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DO CABIMENTO E DA LEGITIMIDADE PASSIVA DO IMPETRADO

O mandado de segurança pode ser impetrado conforme a


Constituição Federal prevê em seu artigo 5º, inciso LXIX:

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger


direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou
"habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;”

Em consonância com o dispositivo acima apresentado, a Lei 12.016


de 07 de agosto de 2009, delimita:

“Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger


direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com
abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de
autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as
funções que exerça.

§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os


representantes ou órgãos de partidos políticos e os
administradores de entidades autárquicas, bem como os
dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no
exercício de atribuições do poder público, somente no que disser
respeito a essas atribuições.”

Neste sentido, cumpre dizer que as instituições particulares de


ensino prestam serviço público por delegação do Poder Público, considerando
que sua atividade básica é a educação.

Desta forma, enquadram-se, assim, no preceito supracitado, sendo


o ato coator de seu representante passível de mandado de segurança.

Como se verá adiante, o ato conferido pela reitora da referida


faculdade não pode prevalecer, visto que prejudicou e continua prejudicando
a autora no plano moral e material, conforme razões aduzidas no mérito.

Com isso, necessário que seja garantido o direito líquido certo da


autora de forma liminar, para que possa realizar os testes de recuperação
necessários para completar a sua graduação, por ser esta medida de justiça.
Quanto a competência deste D. Juízo para decidir acerca das razões
expostas no presente remédio constitucional, salienta-se que a regra é de
que se tratando de delegação e diretrizes estabelecidas pela União, fica
definida a competência no âmbito da Justiça Federal.

Neste diapasão, afirma-se que estão presentes todos os requisitos


necessários para que seja impetrado o mandado de segurança, recebido e
julgado.

Por fim, para que não existam dúvidas quanto a viabilidade do


presente remédio constitucional, colaciona-se a súmula do colendo STF:

“Súmula 510 - Praticado o ato por autoridade, no exercício de


competência delegada, contra ela cabe o mandado de
segurança ou a medida judicial.”

Especificamente no que tange as faculdades privadas, está


pacificado o entendimento da competência conforme julgado colacionado
abaixo:

“ADMINISTRATIVO. ENSINO SUPERIOR PRIVADO. MANDADO DE SEGURANÇA. COM


PETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. INADIMPLÊNCIA. COLAÇÃO DE GRAU E DIPLOMA.
POSSIBILIDADE. ART. 6º DA LEI Nº 9.870/99.
I - As instituições de ensino superior instituídas pela iniciativa privada se inserem
no sistema federal de ensino, por força da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, de maneira a agirem, em seus atos, por delegação federal, a avocar
a competência da Justiça Federal em sede de mandado de Segurança.
Jurisprudência consolidada sobre o tema. (TRF 1ª Região – Relator:
DESEMBARGADOR FEDERAL JIRAIR ARAM MEGUERIAN - Numeração Única: AMS
0019718-60.2010.4.01.3300 / BA – Publicação: 11/03/2013).”

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