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Direito Processual Civil

Mandado de Segurança
Lei 12.016/2009 e art. 5º LXIX da CF/88
Remédio Constitucional
Procedimento Sumaríssimo

 Conceito seria liquido e certo. Cabe salientar, que o


mandado de segurança deve apresentar-se
“Ação constitucional que se presta para
com a prova pré-constituída, ou seja,
proteger direito líquido e certo em favor do qual
reafirmando o fato de não haver
não cabe habeas corpus ou habeas data e se
possibilidade de se juntar prova aos autos
encontre violado ou ameaçado de violação por
a impetração do mesmo.
ato de autoridade ou agente de pessoa jurídica
ou ela equiparado, por ser prestador de serviço Direito liquido e certo é aquele evidente de
público” – Ari Queiroz. imediato, que resulta de fatos que podem
ser provados de maneira incontestável.
É relevante destacar que o que se exige
Art. 1º da lei 12.016/2009
em mandado de segurança é que os fatos
Art. 1º: Conceder-se-á mandado de sejam claros, incontestáveis. A
segurança para proteger direito líquido complexidade ou controvérsia de questão
e certo, não amparado por habeas
jurídica não pode ser um óbice a que um
corpus  ou habeas data, sempre que,
ilegalmente ou com abuso de poder, juiz conceda o mandado de segurança.
qualquer pessoa física ou jurídica
sofrer violação ou houver justo receio
de sofrê-la por parte de autoridade, Súmula 625 - Controvérsia sobre
seja de que categoria for e sejam matéria de direito não impede
quais forem as funções que exerça.  concessão de mandado de segurança.

Art. 5º, LXIX da CF/88


 Caráter residual
LXIX - conceder-se-á mandado de
segurança para proteger direito líquido Sendo abarcado pelo instituto toda matéria que
e certo, não amparado por "habeas- não seja objeto de habeas corpus ou habeas
corpus"  ou "habeas-data", quando o
data.
responsável pela ilegalidade ou abuso
de poder for autoridade pública ou Habeas Corpus: é uma medida que tem por
agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do Poder Público;
objetivo salvaguardar o direito de ir e vir. É
concedido sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação
 Direito líquido e certo em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade
ou abuso de poder.
Entende-se por direito líquido e certo,
aquele em que pode ser comprovado, pelo Habeas Data: é uma ação que visa garantir o
julgador, tão logo a impetração do acesso de uma pessoa a informações sobre ela
mandado de segurança, não cabendo que façam parte de arquivos ou bancos de
assim, comprovação posterior, pois não dados de entidades governamentais ou

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públicas. Também pode pedir a correção de delegada, contra ela cabe o


dados incorretos. mandado de segurança ou
medida judicial.
Isso se deu não pelo acaso. Era uma
necessidade, pois durante muito tempo o
habeas corpus teve seu objeto estendido,
 Legitimidade
tendo sido o meio (im)próprio para atacar toda
ilegalidade e abuso de poder praticado por
autoridades, além das violações ao direito de ir
e vir.

 Ilegalidade
Legitimidade Ativa
Consiste em qualquer ato que desrespeite
norma constitucional ou infraconstitucional, O mandado de segurança poderá ser
cometido por autoridade pública ou autoridade impetrado por qualquer pessoa física
privada no exercício de atribuições do poder (brasileiros ou estrangeiros) e qualquer pessoa
público. jurídica (pública e privada). Até mesmo o
estrangeiro não residente poderá impetrar
mandado de segurança.
 Abuso de poder
A doutrina e a jurisprudência reconhecem que
O excesso de poder é o ato praticado por as universidades legais e órgãos públicos
autoridade incompetente, mesmo que esteja despersonalizados têm legitimidade ativa para
seguindo norma legal que prescreva a conduta. impetrar mandado de segurança.
Ocorre que mesmo sendo o ato praticado (Art. 1º, §3º) - Quando o direito
previsto pela leio, não compete a qualquer ameaçado ou violado couber a
autoridade executa-la, mas, em respeito à várias pessoas, qualquer delas
legalidade, tão somente às autorizadas pela poderá requerer o mandado
própria norma. Portanto, atuando uma de segurança. 
autoridade fora da sua competência, estará (Art. 10º, §2º) - O ingresso de
cometendo excesso de poder. litisconsorte ativo não será
admitido após o despacho da
O desvio de poder, para o mesmo autor, petição inicial. 
ocorreria sempre que a autoridade, agindo
No mandado de segurança coletivo, a ação
aparentemente aos passos da lei, estar-lhe-ia
poderá ser interposta por:
desrespeitando quanto à finalidade.
a) Partido político com representação no
Congresso Nacional, na defesa de
 Autoridade seus interesses legítimos relativos a
seus integrantes ou à finalidade
O ato deve ser praticado por uma autoridade
partidária;
pública ou por agente privado delegado do
b) Por organização sindical, entidade de
poder público.
classe ou associação legalmente
Súmula 510 STF – praticado o constituída e em funcionamento há,
ato por autoridade, no pelo menos, 1 ano, em defesa de
exercício de competência direitos líquidos e certos da totalidade,

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ou de parte, dos seus membros ou passiva, mas, ao mesmo tempo, defendeu o


associados, na forma dos seus mérito do ato impugnado.
estatutos e desde que pertinentes às
suas finalidades, dispensada, para
tanto, autorização especial.  Inadmissibilidade do Mandado de
Segurança
Legitimidade Passiva
Não cabe Mandado de Segurança
O Prof. Luís Guilherme Marioni afirma que
a autoridade coatora não é parte no Art. 5o  Não se concederá mandado de
processo de mandado de segurança, mas segurança quando se tratar: 
sim fonte de prova. No polo passivo do
mandado de segurança, está a pessoa I - de ato do qual caiba recurso
administrativo com efeito suspensivo,
jurídica a que se encontra vinculada a independentemente de caução; 
autoridade coatora.
Art. 6o A petição inicial, que deverá II - de decisão judicial da qual caiba
recurso com efeito suspensivo; 
preencher os requisitos estabelecidos
pela lei processual, será apresentada
em 2 (duas) vias com os documentos III - de decisão judicial transitada em
julgado. 
que instruírem a primeira reproduzidos
na segunda e indicará, além da
autoridade coatora, a pessoa jurídica Art. 1º, § 2º -   Não cabe mandado de
que esta integra, à qual se acha segurança contra os atos de gestão
vinculada ou da qual exerce comercial praticados pelos
administradores de empresas
atribuições. 
públicas, de sociedade de economia
Art. 1º, §1º - Equiparam-se às mista e de concessionárias de serviço
autoridades, para os efeitos desta Lei, público.
os representantes ou órgãos de
partidos políticos e os administradores Cabe destacar, que a Súmula nº 429/STF
de entidades autárquicas, bem como dispõe que “a existência de recurso
os dirigentes de pessoas jurídicas ou administrativo com efeito suspensivo não
as pessoas naturais no exercício de impede o uso de mandado de segurança contra
atribuições do poder público, somente omissão de autoridade”. Dessa forma, mesmo
no que disser respeito a essas
existindo recurso administrativo com efeito
atribuições.
suspensivo, se houver omissão ilegal ou
 Teoria da Encampação abusiva da administração, será cabível
mandado de segurança.
Busca convalidar o vício processual de
indicação errônea da autoridade coatora em
mandado de segurança.
 Prazo de Interposição
Vamos supor que seja impetrado mandado de
segurança apontando como autoridade coatora Tem que ser impetrado no prazo de 120 dias a
o Ministro da economia. Entretanto, o contar da ciência do ato, de afronta ao direito
Secretário da Receita Federal é que seria, liquido e certo, pelo impetrante. O prazo tem
efetivamente, a autoridade coatora no natureza decadencial, não pode ser
mandado de segurança. Houve um erro na interrompido e nem suspenso. (Art. 23, da lei)
indicação da autoridade coatora por parte do
impetrante. O Ministro da Economia, ao prestar Art. 23.  O direito de requerer
mandado de segurança extinguir-se-á
suas informações, alegou sua ilegitimidade decorridos 120 (cento e vinte) dias,

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contados da ciência, pelo interessado, ressarcimento à pessoa


do ato impugnado. jurídica.

Requisitos: fundamentação relevante (fumus


boni iuris) e risco de ineficácia do mandado,
 Modalidade do Mandado de caso perdure no tempo (periculum in mora).
Segurança
Súmula 405/STF Denegado o mandado de
segurança pela sentença, ou no julgamento do
agravo dela interposto, fica sem efeito a liminar
concedida, retroagindo os efeitos da decisão
contrária. – Sentença definitiva denegatória
revoga a decisão liminar.

Não cabe liminar

 Competência i. Compensação de créditos tributários


ii. Entrega de mercadorias e bens
provenientes do exterior
iii. Reclassificação ou equiparação de
servidores públicos
iv. Concessão de aumento ou a extensão
de vantagens ou pagamento de
qualquer natureza

Art. 7º, § 2º - Não será concedida medida


liminar que tenha por objeto a compensação de
É definida pela autoridade coatora e pela sua créditos tributários, a entrega de mercadorias e
sede funcional, não interessa a natureza do ato bens provenientes do exterior, a reclassificação
impugnado, a competência funcional é sempre ou equiparação de servidores públicos e a
absoluta. concessão de aumento ou a extensão de
vantagens ou pagamento de qualquer
natureza. 

 Ministério Público
 Liminar
Incumbido de velar pela correta aplicação da lei
A grande importância da impetração do
e pela regularidade do processo, atuando como
mandado de segurança é a concessão de
custos legis – FISCAL DA LEI.
liminar, vez que se faz necessário suprir a
irregularidade do ato.
 Efeitos da Decisão
Art. 7º, III - que se suspenda o
ato que deu motivo ao pedido,
Execução imediata em virtude do caráter
quando houver fundamento mandamental da ação, remete-se ofício à
relevante e do ato impugnado autoridade coatora.
puder resultar a ineficácia da
medida, caso seja finalmente Coisa Julgada – é produzido a coisa julgada
deferida, sendo facultado quando a sentença aprecia o mérito afirmando
exigir do impetrante caução,
a existência ou a inexistência do direito. Caso
fiança ou depósito, com o
contrário é possível ingressar com outro
objetivo de assegurar o
mandado ou pelas vias ordinárias.

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Súmula 304/STF Decisão denegatória de


mandado de segurança, não fazendo coisa
julgada contra o impetrante, não impede o uso
da ação própria.

Art. 19.  A sentença ou o acórdão que


denegar mandado de segurança, sem
decidir o mérito, não impedirá que o
requerente, por ação própria, pleiteie
os seus direitos e os respectivos
efeitos patrimoniais.

 Recursos cabíveis

Agravo de Instrumento

Art. 7º, § 1º -   Da decisão do juiz de primeiro


grau que conceder ou denegar a liminar caberá
agravo de instrumento, observado o disposto
na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 -
Código de Processo Civil. 

Apelação

Art. 14.  Da sentença, denegando ou


concedendo o mandado, cabe apelação. 

§ 1º Concedida a segurança, a sentença estará


sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de
jurisdição. 

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Ação Popular
Lei 4.717/1965

Remédio Constitucional

É o instrumento utilizado por qualquer cidadão, administrativa, ao meio ambiente e ao


por via judiciária, destinado para a invalidação patrimônio histórico e cultural, ficando
o autor, salvo comprovada má-fé,
de atos lesivos ao patrimônio público, à isento de custas judiciais e do ônus da
moralidade administrativa, ao meio ambiente sucumbência;
ao patrimônio histórico e cultural, ou seja, toda
e qualquer pessoa pode propor ação popular Art. 1º, da Lei 4.717/65 - Qualquer
sempre que entender que por ação ou cidadão será parte legítima para
omissão, atos do poder público foram pleitear a anulação ou a declaração de
nulidade de atos lesivos ao patrimônio
prejudicados. da União, do Distrito Federal, dos
Estados, dos Municípios, de entidades
Natureza Jurídica e objeto autárquicas, de sociedades de
economia mista (Constituição, art. 141,
A ação popular tem natureza de instituto § 38), de sociedades mútuas de
seguro nas quais a União represente
processual constitucional, que efetiva a devida os segurados ausentes, de empresas
fiscalização da administração pública, tendo públicas, de serviços sociais
como garantia o direito o processo e poder autônomos, de instituições ou
judiciário, para efetivar a finalidade em que foi fundações para cuja criação ou custeio
criado. É garantia fundamental do cidadão para o tesouro público haja concorrido ou
concorra com mais de cinqüenta por
a realização do direito à proteção do patrimônio cento do patrimônio ou da receita
público. ânua, de empresas incorporadas ao
patrimônio da União, do Distrito
E tem como objeto o ato lesivo ao patrimônio Federal, dos Estados e dos
de todos. Municípios, e de quaisquer pessoas
jurídicas ou entidades subvencionadas
pelos cofres públicos.
Finalidade

A finalidade da ação popular é anular ato


concreto que lesione, prejudique, danifique ou Obs. É necessário que esteja em gozo
ofenda patrimônio público, patrimônio de com sua capacidade eleitoral ativa.
entidade de que o Estado participe, moralidade
administrativa, meio ambiente ou, ainda, Obs2. Possuir titulo de eleitor.
patrimônio histórico ou cultural.
Obs2. Pessoas jurídicas não tem
Legitimidade legitimidade para propor ação popular.

Legitimidade Ativa Súmula 365/STF – Pessoa


jurídica não tem legitimidade
Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é para propor ação popular.
parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de
que o Estado participe, à moralidade

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Legitimidade Passiva Por exemplo: se algum órgão público determina


que um prédio histórico tombado de ser
A legitimação passiva da ação popular ocorrerá demolido, um cidadão pode entrar com uma
sobre as pessoas físicas detentoras de título ação popular pedindo a suspensão desse ato,
eleitoral, pessoas jurídicas, autoridades ou evitando que a demolição aconteça.
sobre quem se beneficie do ato lesivo ao
patrimônio, conforme descrito no artigo 6º da lei Procedimento
de ação popular.
O rito da ação é ordinário, a despeito dos
Art. 6º A ação será proposta contra as diversos incidentes próprios, como, por
pessoas públicas ou privadas e as exemplo, a substituição do autor contumaz por
entidades referidas no art. 1º, contra
as autoridades, funcionários ou
outro cidadão e, caso ninguém se
administradores que houverem apresente, o polo ativo da ação passará a ser
autorizado, aprovado, ratificado ou ocupado pelo Ministério Público.
praticado o ato impugnado, ou que,
por omissas, tiverem dado Art. 7º, IV - O prazo de contestação é
oportunidade à lesão, e contra os de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por
beneficiários diretos do mesmo. mais 20 (vinte), a requerimento do
interessado, se particularmente difícil a
Ministério Público produção de prova documental, e será
comum a todos os interessados,
correndo da entrega em cartório do
Cabe ao Ministério Público o papel de custos mandado cumprido, ou, quando for o
legis na ação popular, em face do interesse em caso, do decurso do prazo assinado
disputa. em edital.

Em face da Lei nº 4.717/65, em caso de Custas


contumácia autoral, e não havendo outro
cidadão no polo ativo, Ministério Público A ação popular é uma ação gratuita, salvo
assume papel de substituto do autor, ou mais comprovada má-fé, quando o autor for
especificamente, o de verdadeiro substituto condenado no ônus de
processual. sucumbência.

Art. 6º, § 4º O Ministério Público


acompanhará a ação, cabendo-lhe
apressar a produção da prova e
promover a responsabilidade, civil ou
criminal, dos que nela incidirem,
sendo-lhe vedado, em qualquer
hipótese, assumir a defesa do ato
impugnado ou dos seus autores.

Ação popular preventiva

A lei refere que a ação popular é um remédio


utilizado para a invalidação de atos lesivos ao
patrimônio público, anulando atos já tomados,
porém é possível utilizar esse instrumento de
modo preventivo, evitando que o ato lesivo se
concretize. Isso é possível no caso de ameaça
de dano ao patrimônio cultural.

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Juizado Especial
Lei 9.099/ 1995

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Princípios excedente ao fixado no inciso I deste


artigo.
Princípio da Oralidade
§ 1º Compete ao Juizado
Princípio da Simplicidade e Especial promover a execução:
Informalidade
Princípio da Economia Processual I - dos seus julgados;
Princípio da Celeridade: não há
intervenção de terceiros. II - dos títulos executivos
extrajudiciais, no valor de até quarenta
Princípio da Conciliação vezes o salário mínimo, observado o
disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.
O juizado especial não é obrigatório, é § 2º Ficam excluídas da
facultativo. Caberá as partes escolher qual competência do Juizado Especial as
procedimento para sua ação. causas de natureza alimentar,
falimentar, fiscal e de interesse da
ENUNCIADO 1 FONAJE: O exercício do direito Fazenda Pública, e também as
relativas a acidentes de trabalho, a
de ação no Juizado Especial Cível é facultativo resíduos e ao estado e capacidade
para o autor.
das pessoas, ainda que de cunho
Para os Juizados Especiais de Fazenda patrimonial.
Pública e Federais, o rito é obrigatório para as
ações que não ultrapassam o limite de 60 § 3º A opção pelo procedimento
salários mínimos. Assim, se a parte ingressar previsto nesta Lei importará em
renúncia ao crédito excedente ao
com uma ação cujo valor superar o montante
limite estabelecido neste artigo,
de 60 salários mínimos, temos situação de excetuada a hipótese de conciliação.
incompetência, não de renúncia.
Critério Valorativo: são de competência
Competência do JEC as causas de menor
complexidade que não atingirem valor
Art. 3º O Juizado Especial Cível superior a 40 salários mínimos.
tem competência para conciliação,
processo e julgamento das causas
cíveis de menor complexidade, assim Critério Material: arrendamento rural e
consideradas: de parceria agrícola; cobrança ao
condômino de quaisquer quantias
I - as causas cujo valor não devidas ao condomínio; ressarcimento
exceda a quarenta vezes o salário por danos e prédio urbano ou rústico;
mínimo;
ressarcimento por danos causados em
II - as enumeradas no art. 275, acidente de veículo de via terrestre;
inciso II, do Código de Processo Civil; cobrança de seguro, relativamente aos
danos causados em acidente de
III - a ação de despejo para uso veículo, ressalvados os casos de
próprio; processo de execução; cobrança de
honorários dos profissionais liberais,
IV - as ações possessórias ressalvando o disposto em legislação
sobre bens imóveis de valor não
especial; ações que versem sobre

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revogação de doação e demais casos Artigo 5º ao 7º da lei 9.099/95


previstos em lei.

Admite-se também ações de despejo


de imóvel para uso próprio.

Critério Misto: ações possessórias


sobre bens imóveis, de valor não
superior a 40 salários mínimos. Temos, Art. 5º O Juiz dirigirá o processo
portanto, critérios materiais e com liberdade para determinar as
valorativos somados. provas a serem produzidas, para
apreciá-las e para dar especial valor
às regras de experiência comum ou
técnica.

Art. 6º O Juiz adotará em cada


caso a decisão que reputar mais justa
e equânime, atendendo aos fins
sociais da lei e às exigências do bem
comum.

Art. 7º Os conciliadores e Juízes


Competência de Foro leigos são auxiliares da Justiça,
recrutados, os primeiros,
Art. 4º É competente, para as preferentemente, entre os bacharéis
causas previstas nesta Lei, o Juizado em Direito, e os segundos, entre
do foro: advogados com mais de cinco anos de
experiência.
I - do domicílio do réu ou, a
critério do autor, do local onde aquele Parágrafo único. Os Juízes
exerça atividades profissionais ou leigos ficarão impedidos de exercer a
econômicas ou mantenha advocacia perante os Juizados
estabelecimento, filial, agência, Especiais, enquanto no desempenho
sucursal ou escritório; de suas funções.

II - do lugar onde a obrigação Partes


deva ser satisfeita;

III - do domicílio do autor ou do


local do ato ou fato, nas ações para
reparação de dano de qualquer
natureza.

Parágrafo único. Em qualquer


hipótese, poderá a ação ser proposta Autores: pessoas naturais; microempresas;
no foro previsto no inciso I deste microempreendedor individual; empresa de
artigo. pequeno porte; organizações da sociedade civil
de interesse público e sociedades de crédito ao
Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes microempreendedor.
Leigos

Advogados

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As causas de até 20 salários mínimos exigem Conciliação e do Juízo Arbitral


comparecimento pessoal da parte, sem a
necessidade de que esteja acompanhado por O réu será citado para se apresentar à
advogado. Por outro lado, demandas acima de audiência de conciliação.
20 salários mínimos (até o limite de 40 salários
mínimos) exigem a assistência por advogado. Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz
togado ou leigo esclarecerá as partes
presentes sobre as vantagens da
Intervenção de Terceiros e Ministério conciliação, mostrando-lhes os riscos e
Público as conseqüências do litígio,
especialmente quanto ao disposto no §
Não se admite intervenção de terceiros – Art. 3º do art. 3º desta Lei.
10 do JEC. Admite-se litisconsórcio.
Art. 22. A conciliação será
conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou
O MP intervirá nos casos previstos em lei. por conciliador sob sua orientação.

Pedido Parágrafo único. Obtida a


conciliação, esta será reduzida a escrito
O processo instaurar-se-á com a apresentação e homologada pelo Juiz togado,
do pedido, escrito ou oral, à Secretária do mediante sentença com eficácia de
título executivo.
Juizado – Art. 14 JEC.
§ 1º  Obtida a conciliação, esta
Citação será reduzida a escrito e homologada
pelo Juiz togado mediante sentença
Pelos correios com AR e por oficial de justiça com eficácia de título
se o AR for negativo. executivo.           (Incluído pela Lei nº
13.994, de 2020).

Não se admite citação por edital no Juizado § 2º  É cabível a conciliação não
Especial. presencial conduzida pelo Juizado
mediante o emprego dos recursos
Revelia tecnológicos disponíveis de transmissão
de sons e imagens em tempo real,
devendo o resultado da tentativa de
A revelia é a contumácia do réu em não conciliação ser reduzido a escrito com
responder ao processo após integrado à lide. os anexos pertinentes.       (Incluído pela
Caso o réu não pareça à sessão de conciliação Lei nº 13.994, de 2020).
ou à sessão de instrução e julgamento, quando
ele deverá apresentar a contestação, há Art. 23. Não comparecendo o
demandado, o Juiz togado proferirá
revelia. sentença.

A consequência principal da revelia é que os Art. 23.  Se o demandado não


fatos alegados pela parte autora serão comparecer ou recusar-se a participar
considerados verdadeiros da tentativa de conciliação não
presencial, o Juiz togado proferirá
sentença.       (Redação dada pela Lei
nº 13.994, de 2020)

Art. 20. Não comparecendo o Art. 24. Não obtida a conciliação,


demandado à sessão de conciliação as partes poderão optar, de comum
ou à audiência de instrução e acordo, pelo juízo arbitral, na forma
julgamento, reputar-se-ão verdadeiros prevista nesta Lei.
os fatos alegados no pedido inicial,
salvo se o contrário resultar da
convicção do Juiz.

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§ 1º O juízo arbitral considerar-se- Art. 29. Serão decididos de plano


á instaurado, independentemente de todos os incidentes que possam
termo de compromisso, com a escolha interferir no regular prosseguimento da
do árbitro pelas partes. Se este não audiência. As demais questões serão
estiver presente, o Juiz convocá-lo-á e decididas na sentença.
designará, de imediato, a data para a
audiência de instrução. Parágrafo único. Sobre os
documentos apresentados por uma das
§ 2º O árbitro será escolhido partes, manifestar-se-á imediatamente a
dentre os juízes leigos. parte contrária, sem interrupção da
audiência.
Art. 25. O árbitro conduzirá o
processo com os mesmos critérios do
Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º desta
Lei, podendo decidir por eqüidade.
Sentença
Art. 26. Ao término da instrução,
ou nos cinco dias subseqüentes, o A sentença indicará os elementos de convicção
árbitro apresentará o laudo ao Juiz do juiz, com resumo dos fatos ocorridos ao
togado para homologação por sentença longo da instrução e, além disso, não haverá
irrecorrível. necessidade de relatório na sentença.

Como a parte fica limitada às hipóteses


restritas de cabimento e, especialmente, pela
Defesa limitação do valor, caso, a sentença seja fixada
em valor superior ao 40 salários mínimos, no
Pode ser apresentada de forma que exceder a esse limite, a sentença será
escrita ou oral; ineficaz.
Toda a matéria de defesa
poderá ser arguida, exceto Se o juiz leigo dirigir a audiência de instrução e
impedimento e suspeição; julgamento, será também responsável por
No momento da dessa, o réu prolatar a decisão. Contudo, a decisão deverá
poderá formular pedido ser submetida ao juiz togado para que ele
contraposto, desde que fundado possa homologá-lá ou, caso prefira, poderá
nos mesmos fatos. alterar ou substituir a sentença do juiz leigo.
Instrução e Julgamento

Art. 27. Não instituído o juízo


arbitral, proceder-se-á imediatamente à
Recursos
audiência de instrução e julgamento,
desde que não resulte prejuízo para a Caberá recurso para a turma recursal do
defesa. próprio Juizado, conforme art. 41 JEC
Parágrafo único. Não sendo Prazo de 10 dias para interpor o recurso,
possível a sua realização imediata, será
a audiência designada para um dos
contado da ciência da audiência e está sujeita
quinze dias subseqüentes, cientes, a preparo, a ser depositado no prazo de 48hr a
desde logo, as partes e testemunhas contar da interposição do recurso.
eventualmente presentes.
Os recursos possuem efeito devolutivo.
Art. 28. Na audiência de instrução
e julgamento serão ouvidas as partes,
colhida a prova e, em seguida, proferida
a sentença.

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Ação Civil Pública


Lei 7.347/1985

III – a bens e direitos de valor


artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico;
É uma ação destinada a proteger interesses
difusos ou coletivos, responsabilizando quem IV - a qualquer outro interesse
comete danos contra os bens tutelados. Pode difuso ou coletivo.       (Incluído pela Lei
ser ajuizada pelo Ministério Público ou outras nº 8.078 de 1990)
pessoas jurídicas, públicas ou privadas, para
proteger o patrimônio público e social, o meio V - por infração da ordem
ambiente, o consumidor para obter reparação econômica;       (Redação dada pela Lei
nº 12.529, de 2011).
de danos. Por meio da ACP, pede-se que os
réus sejam condenados à obrigação de fazer VI - à ordem
ou deixar de fazer determinado ato, com a urbanística.      (Incluído pela Medida
imposição de multa em caso de provisória nº 2.180-35, de 2001)
descumprimento da decisão judicial.
VII – à honra e à dignidade de
grupos raciais, étnicos ou
religiosos.      (Incluído pela Lei nº
12.966, de 2014)
Art. 1º  Regem-se pelas
disposições desta Lei, sem prejuízo da
ação popular, as ações de VIII – ao patrimônio público e
responsabilidade por danos morais e social.       (Incluído pela  Lei nº
patrimoniais causados:       (Redação 13.004, de 2014)
dada pela Lei nº 12.529, de 2011).
Parágrafo único.  Não será cabível
l - ao meio-ambiente; ação civil pública para veicular pretensões
que envolvam tributos, contribuições
previdenciárias, o Fundo de Garantia do
ll - ao consumidor;
Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos
de natureza institucional cujos beneficiários

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Direito Processual Civil

podem ser individualmente civil;     (Incluído pela Lei nº 11.448, de


determinados. (Incluído pela Medida 2007).
provisória nº 2.180-35, de 2001)
b) inclua, entre suas finalidades
institucionais, a proteção ao patrimônio
público e social, ao meio ambiente, ao
Competência consumidor, à ordem econômica, à
livre concorrência, aos direitos de
Art. 2º As ações previstas nesta grupos raciais, étnicos ou religiosos
Lei serão propostas no foro do local ou ao patrimônio artístico, estético,
onde ocorrer o dano, cujo juízo terá histórico, turístico e paisagístico. 
competência funcional para processar e
julgar a causa. Legitimidade concorrente: em que todos
poderão ajuizar a ação. Porém, uma vez
Parágrafo único A propositura da
ajuizada ela se torna exclusiva.
ação prevenirá a jurisdição do juízo para
todas as ações posteriormente
intentadas que possuam a mesma causa Legitimidade disjuntiva: qualquer um pode
de pedir ou o mesmo objeto.  entrar.

Quando houver mais de um local, será no local Legitimidade passiva: qualquer um pode entrar,
que se originou o “dano”. Ex. Barragem em exceto o menor. Pode litisconsórcio.
Mariana/MG.

Legitimidade
Inquérito Civil Público
Art. 5o  Têm legitimidade para
propor a ação principal e a ação
É o procedimento interno instaurado pelo
cautelar: (Redação dada pela Lei nº
11.448, de 2007)       (Vide Lei nº 13.105, Ministério Público Federal para a investigação
de 2015)    (Vigência) de danos ou ameaça de dano a bens de
interesse difuso, coletivo ou individuais
I - o Ministério Público; (Redação homogêneos. Geralmente o ICP é preliminar
dada pela Lei nº 11.448, de 2007). ao ajuizamento das ações civis públicas.

II - a Defensoria O IC:
Pública;      (Redação dada pela Lei nº
11.448, de 2007).
Exclusividade, instrumentabilidade,
III - a União, os Estados, o Distrito
publicidade, solenidade, dispensabilidade e
Federal e os Municípios;      (Incluído participatividade.
pela Lei nº 11.448, de 2007).

IV - a autarquia, empresa pública,


fundação ou sociedade de economia
mista;     (Incluído pela Lei nº 11.448, de
2007).

V - a associação que,
concomitantemente:     (Incluído pela Lei
nº 11.448, de 2007).

a) esteja constituída há pelo


menos 1 (um) ano nos termos da lei

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