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Economia da Antártida

Desde a assinatura do Tratado da Antártica, os países interessados no aproveitamento econômico do


continente tiveram que submeter suas atividades ao controle internacional. Os únicos recursos
explorados com grandes lucros comerciais foram os derivados do mar, o que causou graves transtornos
aos ecossistemas da zona. A caça da foca, iniciada durante o último quarto do século XVIII nas ilhas
subantárticas, teve como consequência o desaparecimento de grandes colônias desses animais, cujas
peles eram vendidas a preços altíssimos nos mercados internacionais. A drástica diminuição, em menos
de um século, do número de focas nos mares antárticos provocou a busca de um novo produto de
grande valor comercial: a gordura dos elefantes marinhos e das baleias. Desde 1970, tem-se procurado
colocar limites à intensa captura desses animais, mediante a assinatura de vários acordos internacionais.

A partir da década de 1970, a utilização de grandes navios-usinas tornou rentável a atividade pesqueira
nos mares antárticos. O krill, cujas enormes concentrações constituem um riquíssimo potencial
nutritivo, também chamou a atenção de várias potências pesqueiras; mas sua captura, assim como a do
bacalhau e de outros peixes, também requer uma regulamentação internacional para evitar o
esgotamento das colônias e a deterioração do ecossistema marinho.

As condições físicas e climáticas do continente impedem a exploração econômica de seus recursos


minerais. A camada glacial, que recobre mais de 95% do território e, sobretudo a distância dos centros
de comercialização e beneficiamento dos minérios fazem antever um custo excessivo para qualquer
atividade de prospecção que não se desenvolva em jazidas de materiais especialmente valiosos. Estudos
geofísicos do continente demonstraram a possível existência de grandes depósitos minerais
semelhantes aos de outras regiões do mundo com características geológicas parecidas, sobretudo nos
territórios do antigo continente de Gonduana. Assim, acredita-se que no oeste da terra de Maud e no
norte da cordilheira de Pensacola existam reservas de ouro e platina similares às da África do Sul, e o
mesmo sucederia na terra de Wilkes, cujas características se assemelham às do sudoeste australiano; da
mesma forma, a península Antártica e a terra de Ellsworth, de constituição parecida com a dos Andes
chilenos, conteriam grandes depósitos de cobre. Encontraram-se também amostras de ferro, carvão,
chumbo, estanho, urânio, zinco e outros minerais no continente antártico, mas as jazidas conhecidas
não são grandes e ricas o bastante para que sua extração seja rentável.

O petróleo é o único recurso mineral que poderia ser encontrado em quantidade suficiente para
estimular o enorme investimento que requereriam as instalações de prospecção, o transporte e a
construção de sistemas de proteção contra as inclemências climáticas e o movimento dos icebergs sobre
a plataforma continental dos mares de Ross, Weddell, Amundsen e Bellingshausen, onde já foram
detectados alguns lençóis. O turismo, que começou a ser organizado em fins da década de 1950, é outro
importante recurso econômico do continente antártico, cujas desoladas e grandiosas paisagens atraem
a cada verão um crescente número de viajantes. Outras possíveis riquezas seriam o transporte de
icebergs para regiões do mundo necessitadas de água e a utilização do gelo continental para congelar e
armazenar excedentes de produção alimentícia. Também se levantou a possibilidade de utilização do
território antártico como base para voos intercontinentais no hemisfério sul ou para o lançamento de
satélites.

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