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°, LXIX e LXX)
O mandado de segurança é ação judicial, de rito sumário especial, a ser
utilizada quando direito líquido e certo do indivíduo for violado por ato de
autoridade governamental ou de agente de pessoa jurídica privada que esteja
no exercício de atribuição do Poder Público.
) autoridades públicas de quaisquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito
a
Federal edosmunicípios,sejamdequecategoriaforesejamquaisforemasfunçõesque
exerçam;
b) os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades
autárquicas (incluídas as fundações governamentais com personalidadejurídicadedireito
público);
c)osdirigentesdepessoasjurídicasdedireitoprivado,integrantesounãodaadministração
pública formal, e as pessoas naturais,desdequeelesestejamnoexercíciodeatribuições
do Poder Público, e somente no que disser respeito a essas atribuições.
1.3. Descabimento
Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
ambém nãocabemandadodesegurançacontraosatosdegestãocomercialpraticados
T
pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de
concessionárias de serviço público.
1.10. Desistência
O mandado de segurança admite desistência em qualquer tempo e grau de jurisdição,
independentemente do consentimento do impetrado, mesmo que já tenha sido proferida
decisão de mérito, desde que, evidentemente, ainda não tenha ocorrido o trânsito em
julgado.
BS: Anote-se que a exigência de um ano de constituição e funcionamento destina-se
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apenas às associações, não se aplicando às entidades sindicais e entidades de classe.
legitimação das entidades acima enumeradas, para a segurança coletiva, é
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extraordinária, ocorrendo, em tal caso, substituição processual. Não se exige, por isso, a
autorização expressa dos titulares do direito, diferentemente do que ocorre no caso do
inciso XXI do art. 5.° da Carta Política, que contempla caso de representação (e não de
substituição).
ssim, se uma associação pleitear judicialmente determinado direito em favor de seus
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associados por outra via que não seja a do mandado de segurança coletivo, será
necessária a autorização expressa, prescrita no art. 5.°, XXI, da Constituição (caso de
representação). Entretanto, na hipótese de esse mesmo direito vir a ser defendido pela
associação por meio do mandado de segurança coletivo, não haverá necessidade da
autorização expressa dos associados (caso de substituição).
Éimportantefrisarqueosdireitosdefendidospororganizaçãosindical,entidadedeclasse
uassociaçãonãoprecisaserumdireitodetodososseusmembros;podeserumdireitode
o
apenas parte dos membros da entidade. Assim, o sindicato dos Delegados de Polícia
Federal, que congrega servidores ativos e inativos, poderá ajuizar um mandado de
segurança coletivo na defesa de interesse exclusivo dos Delegados inativos (parte da
categoria, portanto).
o caso de mandado de segurança coletivo impetrado contra autoridade vinculada a
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pessoa jurídica de direito público, a liminar só poderá ser concedidaapósaaudiênciado
representante judicial da pessoa jurídica, quedeverásepronunciarnoprazodesetentae
duas horas.
A vigenteConstituição,nointentodeasseguraraplenaeficáciaeaplicabilidadedeseus
ispositivos, instituiu um novo remédio constitucional, a ação denominada mandado de
d
injunção, prevista no art. 5.°, inciso LXXI, nos seguintes termos:
XXI-conceder-se-ámandadodeinjunçãosemprequeafalta
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de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
preocupaçãoevidenteéconferirefetivaaplicabilidadeeeficáciaaotextoconstitucional,
A
para que este não se torne "letra morta", em razãodeomissãodolegisladorordináriona
sua regulamentação.
Cabe mencionar que, embora não haja previsão expressa na Constituição Federal, há
pacífica orientação do STF a respeito do cabimento do mandado de injunção coletivo;
admitindo-se a impetração pelas entidades sindicais ou de classe, com a finalidade de
viabilizar,emfavordosmembrosouassociadosdessasinstituições,oexercíciodedireitos
assegurados pela Constituição e que estejam inviabilizados pela ausência de
regulamentação, nos mesmos termos previstos para o mandado de segurança coletivo.
ão três os pressupostos do mandado de injunção:
S
a) falta de norma regulamentadora de um preceito constitucional de natureza mandatória;
b) inviabilização do exercício de um direito ou liberdade constitucional, ou prerrogativa
inerente à nacionalidade, à soberania e à cidadania, decorrente (a inviabilização) dessa
falta ela norma regulamentadora; e
c) o transcurso de razoável prazo para a elaboração da norma regulamenta-
dora.
mandadodeinjunçãopodeserintentadoporqualquerpessoa,físicaoujurídica,quese
O
vejaimpossibilitadadeexercerumdeterminadodireitoconstitucionalporfaltadenormaque
o regulamente. Possui legitimidade ativa no processo, portanto, o próprio titulardodireito
constitucional obstado por inércia do legislador.
No mandado de injunção coletivo, a legitimação pertence ao partido político com
representação no Congresso Nacional e à organização sindical, entidade de classe ou
associaçãolegalmenteconstituídaeemfuncionamentohápelomenosumano,emdefesa
dos interesses de seus membros ou associados.
Nopolopassivodomandadodeinjunçãosópodemfigurarentespúblicos,nãoadmitindoo
STF a formação de litisconsórcio passivo, necessário ou facultativo, entre autoridades
públicas e pessoas privadas (afinal, não há hipótese em que a Constituição outorgue ao
particular o dever-poder de regulamentar direito nela estabelecido!).
Seaomissãoforlegislativafederal,omandadodeinjunçãodeveráserajuizadoemface
doCongressoNacional,salvoseainiciativadaleiforprivativa,hipóteseemqueomandado
de injunção deverá ser ajuizado em face do detentordainiciativaprivativa(Presidenteda
República, nas situações do art. 61, § 1.0, da Carta Política, por exemplo).
Umdostemaspolêmicosdoconstitucionalismobrasileiro,apósapromulgaçãodavigente
Carta Política, dizrespeitoàeficáciadadecisãoproferidaemmandadodeinjunção.Cabe
ressaltarqueastesesjurídicasaseguirapresentadasdizemrespeitoaosefeitosdadecisão
de mérito em mandado de injunção, haja vista que, segundo entendimento firmado pelo
Supremo Tribunal Federal, é incabível a concessão de medida liminar em mandado de
injunção.
s duas grandes teses jurídicas propostas costumam ser denominadas posição
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concretista e posição não concretista.
Pela posição concretista, sempre que presentes os requisitos constitucionais exigidos
paraomandadodeinjunção,oPoderJudiciáriodeveriareconheceraexistênciadaomissão
legislativa ou administrativa e possibilitar efetivamente a concretização do exercício do
direito, até que fosse editada a regulamentação pelo órgão competente.
Essa posição concretista divide-se em duas espécies: (a) concretista geral; e (b)
concretista individual.
Pela posição concretista geral, a decisão do Poder Judiciário deveria ter efeito geral
(eficácia erga omnes), possibilitando, mediante um provimento judicial revestido de
normatividade, a concretização do exercício do direito, alcançando todos os titulares
daquele direito, até que fosse expedida a norma regulamentadora pelo órgão competente.
Pelaposiçãoconcretistaindividual,adecisãodoPoderJudiciáriodeveriaproduzirefeitos
somente para o autor do mandado de injunção (eficácia inter partes).
Por sua vez, essa posição concretista individual divide-se em duas espécies: (a)
concretista individual direta; e (b) concretista individual intermediária.
Pelaconcretistaindividualdireta,oPoderJudiciário,aojulgarprocedenteomandadode
injunção,concretizadiretaeimediatamenteaeficáciadanormaconstitucionalparaoautor
da ação.
Pela posição concretista individual intermediária, apósjulgarprocedenteomandadode
injunção, o Poder Judiciário dá ciência ao órgão omisso, fixando-lhe um prazo para a
expedição da norma regulamentadora (fala-se no prazo de 120 dias). Ao término desse
prazo, se a omissão do órgão competente para expedir a norma regulamentadora
permanecer, o Poder Judiciário, então, fixará as condições necessárias ao exercício do
direito por parte do autor do mandado de injunção.
Pelaposiçãonãoconcretista,deveráoPoderJudiciário,apenas,reconhecerformalmente
ainérciadoPoderPúblicoedarciênciadasuadecisãoaoórgãocompetente,paraqueeste
editeanormafaltante.Essacorrenteentendequeaeficáciadadecisãojudicialnãopodeir
além disso, sob pena de ofensa ao princípio da separação dos poderes.
A posição não concretista foi inicialmente seguida pela jurisprudência dominante do
Supremo Tribunal Federal.
Comamudançaemsuacomposição,oSTFreformulouoentendimentosobreaeficácia
desuasdecisõesemmandadodeinjunção,passandoaadotaracorrenteconcretista,afim
de viabilizar o exercício do direito constitucional carente de regulamentação ordinária,
afastando as consequências da inércia do legislador.
Importante destacar que o tribunal não se firmou, ainda, sobre o alcance da decisão
proferida no mandado de injunção,valedizer,seseráadotadaaposiçãoconcretistageral
(eficácia erga omnes) ou a concretista individual (eficácia inter partes). Com efeito, o
Tribunal ora temadotadoaposiçãoconcretistaindividualdireta,possibilitando-seoefetivo
exercício do direito exclusivamente para o impetrante, ora tem perfilhado a posição
concretista geral, viabilizando o exercício do direito para todos os seus titulares (eficácia
erga omnes).
3. Habeas data
O remédio constitucional habeas data está previsto no inciso LXXII do art. 5.° da
Constituição Federal, nestes termos:
Ohabeasdataéremédioconstitucional,denaturezacivil,submetidoaritosumário,quese
estina a garantir, em favor da pessoa interessada, o exercício de pretensão jurídica
d
discernívelemseutrípliceaspecto:a)direitodeacessoaosregistrosrelativosàpessoado
impetrante; b) direito de retificação desses registros; e c) direito de complementação dos
registros.
Ohabeasdataencontra-sereguladopelaLei9.507,de12denovembrode1997,que,no
incisoIIIdoseuart.7.°,acrescentouumaoutrahipótesedecabimentodamedida,alémdas
constitucionalmente previstas, a saber: "para a anotação nos assentamentos do
interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que
esteja sob pendência judicial ou amigável".
Érelevanteanotarqueohabeasdatanãoéinstrumentojurídicoadequadoparapleitearo
acesso a autos de processos administrativos. . .
Ademais, o direito a receber dos órgãos públicos informações ele interesse próprio, em
sededehabeasdata,nãoserevestedecaráterabsoluto,cedendopassoquantoaosdados
protegidos por sigilo, em prol da segurança da sociedade e do Estado.
O habeas data poderáserajuizadoporqualquerpessoafísica,brasileiraouestrangeira,
bemcomoporpessoajurídica.Saliente-se,porém,queaaçãoépersonalíssima,valedizer,
somente poderá ser impetrada pelo titular das informações,
No polo passivo, podem figurar entidades governamentais, da Administração Pública
Direta e Indireta, bem como as instituições, entidades e pessoas: jurídicas privadas
detentorasdebancodedadoscontendoinformaçõesquesejamoupossamsertransmitidas
aterceirosouquenãosejamdeusoprivativodoórgãoouentidadeprodutoraoudepositária
das informações.
habeas data somente pode ser impetrado diante da negativa da autoridade
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administrativa de fornecimento (ou de retificação ou de anotação da contestação ou
explicação) das informações solicitadas.
Portanto,paraqueointeressadotenhainteressedeagir,paraofimdeimpetrarohabeas
data, é imprescindível que tenha havido o requerimento administrativo e a negativa pela
autoridade administrativa de atendê-lo.
A impetração do habeas data não está sujeita a prazo prescricional ou decadencial,
podendo a ação ser proposta a qualquer tempo.
Tantooprocedimentoadministrativoquantoaaçãojudicialdehabeasdatasãogratuitos.
Ademais,nãoháônusdesucumbência(honoráriosadvocatícios)em'habeasdata,'Parao
ajuizamento do habeas data, porém, exige-se advogado.
Aaçãopopularnãoéaçãodestinadaàdefesadeinteressesubjetivoindividual,massim
e natureza coletiva, visando a anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade
d
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimôniohistóricoecultural.Destina-se,assim,à
concretização do princípio republicano, que impõe ao administrador público o dever de
prestar contas a respeito da gestão da coisa pública.
A ação poderá ser utilizada de modo preventivo ou repressivo. Será preventiva quando
visar aimpediraconsumaçãodeumatolesivoaopatrimôniopúblico,quandoforajuizada
antesdapráticadoatoilegalouimoral.Serárepressivaquandojáháumdanocausadoao
patrimônio público, ou seja, quando a ação é proposta após a ocorrência da lesão.
Somenteocidadãopodeproporaçãopopular.Oautordaaçãopopularéapessoahumana
no gozo dos seus direitos cívicos e políticos, seja eleitor (possível a partir dos dezesseis
anosdeidade,portanto).Somenteapessoanaturalpossuidoradetítulodeeleitor,nogozo
da chamada capacidade eleitoral ativa, poderá propor ação popular. Poderá, então,sero
brasileiro - nato ou naturalizado -, desde que nogozodeseusdireitospolíticos.Emtese,
seria possível, também, ao português equiparado ao brasileiro naturalizado propor ação
popular,casohouvessereciprocidadeporpartedePortugal(CF,art.12,§1.0).Naprática,
contudo, nos dias atuais, essapossibilidadeinexiste,porque,emfacedevedaçãocontida
na Constituição portuguesa, não há possibilidade de ser atendida a exigência de
reciprocidade.
a sujeição passiva de ação popular devem figurar:
N
a)todasaspessoasjurídicas,públicasouprivadas,emnomedasquaisfoipraticadooato
ou contrato a ser anulado;
b) todas as autoridades, os funcionários e administradores que houverem autorizado,
aprovado, ratificado ou praticadopessoalmenteoatooufirmadoocontratoaseranulado,
ou que, por omissos, permitiram a lesão;
c) todos os beneficiários diretos do ato ou contrato ilegal.
MinistérioPúblicoatuaránaaçãopopularcomopartepúblicaautônoma,incubindo-lhe,
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nessepapel,velarpelaregularidadedoprocessoecorretaaplicaçãodalei,podendoopinar
pela procedência ou improcedência da ação. Além disso, poderá atuar como substitutoe
sucessor do autor, na hipótese de este se omitir ou abandonar a ação, caso repute de
interesse público o seu prosseguimento, até o julgamento. Ainda, caberá ao Ministério
Público promover a responsabilização dos réus, se for o caso, na esfera civil ou criminal.
A Constituição Federal isenta o autor da ação popular de custas e de ônus de
sucumbência (honorários advocatícios, no caso de improcedência da ação), salvo
comprovada má-fé.
A gratuidade beneficia o autor da ação, e não os réus; se julgada procedente a ação
popular, serão estes condenados ao ressarcimento das despesas havidas pelo autor da
ação.
O âmbito de proteção da ação popular, na vigente Constituição, é bastante amplo:
abrange tanto o patrimônio material quanto o patrimônio moral, estético, histórico e
ambiental.
O cabimento de ação popular não exige a comprovação de efetivo dano material,
pecuniário.Aindaquenãocomprovadaaefetivaocorrênciadedanomaterial,ailegalidade
do ato já poderá ser reprimida na viadaaçãopopular.SegundoentendimentodoSTF,"a
lesividade decorre da ilegalidade; a ilegalidade do comportamento, por si só, causa o dano".
SegundoorientaçãodoSTF,nãocabeaçãopopularcontraatodeconteúdojurisdicional,
praticadopormembrodoPoderJudiciárionodesempenhodeSsuafunçãotípica(decisões
judiciais).
Por fim, cabe destacar que a sentença que julga improcedente a ação popular está
sujeita ao duplo grau de jurisdição, vale dizer, a decisão do magistrado que declara a
improcedência da ação popular será necessariamente reexaminada pelo tribunal
competente.
SegundoorientaçãodoSTF,oforoespecialporprerrogativadefunçãonãoalcançaas
ações populares ajuizadas contra as autoridades detentoras dessa prerrogativa. Significa
dizer que os tribunais do Poder Judiciário (STF, STJ, TJ etc.) não têm competência
originária para o julgamento de ação popular, ainda quando proposta contra atos de
autoridades que dispõem de foro por prerrogativa de função perante tais tribunais
(Presidente da República, congressistas, governador de estado, prefeito etc.).