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TERMOGRAFIA

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TERMOGRAFIA

SÉRGIO SANTIAGO

Graduado em Engenharia Elétrica pela UGF, do Rio de Janeiro, Administração de


Empresas pelo CEUB - Brasília. Pós graduado em Gestão Empresarial pela FGV e
Segurança do Trabalho pela Universidade Cândido Mendes do Rio de Janeiro.

Experiência de 23 anos em Gestão de Manutenção e Segurança do Trabalho com


destaque pela atuação na Companhia Energética de Brasília - Chefe de Seção do
Plantão de Emergência da Distribuição e do Centro de Operação da Distribuição –
COD atuando na Manutenção Preventiva e Corretiva em Redes aéreas e
subterrâneas de média tensão

17 anos em indústrias multinacionais de grande porte, a citar na Britsh American


Tobacco–Fábrica Souza Cruz - Gerente de Manutenção e FuchsGerwuse– Gerente
Industrial.

Atualmente como Consultor e Instrutor de Engenharia de Manutenção, Segurança


do Trabalho e Professor na Faculdade Pitágoras de Uberlândia, nos cursos de pós-
graduação de Engenharia de Manutenção e Segurança do Trabalho.
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Conteúdo programático

Sumário

1. Detecção de conexões elétricas frouxas ou corroídas

2. Detecção de desequilíbrios e sobrecargas elétricas

3. Inspeção de rolamentos

4. Inspeção de motores elétricos

5. Inspeção de sistemas de vapor

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1. Detecção de conexões elétricas frouxas ou corroídas

As imagens térmicas dos sistemas elétricos podem indicar as condições operacionais dos
equipamentos que fazem parte desses sistemas.

Na verdade, desde os primórdios da termografia, quatro ou mais décadas atrás, a principal


aplicação comercial das imagens térmicas tem sido a inspeção de sistemas elétricos.

A razão da termografia ser tão adequada à monitoração dos sistemas elétricos é que os
componentes elétricos novos começam a se degradar assim que são instalados.

Qualquer que seja:

 A carga imposta ao circuito,


 A vibração,
 A fadiga e o envelhecimento causam o afrouxamento das conexões elétricas,
 ao passo que as condições ambientais podem apressar sua corrosão.

Em poucas palavras, todas as conexões elétricas irão percorrer, ao longo do tempo, um


caminho que ocasionará sua falha.
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circuito.
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Felizmente, o afrouxamento ou a corrosão da conexão aumenta a resistência elétrica


apresentada pela mesma e, uma vez que a maior resistência elétrica resulta no aquecimento
da conexão,

as imagens térmicas podem detectar a falha em desenvolvimento, antes que o equipamento


venha a falhar.

A detecção e correção das conexões deficientes, antes que ocorra uma falha, previnem tanto
incêndios quanto paralisações iminentes,
que podem ser críticas para as operações industriais, comerciais e institucionais.

As medidas de prevenção são importantes porque, quando um sistema crítico vem a falhar, a
Falha:

 Aumenta inevitavelmente os custos,


 Exige a realocação de funcionários e materiais,
 Reduz a produtividade,
 Coloca em risco a lucratividade e
 Afeta a segurança de funcionários e/ou clientes.

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O que deve ser verificado?

Examine os painéis sem as tampas e com a alimentação idealmente a 40% da carga máxima
normal.

Meça a carga, de forma que você possa avaliar adequadamente as cargas,


em relação às condições operacionais normais.

Cuidado:

As tampas dos painéis elétricos só deverão ser retiradas por pessoal autorizado, utilizando
equipamentos de proteção individual (EPI) adequados.

Grave as imagens térmicas de todas as conexões que apresentarem temperaturas superiores


àquelas de outras conexões semelhantes, em condições de carga idênticas.

O que se deve procurar?

Em termos gerais, deve-se identificar as conexões que estiverem mais quentes que as
outras.

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Esse aquecimento sinaliza uma resistência elétrica elevada, possivelmente decorrente de:

Afrouxamento,
Aperto exagerado ou
Corrosão.

Os pontos aquecidos em função de conexões geralmente aparecem mais quentes no local


de maior resistência, resfriando-se conforme aumenta a distância do ponto crítico.

A melhor solução é instituir uma rotina de inspeções regulares, incluindo todos os painéis
principais e outras conexões onde a carga seja elevada, tais como motores, disjuntores,
controles etc.

Salve uma imagem térmica de cada conexão e confira periodicamente as medições, utilizando
o software que acompanha o termo visor.

Dessa forma, você terá imagens térmicas básicas nas quais poderá se basear, que irão ajudá-lo
a determinar se os pontos aquecidos são normais ou não e verificar se as correções foram bem
sucedidas.

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O que significa um “alerta vermelho?”

As condições que representam um risco de segurança deverão assumir prioridade quanto ao


reparo.

As diretrizes da NETA (InterNational Electrical Testing Association) especificam que,


quando a diferença de temperatura (DT) entre componentes semelhantes, submetidos a
cargas semelhantes, excederem 15ºC, os reparos deverão ser imediatamente realizados.

A mesma entidade recomenda que os reparos sejam realizados, quando a DT entre um


componente e o ar ambiente exceder 40 °C.

Qual é o custo em potencial das falhas?

Caso não seja corrigido, o superaquecimento de uma conexão elétrica frouxa ou corroída pode
queimar um fusível ou m disjuntor cinco dólares e interromper todo um processo de
produção.

Em seguida, será provavelmente necessária uma meia-hora, para desligar a alimentação,


trazer um disjuntor ou fusível de reposição do almoxarifado e substituir o componente.
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O custo em termos de perda de produção irá variar conforme a indústria e o processo, mas a
perda de meia-hora de produção pode ser muito onerosa, para determinadas indústrias.

No caso das fundições, por exemplo, as perdas de produção decorrentes da imobilização


foram avaliadas em aproximadamente US$ 1 mil por minuto.

Medidas subseqüentes As conexões superaquecidas deverão ser desmontadas, limpas,


reparadas e novamente montadas.

Se a anomalia persistir após esse procedimento, o problema talvez não seja a conexão,
embora sempre exista a possibilidade de um reparo inadequado.

Use o multímetro ou um analisador das características da carga, para investigar outras causas
possíveis do superaquecimento, como uma sobrecarga ou um desequilíbrio elétrico.

Sempre que você encontrar um problema valendo-se do termo visor, use o software que
acompanha o aparelho para documentar o fato em um relatório, incluindo a imagem
térmica e a imagem digital do equipamento.

Esta é a melhor forma de comunicar os problemas encontrados e de sugerir reparos.


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Uma “dica” de inspeção

Os hardwares utilizados em conexões e contatos elétricos são freqüentemente brilhantes e


refletem a energia infravermelha proveniente dos objetos mais próximos, o que pode afetar a
medição das temperaturas e o registro das imagens.

Os equipamentos muito sujos também podem prejudicar a exatidão das leituras.

Visando melhorar a exatidão, espere até que a energia se dissipe e pinte com tinta escura as
áreas onde serão realizadas as medições.

Tenha o cuidado de não utilizar materiais combustíveis, como papel preto ou fita isolante.

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Detecção de desequilíbrios e sobrecargas elétricas

As imagens térmicas são uma maneira fácil de se identificar diferenças de temperatura


evidentes em circuitos industriais trifásicos, comparativamente às condições operacionais
normais.

O desequilíbrio elétrico pode ter várias causas:

 Um problema de alimentação,
 A tensão menor numa das fases ou
 Uma falha da isolação interna dos enrolamentos de um motor.

A degradação das conexões pode ser causada até mesmo por pequenos desequilíbrios na
tensão,

que reduzem a tensão fornecida e levam os motores e outros equipamentos a “puxar”


uma corrente excessiva e a fornecer um torque menor (ocasionando estresse mecânico),
apresentando falhas prematuras.

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Um desequilíbrio maior pode ocasionar a queima de um fusível ou desarme de um disjuntor,


reduzindo a operação a uma só fase.

Na prática, é quase impossível equilibrar perfeitamente as voltagens das três fases.

Visando ajudar os operadores de equipamentos a determinar os níveis aceitáveis de


desequilíbrio, a National Electrical Manufacturers Association (NEMA) elaborou especificações
referentes a diversos dispositivos, especificações essas que constituem um excelente ponto de
partida para a comparação, durante as operações de manutenção e eliminação de problemas.

O que deve ser verificado?

Capture as imagens térmicas de todos os painéis elétricos e outros pontos de conexão de


carga elevada, como motores, disjuntores, controles etc.

Ao constatar uma temperatura mais elevada, acompanhe o circuito correspondente e examine


as derivações e cargas associadas.

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Examine os painéis e outros pontos de conexão, depois de retirar as tampas. Em termos ideais,
os dispositivos elétricos deverão ser examinados depois que estiverem
plenamente aquecidos e em condições estáveis, submetidos à pelo menos 40 % da carga
típica.

Dessa forma, as mensurações poderão ser adequadamente avaliadas e comparadas às


condições operacionais normais.

O que se deve procurar?

As cargas idênticas deverão resultar em temperaturas idênticas.

Se as cargas estiverem desequilibradas, a fase ou as fases mais solicitadas se aquecerão mais


que as outras, devido ao maior calor gerado pela maior resistência.

Não obstante, uma carga desequilibrada, as sobrecargas, as conexões inadequadas e o


desequilíbrio harmônico também podem ocasionar um padrão semelhante.

É necessário medir as cargas elétricas, para diagnosticar o problema.

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Observação: A temperatura abaixo do normal, em um circuito ou uma fase, pode indicar


igualmente a existência de um componente defeituoso.

A instituição de uma rotina de inspeções regulares, incluindo todas as conexões elétricas,


constitui um procedimento dos mais sensatos.

Utilizando o software que acompanha o termo visor, salve cada imagem captada e acompanhe
as medições ao longo do tempo.

Dessa forma, você contará com imagens térmicas básicas, às quais poderá comparar as
imagens térmicas posteriores.

Este procedimento o ajudará a decidir se um ponto mais quente ou mais frio constitui uma
anomalia.

Realizada a correção,as novas imagens térmicas o ajudarão a confirmar se os reparos foram


bem sucedidos.

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O que significa um “alerta vermelho?”

Os reparos deverão ser priorizados em função da segurança – ou seja, as condições que


representarem risco de segurança – seguidos pela importância do equipamento e pela
extensão da variação de temperatura.

As diretrizes da NETA (InterNational Electrical Testing Association) exigem o reparo imediato,


quando a diferença de temperatura (ΔT) entre dois ou mais componentes elétricos
semelhantes, submetidos a cargas semelhantes, ultrapassar 15°C, ou quando a ΔT entre um
componente elétrico e o ar ambiente exceder 40°C.

As normas da NEMA (NEMA MG1-12.45) advertem quanto ao risco de se operar qualquer


motor, quando o desequilíbrio de tensão excede 1%.

Na verdade, a NEMA recomenda substituir os motores que estiverem operando com


desequilíbrio superior a 1%.

As porcentagens de desequilíbrio seguro, referentes a outros equipamentos, são variáveis.

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Qual é o custo em potencial das falhas?

As falhas dos motores resultam normalmente de desequilíbrios de tensão.

O custo total da falha será a somatória do custo do motor, do custo da mão-de-obra exigida
para a substituição do mesmo, da produção descartada devido à desigualdade do que foi
produzido, da operação da linha e da receita perdida durante o período que a linha
permanecer inativa.

Vamos supor que o custo de substituição anual de um motor de 50 hp seja US$ 5 mil, incluindo
a mão-de-obra.

Suponhamos agora que 4 horas de imobilização por ano representam a perda de US$6 mil por
hora.

Custo Total: US$5 mil + (4 x US$ 6 mil) = US$ 29 mil anuais.

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Medidas subseqüentes

Quando uma imagem térmica indica que todo um condutor está mais quente que os outros
componentes que fazem parte do circuito, pode ser que esse condutor esteja
subdimensionado ou sobrecarregado.

Confira a capacidade nominal do condutor e verifique qual é a carga real, para determinar
qual é a origem do problema.

Use a multímetro ou um analisador das características da carga, para verificar o equilíbrio da


corrente e a carga imposta a cada fase.

Examine a proteção no lado de entrada, quanto a possíveis quedas de tensão.

Em termos gerais, a tensão da linha não deverá variar mais do que 10% da tensão nominal.

A diferença de tensão entre o neutro e o terra indica o volume de sobrecarga do sistema e


ajudará você a rastrear correntes harmônicas.

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A NBR 7094 - Motores de Indução - Especificação, estabelece as variações permissíveis de tensão e


freqüência em relação ao nominal, conforme figura 2.

Fig 2 Gráfico de variação de tensão e freqüência conforme norma NBR 7094


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Na ZONA A a tensão pode variar em mais ou menos 5% e a freqüência em mais ou menos 2%.

Caso isto não ocorra não irão atender completamente suas características de desempenho em
condições nominais, apresentando alguns desvios.

Na zona B, embora não seja o ideal o motor ainda deve ser capaz de desempenhar sua função
principal, apresentando desvios superiores àquelas da zona A.
PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO EM EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

Tensões e correntes desequilibradas provocam aquecimento no interior do motor que podem


levar à degradação térmica e a conseqüente falha do material isolante.

CORRENTES HARMÔNICAS também aumentam as perdas do motor, elevando a temperatura


média nos enrolamentos, reduzindo a vida útil do material isolante por degradação térmica.
PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO EM EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

Harmônicos – Uma breve definição:

Nos sistemas elétricos define-se harmônicas como frequências múltiplas da forma de onda
fundamental, ou seja: quando dizemos que um circuito possui a 5ª ordem harmônica estamos
nos referindo a frequência de 300 Hz (num sistema de frequência nominal de 60 Hz).

Como analogia, nos sistemas mecânicos também existem os harmônicos oscilatórios (em
motores por exemplo) onde existem vibrações com frequências múltiplas da fundamental (ou
internos com frequências múltiplas da frequência de escorregamento) e que neste caso criam
fadiga ou ruídos audíveis.

Os harmônicos, principalmente as correntes harmônicas, são gerados por todas as cargas


chamadas de não lineares;

Estas cargas têm esta definição porque apresentam como resposta a um sinal elétrico de
frequência fixa (por exemplo uma tensão senoidal) uma forma de onda de frequência diferente
do sinal de alimentação – principalmente na forma podendo ou não haver deslocamento.

Como exemplo temos a figura 1 que é a corrente medida de um conversor de potência quando
alimentado por uma tensão senoidal.
PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO EM EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

Como carga não linear podemos reconhecer os fornos de indução e a arco, lâmpadas de
descarga, softstarters, conversores, inversores de frequência, máquinas de solda,
computadores pessoais, e uma infinidade de equipamentos que utilizem eletrônica de
potência, ou seja, quase todos.

Vê-se claramente que a partir de uma alimentação senoidal a corrente absorvida pelo
conversor possui uma forma de onda diferente da alimentação.

A forma de onda do conversor do exemplo acima (figura 1) possui uma deformação (distorção
harmônica total – THD) de aproximadamente 32%.
PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO EM EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

Os problemas causados pelos harmônicos:

A maioria dos equipamentos elétricos é projetado para operar numa condição de tensão eficaz
(por exemplo 380V, 440V, etc, com variação de aproximadamente ±5%) e numa frequência fixa
como por exemplo 60 Hz.

Sempre que ocorrem variações na tensão, corrente e/ou frequência de alimentação os


equipamentos estarão sujeitos a apresentar falhas, mau funcionamento, queima, fadiga, etc.

Fazendo analogia à mecânica, quando projetamos um acoplamento, necessitamos dos dados


da velocidade, momento de inércia, torque, etc.

Se alguma dessas características for alterada pela carga motora (ou motriz) também
poderemos ter problemas mecânicos ou danos irreversíveis neste acoplamento.

De uma maneira geral o que define a suscetibilidade de um equipamento elétrico a uma falha,
é a temperatura e seu dielétrico (isolamento).

Se o equipamento opera com uma temperatura acima do seu valor de projeto o mesmo estará
sujeito a uma fadiga adicional com possibilidade de degradação ou destruição.
PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO EM EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

Já no caso do dielétrico (valor de isolamento pelo qual um equipamento garante que não
haverá um “curto circuito” interno), quando o mesmo opera fora de seu valor de projeto, como
no caso da existência de harmônicas é de esperar uma perda adicional da capacidade de seu
dielétrico, podendo levar o material à fadiga e destruição.

As principais normas que definem os limites harmônicos para equipamentos e sistemas são:

• IEEE Std 1036-1992, IEEE Guide for Application of Shunt Power Capacitors
• IEC 831-1, Shunt power capacitors of the self-healing type for a.c. systems having a rated voltage up to
and including 1000V.
• IEEE Std 18, IEEE Standard for Shunt Power Capacitors
• NBR 5060, Guia para Instalação e Aplicação de Capacitores de Potência
• IEEE Std 519-1992 Recommended Practices and Requeriments for Harmonic Control in Electrical
Power Systems
• NEMA - National Electrical Manufacturers Association Electrical - Power
Systems Quality - Application Guide For AC Adjustable Speed Drive Systems
• [IEEE C57.12.0-1987, IEEE Standard General Requeriments for Liquid- Immersed Distribution, Power,
and Regulating Transformers (ANSI)
• NEMA - National Electrical Manufacturers Association - MG1-1998 Motors and Generators
• IEEE STD C57.110-1998 - IEEE Recommended Practice for Establishing Transformer Capability When
Supplying Nonlinear Load Currents
PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO EM EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

Um número internacionalmente aceito é 5% de distorção harmônica total – para os níveis de


tensão.

Este número na realidade exprime de uma maneira geral a capacidade que os equipamentos
elétricos e eletrônicos têm de suportar os níveis harmônicos sem degradação ou falha
prematura.

Por exemplo, a NEMA define como um máximo aceitável o valor de 5% de distorção de tensão
para os “Drivers” (Adjusted Speed Drivers) conhecidos como inversores de frequência,
conversores AC/DC e equipamentos similares como os Softstart.

Já o IEEE 519 define o mesmo percentual para cargas sensíveis como computadores, CLP,
controles numéricos, entre outros.

Como exemplo a figura 4 demonstra a perda da vida útil de um transformador em função dos
níveis harmônicos de corrente, e

a figura 5 demonstra as perdas nos motores em função dos níveis harmônicos de tensão.
PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO EM EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO EM EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

VÍDEO1 : QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA HARMÔNICAS – PARTE 1/9


VÍDEO 2: QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA HARMÔNICAS – PARTE 2/9
VÍDEO 3: QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA HARMÔNICAS – PARTE 3/9
VÍDEO 4: QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA HARMÔNICAS – PARTE 4/9
VÍDEO 5: QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA HARMÔNICAS – PARTE 8/9
VÍDEO 7: ANALISADOR DE ENERGIA MINIPA
NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

Uma diferença de tensão acima de 3%, entre o neutro e o terra, merece ser examinada mais
detidamente.

As cargas variam e uma fase pode ficar subitamente 5% menor, se a linha transmitir uma carga
unifásica consideravelmente maior.

As quedas de tensão que ocorrem nos fusíveis e comutadores também podem ocasionar um
desequilíbrio no motor e calor excessivo na raiz do problema.

Antes de presumir que a causa foi encontrada, examine novamente o circuito, com o termo
visor e o multímetro.

Tanto o circuito de alimentação quanto os circuitos de derivação não deverão ser solicitados
até o limite máximo permissível.

As equações referentes às cargas impostas deverão, além disso, prever a possibilidade de


correntes harmônicas.

A solução mais comum, em caso de sobrecarga, é redistribuir as cargas entre os circuitos ou


controlar os momentos em que as cargas são impostas, durante o processo em questão.
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NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

3. Inspeção de rolamentos

As imagens térmicas dos sistemas elétricos podem indicar as condições operacionais dos
equipamentos que fazem parte desses sistemas.

Na verdade, desde os primórdios da termografia, quatro ou mais décadas atrás, a principal


aplicação comercial das imagens térmicas tem sido a inspeção de sistemas elétricos.

Muitos programas de manutenção preventiva (MPv) utilizam a termografia, para monitorar as


temperaturas aparentes dos equipamentos operacionais, valendo-se dos valores térmicos
para detectar e evitar a perda de equipamentos.

Utilizando termo visores para obter mapas infravermelhos bidimensionais,das temperaturas


apresentadas por rolamentos e alojamentos de rolamento, os técnicos conseguem comparar
as temperaturas recomendados, detectando assim possíveis falhas.

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NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

O que deve ser verificado?

Em termos gerais, a análise das vibrações é a tecnologia de MPv por excelência, para se
monitorar grandes rolamentos acessíveis que operam a velocidades relativamente baixas; no
entanto, essa monitoração só pode ser realizada com segurança, quando nos rolamentos.

Em se tratando de rolamentos relativamente pequenos (como os rolamentos de esteiras


transportadoras, por exemplo), que operam a baixa velocidade mas são fisicamente
inacessíveis ou impedem uma aproximação segura durante o funcionamento, a termografia
representa uma boa alternativa à análise das vibrações.

Na maioria dos casos, a termografia pode ser colhida a uma distância segura, com o
equipamento em funcionamento.

Além disso, a captação de uma imagem térmica, por meio de um equipamento portátil, exige
menos tempo que a execução de uma análise das vibrações.

Os equipamentos mecânicos devem ser inspecionados depois que houverem se aquecido até
uma temperatura constante e estiverem operando sob condições normais de solicitação.

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NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

Dessa forma, as medições poderão ser interpretadas em condições operacionais normais.

Capte uma imagem térmica do rolamento a ser examinado e, se possível, capte também
imagens térmicas dos outros rolamentos localizados na mesma área, que executam
funções idênticas ou semelhantes como, por exemplo, os rolamentos da outra extremidade da
esteira transportadora, da laminadora de papel, ou do outro alojamento de rolamento que
sustenta o mesmo eixo.

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NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

O que se deve procurar?

Os problemas dos rolamentos são normalmente Confirmados


comparando-se as temperaturas superficiais de rolamentos
semelhantes, trabalhando em condições similares.

As condições de superaquecimento aparecem como “pontos quentes”


nas imagens infravermelhas e são normalmente encontradas
comparando-se equipamentos semelhantes.

Quando se examina os rolamentos de um motor, este procedimento exige que se compare as


temperaturas das duas tampas (quando existirem motores e rolamentos do mesmo tipo) ou as
temperaturas do estator e da tampa do motor.

Em termos gerais, é aconselhável instituir uma rotina de inspeções regulares, que inclua todos
os equipamentos rotativos críticos.

Caso já exista uma rotina de análise regular das vibrações, a termografia poderá ser facilmente
incluída nas iniciativas de monitoração já implantadas.

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NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

De qualquer forma, salve uma imagem térmica de cada componente fundamental do


equipamento e acompanhe as medições ao longo do tempo, utilizando o software que
acompanha o termo visor.

Dessa forma, você contará com imagens térmicas básicas, às quais poderá comparar as
imagens térmicas posteriores.

Este procedimento o ajudará a decidir se um ponto mais quente ou mais frio constitui uma
anomalia e o ajudará a confirmar se os reparos foram bem sucedidos.

O que significa um “alerta vermelho?”

As condições que representam um risco de segurança deverão assumir prioridade quanto ao


reparo.

Além disso, a identificação do momento que será necessário tomar medidas para impedir que
um rolamento ocasione a perda de um equipamento crucial é um empreendimento realizado
caso por caso, que se tornará mais fácil com a experiência.

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NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

A título de exemplo, mencione-se o caso de uma linha de difícil monitoração, existente numa
montadora automotiva, onde o fabricante abandonou a simples análise das vibrações
e adotou uma combinação de análise das vibrações e termografia, visando confirmar
se as temperaturas operacionais normais dos rolamentos da linha se enquadravam numa faixa
específica.

O pessoal de MPv da empresa, adequadamente treinado em termografia, considera


atualmente que um rolamento funcionando acima da temperatura operacional normal da
faixa constitui uma situação de “alarme”.

Ao utilizar a termografia em relação a rolamentos que não são normalmente monitorados


através da análise das vibrações, ou mesmo quando examinar aleatoriamente alguns
rolamentos, tente aproveitar a “dica” da montadora automotiva e implantar alguns critérios
de “alarme”, semelhantes àqueles de outras tecnologias de monitoração.

Alguns especialistas em termografia já estabeleceram, por exemplo, regras empíricas


quanto aos diferenciais máximos de temperatura (Ts), permissíveis nos rolamentos de
determinados tipos de equipamentos que utilizam técnicas de lubrificação específicas
(graxa, banho de óleo etc.).

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NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

Qual é o custo em potencial das falhas?

Em se tratando da falha de um rolamento, em um motor, uma bomba, uma transmissão ou


outros componentes críticos, você poderá analisar o custo somando os custos do reparo, da
perda de produção e da mão-de-obra.

No caso de uma montadora automotiva, o custo aproximado da reparação de uma


determinada bomba é superior a US$ 15 mil, aos quais se deve acrescentar US$ 30 mil por
minuto, referentes à perda de produção, e mais US$ 600 por minuto, referentes à mão-de-
obra.

Vale, portanto a pena manter essa bomba em boas condições de funcionamento.

Medidas subseqüentes Todos os equipamentos rotativos geram calor, nos pontos de atrito
e nos rolamentos do sistema.

A lubrificação reduz o atrito e (conforme o tipo) dissipa o calor em graus variáveis.

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NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

As imagens térmicas permitem que você literalmente “fotografe” esse processo, revelando
simultaneamente as condições de cada rolamento.

Quando uma termografia indicar o superaquecimento de um rolamento, você poderá emitir


uma ordem de serviço para substituir ou lubrificar o rolamento afetado.

A análise das vibrações ou outras tecnologias de MPv poderão ajudá-lo a identificar a medida
mais adequada.

Sempre que você encontrar um problema valendo-se do termo visor, use o software que
acompanha o aparelho para documentar o fato em um relatório, incluindo a imagem
térmica e a imagem digital do equipamento.

Esta é a melhor forma de comunicar os problemas encontrados e de sugerir reparos.

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4. Inspeção de motores elétricos

Os motores elétricos são a espinha dorsal das atividades industriais.

O Departamento de Energia dos Estados Unidos calcula que existam 40 milhões de motores
em operação, apenas nos Estados Unidos, e o fato desses motores consumirem 70% da
eletricidade consumida pelo setor industrial indica a importância dos mesmos.

O programa destinado a prevenir as onerosas falhas, nas suas instalações, será aperfeiçoado
com a inclusão de imagens térmicas, como técnica de monitoração das condições dos motores
elétricos.

Utilizando um termo visor portátil, você poderá captar medições infravermelhas do perfil de
temperatura dos motores, na forma de imagens bidimensionais.

As imagens térmicas dos motores elétricos revelam as condições operacionais dos mesmos,
espelhadas pelas temperaturas superficiais.

Essa monitoração é importante como forma de se prevenir muitos defeitos inesperados, em


sistemas críticos para os processos industriais, comerciais e institucionais.
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NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

As medidas preventivas são importantes, porquê, quando um sistema crítico vem a falhar, isso
aumenta inevitavelmente os custos, exige a realocação de funcionários e materiais, reduz a
produtividade e pode colocar em risco a lucratividade e mesmo o bem estar de funcionários
e/ou clientes, caso a falha não seja corrigida.

O que se deve procurar?

Em termos gerais, deve-se examinar os motores enquanto os mesmos estiverem funcionando


em condições operacionais normais.

Ao contrário dos termômetros infravermelhos, que só indicam a temperatura de pontos


isolados, o termo visor consegue captar simultaneamente a temperatura de milhares de
pontos correspondentes aos componentes críticos:

 o motor,
 os acoplamentos e
 os rolamentos do eixo e as caixas de transmissão.

Lembre-se : cada motor é projetado para operar a uma temperatura interna específica.

Os outros componentes não devem ficar tão quentes quanto a carcaça do motor.
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NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

Qual é a temperatura aceitável medida na carcaça do motor?

Os motores WEG utilizam as classes de isolamento B (130ºC), F (155ºC) e H (180ºC).

São projetados para trabalhar em um ambiente com temperatura de até 40ºC em uma altitude
de até 1000m.

O delta T (ΔT) é a diferença de temperatura entre o bobinado do motor e a temperatura


ambiente, ou seja, os motores standard com isolação “B” possuem um delta ΔT de 80ºC, e
assim para as isolações, “F” (105ºC) e “H” (125ºC).

Dessa forma, a temperatura na parte interna do motor (nas bobinas) classe B pode atingir no
máximo 130°C.

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NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

O que se deve procurar?

Todos os motores indicam a temperatura operacional normal, estampada na placa de


especificações.

Embora a câmera infravermelha não consiga “enxergar” o interior do motor, as temperaturas


superficiais constituem indicações das temperaturas internas.

À medida que se aquecem internamente, os motores também se aquecer externamente.

Sendo assim, um técnico experiente na utilização do termo visor, que também entenda de
motores elétricos, poderá utilizar as imagens térmicas para identificar problemas como
resfriamento insuficiente:

 Falhas de rolamentos iminentes,


 Problemas nos acoplamentos e
 Degradação do isolação do rotor ou do estator.

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Em termos gerais, é aconselhável instituir uma rotina de inspeções regulares, que inclua todas
as combinações críticas de motor/transmissão.

Salve uma imagem térmica de cada conjunto e acompanhe as medições ao longo do tempo.

Dessa forma, você contará com imagens térmicas básicas para fins de comparação, que o
ajudarão a decidir se um ponto mais aquecido constitui ou não uma anomalia e, uma vez
realizado o reparo, a verificar se o mesmo foi bem sucedido.

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O que significa um “alerta vermelho?”

As condições que representam um risco de segurança deverão assumir prioridade quanto ao


reparo.

Realizado o reparo, lembre-se de que cada motor tem uma temperatura operacional máxima,
que normalmente é estampada na placa de especificações e inclui o diferencial térmico
máximo, entre o motor e o ar ambiente.

A maioria dos motores é projetada para funcionar à temperatura ambiente máxima de 40ºC.

Em termos gerais, cada 10ºC acima da temperatura operacional nominal reduzem em 50% a
vida útil de um motor.

As inspeções infravermelhas regularmente programadas identificam os motores que estão


começando a superaquecer.

Até mesmo as primeiras imagens térmicas irão revelar se um motor está funcionando a uma
temperatura mais elevada que outro motor que executa uma tarefa semelhante.

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Qual é o custo em potencial das falhas?

Você poderá analisar cada motor, baseando-se no custo do próprio motor, na duração média
das paralisações ocasionadas pela falha de um motor, na mão-de-obra exigida para a
substituição do motor etc.

É claro que as perdas de produtividade decorrentes das paralisações variam de uma indústria
para outra.

As perdas causadas por uma laminadora de papel parada, por exemplo, podem chegar a US$ 1
mil por hora, ao passo que, nas fundições, as perdas podem ser tão elevadas quanto US$ 1 mil
por minuto.

Medidas subseqüentes

Se você suspeitar que o superaquecimento resulta de uma das anomalias a seguir, considere
as medidas igualmente pormenorizadas:

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a. Fluxo de ar insuficiente.

Se for possível uma breve paralisação que não afete o processo industrial, desligue o motor
durante o tempo necessário para a limpeza das grades de admissão do ar.

Programe uma limpeza mais completa, durante a próxima paralisação programada.

b. Tensão desequilibrada ou sobrecarga.

Em geral, uma conexão que esteja oferecendo maior resistência, na caixa de comutação ou
das conexões do motor, pode ser identificada através da inspeção termográfica e confirmada
por meio de um multímetro ou analisador da qualidade da alimentação.

c. Falha de rolamento iminente.

Se a termografia indicar o superaquecimento de um rolamento, emita uma ordem de


manutenção para que o rolamento seja substituído ou lubrificado.

Embora seja mais onerosa e exija um especialista, a análise das vibrações poderá
freqüentemente ajudar você a escolher a melhor medida corretiva.
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d. Falha da isolação.

Os rolamentos dos motores podem ser testados por meio de um aparelho de teste.

Caso a isolação apresente falhas, emita uma ordem de manutenção para substituir o motor
assim que for possível.

e. Desalinhamento axial.

Na maioria dos casos, a análise das vibrações poderá confirmar a existência de um


acoplamento desalinhado.

Caso a paralisação seja possível, poderá ser usado um dispositivo de alinhamento a laser,
corrigindo-se o desalinhamento.

Sempre que você encontrar um problema valendo-se do termo visor, use o software que
acompanha o aparelho para documentar o fato em um relatório, incluindo a imagem térmica e
a imagem digital do equipamento.

Esta é a melhor forma de comunicar os problemas encontrados e de sugerir reparos.


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