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Resumo de Tutela:

1. Mandado de segurança
O mandado de segurança é um instrumento jurídico, cuja finalidade é
proteger direito líquido e certo, ou seja, provado por documentos, que
tenha sido violado por ato ilegal ou abusivo de autoridade pública ou de
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Considerado um remédio constitucional, está previsto nos incisos LXIX
e LXX do artigo 5o da Constituição Federal de 1988 e foi regulamentado
pela Lei 12.016/09
Segundo o § 3º do artigo 1º da referida lei, o mandado de segurança
coletivo pode ser utilizado quando o direito violado pertencer a várias
pessoas, e qualquer uma delas pode requerê-lo.
Conforme artigo 5º, não será concedido mandado de segurança no caso
de: ato contra o qual ainda caiba recurso administrativo com efeito
suspensivo; decisão judicial passível de recurso com efeito suspensivo;
e, decisão judicial definitiva.
IPC: O mandado de segurança não pode ser usado para garantir a
liberdade de locomoção ou o acesso à informação pessoal em banco de
dados governamentais ou de caráter público, que devem ser
reivindicados por meio de remédios constitucionais específicos, o
habeas corpus e o habeas data, respectivamente.

Veja o que diz a lei:


Constituição Da República Federativa do Brasil de 1988
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data,
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por;
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou associados;

Lei 12.016/09
Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data,
sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa
física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sof rê-la por
parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as
funções que exerça.
§ 1º Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os
representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de
entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou
as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público,
somente no que disser respeito a essas atribuições.
§ 2º Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão
comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de
sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público.
(Vide ADIN 4296)
§ 3º Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas,
qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança.
Art. 2º Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as
consequências de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o
mandado houverem de ser suportadas pela União ou entidade por ela
controlada.
Art. 3º O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em
condições idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de segurança
a favor do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30
(trinta) dias, quando notificado judicialmente.
Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo
submete-se ao prazo fixado no art. 23 desta Lei, contado da notificação.
Art. 4º Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos
legais, impetrar mandado de segurança por telegrama, radiograma, fax
ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada.
§ 1º Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade por
telegrama, radiograma ou outro meio que assegure a autenticidade do
documento e a imediata ciência pela autoridade.
§ 2º O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5 (cinco)
dias úteis seguintes.
§ 3º Para os fins deste artigo, em se tratando de documento eletrônico,
serão observadas as regras da Infra-Estrutura de Chaves Públicas
Brasileira - ICP-Brasil.
Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,
independentemente de caução;
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III - de decisão judicial transitada em julgado.

• Habeas corpus X Habeas data:

Habeas Corpus: O direito de ir e vir


O habeas corpus é uma medida que tem por objetivo salvaguardar o
direito de ir e vir. É concedido sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
por ilegalidade ou abuso de poder.

Existe sob duas formas:

Habeas corpus liberatório: é o mais comum, que é justamente o que faz


cessar o constrangimento ilegal que priva alguém da liberdade. Nesta
espécie, quando o referido Remédio Constitucional é concedido, haverá
expedição de alvará de soltura.
Habeas corpus preventivo: quando existe apenas uma ameaça ao direito.
Nesse caso podem ser partes no HC, qualquer pessoa física que se achar
ameaçada de sofrer lesão a seu direito de locomoção tem direito de fazer
um pedido de Habeas corpus. Essa pessoa é chamada de “paciente” no
processo. O acusado de ferir seu direito é denominado “coator”.

Habeas Data: O direito ao acesso de seus dados


O habeas data é uma ação que visa garantir o acesso de uma pessoa a
informações sobre ela que façam parte de arquivos ou bancos de dados
de entidades governamentais ou públicas. Também pode pedir a
correção de dados incorretos.

• Prazo decadencial:

O prazo de 120 dias para requerer o mandado de segurança, que começa


a ser contado a partir de quando o interessado tem ciência do ato que
será impugnado, pode ser estendido caso se encerre durante o recesso
judicial. Nesse caso, valerá até o primeiro dia útil subsequente.

•Título executivo judicial:

Os títulos executivos judiciais estão descritos no artigo 515 do Código de


Processo Civil.

Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de


acordo com os artigos previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a
exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de
entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer
natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao
inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou
universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou
honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de
Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur
à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;

• Título extrajudicial:

Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:


I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o
cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas)
testemunhas;
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela
Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos
transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito
real de garantia e aquele garantido por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de
imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas
de condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos
inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de
condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em
assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a
valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela
praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei
atribuir força executiva.

• Princípio da execução:
O que é a execução civil?
A execução civil é uma forma como o cumprimento de uma obrigação
pode ser satisfeita, de maneira voluntária ou involuntária. É possível
classificá-la conforme a natureza, podendo ser, por exemplo, obrigação
de fazer, de não fazer, de dar, de pagar quantia certa etc.
Durante o processo de execução, as partes são chamadas de
“executado” (o devedor) e de “exequente” (o credor).

• Liquidação de sentença:

A liquidação de sentença é uma fase no processo civil que acontece


entre a sentença e o cumprimento de sentença. Seu objetivo é dar valor
à uma sentença ilíquida (sem valor), ou seja, ela é utilizada para apurar
a quantidade certa de valor da condenação.
Uma observação importante a ser feita é que a liquidação de sentença
apenas é cabível à títulos executivos JUDICIAIS, sendo impossível
aplica-la à títulos executivos extrajudiciais.

A liquidação de sentença pode se dar por três espécies, sendo elas: por
arbitramento, pelo procedimento comum ou por ação civil pública. Vamos
agora passar à cada uma delas.

a) Por Arbitramento

Essa espécie é utilizada na finalidade de apurar um valor de um bem ou


de um serviço.
Ela é feita da seguinte forma: O juiz intima as partes para apresentação
de pareceres e documentos elucidativos no prazo em que fixar. Tais
documentos serão avaliados e, se o juiz não conseguir decidir de pleno o
valor, poderá nomear um perito.

Nesta espécie, por não existirem fatos novos, não há de se falar em


honorários sucumbenciais.

b) Pelo Procedimento Comum

Esta segunda espécie será utilizada quando houver a necessidade de


comprovação de fatos novos ligados ao “quantum”, ou seja, ao valor da
sentença.

Ela é feita da seguinte forma: Depois de apresentados os fatos, o juiz


intima o requerido para apresentar contestação no prazo de 15 dias, sob
pena de presumirem-se verdadeiros os fatos alegados.

c) Em Ação Civil Pública

Esta espécie será ajuizada quando houver sentença genérica proferida


por ação civil pública.

A presente liquidação deverá ser OBRIGATÓRIAMENTE individual,


sendo que a vítima deverá demonstrar a extensão do dano (valor), mas
também deverá provar a sua condição de vítima.

Neste caso, a liquidação formará um processo autônomo, sendo que a


decisão, neste caso, será constitutiva.

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