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1. INTRODUÇÃO
A Terra é muitas vezes chamada de Planeta da Água, por ser o único planeta do Sistema Solar
em que a água ocorre nos três estados: sólido, líquido e gasoso. Além disso, cerca de 60% da superfície da
Terra é coberta de água. Se bem que hoje não haja rios em Marte, muitas das formas de terreno sugerem a
existência desses rios em tempos idos. Mas em nenhuma parte do Sistema Solar a influência dos rios na
modelação da paisagem é tão importante como na Terra
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Disciplina: GEOLOGIA GERAL; Cursos de : Agronomia e Geografia Tema 8
As formas dos canais e os caudais diferem muito de rio para rio e dentro do mesmo rio. A Fig. 8.3
mostra que os canais também diferem muito na mesma secção de tempos em tempos, especialmente quando o
caudal muda devido a muita ou pouca precipitação ou a mudanças sazonais. Em parte, a mudança na secção é
devida ao facto de que o nível do rio sobe quando o caudal aumenta, mas em muitos canais a forma e
profundidade do canal também muda. Estas mudanças são resultado de erosão e deposição de material no leito
do rio (canal). Os sedimentos soltos e não consolidados consistem muitas vezes de silte, areia e misturas de
cascalho, a que se chama aluvião. A maioria dos rios corre em canais cortados em aluviões que enchem o
fundo dos vales dos rios.
Fig. 8.3. Mudança na forma do canal durante as cheias do Rio San Juan (Utah, EUA), entre Setembro e Outubro de 1941.
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Disciplina: GEOLOGIA GERAL; Cursos de : Agronomia e Geografia Tema 8
Fluxo de água
A natureza do fluxo da água dos rios sofre muitas
alterações no decurso do seu caminho desde a nascente até à
foz. Nas montanhas, onde a água está confinada a leitos
estreitos em forma de V, cheios de cascalheira e detritos
rochosos, a água literalmente salta, borbulha e espuma durante
a sua descida. Na base das montanhas a água segue um curso A B
sinuoso. A água torna-se menos turbulenta, excepto durante as
cheias. À medida que o rio se aproxima do nível do mar, ele
segue um caminho meandrante numa paisagem plana. A água
flui suavemente só com algumas perturbações superficiais.
O fluxo da água do rio pode ser calmo ou turbulento.
No primeiro caso, diz-se que o rio tem um fuxo laminar (Fig. C
8.8.a) e no segundo que tem um fluxo turbulento (Fig.Fig. 8.8. Diversos tipos de fluxo das águas dos rios. A.
Laminar; B. Turbulento; C. de Queda
8.8.b). Quando o fluxo muda o declive muito rápidamente, a
espessura de água diminui, passando a ter um fluxo de
queda (Fig. 8.8.c). Um exemplo deste tipo de fluxo é uma
cascata (Fig. 8.9).
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Disciplina: GEOLOGIA GERAL; Cursos de : Agronomia e Geografia Tema 8
Todos os rios carregam normalmente os três tipos de carga, mas pode acontecer que predomine
um deles sobre os outros. Por exemplo, os rios do sul de Moçambique, que correm em planícies e em
velocidades relativamente lentas, carregam fundamentalmente carga em suspensão e em solução, e só
muito pouco em carga de fundo. Pelo contrário, os rios de montanha carregam normalmente carga de
fundo.
A quantidade de material transportado depende não só da velocidade da água, mas também da
disponibilidade de material. Geralmente os rios não carregam todos os detritos possíveis para as suas
condições, ou seja, para a sua capacidade – quantidade de material que eles podem transportar nas
condições prevalecentes. Por outro lado, a capacidade não é preenchida por que a força da água não é
suficiente para transportar os detritos.
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