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 Filtros Biológicos

 Lodos Ativados Convencionais


 Lodos Ativados Aeração Prolongada
o Unidades de tratamento
o Descrição do sistema
o Coleta, tratamento e deposição dos resíduos do sistema.
o Corpo receptor
o Operação e manutenção
 Diretrizes gerais de operação
 Manutenção
o Perfil e capacitação técnica do responsável pela operação e
manutenção da ETE
o Recomendações Gerais

Filtros Biológicos

Os Filtros Biológicos são processos de tratamento de esgotos baseados na


percolação de efluentes líquidos através de pedras nas quais ocorrem fenômenos
biológicos de crescimento bacteriano e consumo da matéria orgânica. Datam do
fim do século XIX e as primeiras unidades surgiram na Inglaterra. Enchimento.

Como material de construção empregam-se pedras resistentes às intempéries,


escória britada, tufo de lava e peças cerâmicas ou de plástico. Também já têm
sido empregados o coque e a hulha; em pequenas instalações têm encontrado
aplicação ripas de madeira empilhadas em cruz. O material mais usado é a pedra
britada. O tufo de lava tem a vantagem de ter um peso específico aparente muito
baixo. Durante a colocação é importante eliminar completamente a areia. Para isto
o material filtrante deve ser lavado cuidadosamente.

Algumas semanas após o início de funcionamento, os fragmentos se recobrem de


películas mucilaginosas povoadas por bactérias, principalmente, no interior das
quais se processam os fenômenos de depuração.

Portanto a atividade se verifica na superfície revestida (área molhada) dos


fragmentos. A película ativa aderente às pedras não tem mais que 2 a 3 mm de
espessura. O oxigênio não consegue penetrar mais profundamente. O principal
mecanismo do processo é atribuído à adsorção. A eficiência da adsorção é
mantida pela ação de microorganismos que dependem de aeração contínua. As
pedras com superfície áspera aceleram o inicio do funcionamento biológico.

O tempo de percolação varia segundo a taxa de aplicação e está situado entre 20


e 60 segundos. O nome dado - Filtro Biológico - é altamente impróprio. Na
verdade a denominação filtro é incorretamente empregada, pois o processo não
envolve qualquer fenômeno de peneiramento ou filtração; passa-se uma oxidação
biológica, mas o termo tal como usado já é consagrado.
FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE FILTRO BIOLÓGICO COMUM

Lodos Ativados Convencionais

O processo de lodos ativados foi desenvolvido em 1914 em Manchester,


Inglaterra. Está baseado na seguinte constatação: uma água de esgoto aerada
permite o desenvolvimento rápido de uma flora bacteriana em detrimento ou o
consumo de matérias orgânicas poluentes.

Nas condições ideais de funcionamento, os microrganismos se multiplicam e se


aglomeram em flocos que se depositam logo que cessa a aeração. A massa sólida
assim constituída é chamada de floco bacteriano.
O processo consiste então, em transferir a poluição dissolvida em um meio líquido
para uma fase sólida (microrganismos), a qual será necessariamente tratada
posteriormente.

A reciclagem dos lodos em tratamento contínuo tem a finalidade de manter uma


concentração suficiente de material ativo de forma a acelerar a depuração da
água.

O princípio do processo de lodos ativados consiste, portanto, em provocar o


desenvolvimento de um floco bacteriano em um tanque alimentado de esgotos em
mistura suficiente para evitar a decantação dos flocos e o fornecimento de
oxigênio necessário para a proliferação bacteriana em meio aeróbio.

O tanque de aeração (reator) pode ser procedido de um decantador primário, de


maneira a eliminar uma parte dos resíduos em suspensão. A seguir ao tanque de
aeração os esgotos tratados, são encaminhados a um clarificador, denominado
decantador secundário, que assegura a separação do efluente tratado dos lodos
produzidos. Os lodos serão em parte retornados ao tanque de aeração de forma a
assegurar a manutenção de uma concentração permanente de sólidos, e em
parte, encaminhados ao processo de tratamento de lodos.

FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE LODOS ATIVADOS COMUM

Lodos Ativados Aeração Prolongada

Evolução do processo de lodos ativados convencionais, o sistema de aeração


prolongada não possui decantadores primários, para evitar a necessidade de se
estabilizar o lodo primário. Com isto, obtém-se uma grande simplificação no
fluxograma do processo. O tempo de detenção no tanque de aeração é elevado,
da ordem de 18 a 30 dias (daí o nome aeração prolongada), recebendo a mesma
carga orgânica de DBO do esgoto bruto que o sistema convencional, havendo,
portanto, uma menor disponibilidade de alimento para as bactérias. Para que a
biomassa permaneça mais tempo no sistema, é necessário que o reator seja
maior. Neste sentido, as bactérias, para sobreviver, passam a utilizar nos seus
processos metabólicos a própria matéria orgânica componente das suas células.
Esta matéria orgânica celular é convertida em gás carbônico e água através da
respiração. Isto corresponde a uma estabilização da biomassa ocorrendo no
próprio tanque de aeração. Enquanto no sistema convencional a estabilização do
lodo é feita em separado (na etapa de tratamento de lodo).

LODOS ATIVADOS AERAÇÃO PROLONGADA


Ver projeto executivo do sistema de lodos ativados por aeração prolongada

O sistema de tratamento é a nível secundário por processo biológico lodo ativado,


variante aeração prolongada, com alta eficiência de redução de carga orgânica e
microrganismos.

O fluxograma proposto consta de tratamento preliminar de condicionamento de


esgoto, possível retirada de óleos e graxas durante a operação e tratamento
secundário por oxidação total em unidade compacta, ocupando a menor área
possível.

Unidades do Tratamento

 Gradeamento (grades médias comuns)


 Caixa de Areia ou Desarenador
 Tanque de aeração (reator)
 Tanque de Decantação (decantador secundário)
 Recirculação do Lodo
 Tanque de Lodo Aerado

Descrição do Sistema

A partir da chegada dos esgotos em tanque regulador de vazão as águas


residuárias são levadas ao canal da grade a uma velocidade aproximada de 0,60
m/s. A grade retém o material grosseiro que normalmente vem sobrenadando ao
líquido, protegendo os equipamentos posteriores do processo. Após a grade, é
previsto um pequeno canal de escoamento com o objetivo de reter por
sedimentação a areia. A seguir o esgoto gradeado e desarenado é encaminhado
ao reator biológico passando por um medidor de vazão Parshall.

A operação do sistema de tratamento preliminar (grade e caixa de areia) tem


como objetivo a proteção de bombas, curvas, difusores, registros.
Após o gradeamento e a desarenação, os esgotos serão conduzidos
continuamente ao reator biológico de aeração prolongada. Neste reator então, na
presença de oxigênio dissolvido, fornecido pelos difusores de ar de fundo, o
esgoto é tratado por microrganismos aeróbios saprófitos que consomem as
matérias orgânicas, reduzindo assim a carga orgânica. Do reator, os esgotos
tratados são encaminhados através de passagens devidamente dimensionadas
(bufflers), ao decantador secundário que tem como função separar o lodo
biológico formado pelo crescimento bacteriano do esgoto tratado. O líquido
sobrenadante (esgoto tratado) deverá então ser encaminhado ao corpo receptor.

O lodo acumulado até um certo período no fundo do decantador secundário é


constituído em sua maioria, por bactérias ainda ativas do ponto de vista da
capacidade de assimilar a matéria orgânica. Deste modo, parte deste lodo é
recirculado ao tanque de aeração de maneira a assimilar uma carga muito maior
de matéria orgânica. Esta recirculação tem também o importante papel de
aumentar o tempo médio que os microrganismos permanecem no sistema. A
recirculação da biomassa é o princípio básico do sistema de lodo ativado.

A fim de tornar o lodo biológico o mais estável possível, o material não recirculado,
é encaminhado ao tanque de lodo aerado, onde será oxidado de forma a ser
retirado em ocasiões oportunas para secagem de maneira segura.

O lodo oxidado e seco poderá ser utilizado como condicionante de solo ou


destinado a aterro sanitário.

Coleta, Tratamento e Disposição dos Resíduos do Sistema.

O lixo e areia retirados no tratamento preliminar deverão ser encaminhados ao


destino final de resíduos sólidos da cidade.

O lodo biológico tratado poderá ser utilizado como condicionador de solo em


jardins, produção de mudas, e outras finalidades agrícolas, não podendo ser
utilizada na produção de hortaliças.

Corpo Receptor

A estação de tratamento de esgotos tem como objetivo proteger o corpo receptor


da região. O nível de tratamento proposto deverá manter o corpo receptor em
classe I da resolução CONAMA número 20/86 e obedecendo as normas FEEMA.

Eficiências do tratamento proposto:

 Item Geral
 Item Específico
 Aeração Prolongada

Eficiências do Tratamento Proposto

Geral Item Específico Aeração


Prolongada

DBO (%) 93-98

DQO (%) 75-80

Eficiências do Nitrogênio (%) 15-30


Tratamento Proposto
Fósforo (%) 10-20

Coliformes (%)  90

Coliformes após  99,9


cloração (%)

OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO

DIRETRIZES GERAIS DE OPERAÇÃO

A operação da estação de tratamento de esgotos deve manter uma rotina diária


de ações conforme descrição abaixo:

GRADE

Limpeza manual para retirada do material retido, sendo esta operação


obrigatoriamente efetuada sempre que a grade atinja 50% de obstrução.

REATOR AERÓBIO

De um modo geral é importante considerar as seguintes recomendações:

a - A aeração deverá ser suficiente para manter um teor de oxigênio dissolvido de


1,5 a 2mg/l durante todo o tempo em qualquer parte do reator, exceto na região
imediatamente após a descarga dos afluentes.

b - O oxigênio dissolvido deverá ser constatado durante todo o tempo, no


decantador secundário.

c - A recirculação do lodo deverá ser realizada continuamente, para o reator


aeróbio.
d - Manter as taxas de recirculação previstas (50 - 75%) em função da vazão
afluente.

e - Manter a concentração de sólidos em suspensão pré-estabelecida no projeto


(3000 mg/l)

f - Manter o índice volumétrico de lodo em torno de 100 e uma idade de lodo


acima de 16 dias.

g - O teor de sólidos em suspensão poderá ser controlado pela quantidade de lodo


ativado em recirculação.

h - O excesso de lodo deverá ser removido, em pequenas quantidades, em


períodos pequenos.

i - O lodo não deve ser mantido no decantador secundário. Este procedimento


facilita a perda de oxigênio dissolvido e conseqüentemente o lodo perde o seu
potencial, pois entra em estado séptico.

j - Apesar do processo ser um mistura completa, evitar sobrecargas orgânicas


periódicas ou repentinas, geralmente devido a grandes quantidades de
sobrenadantes ou devido à contribuição de despejos não domésticos, com DBO
excessiva e substâncias químicas tóxicas, não previstas no projeto.

Problemas Operacionais

Com a finalidade de evitar ou corrigir alguns problemas operacionais pertinentes


ao processo de lodos ativados de mistura completa, torna-se oportuno relacionar
aqueles mais freqüentemente incidentes na eficiência da ETE.

SINTOMA A: Entumescimento do lodo

Em condições normais o lodo ativado decanta rapidamente, resultando um


efluente líquido final clarificado, sem odor e estável. O floco é granular na
aparência, com extremidades afiadas definidas, douradas (marrom) escuras ou
cor de chocolate e tem odor de mofo. Quando estas características modificam,
aumentando o índice volumétrico de lodo, sua capacidade de decantação diminui
sensivelmente. Neste caso, ocorre o fenômeno conhecido como "entumescimento
do lodo", no decantador secundário. Conseqüentemente parte do lodo flutua e é
arrastado junto com o efluente final, reduzindo consideravelmente a eficiência da
ETE, com conseqüentes prejuízos para o corpo d’água receptor.

CAUSA: As principais causas são as seguintes:


a - Vazão afluente excessiva e/ou brusca, diminuindo o período de aeração e
idade do lodo.

b - Curto-circuito do fluxo no reator aeróbio.

c - Despejos industriais inadequados, quantitativa e qualitativa, ao processo.

d - Teor de sólido demasiadamente elevado ou baixo, no reator aeróbio.

e - Aeração insuficiente com carência de oxigênio ou agitação excessivamente


suficiente para destruir ou evitar a formação de flocos.

f - Afluente altamente séptico.

g - Interrupções ou períodos longos de paralisação da remoção de lodo do


decantador secundário.

h - Predomínio de formação de fungos com filamentos filiformes (forma de fios), no


lodo ativado.

PREVENÇÃO E RECUPERAÇÃO

Não há recomendação específica para evitar o fenômeno do entumescimento do


lodo, a única solução prática consiste em pesquisas, entre as causas citadas ou
outras, a realmente influente, para então corrigir, eliminar ou tomar alguma medida
compensadora no controle operacional. Em resumo, este fenômeno ocorre de
desequilíbrio entre os parâmetros de carga orgânica (DBO), concentração de
sólidos em suspensões voláteis no reator aeróbio e a quantidade de ar introduzida
na massa líquida em aeração. No entanto, algumas medidas poderão remediar o
problema com a finalidade de auxiliar o re-estabelecimento do equilíbrio do
processo. Entre essas, convêm citar as seguintes:

a - Aumento do valor do pH, sem exceder 7,1, através da adição de cal hidratada
no reator aeróbio.

b - Redução do teor de sólidos no reator aeróbio, pelo aumento de remoção do


excesso de lodo ativado.

c - Aeração adicional do lodo ativado recirculado, antes de entrar no reator


aeróbio.

d - Aumento do período e da taxa de aeração.

e - Em caso excepcional, torna-se necessário remover tanto o lodo quanto for


possível do sistema e reiniciar o processo como lodo ativado fresco e adequado.
SINTOMA B: Excesso de Espuma

O excesso de espuma, formando uma camada espessa, na superfície líquida do


reator aeróbio, constitui o problema mais freqüente nas instalações de lodos
ativados.

CAUSA: As causas não estão ainda perfeitamente caracterizadas. Comumente o


excesso de espuma é atribuído ao crescente uso de detergente sintético nas
indústrias e residências ou idade do lodo muito baixa.

PREVENÇÃO E RECUPERAÇÃO

Independente das causas há diversos métodos utilizados para o controle da


quantidade de espuma, tais como:

a - Redução do lodo descartado para aumento de sólidos em suspensão no reator


aeróbio

b - Emprego de dissolvente de espuma, através da redução da tensão superficial.


Este material, de custo elevado, torna-se inviável quando o problema exige
grandes quantidades.

c - Emprego de pulverizadores de água (aspersores). Os jatos são dirigidos


diretamente sobre a camada de espuma, desintegrando-a. A água poderá ser
substituída pelo efluente da ETE quando de boa qualidade. O sistema de
aspersores também pode representar custos elevados de operação. Em alguns
casos, usa-se um sistema misto das soluções apresentadas.

A eliminação da espuma só deverá ser realizada se constituir um problema


realmente grave. Caso contrário, o reator poderá operar com alguma quantidade
de espuma, a qual será destruída por jatos periódicos de mangueiras com água
em alta pressão.

SINTOMA C: Alteração do Índice de Lodo

O lodo ativado não é um material rigorosamente definido, melhor seria dizer tratar-
se de classe de material. Suas propriedades específicas não são constantes
devido à variação da natureza dos materiais e as exigências impostas para o seu
tratamento. Devido a estas variáveis o índice volumétrico de lodo modifica de
tempo em tempo.

CAUSA: Quando materiais inertes de alta densidade, tais como argila finamente
dividida ou alto teor de cinzas, são adicionadas nos esgotos afluentes ao reator
aeróbio, o índice de lodo aumenta. Quando cargas orgânicas elevadas,
particularmente dissolvidas, são adicionados, os índices de lodo decresce. O
acréscimo do valor do índice de lodo indica que o lodo é facilmente decantável e
usualmente não apresenta problemas na operação. No entanto, quando decresce
pode criar sérios problemas no manuseio do lodo, principalmente no decantador
secundário, o qual apresentará dificuldade na sua função de separação sólido-
líquido. Quando o índice de lodo decresce em nível suficiente para causar
problemas na ETE, o lodo adquire a propriedade de entumescimento.

PREVENÇÃO E RECUPERAÇÃO

a - É prática comum quando o índice volumétrico de lodo decresce, diminuir-se a


concentração de sólidos em suspensão no líquido contido no reator aeróbio.
Alguns pesquisadores apontam o acréscimo do volume de lodo devido ao
crescimento da população microbiológica. Quando o índice decresce, diz-se que é
devido ao crescimento do material gelatinoso. Ao contrário, para evitar-se a
tendência de aumento rápido do volume do material gelatinoso, mantêm-se os
teores de sólidos em suspensão no reator aeróbio em altos níveis.

b - O entumescimento do lodo pode ser evitado de acordo com as recomendações


já citadas anteriormente

SINTOMA D - Aumento de Quantidade de Lodo

CAUSAS - É possível devido à excessiva nitrificação e suas desvantagens na


produção de nitrito e nitrato no processo de lodos ativados.

PREVENÇÃO E RECUPERAÇÃO

Quando surge quantidade razoável de lodo flutuando no decantador secundário,


recomenda-se as seguintes providências:

a - Aumentar a taxa de recirculação de lodo ativado.

b - Diminuir a vazão, do líquido do reator aeróbio, afluente ao decantador


secundário.

c - Aumentar a velocidade de remoção do lodo ativado, acumulado no decantador


secundário.

d - Diminuir a nitrificação reduzindo a taxa de aeração, ou baixando o tempo de


detenção no reator aeróbio.

MANUTENÇÃO
A manutenção do reator aeróbio, a não ser a limpeza periódica das áreas
atingidas por lodo em aeração ou espuma, resume-se no equipamento de aeração
(trocas de difusores, corrosão de linhas de ar).

1.3 - DECANTADOR SECUNDÁRIO

OPERAÇÃO

A operação dos decantadores secundários deve ser orientada para que o líquido
que sai do reator aeróbio tenha uma distribuição uniforme para o decantador e que
haja pequenas variações de vazão. As variações repentinas e de grande
amplitude causarão modificações bruscas nos valores dos parâmetros adotados
no projeto, interferindo sensivelmente na eficiência do processo, principalmente na
redução de sólidos e da carga de DBO efluentes. Entre outras medidas
recomenda-se que os vertedores sejam mantidos limpos, nivelados e ajustados
para a vazão média da época.

REMOÇÃO DE ESCUMA

A remoção de escuma (óleos e gordura) deverá ser realizada continuamente e


deve ser observada a sua produção. Deve-se evitar que haja arraste de escuma
com o efluente líquido do decantador ou que a sucção seja inadequada permitindo
grande quantidade de líquido no sistema de retirada de escuma. No primeiro caso,
aquela irregularidade ocorrerá se a quantidade de material transportado pelo
sistema de recolhimento de escuma for além da prevista para as vazões de
projeto ou se o afluente líquido ultrapassar as taxas de escoamento superficial,
atingindo valores elevados. No último caso o excesso de vazão afluente ou o
desnivelamento do coletor de escuma, podem ser a causa do transbordamento.

COLETA DE LODO

A remoção de lodo deverá ser realizada para o tanque de lodo, evitando-se que a
superfície líquida dos decantadores apresentem alguma quantidade de lodo
flutuando com a conseqüente sobrecarga no dispositivo de coleta e transporte de
escuma. Além deste inconveniente a unidade pode ser fonte de odores
desagradáveis. Este descarte deve ser realizado porque o lodo tende a aumentar
continuamente e deve-se manter uma quantidade ideal de microorganismos no
reator biológico em torno de aproximadamente 3000 mg/l de Sólidos em
Suspensão Voláteis.

PERTUBAÇÕES NA OPERAÇÃO

SINTOMA A: Lodo flutuando


CAUSA: Decomposição do lodo no tanque permitindo o arraste deste material
para a superfície do líquido.

PREVENÇÃO: O lodo deve ser removido continuamente

SINTOMA B: Lodo demasiadamente denso para ser removido.

CAUSA: Elevado teor de areia, argila ou outro material facilmente compactável.

1.4 – TANQUE DE LODO

Rotina para Controle da Idade do Lodo e Retirada do Excesso de Lodo

Retirar diariamente, utilizando o dispositivo de air-lift e o jogo de registros do


decantador secundário, um volume correspondente a 1/30 do volume do Tanque
de Lodo Aerado, transferindo-o para o mesmo Tanque de Lodo Aerado. Depois de
retirada a quantidade desejada para o Tanque de Lodo Aerado, a aeração deste
tanque deverá ser ligada;

Repetindo esta operação o excesso de lodo formado no processo vai sendo


retirado aos poucos, mantendo a idade do lodo em 30 (trinta) dias;

O tanque depósito de lodo aerado tem capacidade mínima para 45 (quarenta e


cinco) dias, nele vai sendo acumulado não só o excesso de lodo como também
água, quando o nível dágua do tanque atingir o valor máximo, sua aeração deverá
ser desligada durante 3 (três) horas, promovendo-se a decantação do lodo e sua
separação, promovendo-se a decantação do lodo e sua separação da água, o
excesso de água deverá ser transferida para o TA, através de registro próprio;

Quando o nível do lodo atingir o máximo, deverá ser providenciada sua remoção.

2 - MANUTENÇÃO

 Limpar a grade de barras sempre que necessário;


 Verificar o funcionamento do tanque de aeração;
 Remover a escuma do decantador;
 Determinar a vazão;
 Determinar o oxigênio dissolvido;
 Determinar os resíduos sedimentáveis;
 Determinar a temperatura dos esgotos;
 Regular a vazão de recirculação do lodo.
 Rotina de manutenção da ETE
 DIARIAMENTE
 Verificar se o ruído do motor está normal;
 Verificar se o conjunto de sopradores está com temperatura normal;
 Verificar se as bombas elevatórias estão com rendimento normal;
 Verificar se existe alguma anormalidade no quadro de comando.
 SEMANALMENTE
 Inspecionar o comando elétrico;
 Inspecionar o óleo do soprador.
 MENSALMENTE
 Lubrificar os sopradores;
 Programar a manutenção preventiva.
 OBS: Manter sempre em estoque: óleo para o redutor, fusível e graxo.

ROTINA DA CASA DE MÁQUINAS

Deverá ser verificado o nível de óleo dos sopradores;

 Deverá ser verificado o perfeito funcionamento das válvulas de retenção e


de segurança;
 O local deverá estar sempre limpo e isento de poeiras;
 Os filtros de ar deverão ser limpos a cada período de 8 (oito) a 12 (doze)
meses.
 É imprescindível que haja uma perfeita ventilação dentro da casa de
máquinas.
 Proceder à regulagem dos "registros" de ar a fim de controlar o sistema de
retorno de lodo.

IV - PLANEJAMENTO DAS ANÁLISES

TÍTULO DA AMOSTRA AMOSTRA LOCAL DA COLETA

dB Despejo Bruto Entrada da ETE

T.A Mistura do T.A. Tanque de Aeração

E.T. Efluente Tratado Descarte de Efluente


Nas amostras do Despejo Bruto, deverão ser feitas as seguintes determinações:

PARÂMETROS REPRESENTAÇÕES

Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

Sólidos em Suspensão (SS)

Detergentes (substâncias tensoativas que reagem ao azul de metileno) (MBAS)

Sólidos Sedimentáveis 60’ (SOL.SED.60’)

Solúveis em Éter (SE)

FREQUÊNCIA DESTA COLETA


ANÁLISE PARTIDA OPERAÇÃO

DBO Quinzenal Mensal

SS Quinzenal Mensal

MBAS Quinzenal Mensal

SOL. SED. 60’ Diária Diária

SE Quinzenal Mensal

Nas amostras das mistura do Tanque de Aeração deverão se feitas as seguintes


determinações.

PARÂMETROS REPRESENTAÇÕES

Sedimentação em 30’ (SED 30’)

Sólidos em Suspensão (SS)

Sólidos em Suspensão Voláteis (SSV)

Oxigênio dissolvido (OD)

FREQUÊNCIA DESTA COLETA

ANÁLISE PARTIDA OPERAÇÃO

SED.30’ Diária Diária

SS Mensal Mensal

SSV Mensal Mensal

OD Diária Diária

Nas amostras dos efluentes tratado, deverão ser feitas as seguintes determinações:

PARÂMETROS REPRESENTAÇÕES

Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

Sólidos em Suspensão (SS)

Detergentes (substâncias tensoativas que (MBAS)


reagem ao azul de metileno)

Sólidos Sedimentáveis 60’ (SOL.SED.60’)

Solúveis em Éter (óleos e graxas) (SE)

A freqüência desta deverá ser igual à realizada nas amostras de efluente bruto.
PERFIL E CAPACITAÇÃO TÉCNICA DO RESPONSÁVEL PELA OPERAÇÃO E
MANUTENÇÃO DA ETE.

Capacitação Técnica de Experiência da Empresa Responsável

A empresa responsável pelo contrato de operação e manutenção da E.T.E. deverá


apresentar as seguintes características:

 Larga experiência comprovada no seguimento de operação e manutenção


de sistemas de tratamento de efluentes;
 Possuir em seu quadro técnico profissional de nível superior e técnicos
especialistas, no seguimento de meio ambiente;
 Ser habilitada e/ou de reconhecimento da FEEMA para executar a ser
responsável técnico pela operação.

Capacitação Técnica do profissional Responsável

O profissional responsável pela operação deverá ter formação universitário


superior em Química Industrial, Engenharia Química e/ou Engenharia Sanitária
Ambiental e apresentar registro de classe competente.

RECOMENDAÇÕES GERAIS

O funcionamento da ETE é simples e uma manutenção cuidadosa de poucos


minutos evitará danos ao equipamento.

A ETE não deverá exalar cheiro fétido. O líquido tratado deverá ser claro e sem
odor acentuado. Não deverá haver formação de espuma em excesso. Em
operação normal a cor do líquido nos tanques de aeração é marrom médio
semelhante à cor de chocolate.

A limpeza geral diária torna o local de trabalho do operador mais adequado ao


bom funcionamento da estação. Esta limpeza inclui ainda: remoção de graxas e
escuma da superfície. Estes procedimentos evitam odores desagradáveis devidos
à digestão anaeróbia.

Todo o material retirado deve ter destino adequado.


As caixas de gordura presentes no sistema de coleta dos esgotos que contribui
para a ETE devem sofrer limpeza quinzenalmente, ou sempre que apresentarem
altas concentrações de gordura, sob pena de comprometer o funcionamento
adequado do sistema de tratamento.

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