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Journal of Polymer Science and Engineering (2020) Volume 3 doi:10.24294/

jpse.v3i1.1191

Compósitos Híbridos de Fibra de Vidro Curto Reforçados com

Micropartículas de Sílica
Lenir de Abreu Júnior1 , Pablo Resende Oliveira1,2, André Luis Chris
, Rodrigo Teixeira Santos Freire1
toforo3, Carlos Thomas Garcia4
, Gilberto García del Pino5, Túlio Hallak Panzera1*
1Centro de Inovação e Tecnologia em Materiais Compósitos - CITeC, Universidade Federal de São João del Rei-UFSJ, Brasil. E-mail: panzera@ufsj.edu.br

2
Instituto de Engenharia de Sistemas Sustentáveis, Albert-Ludwigs Universität Freiburg, Freiburg im Breisgau, Alemanha
3
Universidade Federal de São Carlos-UFSCar, Brasil
4
LADICIM (Laboratório de Ciência e Engenharia de Materiais), Universidad de Cantabria, Espanha
5
Universidade Estadual do Amazonas, Manaus, Brasil

ABSTRATO
Este trabalho investiga compósitos epóxi reforçados por fibras curtas de vidro de orientação aleatória e micropartículas de sílica. Um experimento fatorial

completo avalia os efeitos da fração mássica de fibra de vidro (15 e 20% em peso) e comprimento (5 e 10 mm) e a fração mássica de micropartículas de

sílica (5 e 10% em peso) na densidade e porosidade aparentes, bem como a resistência à compressão e tração e módulo dos compósitos híbridos. Os

compósitos epóxi híbridos apresentam resistência à tração (9%) e módulo (57%) significativamente maiores, bem como resistência à compressão (até

15%) em relação ao epóxi puro.

Palavras-chave: Compósitos Híbridos; Micropartículas de Sílica; Fibras de Vidro Curtas; Desenho de Experimentos; Caracterização Mecânica e

Física

1. Introdução compósitos poliméricos. Uma variedade de agregados tem sido utilizada,

como cimento, argila, nanotubos de carbono e partículas de sílica. O

Os compósitos reforçados com fibras curtas de vidro (SGFCs) têm
desempenho de compósitos híbridos reforçados com fibra e partícula
sido amplamente utilizados em diversas aplicações, como na indústria
também depende das características da fibra, como a relação de aspecto
automobilística e de construção, barcos, equipamentos esportivos,
(definida como a razão entre o comprimento e o diâmetro da fibra) e a
tubulações e tanques de armazenamento devido às suas propriedades
fração de volume da fibra, bem como a resistência e a deformação até a
mecânicas conjugadas à facilidade e baixo custo de fabricação, bem
falha da fibra. a fibra em comparação com a matriz. Fibras de alta razão
como bem como flexibilidade de design[1]. Esses sites compostos, no
de aspecto fornecem compósitos com maior resistência à tração[1] .
entanto, fornecem menos resistência e rigidez em relação às suas

contrapartes de fibra contínua.

As micro e nanopartículas podem reforçar ainda mais os SGFCs,

Vários estudos têm investigado o potencial de reforço de micro e
proporcionando um aumento na rigidez e na adesão da fibra à matriz e
nanopartículas em compósitos poliméricos reforçados com fibras
atuando como agentes de retenção de trincas.
contínuas. Santos e cols. [3] relataram que a inclusão de 2% em peso de
Esses enchimentos também podem reduzir os custos de fabricação[2] e o
nanopartículas de sílica em compósitos epóxi reforçados com fibra de
densidade dos compósitos, aumentando a rigidez específica do material
vidro simples levou a um aumento do módulo de tração (flexão) em 11,6%
resultante[3] .

A incorporação de cargas cerâmicas rígidas também pode

aumentar a resistência ao desgaste por erosão de fibras reforçadas

Copyright © 2020 Lenir de Abreu Júnior et al.

doi: 10.24294/jpse.v3i1.1191
EnPress Publisher LLC. Este trabalho está licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0).
http://creativecommons.org/licenses/ by/4.0/

6
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(13,2%). As partículas foram funcionalizadas com cloreto de
polidialildimetilamônio (PDDA) para aumentar sua dispersão na
matriz polimérica. A resistência dos dez silos também foi 28,8%
maior. Os autores atribuem esse efeito à redução na propagação
da trinca devido à alta superfície específica das nanopartículas.
As micropartículas de sílica (3% em peso) também aumentaram
o módulo de flexão em 11,3%, mas reduziram a resistência à
tração. A resistência à flexão, no entanto, diminuiu com a
inclusão de nano e micropartículas. Vale ressaltar que as
micropartículas levaram a uma menor redução na resistência à
flexão.
Detomi et ai. [4], em contraste, investigaram a incorporação
de micropartículas de sílica e carboneto de silício em frações de
massa de 10 e 20% em peso em diferentes partes (compósito
inteiro ou apenas na lateral sob cargas compressivas) de
compósitos epóxi reforçados por fibra de vidro cross-ply tecidos.
Os autores observaram que a presença de micropartículas de
cerâmica no lado superior da viga sob cargas compressivas
aumentou em 110% a resistência à flexão dos compósitos. Além
disso, como as partículas não alteram significativamente a
densidade do material, a resistência específica à flexão também
aumenta em 112%. No entanto, os micropartículas reduziram o
módulo de flexão, embora valores maiores tenham sido obtidos
com partículas adicionadas apenas no lado da amostra submetido
a cargas compressivas.
Torres e cols. [5] investigaram o comportamento à flexão e ao
impacto de laminados unidirecionais de fibra de vidro com
micropartículas de cimento ou sílica adicionadas apenas no lado
superior da viga dos laminados submetidos a cargas
compressivas. A inclusão de 5% em peso de micropartículas de
sílica (cimento) aumentou a resistência à flexão em até 36%
(46%) dependendo do número de camadas utilizadas. O módulo
de flexão aumentou em 20% (29%) e a energia de impacto em
10% (40%) na presença de 5% em peso de micropartículas de
sílica (cimento) em comparação com o compósito sem partículas.
Pande e Sharma[6] investigaram o reforço híbrido fornecido
por fibras de vidro E (diâmetro médio de 12 µm) e partículas de
vidro A tratadas com silano (5-12 µm) em uma matriz de
polipropileno. Esses autores observaram um efeito sinérgico
entre partículas de vidro e fibras, o que leva a um maior módulo
de flexão e resistência de compósitos híbridos reforçados com
micropartículas e fibras em relação aos efeitos apenas de fibra
ou apenas de partícula. Oliveira e cols. [7] também relataram um
ligeiro aumento no módulo de flexão de não tratado
compósitos epóxi de fibra curta reforçados com micropartículas
de cimento. No entanto, não foram observadas melhorias na
resistência à flexão, nem para fibras de coco tratadas com NaOH
ou não tratadas[7]. Resultados semelhantes também foram
relatados por Margotti et al. [8] mediante a inclusão de partículas
de cimento (10% em peso) em compósitos epóxi reforçados com
fibra de sisal curta.
Os materiais reforçados com fibras curtas apresentam, no
entanto, uma microestrutura mais complexa, com parâmetros
adicionais que influenciam seu desempenho mecânico, como
fração volumétrica da fibra, comprimento e proporção da fibra e
orientação da fibra [1,9,10]. Fu et al. [1] observou que a tração
A resistência de compósitos de polipropileno reforçados com
fibra de carbono e de vidro curto depende principalmente do
comprimento médio da fibra (ou razão de aspecto). O módulo
de tração é mais dependente da fração volumétrica da fibra. A
resistência à tração e a tensão na falha, por exemplo, aumentam
para maior razão de aspecto das fibras. Em contraste, a tensão
na falha diminui para frações de volume de fibra mais altas. Sob
carregamento de dez silos, as trincas se iniciam nas extremidades
das fibras, que concentram tensões da ordem de 10 vezes ou mais[1,9] .
Curtis e outros. [9] propuseram que tais rachaduras enfraquecem
progressivamente o compósito, desenvolvendo-se primeiro nas
fibras mais longas e mais alinhadas e gradualmente se
espalhando para fibras mais curtas e menos alinhadas. A ponte
de fibra pode impedir a abertura e a propagação dessas trincas,
até um ponto em que a densidade da trinca em uma seção
transversal é tão alta que a ponte de fibra não pode mais suportar
a carga e ocorre a fratura.
Srivastava [11] investigou a inclusão de cinzas volantes em
compósitos epóxi reforçados com fibra de vidro curtos e
aleatórios. O autor relatou que a resistência à tração aumentou
e o alongamento na ruptura diminuiu para frações maiores de
volume de fibra. Partículas de cinzas volantes atuam como uma
barreira para o crescimento de trincas, melhorando a tenacidade
à fratura de compósitos de fibra de vidro curta. A energia da
superfície de fratura também aumentou com maior fração de
volume de fibra: a resistência à tração e a tenacidade à fratura
de compósitos epóxi de fibra de vidro curta e cinza podem ser
melhoradas, especialmente revestindo as fibras com resina antes
de cortá-las e adicioná-las à mistura polimérica. A microestrutura
dos compósitos também afeta a tenacidade à fratura, bem como
os fenômenos microestruturais, como arrancamento de fibras,
delaminação e relaxamento de tensões relacionadas ao inho local
mogeneidades[12]. Reis e Ferreira também relataram uma
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aumento de até 29% e 13% na tenacidade à fratura do concreto
de polímero epóxi reforçado com fibras curtas de carbono e
vidro, respectivamente[13] .
A incorporação de partículas em compósitos reforçados
com fibras contínuas tem sido exaustivamente investigada. No
entanto, a literatura escassa está disponível sobre a hibridação
de fibras curtas aleatórias e micropartículas.
De acordo com o conhecimento desses autores, este relatório
representa a primeira tentativa de conjugar fibras curtas de vidro
e micropartículas de sílica monodimensionadas. Uma análise
estatística robusta baseada em um planejamento fatorial
completo de experimentos (DoE) é usada para identificar o efeito
da fração de massa e comprimento da fibra de vidro e a
quantidade de micropartículas de sílica na densidade aparente
e porosidade, resistência à compressão e tração e módulo da composição híbrida
sites.
2. Materiais e métodos
2.1 Materiais
A fase matriz é composta pelo sistema epóxi Araldite GY
279 e catalisador Aradur 2963, fornecidos pela Huntsman
(Brasil). Fibras de vidro unidirecionais (roving
Figura 1. Processo de trituração (a) de fibras contínuas cobertas por papel A4 (b) em bigodes de fibra de vidro (c) e imagem SEM da mecha de
fibra.
(a)
Figura 2. Processo de preparação de compósitos híbridos mostrando (a) sílica peneirada e (b) incorporação de fibras curtas e (c) mistura.
ME 3020 4000) e micropartículas de sílica (30-45 µm) foram
fornecidas respectivamente pela Owens Corning e Moinhos
Gerais Mining Company (Brasil).
2.2 Processo de fabricação
As fibras são cortadas em dois comprimentos (5 e 20mm)
para obter duas proporções (10 e 20) que podem ser
reproduzidas em escala industrial. A mecha de fibra contínua é
triturada em fibras curtas usando um cortador de papel hidráulico
(Craftsman, Figura 1.a). Fios mais longos são presos a uma
folha de papel antes do corte (Figura 1.b) para garantir fibras de
comprimento uniforme (Figura 1.c). A mecha de fibra tem
aproximadamente 180 µm, conforme mostra a Figura 1d, obtida
por microscopia eletrônica secundária de retroespalhamento.
A resina e o catalisador são misturados por 5 min na
proporção fornecida pelo fornecedor (100:42, respectivamente).
As micropartículas de sílica são previamente secas em estufa
por 3 horas e depois peneiradas e misturadas à mão no polímero
epóxi por 5 minutos para homogeneização adequada e para
evitar a aglomeração de partículas (Figura 2.a ) . Fibras de vidro
curtas são então adicionadas e misturadas manualmente para
garantir a dispersão das fases de reforço (ver Figuras 2.b e 2.c).
(b) (c)
8
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Figura 3. Confecção de amostras: (a) amostras de osso de cachorro para ensaios de tração e (b) amostras cilíndricas para ensaios de compressão e físicos
testes.
Um óleo desmoldante (Renlease QZ5111, Hunts man-Brasil)
reveste previamente os moldes para garantir melhor acabamento
superficial. A mistura polimérica é despejada nos moldes de silicone
em uma mesa vibratória para reduzir a porosidade e os vazios nas
amostras. São confeccionadas amostras em osso de cão e cilíndricas,
para ensaios de tração e compressão/físicos, respectivamente
(Figura 3). Um peso fixo (30 N) em uma placa de vidro é colocado
em moldes de osso de cachorro por 30 minutos para melhor
acabamento superficial. As amostras curam por sete dias em
temperatura ambiente (~25ºC, 55%RH). Os tamanhos das amostras
são baseados nos respectivos padrões ASTM [14,15]. Amostras
cilíndricas para ensaios de compressão são lapidadas em um torno
para garantir o paralelismo das faces.
2.3 Análise estatística
Um experimento fatorial completo (23 ) é realizado para
investigar os efeitos dos fatores (níveis) quantidade de partícula de
sílica (5 e 10 wt%), comprimento da fibra de vidro (5 e 10 mm) e
quantidade (15 e 20 wt%) sobre propriedades físicas e mecânicas
dos compósitos fabricados. Os níveis de fração de massa de
partículas de sílica são baseados em estudos anteriores [2,3,4,16].
As oito condições experimentais são apresentadas na Tabela 1. A
fração mássica da fase matriz epóxi varia de 70 a 80% de acordo
com a fração mássica das partículas e fibras. A densidade aparente
e porosidade, os módulos de compressão e tração e
9
pontos fortes são investigados.
Cinco amostras são fabricadas para cada condição
experimental, com duas réplicas executando um total de 90
amostras por teste. Uma condição de referência consistindo em
polímero epóxi puro também é considerada para comparação. A
análise estatística dos dados é realizada via Análise de Variância
(ANOVA) utilizando o software Minitab 17.
ANOVA é utilizada para estabelecer a significância estatística dos
efeitos dos fatores e suas interações nas respostas físicas e
mecânicas considerando um intervalo de confiança de 95%[17]. A
interação entre fatores ocorre quando o efeito de um fator sobre uma
determinada resposta depende do nível de outros fatores. Nesse
caso, os efeitos de tais fatores devem ser interpretados por meio de
gráficos de interação. O indicador da significância dos fatores e
interações dentro do intervalo de confiança é um P ÿ ÿ. O
o parâmetro ÿ (o chamado nível de significância, fixado em 0,05
neste estudo) representa o risco de afirmar que o efeito de um fator
(ou interação de fatores) é significativo quando, na verdade, não é.
O P-valor, por sua vez, é o menor nível de significância no qual as
conclusões obtidas ainda seriam válidas. A validade da ANOVA é
baseada na normalidade da distribuição de probabilidade subjacente
dos dados analisados. O teste de Anderson-Darling é realizado para
verificar essa suposição. Dada a construção do teste de hipótese de
Anderson-Darling, P ÿ
0,05.
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Tabela 1. Condições experimentais para os experimentos (23 = 8 condições)
Fatores Experimentais
Condições experimentais
Inclusão de sílica (% em peso)
C1 5 15
C2 5 15
C3 5 20
C4 5 20
C5 10
C6 10
C7 10
C8 10
Os ensaios de tração e compressão são realizados em uma
máquina de ensaios Shimadzu AGX-Plus seguindo as
recomendações das normas ASTM D638[14] e ASTM D695[15] ,
respectivamente. Uma célula de carga de 100 kN é usada, com
uma velocidade de cruzeta de 3 mm/min (1 mm/min) para testes
de tração (compressão). A deformação de tração é obtida por um
sistema extensômetro de vídeo (Shimadzu), enquanto a deformação
de compressão é determinada com base no deslocamento da
travessa. O modo de fratura típico de amostras de tração é
investigado através da análise microestrutural. Um microscópio de
mesa Hitachi (TM 3000) é usado para obter imagens no modo de
elétrons retroespalhados a 5kV sem revestimento condutivo.
A porosidade aparente e a densidade são determinadas
usando o padrão ASTM C1039[18]. Essas propriedades físicas são
obtidas através do peso de amostras secas e saturadas de água
em uma balança de precisão de 0,01 g.
A saturação é obtida por imersão em água destilada por 24 horas,
após um período inicial de pré-saturação
de 3 horas sob vácuo.
3 Resultados e discussão
A Tabela 2 apresenta os valores médios das respostas
físicas e mecânicas investigadas para cada condição experimental
considerando as réplicas 1 e 2. A Tabela 3 mostra a análise
ANOVA. Os fatores estatisticamente significativos (ou suas
interações) são escritos em negrito quando os valores-P são
menores ou iguais a 0,05 (valor-P ÿ 0,05). Un
Os valores-P delineados indicam os principais efeitos ou interações
a serem analisados através de gráficos de efeito. A normalidade
dos dados é verificada pelo teste de Anderson-Darling (P-valor (AD) ÿ
Inclusão de fibra de vidro (% em peso) Comprimento da fibra de vidro (mm)
5
10
5
10
15 5
15 10
20 5
20 10
0,05 neste caso), validando a ANOVA. Os altos valores obtidos
para 'R²' indicam boa previsibilidade do modelo estatístico
subjacente utilizado.
3.1 Caracterização física
Os valores médios da densidade aparente e da porosidade
são apresentados na Tabela 2. A Figura 4 mostra o gráfico de
efeito principal para a densidade aparente média, que varia de
1,143 a 1,246 g/cm³. Como esperado, a incorporação de
micropartículas ou fibras aumenta a densidade dos compósitos,
devido a sua maior densidade em relação ao polímero epóxi.
O gráfico de interação para a porosidade aparente média é
apresentado na Figura 5. Compósitos com maior quantidade de
fibras (20% em peso) e micropartículas de sílica (10% em peso)
apresentam a maior porosidade aparente (ver Figura 5a). Tal
comportamento pode ser explicado pela maior viscosidade da
resina polimérica com maiores frações mássicas de reforços, o que
resulta em mais vazios nos compósitos. O aumento da porosidade
é, no entanto, muito maior (12%) para a maior quantidade de fibra,
sendo substancialmente menor (3,8%) no menor nível de inclusão
de fibra.
Para as maiores frações mássicas de fibra ou sílica, o comprimento
das fibras não altera substancialmente a porosidade dentro da
faixa investigada (Figura 5b e c).
No entanto, para as frações mássicas mais baixas de sílica e fibras,
fibras mais longas reduzem (aprox. 8%) a porosidade dos
compósitos. A Figura 5c mostra um efeito de interação entre a
quantidade de fibras e os fatores de comprimento. A porosidade
reduzida é alcançada quando a menor quantidade de fibras (15%
em peso) é combinada com fibras mais longas (10 mm).
10
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Tabela 2. Média das respostas físicas e mecânicas para cada condição experimental

Aparente Aparente Compressivo Tração Tração

Experimental Compressivo
densidade ÿa porosidade Pa força força módulo Et
Condições módulo Ec (MPa)
(g/cm³) (%) ÿc (MPa) ÿt (MPa) (GPa)

1.12 - 56.09 1,79 35,47 0,67

Epóxi puro

C1 1.15 1,71 45,66 1,97 30.51 0,93

C2 1.14 1.18 46,92 1,80 39.05 0,93

C3 1.20 1.21 49,25 1,85 27.24 1.08

C4 1.17 1.54 49,49 1,93 36.30 0,87

C5 1.21 1.27 48,72 1,98 37.11 0,92

C6 1.19 1.52 51.17 2.05 37,66 1.02

C7 1.23 1,67 43.18 1,70 31.93 0,97

C8 1.25 1.41 48,71 2.06 41,94 1.11

Tabela 3. Análise de Variância (ANOVA)

Valor P ÿ 0,05
Principal Fatores e

interações
ÿa pa ÿc CE ÿt et

Fração de massa de sílica (SMF) 0,000 0,724 0,661 0,588 0,303 0,222

Fração de massa de fibra (FMF) 0,015 0,147 0,136 0,802 0,954 0,048

Comprimento da fibra (FL) 0,251 0,010 0,249 0,382 0,002 0,667

SMF * FMF 0,821 0,055 0,028 0,395 0,894 0,958

SMF * FL 0,517 0,572 0,140 0,039 0,110 0,002

FMF * FL 0,409 0,161 0,678 0,067 0,069 0,249

SMF * FMF * FL 0,298 0,022 0,907 0,908 0,545 0,013

R² (%) 88.21 83.11 70.07 68,87 88,90 87,26

Valor P ÿ 0,05 (AD) 0,996 0,569 0,987 0,942 0,241 0,979

Figura 4. Gráficos de efeito principal para a densidade aparente média.

11
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Figura 5. Gráfico de efeitos de interação para a resposta média de porosidade aparente.
3.2 Caracterização mecânica
O gráfico de interação para a resistência à compressão média
é mostrado na Figura 6. A inclusão de micropartículas de sílica e
fibras curtas de vidro diminui a resistência à compressão em
aproximadamente 13% em comparação com o polímero epóxi puro
em todas as condições experimentais. Fi bras e micropartículas de
sílica aumentam a viscosidade da mistura polimérica antes da cura
e, portanto, a porosidade dos compósitos. A interação dos reforços
é complexa, sendo necessários mais estudos. No entanto, vale
ressaltar que os compósitos com menor porosidade proporcionam
maior resistência à compressão, em estreita concordância com o
comportamento observado na Figura 5a.
O módulo de compressão é significativamente maior em
relação ao epóxi puro (Figura 7). Vale a pena notar que o
comprimento das fibras de vidro orientadas aleatoriamente também
influenciou o módulo de compressão, que é maior para fibras mais
longas na maior fração de massa de micropartículas de sílica (15%
maior em relação ao epóxi puro). sil rígido
Figura 6. Gráfico de efeitos de interação para a compressão média
resposta de força.
12
partículas de ica podem contribuir para melhorar o módulo de
compressão de compósitos; no entanto, este efeito não é alcançado
para todas as condições, por exemplo, 10% em peso de sílica com
fibras de 5 mm de comprimento, o que pode ser atribuído ao
empacotamento complexo do sistema.
A Figura 8 mostra curvas típicas de tensão-deformação
compressivas para compósitos constituídos por 15% em peso de
fibras de vidro. O aumento do comprimento da fibra, ou seja, de C1
para C2 e de C5 para C6, aumenta a resistência e a tenacidade,
sendo esta última considerada a área sob a curva. Deve-se notar
também que a incorporação de 10% em peso de sílica (C5 e C6)
proporciona maior resistência à compressão em comparação com
C1 e C2 feitos com 5% em peso, conforme Figura 6. O polímero
epóxi puro apresenta maior resistência à compressão. Em alguns
casos, os compósitos foram capazes de atingir deformações mais
longas do que os polímeros puros, sendo atribuído ao atraso na
propagação de trincas devido às inclusões de fibras e partículas.
Figura 7. Gráfico de efeitos de interação para a resposta do módulo
compressivo médio.
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Figura 8. Curvas tensão-deformação compressivas típicas para amostras feitas com 15% em peso de fibras de vidro.

O comprimento das fibras influencia significativamente a contribuindo para maior rigidez composta [2], em comparação com o

resistência à tração dos compósitos híbridos (Figura 9), conforme já polímero puro.

descrito na literatura[1,9]. Ambos os autores relataram que as A Figura 11 mostra as curvas tensão-deformação típicas de

extremidades das fibras são locais de concentração de alta tensão, tração para amostras feitas com 10% em peso de sílica. A tenacidade

conforme discutido anteriormente na seção de introdução. e tenacidade do silo (com base na área sob as curvas) aumentam com

Nossos resultados corroboram essa afirmação, pois fibras mais longas o comprimento da fibra. Este comportamento é aparente, especialmente

aumentam a resistência à tração dos compósitos epóxi puros em 9%, para as condições C7 e C8 com a maior fração de volume de fibra

enquanto fibras mais curtas diminuem em 11%. Para (20% em peso). Em geral, os reforços levam a maior módulo de

dada fração de massa de fibra, fibras de 5 mm de comprimento elasticidade e resistência, e menor deformação à falha em relação ao

fornecem duas vezes mais locais de concentração de tensão do que polímero puro na condição pura, como mostrado na Figura 11. Todos

as de 10 mm de comprimento, de modo que a resistência à tração é os compósitos apresentam ruptura frágil, caracterizada por uma queda

22% maior para fibras mais longas em relação às mais curtas. repentina de tensão, enquanto o puro o polímero exibe uma pequena

A incorporação de fibras curtas de vidro e micropartículas de queda na tensão de tração antes da falha (Figura 11).

sílica aumenta substancialmente o módulo de tração em relação ao

epóxi puro (Figura 10). O aumento é maior (aprox. 57%) para a maior A Figura 12 mostra a análise microestrutural das superfícies

quantidade de fibras mais longas e micropartículas (10% em peso), fraturadas dos compósitos C6 (ab) e C8 (cd) após o ensaio de tração

conforme mostrado na Figura 10a. Para a menor quantidade de sílica, nos níveis de ampliação ÿ30 e ÿ100.

as fibras mais longas reduzem o módulo de tração e contribuem com Esses compósitos são feitos de 10% em peso de sílica e 15% em peso

um leve aumento do módulo com maior fração de massa de fibra (C6) e 20% em peso (C8) de fibras de 10 mm. Todas as composições

(Figuras 10a e 10b). Para as fibras de vidro mais longas, a quantidade revelam um modo de fratura semelhante, com arrancamento típico da

de fibras não afeta significativamente o módulo de tração, enquanto fibra. Também são observadas bolhas macroscópicas (ver manchas

fibras menores em quantidades maiores contribuem para aumentar escuras indicadas pelas setas), principalmente em C8 feito com menor

essa resposta (Figura 10c). Partículas e fibras atuando como reforço quantidade de fase matriz, o que evidencia os problemas de mistura

composto apresentam uma interação positiva, durante o processo de fabricação devido à maior viscosidade da

mistura.

13
Machine Translated by Google

Figura 9. Gráfico de efeito principal para a resposta de resistência à tração média.

Figura 10. Gráfico de efeitos de interação para a resposta média do módulo de tração.

Figura 11. Curvas tensão-deformação de tração típicas para amostras feitas com 10% em peso de partículas de sílica.

14
Machine Translated by Google

(a) (b)

(cd)
Figura 12. Imagens de elétrons de retroespalhamento (BEI a 5kV) de compósitos C6 (ab) e C8 (cd) após teste de tração.

4. Conclusão 10mm de comprimento, de modo que a resistência à

tração é 22% maior para fibras mais longas em relação
Este trabalho investiga os efeitos de diferentes frações
às mais curtas;
mássicas de micropartículas de sílica e fibras curtas de vidro junto
5. O aumento do comprimento da fibra de 5 para 10 mm leva
com comprimentos variados de fibra na densidade aparente e
ao aumento da tenacidade à tração e à compressão
porosidade de compósitos epóxi. Os módulos e resistências à
dos compósitos; 6. O módulo de
compressão e à tração também são avaliados. Os principais
tração de compósitos híbridos é
achados são resumidos a seguir: 1. A densidade
até 57% maior em relação ao epóxi puro; 7. O
aparente dos compósitos híbridos é maior (4,4%-9,1%) com
modo de fratura no teste de tração é dominado pelo efeito de
a inclusão das cargas, como esperado;
arrancamento da fibra com fragilidade
ruptura.
2. A resistência à compressão dos compósitos híbridos é
Em resumo, compósitos epóxi reforçados por fibras de vidro
pelo menos 10% menor em relação aos compósitos
curtas e aleatoriamente orientadas e micropartículas de sílica
epóxi puros, o que pode ser relacionado à porosidade
apresentam resistência à tração e módulo significativamente
aparente, variando de 1,36% a 1,52%;
maiores, bem como resistência à compressão em relação ao epóxi puro.

3. O módulo de compressão aumenta em até 15% com a

incorporação dos fillers utilizados; 4. A resistência
à tração aumenta 9% em fi mais longos
bre (10 mm) híbridos, enquanto as fibras mais curtas (5
mm) diminuem em 11%. Para uma dada fração de
massa de fibra, fibras de 5 mm de comprimento
fornecem duas vezes mais locais de concentração de tensão do que
Contribuições do autor
LAJ (Investigação, Redação-preparação do rascunho original);
RTSF (Escrita-Revisão e Edição); PRO (revisualização, curadoria
de dados); ALC (Supervisão, Metodologia); CTG (Recursos); GGP
(curadoria de dados); THP (Supervisão, Conceituação, Metodologia).

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Mecânica da Fratura 1989; 33(1): 113–119.

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Conflito de interesses
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13. Reis JML, Ferreira AJM. Avaliação das propriedades de fratura

Reconhecimentos
Os autores agradecem o apoio das Agências Brasileiras de
Pesquisa, CNPq-Brasil (PQ 309885/2019-1) e CAPES (bolsa de
mestrado), e as doações da Moinhos Gerais Company (Brasil).
de concreto epóxi polimérico reforçado com fibras curtas de
carbono e vidro. Construção e Materiais de Construção 2004;
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tração de plásticos. ASTM Internacional 2003.
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