pois as distâncias intermoleculares diminuem e a flexibilidade
das cadeias é limitada pelas moléculas adjacentes. Aumentando o peso molecular
dificulta-se o escorregamento das cadeias poliméricas simplesmente por estas serem mais
longas.
46. POR QUE EM PROJETOS QUE UTILIZAM POLÍMEROS NÃO É
RECOMENDADO AUMENTAR O PESO MOLECULAR DESTES? VOCÊ
COMO ENGENHEIRO APRESENTE OS PROBLEMAS E AS POSSÍVEIS
SOLUÇÕES PARA ESTE PROBLEMA?
Resposta: O problema reporta-se à processabilidade, pois um alto peso molecular
aumenta a viscosidade do polímero fundido, prejudicando a sua procssabilidade (torna
mais difícil de ser processado). Para melhorar as características de processabilidade, seria
necessário possível aumentar a temperatura, mas a degradação do material impõe limite
a esse recurso.
63. EXPLIQUE O QUE OCORRE NOS GRÁFICOS ABAIXO.
Resposta: As curvas de escoamento plástico são mostradas nas figuras. Indicam que a
tensão aumenta com a deformação até alcançar um pico de tensões e decresce em seguida
até um estado estacionário. Durante a etapa de encruamento a densidade de discordâncias
aumenta com a deformação até que a energia crítica necessária para o início da
recristalização dinâmica seja alcançada (σc e εc), iniciando-se o processo de nucleação
de novos grãos. A substituição de grãos deformados por núcleos e grãos isentos de
deformação conduz a uma redução mais acentuada na taxa de encruamento com o
prosseguimento da deformação a partir da deformação crítica. Em uma das figuras,
observa-se que quanto maior a temperatura, menor a tensão equivalente para deformar
plasticamente o material.

64. DIFERENCIA TENSÃO VERDADEIRA, DE TENSÃO DE ENGENHARIA E


POR QUE A CORREÇÃO DESTAS CURVAS É TÃO IMPORTANTE NO
CRITÉRIO DE ESCOLHA DOS MATERIAIS.
Resposta: Tensão verdadeira ou real, que é a carga dividida pela seção transversal
instantânea. Deformação nominal ou de engenharia, que é a taxa de variação de
comprimento. É importante porque pode ser obtido uma informação curva tensão-
deformação, que é o expoente de encruamento, que determina trabalhabilidade a frio do
material.
68. EXPLIQUE COMO OCORRE O ENDURECIMENTO POR DEFORMAÇÃO
À FRIO E SUAS PRINCIPAIS IMPLICAÇÕES NA ESCOLHA DE UM
MATERIAL.
Resposta: Ao se deformar o cristal um aumento da densidade de discordâncias, que pode
alcançar valores próximos a 1012. Assim, a própria manifestação do encruamento
significa que, ou há dificuldade de gerar discordâncias, ou torna-se difícil movê-las.
Portanto o endurecimento vem da difícil movimentação das discordâncias. Em alguns
casos, a deformação a frio pode não ser vantajosa, como o aumento de resistência de
metais puros ou ligas não tratáveis termicamente.
84. COMO OCORRE O ENDURECIMENTO POR CONTROLE DE TAMANHO
DE GRÃO. EXPLIQUE.
Resposta: Sobre dois grãos de um policristal atua uma tensão. Sob a ação desta surgirão
discordâncias, sendo esse mecanismo bloqueado pelo encontro do plano de
escorregamento com o contorne de grão. Portanto quanto maior o tamanho de grão, maior
o número de discordâncias, maior a tensão de cisalhamento e maior a facilidade para o
bloqueio associado ao contorno de grão seja superado e a deformação passe de um grão
para outro.
COMO SE COMPORTAM MATERIAIS CERÂMICOS, POLIMÉRICOS E
METÁLICOS A ATUAÇÃO DE TESTES MECÂNICOS?
Resposta: Em temperatura ambiente, a maioria das cerâmicas é frágil e exibe
comportamento elástico até o ponto de fratura e, mesmo assim, a resistência desses
materiais à fratura é bem menor do que a resistência teórica. Os materiais poliméricos se
unem com ligações primárias, fortes, do tipo valência. Além disso, o peso molecular
pouco influencia na resistência, mas controla as propriedades de ruptura (tensão, módulo
e energia de ruptura). Os materiais metálicos, em comparação com as cerâmicas,
permitem razoavelmente a movimentação de discordâncias que é o um fator importante
envolvido na deformação plástica de metais e ligas, o que explica sua ductilidade.

SEGUNDA LISTA

1. O QUE É FRATURA E COMO ESTA PROPRIEDADE PODE SER


ASSOCIADA A SELEÇÃO DE MATERIAIS?

Resposta: Inicialmente, pensou-se em fratura como um processo de quebra das ligações


e afastamento dos átomos, mas esse processo é energeticamente caro, requerendo tensões
da ordem de E/5. Atualmente, a fratura pode ser denominada como um processo em que
ocorre o escorregamento de uma camada de átomos sobre a outra.

2. EXPLIQUE COMO A TEORIA DE GRIFFITH AFETOU NO


COMPORTAMENTO E CONSEQUENTEMENTE A ESCOLHA DOS
MATERIAIS?

Resposta: Nos anos 20, Griffith introduziu a ideia de que em sólidos frágeis há pequenas
trincas que atuam como concentradores de tensão, denominadas em mecânica de fratura
de trincas de Griffith. Inicialmente pensou-se em fratura como um processo de quebra das
ligações e afastamento dos átomos, mas esse processo é energeticamente caro, requerendo
tensões da ordem de E/5. Dessa forma, materiais com grandes concentrações de trincas
tendem a fraturar-se fragilmente. Esse requisito é muito importante na escolha de
materiais para uma determinada aplicação, sendo que essa teoria facilita também a
compreensão da relação propriedade/desempenho do tipo de material a ser selecionado.
Por exemplo, não se pode utilizar uma cerâmica convencional para aplicações que
requerem tração ou cargas excessivas, pois possuem certa fragilidade (presença de poros,
que facilitam a concentração de tensões).

4. EM QUE SE BASEIA A MECÂNICA DA FRATURA LINEAR ELÁSTICA


(MFLE)?

Resposta: Desenvolvida a partir dos trabalhos de Griffith, baseia-se na observação de


que trincas atuam como concentradores de tensão.

7. QUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E AS LIMITAÇÕES DA MFLE?

Resposta:

• Todos os materiais contêm trincas ou defeitos, o fator de intensidade de tensão K


pode ser calculado por vários casos particulares de configurações de trinca e de
cargas e a falha ocorre quando K exerce o valor crítico do material.
• Ocorrência de plasticidade, efeito de escala e diferentes geometrias da trinca.

14. DIFERENCIE FALHA DE FRATURA.

Resposta: Sob o ponto de vista prático é importante diferenciar os termos falha e fratura;
o primeiro é adequado a estruturas e o segundo, ao material, por exemplo, a um corpo de
prova. Pode ocorrer falha sem que haja fratura, como no caso de flambagem - ocorrência
que reduz a praticamente zero a capacidade de uma estrutura suportar cargas, apesar de
não implicar fratura. Por outro lado, a fratura pode estar presente sem causar falha, como
no caso de uma estrutura que continua resistindo mesmo exibindo trincas.

15. QUAL A DIFERENÇA ENTRE FRATURA FRÁGIL DE FRATURA DÚCTIL.

Resposta: O termo fratura dúctil pode se referir ao modo de fratura ou a um colapso por
deformação plástica seguido de ruptura do material. A fratura frágil pode ser entendida
como modo de falha (propagação rápida de uma trinca instável) ou como modo de fratura
(clivagem). A fratura por clivagem é favorecida por fatores que intensificam a tensão
disponível para propagação do núcleo da trinca, como tensões triaxiais geradas na ponta
do entalhe ou de uma trinca preexistente, baixas temperaturas, mecanismos de
endurecimento etc. A fratura dúctil consome muita energia devido ao grande trabalho de
deformação envolvido, além disso, a trinca não se propaga rapidamente e a falha da
estrutura ou componente é precedida por extensa deformação plástica que serve de
“aviso” ao usuário.

16. QUAIS OS EVENTOS QUE OCORREM NA FRATURA FRÁGIL.

Resposta: Dois eventos são discerníveis: iniciação e propagação, ocorrendo subitamente.


A iniciação, por sua vez, pode ser o resultado do coalescimento ou reação de
discordâncias, bloqueio da movimentação de macias ou da fratura de uma partícula de
segunda fase influenciada pela deformação plástica da matriz. A propagação geralmente
é transcristalina e cria duas superfícies pela ruptura de ligações atômicas. Essas
superfícies se identificam com planos bem definidos, de baixos índices cristalográficos e
de baixa energia.

17. O QUE É FRATURA POR CLIVAGEM E QUAIS OS PRINCIPAIS


ASPECTOS QUE A GEREM.

Resposta: A fratura frágil pode ser entendida como modo de falha (propagação rápida
de uma trinca instável) ou como modo de fratura (clivagem). Os seguintes aspectos são
relevantes para discutir as condições de propagação da trinca até um comprimento crítico:

• Na fratura por clivagem, apenas os planos de baixo índice são operativos.


• Sob influência de tensão aplicada, a trinca cresce a partir do núcleo,
preferencialmente ao longo dos planos operativos.
• O contorno de grão constitui efetiva barreira para a propagação da trinca, a qual,
ou cessa sua progressão, ou até obrigada a mudar de direção para continuar seu
deslizamento sobre um plano de baixo índice do grão vizinho. Assim ela deixa de
estar orientada favoravelmente em relação à direção da tensão etc.

20. O QUE OS MAPAS DE ASHBY PODEM TRAZER PARA GARANTIR A


SEGURANÇA DE PROJETOS?

Resposta: Podem trazer uma ideia mais completa sob o ponto de vista dos procedimentos
de seleção dos materiais. Por exemplo, a relação tenacidade/densidade, é possível extrair
do mapa informações deste tipo, tornando a seleção de materiais mais adequada para um
projeto no qual o critério dominante é a segurança contra a fratura frágil. Também, o
mapa é útil para uma visão geral de valores de KIC, associadas a cada família de materiais.

25. DE ACORDO COM A FIGURA ABAIXO EXPLIQUE A RELAÇÃO ENTRE


AUMENTO DE TEMPERATURA E TAMANHO DE GRÃO.

Resposta: Foi comentado que, para materiais que exibem plasticidade, a redução da
resistência mecânica está associada ao aumento de KIC. No entanto, é possível ativar
mecanismos de tenacificação sem perda de resistência mecânica; em aços, por exemplo,
são conhecidos os efeitos do refino de tamanho de grão e da obtenção de baixos níveis de
impurezas via processamento adequado.

• A Figura 5.18a mostra esquematicamente a influência de cada um desses


mecanismos em termos de curvas de impacto Charpy: o primeiro agindo mais no
sentido de diminuir a temperatura de transição e o segundo, mais no aumento da
energia de fratura dúctil. Naturalmente, trata-se de uma simplificação, pois, como
vimos, inclusões também podem nuclear trincas, que encontrando condições para
se propagar causam fratura frágil.
• Na Figura 5.18b foi reproduzido um detalhe do mapa de KIC versus σy mostrando
esquematicamente a alteração da tenacidade de um aço com os mecanismos de
endurecimento: precipitação, endurecimento por solução sólida, endurecimento
por trabalho a frio e redução do tamanho de grão. Observa-se que para os
primeiros três mecanismos o aumento de resistência mecânica é acompanhado da
diminuição de tenacidade, enquanto para a redução do tamanho de grão as duas
propriedades são beneficiadas.
• Naturalmente, o conceito é extensivo a qualquer material no qual esses
mecanismos são operantes. Para o caso específico do aço foi incluído o efeito do
recozimento; a diminuição da dureza e da resistência mecânica se reflete no
aumento de tenacidade. Trata-se de um caso típico de melhoria de segurança
obtida em troca de baixa eficiência; assim, ninguém pensaria em utilizar aço no
estado recozido para aplicações estruturais.

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