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Direito Processual Civil I

Sujeitos do Processo:
Partes e Procuradores.
O Livro III do Código de Processo Civil (CPC) de 2015
trata dos sujeitos do processo, termo genérico para
designar as pessoas que parAcipam, parcial ou
imparcialmente, do procedimento, judicial como as
partes, o juiz, o procurador, o Ministério Público, a
Defensoria Pública e os auxiliares da JusAça.

Fundamento: Art. 70 e seguintes do CPC.

O Título I trata das Partes e dos Procuradores.


Relação Processual
A relação processual é estabelecida com a par3cipação de três sujeitos: autor, réu e Estado.

Estado - juiz

• sujeitos parciais — o autor e o réu, nos polos contrastantes da


relação processual;

• sujeito imparcial — o juiz, representando o interesse cole3vo


orientado para a justa resolução do li>gio.

Autor Réu
• ESTADO/JUIZ
- Sujeito imparcial;
- Representação pelo juiz;
- Função jurisdicional de julgar.

Estado - juiz
• SUJEITO ATIVO
- Autor;
- Quem pede algo;
- Quem é 3tular do direito subje3vo;

• SUJEITO PASSIVO
- Réu;
- De quem se pede alguma coisa;
- Quem é 3tular do dever jurídico.
Autor Réu
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS DAS PARTES

• Capacidade de ser parte – consiste na capacidade de 3tularizar direitos e obrigações.

É pressuposto processual de existência (capacidade civil).

Corresponde à capacidade de direito, representando a possibilidade de figurar no polo passivo ou a3vo de


uma demanda jurídica.

ART. 1º DO CC: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”.

INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. NASCITURO. CAPACIDADE PARA SER PARTE. AO NASCITURO ASSISTE, NO PLANO DO DIREITO
PROCESSUAL, CAPACIDADE PARA SER PARTE, COMO AUTOR OU COMO RÉU. REPRESENTANDO O NASCITURO, PODE A MÃE PROPOR
A AÇÃO INVESTIGATÓRIA, E O NASCIMENTO COM VIDA INVESTE O INFANTE NA TITULARIDADE DA PRETENSÃO DE DIREITO
MATERIAL, ATÉ ENTÃO APENAS UMA EXPECTATIVA RESGUARDADA. AÇÃO PERSONALÍSSIMA, A INVESTIGATÓRIA SOMENTE PODE SER
PROPOSTA PELO PRÓPRIO INVESTIGANTE, REPRESENTADO OU ASSISTIDO, SE FOR O CASO; MAS, UMA VEZ INICIADA, FALECENDO O
AUTOR, SEUS SUCESSORES TÊM DIREITO DE, HABILITANDO-SE, PROSSEGUIR NA DEMANDA. INAPLICABILIDADE DA REGRA DO ART.
1621 DO CÓDIGO CIVIL. (RIO GRANDE DO SUL, 1984, DOCUMENTO ON-LINE).
• Capacidade de estar em Juízo – consiste na capacidade de praAcar atos da vida civil.

É pressuposto processual de validade.

Corresponde à capacidade de fato, correspondendo à apAdão de estar em Juízo.

Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar
em juízo.

Art. 71. O incapaz será representado ou assis;do por seus pais, por tutor ou por curador, na
forma da lei.
• Capacidade postulatória– consiste em pressuposto de consAtuição do processo.

Corresponde à capacidade de praAcar atos processuais (jus postulandi).

A referida capacidade é conferida aos advogados, membros do Ministério Público e da


Defensoria Pública.

Em regra, as partes deverão ser assisAdas por um advogado devidamente habilitado pela
Ordem dos Advogados do Brasil, ou seja, as partes deverão ter capacidade postulatória

A ação, portanto, deve ser proposta por aquele que detenha capacidade de ser parte e
capacidade processual, sendo devidamente assinada por profissional habilitado, ou seja,
possuir capacidade postulatória.
Art. 75. Serão representados em juízo, a3va e passivamente:

I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante


órgão vinculado;
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
III - o Município, por seu prefeito, procurador ou Associação de
Representação de Municípios, quando expressamente autorizada; IV - a
autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente
federado designar;
V - a massa falida, pelo administrador judicial;
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;
VII - o espólio, pelo inventariante;
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respecJvos atos consJtuJvos
designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores;
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados
sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração
de seus bens;
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou
administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no
Brasil;
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.
DEVERES DAS PARTES E PROCURADORES

Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes,
de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma
parJcipem do processo:

I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;


II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de
que são desJtuídas de fundamento;
III - não produzir provas e não praJcar atos inúteis ou desnecessários à
declaração ou à defesa do direito;
IV - cumprir com exaJdão as decisões jurisdicionais, de natureza
provisória ou final, e não criar embaraços à sua efeJvação;
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o
endereço residencial ou profissional onde receberão inJmações,
atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação
temporária ou definiJva;
VI - não praJcar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito
liJgioso.
VII - informar e manter atualizados seus dados cadastrais perante os
órgãos do Poder Judiciário e, no caso do § 6º do art. 246 deste Código,
da Administração Tributária, para recebimento de citações e inJmações.
§1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz adver3rá qualquer das
pessoas mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser
punida como ato atentatório à dignidade da jus3ça.

§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI cons3tui ato


atentatório à dignidade da jus3ça, devendo o juiz, sem prejuízo
das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao
responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de
acordo com a gravidade da conduta.

ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA

• Dano ao Judiciário;
• Multa de até 20% sobre o valor da causa;
• Rever3da para o fundo de modernização do Poder Judiciário.

LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ

Dano à parte adversa;


Multa de 1% a 10% sobre o valor da causa;
Rever3do para a parte que sofreu o dano.
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que li3gar de má-fé
como autor, réu ou interveniente.

Art. 80. Considera-se li3gante de má-fé aquele que:


I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato
incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir obje3vo ilegal;
IV - opuser resistência injus3ficada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do
processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Art. 81. De occio ou a requerimento, o juiz condenará o li3gante


de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e
inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a
parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os
honorários advoca>cios e com todas as despesas que efetuou.
(...)
Procurador
No que tange à figura do procurador, a Cons8tuição Federal aponta a figura do advogado
como indispensável à administração da jusAça:

Art. 133 O advogado é indispensável à administração da jus;ça, sendo inviolável por seus
atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

Assim, para que uma pessoa figure como parte em uma relação processual, deve estar
acompanhada de um procurador, isto é, de um advogado legalmente habilitado para o
exercício da função.

Código de Processo Civil:

Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na
Ordem dos Advogados do Brasil.

Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando ;ver habilitação legal.
LEI 8.906/94 – Estatuto da Advocacia

Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do


Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos.

§ 1º As autoridades e os servidores públicos dos Poderes da República, os serventuários da


JusAça e os membros do Ministério Público devem dispensar ao advogado, no exercício da
profissão, tratamento compa_vel com a dignidade da advocacia e condições adequadas a
seu desempenho, preservando e resguardando, de oacio, a imagem, a reputação e a
integridade do advogado nos termos desta Lei.

§ 2º Durante as audiências de instrução e julgamento realizadas no Poder Judiciário, nos


procedimentos de jurisdição contenciosa ou voluntária, os advogados do autor e do
requerido devem permanecer no mesmo plano topográfico e em posição equidistante em
relação ao magistrado que as presidir. (Incluído pela Lei nº 14.508, de 2022).
LEI 8.906/94 – Estatuto da Advocacia
Art. 7º São direitos do advogado:

I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional;


II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos
de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemáAca, desde que
relaAvas ao exercício da advocacia;
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração,
quando estes se acharem presos, deAdos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou
militares, ainda que considerados incomunicáveis;
IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por moAvo ligado
ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respecAvo, sob pena de nulidade e, nos
demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB;
V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de
Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, e, na sua falta, em prisão
domiciliar;
(...)
Sucessão do Procurador

Em caso de subsAtuição do advogado, devem ser seguidas as regras do art. 111 e 112 do CPC:

Art. 111. A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado cons8tuirá, no mesmo ato,
outro que assuma o patrocínio da causa.

Parágrafo único. Não sendo cons8tuído novo procurador no prazo de 15 (quinze) dias,
observar-se-á o disposto no art. 76 .

Art. 112. O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, provando, na forma
prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie
sucessor.
§ 1º Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado con8nuará a representar o mandante,
desde que necessário para lhe evitar prejuízo.
§ 2º Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a procuração 8ver sido outorgada a
vários advogados e a parte con8nuar representada por outro, apesar da renúncia.

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