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CURSO MEGE
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Turma: TJ-SP - 1ª Fase (Reta Final)
Material: Rodada 6
MATERIAL DE APOIO 1
(Rodada 6)
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
SUMÁRIO
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
APRESENTAÇÃO
Fala pessoal!
Então, estamos na nossa segunda rodada e o TJSP está CADA VEZ MAIS PERTO.
Nesse momento, trataremos sobre o crédito tributário e todas as suas particularidades:
lançamento, natureza jurídica e suas características.
É um assunto que exige atenção de vocês, especialmente quanto às hipóteses
taxativas do CTN e aos conceitos de suspensão e de extinção do crédito. No que se refere
à extinção do crédito, observem os prazos de decadência em cada tipo de lançamento
tributário, pois as questões de prova podem trazer casos concretos para o candidato
verificar a ocorrência da decadência ou da prescrição.
Com relação à exclusão do crédito tributário, não há muito que sugerir além da
leitura da rodada e dos artigos do CTN. E, tocando nesse ponto, peço encarecidamente
que lembrem de fazer uma forte leitura dos artigos relacionados ao final desta rodada
e, não menos importante, uma leitura das súmulas e da jurisprudência.
Um grande abraço, pessoal.
Confiem em vocês, confiem no nosso projeto e Bons estudos!
Professor Luiz Vinicius Holanda. 4
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1. DOUTRINA (RESUMO)
1.1. NOÇÕES GERAIS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.2.1. MORATÓRIA
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Por outro lado, na moratória individual, não há direito adquirido e pode depender do
oferecimento de garantias pelo beneficiário.
Frisa-se, ainda, que ambas moratórias são através de lei, sendo o despacho
administrativo ato declaratório do preenchimento dos requisitos legais para a concessão
da moratória individual.
A moratória prevista na alínea “a” do inciso I, alhures transcrito, se refere à
moratória autônoma, cujo ente competente para instituir o tributo dilata o prazo para
o pagamento.
Já o disposto na alínea “b” do inciso I, acima, é chamado pela doutrina de
moratória heterônoma. Há discussões doutrinárias a respeito da constitucionalidade
desse dispositivo. Contudo, trata-se de hipóteses excepcionais, na medida em que a
norma expõe a necessidade de, simultaneamente, a União também conceder a
moratória aos tributos federais e às obrigações envolvendo as relações privadas.
A lei que conceder a moratória geral ou autorizar a individual deve, também,
especificar as condições que será concedida: prazo de duração, as condições para a
moratória individual, os tributos aplicados, número de prestações e vencimentos (em
caso de moratória parcelada), etc.
Veja o que dispõe o art. 153 do CTN:
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Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou
autorize sua concessão em caráter individual especificará, sem
prejuízo de outros requisitos:
I - o prazo de duração do favor;
II - as condições da concessão do favor em caráter individual;
-
III - sendo caso:
a) os tributos a que se aplica;
b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo
a que se refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de
outros à autoridade administrativa, para cada caso de concessão
em caráter individual;
c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no
caso de concessão em caráter individual.
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O CTN ainda determina quais créditos podem ser abrangidos pela moratória.
Conforme o art. 154, a moratória pode ser concedida a créditos já lançados ou em fase
de lançamento.
Em regra, a moratória deve ser concedida após o lançamento, todavia, o
dispositivo em questão também possibilita que a lei, excepcionalmente, conceda
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moratória de crédito cujo lançamento não se tenha iniciado.
Veja o teor do artigo:
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Por fim, o art. 155 determina que a revogação da moratória individual enseja a
cobrança de juros de mora, além do principal. Ademais, havendo a existência de dolo
ou simulação, incidirá, também, multa, não se contando o prazo prescricional (art. 155,
I, c/c parágrafo único); não existindo dolo ou simulação, não incidirá multa, mas se conta
a prescrição, razão pela qual a revogação, nesse caso, só poderá ocorrer antes de
efetivada a prescrição (art. 155, II, c/c parágrafo único).
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1.2.2. PARCELAMENTO
-
O parcelamento se configura como medida de política fiscal, concedida por lei
específica do ente político competente para instituir o tributo, com a finalidade de
aumentar o adimplemento dos créditos tributários, criando condições à regularização
dos contribuintes.
A previsão de ser necessária lei específica se encontra no art. 155-A do CTN,
tendo o STJ decidido que há incidência do princípio da legalidade tributária, razão pela
qual não pode um ato infralegal apresentar requisitos não previstos na lei.
Nas palavras do STJ: “a concessão do parcelamento deve estrita observância
ao princípio da legalidade, não havendo autorização para que atos infralegais, como
portarias, tratem de requisitos não previstos na lei de regência do benefício” (STJ –
REsp 1.739.641, 1ª T. j. 21.06.2018).
Outrossim, embora o parcelamento suavize as condições de pagamento, em
regra, persiste o pagamento do principal mais os respectivos juros e multas, salvo
disposição legal em contrário.
Nesse sentido, encontra-se o art. 155-A do CTN:
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Por fim, cumpre destacar que, em face do inciso LV do art. 5º da CF, a doutrina
se debruçou quanto à necessidade
- da existência de recursos no processo administrativo
fiscal.
Todavia, o STF, em sua posição mais recente, exarou o entendimento de que
pode o ente impor instância única aos processos administrativos, mas não pode
condicionar os recursos administrativos, caso haja mais de uma instância, a pagamento
de quaisquer valores.
O STF assentou que a possível exigência de valores para recorrer
administrativamente violaria o direito de petição, o princípio da isonomia, devido
processo legal, ampla defesa, contraditório e à determinação de Lc para tratar sobre
normas gerais em direito tributário (art. 146, III, ”b” , CF).
Diante de tais argumentos, o STF editou a seguinte súmula vinculante para
encerrar os debates judiciais acerca do tema:
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A extinção do crédito tributário se dará quando não puder mais ser cobrado do
contribuinte. Em razão do disposto no art. 141, c/c art. 111, I, ambos do CTN, as
hipóteses de extinção do crédito tributário se encontram de forma taxativa no art. 156
do CTN.
Transcreve-se o referido dispositivo:
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1.3.1. PAGAMENTO
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Art. 163.
- Existindo simultaneamente dois ou mais débitos
VENCIDOS do mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa
jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes
tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de
mora, a autoridade administrativa competente para receber o
pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as
seguintes regras, na ordem em que enumeradas:
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em
segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária;
II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas
e por fim aos impostos;
III - na ordem crescente dos prazos de prescrição;
IV - na ordem decrescente dos montantes.
Observe que há uma ordem legal para a imputação, não podendo ser pago de
forma aleatória.
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O STF, com tal entendimento, corrobora com o disposto no art. 166 do CTN. O 25
contribuinte de direito deve comprovar que não houve a repercussão econômica, isto
é, que não se transferiu o encargo financeiro do tributo a terceiro. Caso tenha havido a
transferência, deve o contribuinte de direito estar expressamente autorizado a receber
a quantia.
Excepcionalmente, o STJ admite a legitimidade ativa do contribuinte de fato
(consumidor final), especificamente
- nas relações entre concessionária de energia
elétrica e consumidor final, para a propositura de ação declaratória de inexistência de
débito cumulada com repetição de indébito no que se refere ao ICMS cobrado
indevidamente sobre demanda contratada e não utilizada (Resp. 1.299.303).
Resumindo:
Contribuinte de FATO NÃO pode pleitear a repetição do indébito.
Contribuinte de DIREITO PODE pleitear a repetição do indébito SE:
i) comprovar que não houve repercussão econômica; OU
ii) se tiver havido a transferência, deve estar expressamente autorizado a receber a
quantia.
EXCEÇÃO: contribuinte de fato pode pleitear a repetição do indébito caso seja
consumidor final na relação com concessionária de energia elétrica e o ICMS tenha sido
cobrado indevidamente sobre a demanda contratada e não utilizada.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
O valor a ser restituído deve ser acrescido dos juros de mora e penalidades
pecuniárias, na mesma proporção paga, ressalvadas as infrações formais não
prejudicadas pela restituição.
Por exemplo: o contribuinte recolhe IR a mais, pois não considerou uma
isenção que se enquadrava; contudo, quanto à apresentação da declaração do IR, o fez
a destempo, gerando uma multa. Nesse caso, o valor pago a maior deve ser restituído
com juros legais, mas a multa pela declaração extemporânea não deve ser restituída,
pois se trata de infração formal.
Nesse sentido, o art. 167 do CTN:
Contudo, no caso dos tributos federais, com a SELIC, que possui ambos
embutidos, fica complicada a utilização de tais súmulas. Hoje, o posicionamento do STJ
para tal questão pode ser demonstrado através do julgado adiante:
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pleito, poderá, ainda, ingressar com uma ação anulatória dessa decisão, no prazo
prescricional de 02 anos, conforme art. 169 do CTN.
Por outro lado, se resolver ingressar diretamente na via judicial, terá o prazo
prescricional de 05 anos.
O termo inicial desse prazo de 05 anos vai depender do tipo de lançamento do
tributo. Nos lançamentos de ofício e por declaração, como é o Fisco quem intima para
pagamento, informando o montante, tem-se como extinto o crédito na data do
pagamento, na forma do art. 168, I, do CTN.
Nessa linha, o STJ proferiu decisão em sede de recurso repetitivo:
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1.3.2. COMPENSAÇÃO
Sobre os requisitos acima, tem-se como certo o crédito que não exista dúvida;
-
líquido o que possui valor determinado; vencido o que já expirou o prazo para
pagamento; e fungível quando os objetos das dívidas são semelhantes, determinados
pelo gênero ou quantidade.
Conforme já decidiu o STJ, “a compensação tributária adquire a natureza de
direito subjetivo do contribuinte, desde que haja a concomitância de três elementos
essenciais” (REsp. 867.895/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, 1ª Turma, j. 08.04.2008):
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O STJ entendia que não se podia pedir a suspensão do crédito tributário por
liminar, quando, na verdade, pretendia-se compensar o crédito antecipadamente. Hoje,
o STJ entende ser possível a suspensão liminar da exigibilidade de créditos tributários
a serem, posteriormente, compensados.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Por outro lado, embora o sujeito passivo possa ingressar com um MS para o
judiciário declarar seu direito à compensação, não cabe a mesma ação para convalidar
a compensação já realizada. Esse é o entendimento também sumulado pelo STJ:
1.3.3. TRANSAÇÃO
Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos
sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar
transação que, mediante concessões mútuas, importe em
determinação de litígio e consequente extinção de crédito
tributário.
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para
autorizar a transação em cada caso.
ATENÇÃO! No caput do art. 171 está disposto a palavra “determinação”, mas o correto
é “terminação”; a transação vai gerar o término do litígio e a extinção do crédito
tributário.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Consiste na dispensa gratuita da dívida, que só poderá ser concedida por lei
específica.
A CF/88 exige que haja lei específica para se conceder a remissão de tributos,
in verbis:
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1.3.5. DECADÊNCIA
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
-
O art. 173, I, acima traz a regra geral para a contagem do prazo decadencial de
05 anos. Primeiro, há de se observar que o lançamento tributário pode ser realizado
desde a ocorrência do fato gerador. Como se viu, o lançamento declara a obrigação
tributária e constitui o crédito. Só se pode declarar essa obrigação se ela houver surgido,
ou seja, apenas com o surgimento do fato gerador (art. 113, § 1º, CTN).
Destarte, com o surgimento do FG, o fisco já poderia lançar o tributo e seu
prazo decadencial para tanto se inicia do ano seguinte a esse surgimento.
Por exemplo: uma pessoa compra um carro novo em fevereiro de 2015; surge
o FG do IPVA (propriedade do veículo automotor); o fisco, nesse instante, já poderia
lançar o IPVA respectivo; assim, o início do prazo decadencial de 05 anos será a partir
de 01.01.2016 (primeiro dia do exercício seguinte); já o tempo final para lançar tal
tributo seria em 31.12.2020 (05 anos após e um dia antes da decadência, já que, no dia
01.01.2021, o crédito já estaria decaído).
Já o inciso II, traz uma norma específica para os casos de anulação do
lançamento por vício formal, realizado em decisão judicial ou administrativa. O prazo
decadencial de 05 anos apenas se inicia com o trânsito em julgado dessa decisão
anulatória.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Não se aplica, essa hipótese, aos casos de anulação por vício material, mas
apenas por vício formal. Nesse sentido, o STJ:
ATENÇÃO! Essa hipótese não é o caso da súmula 392 do STJ: “A Fazenda Pública pode
substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos,
quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do
sujeito passivo da execução.”.
A súmula trata de alteração da CDA por erro formal ou material, mas não de alteração
do lançamento, tanto que veda a alteração do sujeito passivo da CDA, já que estaria
modificando o próprio lançamento.
Desse modo, anulando-se o lançamento por vício formal, o fisco terá NOVO
prazo decadencial para realizar outro lançamento, inclusive rever todos os aspectos
materiais envolvendo o fato gerador, não se restringindo à solução do vício formal.
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ATENÇÃO!
Vício formal é aquele que diz respeito à forma de constituição do crédito (exemplos:
competência da autoridade lançadora;
- ampla defesa e contraditório etc).
Vício material diz respeito à própria existência do crédito tributário (exemplos: sujeito
passivo, fato gerador, alíquota, base de cálculo etc).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ATENÇÃO! Essa norma só será aplicada aos prazos decadenciais que ainda não se
iniciaram. Se, no procedimento preparatório, já houver iniciado o prazo de 05 anos para
o lançamento, não haverá qualquer influência nesse prazo.
Lembre-se que se trata de regra que antecipa a contagem do prazo, mas se esse já se
iniciou, não haverá o que antecipar.
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As normas sobre o lançamento por homologação somente são aplicadas se o
contribuinte declarou a matéria de fato e efetuou o pagamento do tributo, mesmo que
seja ínfimo.
Nesse caso, o prazo decadencial segue o § 4º do art. 150 do CTN, contando-se
os 05 anos (salvo se a lei complementar previr outro prazo) da ocorrência do fato
gerador. -
Esse prazo não se aplica no caso de comprovado dolo, fraude ou simulação,
situação na qual aplicar-se-á a regra geral de decadência para o lançamento de ofício
(art. 173, I, CTN).
Primeiro, o contribuinte precisa realizar a declaração do débito. Caso não
realize essa declaração, caberá ao Fisco realizar o lançamento de ofício em decorrência
da omissão. Nessa hipótese, o prazo decadencial para o lançamento segue a regra geral
do art. 173, I, do CTN. O STJ já possui entendimento sumulado nesse sentido:
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ATENÇÃO! Essa súmula 436 acima pode gerar algumas dúvidas. Portanto, resolvi tecer
algumas considerações.
Se, no lançamento por homologação, o contribuinte declara e não paga, conforme o
entendimento do STJ (Súmula 436), o crédito tributário decorrente do fato gerador
DECLARADO já se encontra constituído. Certo?
Contudo, pergunta-se: o contribuinte pode omitir informação, declarando somente
parte do FG?
Sim.
Então, aquilo que ele declarou como FG pode não ser tudo e ainda restar crédito a ser
constituído. Correto?
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Todavia, esse crédito restante, cuja informação sobre o FG fora omitida pelo
contribuinte, só poderá ser constituído, através do lançamento de ofício, se não tiver
sido ultrapassado o prazo decadencial para lançar essa parte.
Veja que não se está falando da parte que o contribuinte declarou. Essa aqui, o crédito
já está constituído e não há- no que se falar em decadência. Pode-se falar até em
prescrição, se o Fisco não cobrar dentro do prazo, mas decadência não.
O que o fisco ainda pode lançar é a parte omitida do FG, ou seja, não declarada pelo
contribuinte. Ora, se não foi declarada pelo contribuinte, tem-se que lançar de oficio,
obedecendo o prazo decadencial geral do art. 173, I, do CTN.
1.3.6. PRESCRIÇÃO
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Todavia, como a LEF aplica-se a créditos tributários e não tributários (§ 2º, art.
2º, LEF) e os casos de suspensão de prescrição de crédito tributário apenas podem ser
previstos em Lc nacional, o STJ entende que essa regra acima apenas se aproveita aos
créditos não-tributários (REsp. 249262, 1ª T, j. 18.05.2000).
Interessante ponto se refere à prescrição intercorrente. Há mais uma hipótese
de suspensão da prescrição, quando o feito é arquivado pelo período de 1 ano.
Observe o art. 40 da LEF:
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
dispondo sobre normas gerais em matéria tributária – art. 146, III, CF). Portanto, só
poderia haver dação em pagamento de bens móveis caso fosse previsto no CTN.
De todo modo, o STF, na ADI-MC 2405, modificou seu entendimento,
assegurando aos Estados-membros disciplinarem regras específicas de quitação dos
seus próprios créditos tributários. Desse modo, os Estados-membros podem criar novos
casos de extinção de seus créditos tributários, ainda que não previstos no CTN.
Observe trecho da ementa:
Com essa decisão, torna-se possível que os entes federativos disciplinem outras 47
formas de extinção do crédito tributário, inclusive a dação em pagamento de bens
móveis.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.4.1. ISENÇÃO
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OBSERVAÇÃO: Atente que essa exceção do art. 155, § 2º, XII, “g”, CF, refere-se aos
casos, permitidos por Lc, em que os Estados e o DF concederão e revogarão isenções,
incentivos e benefícios fiscais sem ser por meio de lei específica. 49
Outrossim, impende destacar que a competência para isentar se perfaz um
desdobramento da competência para instituir um tributo. Por isso, se a CF exigir que
determinado tributo seja instituído mediante Lc, imprescindível a utilização desse
mesmo instrumento normativo para se conceder a isenção. Do mesmo modo, se
apenas for preciso Lo para instituí-lo, necessária somente Lo para isentar.
-
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Essa mesma observação acima se aplica ao art. 179 do CTN, que também menciona
isenção com requisito previsto em “contrato” para sua concessão.
Importante registrar que o art. 151, III, da CF, proíbe a União de instituir
isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
Trata-se do princípio da vedação às isenções heterônomas ou heterotópicas.
Esse princípio decorre do fato de o poder de isentar ser proveniente do poder
de tributar. Assim, como esse último deriva da competência atribuída pela CF, a isenção
do tributo só poderá advir, em regra, do próprio ente político competente para a
instituição do tributo. Essa vedação, por simetria, aplica-se aos Estados com relação aos
Municípios.
Contudo, há três exceções: isenção heterônoma do ICMS nas exportações (art.
155, § 2º, incisos X, “a”, e XII, “e”, todos da CF); isenção heterônoma do ISS na
exportação de serviços (art. 156, § 3º, II, CF); e a possibilidade de o tratado internacional
conceder isenções de tributos estaduais e municipais.
Sobre essa última possibilidade, tanto o STF quanto o STJ possuem a linha de
ser possível a União celebrar tratados internacionais prevendo hipóteses de isenções
para tributos estaduais e municipais. Isso porque, nesse caso, a União atua como
representante do Brasil. Observe as seguintes súmulas que mencionam hipóteses de
isenções concedidas em tratados internacionais:
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Súmula 575 do STF. À mercadoria importada de país signatário
do GATT, ou membro da ALALC, estende-se a isenção do imposto
de circulação de mercadorias concedida a similar nacional.
Súmula 20 do STJ. A mercadoria importada de país signatário do
GATT é isenta do ICM, quando contemplado com esse favor o
-
similar nacional.
Súmula 71 do STJ. O bacalhau importado de país signatário do
GATT é isento do ICM.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ATENÇÃO! Esse art. 104, III, do CTN, prevê a aplicação do princípio da anterioridade
quando da extinção ou redução da isenção.
O STF possuía entendimento de que a revogação de isenção entraria em vigor
imediatamente, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas
condições.
Contudo, a 1ª Turma do STF, em 2014, proferiu julgamento no sentido de se aplicar os
princípios da anterioridade ordinária e nonagesimal para o caso de revogação do
benefício fiscal.
Nesse julgado acima, o Min. Roberto Barroso afirmou: “Deve ser entendida como
majoração do tributo toda alteração ocorrida nos critérios quantitativos do
consequente da regra-matriz de incidência. Sob tal perspectiva, um aumento de alíquota
ou uma redução de benefício relacionada a base econômica apontam para o mesmo
resultado: agravamento do encargo.”.
Em 2019, a 1ª Turma do STF ratificou o entendimento: “Conforme consignado na
decisão agravada, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no
sentido de que não só a majoração direta de tributos atrai a aplicação do princípio da
anterioridade, mas também a majoração indireta decorrente de revogação de
benefícios fiscais. Precedentes.” (STF - RE 1214919 AgR-segundo, Relator(a): Min.
ROBERTO BARROSO, 1ª Turma, j. 27.09.2019)
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Seguindo essa linha, a 2ª Turma proferiu o seguinte julgamento: “A alteração no
programa fiscal REINTEGRA, por acarretar indiretamente a majoração de tributos, deve
respeitar o princípio da anterioridade nonagesimal.” (RE 1091378 AgR, Relator(a): Min.
EDSON FACHIN, Segunda Turma, julgado em 31/08/2018)
Em 2019, a 2ª Turma do STF -ratificou seu entendimento: “Consoante a jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal, o princípio da anterioridade é aplicável à redução dos
percentuais de compensação relativos ao benefício fiscal do Reintegra, instituído pela
Lei 13.043/2014 e concretizado pelo Decreto 9.393/2018.” (STF - ARE 1236688 AgR,
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, 2ª Turma, j. 13.12.2019)
Portanto, para as duas turmas, caso seja revogado o benefício fiscal da isenção, aplica-
se a anterioridade, de modo que, caso a prova venha colocar alguma questão nesse
sentido, deve-se seguir o STF.
Para se considerar onerosa, deve ser por prazo certo e exigir o preenchimento
de certas condições para sua concessão.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Desse modo, se o sujeito passivo está sendo beneficiado por uma isenção
onerosa e cumpre todas as condições impostas pela lei concessiva durante o prazo
determinado, mesmo que essa isenção seja revogada por lei posterior, não será
atingido. De outra maneira, àqueles que não haviam cumprido os requisitos até a
revogação da isenção, não poderão mais ser beneficiados pelo benefício fiscal em
questão.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.4.2. ANISTIA
54
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Atente que a anistia tributária não pode ser concedida a qualquer infração, pois
os incisos I e II alhures a excetua dos atos definidos como crimes ou contravenções; ou
dos praticados mediante dolo, fraude ou simulação; além das infrações praticadas em
conluio.
Todavia, essa expressão “salvo disposição em contrário” acaba por permitir a
concessão de anistia em crimes dolosos, uma vez que o art. 73 da Lei nº 4.502/64 define
o crime de conluio como crime doloso. Portanto, seria o único caso de anistia em
infrações dolosas.
Veja a redação do art. 73:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
2. LEGISLAÇÃO
3. JURISPRUDÊNCIA
SÚMULAS DO STF
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
SÚMULAS DO STJ
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
JULGADOS DO STJ
- No que tange ao art. 170-A, do CTN, a jurisprudência desta corte, por ocasião do
julgamento do Recurso Especial 1.167.039/DF, Rel. Min. Teori Albino Zavascki,
submetido ao regime do art. 543-C do Código de Processo Civil (recursos repetitivos),
firmou o entendimento segundo o qual o art. 170-A do CTN - que veda a compensação
de créditos tributários antes do trânsito em julgado da ação - aplica-se às demandas
ajuizadas após 10.1.2001, mesmo na hipótese de tributo declarado inconstitucional. (STJ
– AgInt. no REsp 1589345/PA, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, 2ª Turma, j.
09.08.2016)
- O depósito do montante integral do débito, nos termos do artigo 151, inciso II, do CTN,
suspende a exigibilidade do crédito tributário, impedindo o ajuizamento da execução
fiscal por parte da Fazenda Pública. [...] É que as causas suspensivas da exigibilidade do
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
crédito tributário (art. 151 do CTN) impedem a realização, pelo Fisco, de atos de
cobrança, os quais têm início em momento posterior ao lançamento, com a lavratura do
auto de infração. O processo de cobrança do crédito tributário encarta as seguintes
etapas, visando ao efetivo recebimento do referido crédito: a) a cobrança
administrativa, que ocorrerá mediante a lavratura do auto de infração e aplicação de
multa: exigibilidade-autuação; b) a inscrição em dívida ativa: exigibilidade-inscrição; c) a
cobrança judicial, via execução fiscal: exigibilidade-execução. Os efeitos da suspensão
da exigibilidade pela realização do depósito integral do crédito exequendo, quer no bojo
de ação anulatória, quer no de ação declaratória de inexistência de relação jurídico-
tributária, ou mesmo no de mandado de segurança, desde que ajuizados anteriormente
à execução fiscal, têm o condão de impedir a lavratura do auto de infração, assim como
de coibir o ato de inscrição em dívida ativa e o ajuizamento da execução fiscal, a qual,
acaso proposta, deverá ser extinta. (REsp. 1140956SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA
SEÇÃO, j. 24.11.2010)
- É cabível a ação consignatória para pagamento dos valores devidos a título de IPTU, 59
independentemente do recolhimento das taxas de coleta e remoção de lixo e de
combate a sinistros, constantes dos mesmos carnês de cobrança, desde que o
contribuinte entenda indevida a cobrança das referidas taxas e pretenda discuti-las
judicialmente. (STJ – REsp. 169.951, Ministro Francisco Peçanha Martins, 2ª Turma, j.
21.09.2004)
-
- O STJ possui orientação pacificada no sentido de que, instaurado o contencioso
administrativo, a exigibilidade do crédito tributário fica suspensa até a decisão final (STJ
– REsp. 1.144.962/SC, Relator. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, j.
18.05.2010).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
- Tema 980/STJ, fixando-se a seguinte tese: (i) o termo inicial do prazo prescricional da
cobrança judicial do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU inicia-se no dia seguinte
à data estipulada para o vencimento da exação; (ii) o parcelamento de ofício da dívida
tributária não configura causa interruptiva da contagem da prescrição, uma vez que o
contribuinte não anuiu. (REsp. 1641011 PA, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA
FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/11/2018, DJe 21/11/2018)
4. QUESTÕES
1. (Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Juiz Substituto) Com relação à
suspensão da exigibilidade do crédito tributário, pode-se afirmar:
a) o prévio depósito de dinheiro não pode ser exigido para a interposição de recurso
administrativo, mas apenas para que este suspenda a exigibilidade do crédito tributário.
b) viola o princípio da isonomia a lei de moratória geral que circunscreve sua
aplicabilidade e consequente suspensão da exigibilidade do crédito tributário a
determinada região ou a determinada categoria de sujeitos passivos.
c) por caracterizar denúncia espontânea da infração, a suspensão do crédito tributário
pelo parcelamento afasta a imposição de penalidade.
60
d) suspensa a exigibilidade do crédito tributário pelo depósito judicial do montante
integral, este deverá ser convertido em renda, com a consequente extinção do crédito,
caso a Fazenda Pública seja vencedora na demanda.
2. (Ano: 2018 Banca: VUNESP - Órgão: TJ-SP Prova: Juiz Substituto) Em reiteradas
decisões ao longo do tempo, o Supremo Tribunal Federal tem mantido firme o
entendimento de não admitir sanção política como meio de coerção ao pagamento de
tributo. A respeito do tema, é correto afirmar que a Corte considera inadmissível, por
constituir sanção política:
a) o condicionamento de impressão de notas fiscais à prestação de garantia real ou
fidejussória por parte do contribuinte com débitos fiscais.
b) a vedação de adesão ao Simples Nacional fundada na existência de débitos perante a
Fazenda Pública ou INSS.
c) o protesto de certidão de dívida ativa.
d) a dupla exigência do ICMS em operações interestaduais, como consequência de
diferença entre a alíquota do Estado remetente e a do Estado destinatário.
3. (Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Juiz Substituto) Sobre a dação em
pagamento, é correto afirmar que:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
a) é instituto de direito civil acolhido pelo Código Tributário Nacional, como forma de
extinção do crédito tributário, mediante a entrega de bens, no modo e condições
estabelecidos em decreto do Chefe do Poder Executivo da pessoa jurídica de direito
público credora.
b) é instituto de direito civil acolhido pelo Código Tributário Nacional, como forma de
extinção do crédito tributário, mediante a entrega de bens móveis e imóveis, no modo
e condições estabelecidos em lei.
c) é instituto de direito civil acolhido pelo Código Tributário Nacional, como forma de
extinção do crédito tributário, mediante a entrega de bens imóveis, no modo e
condições estabelecidos pela lei.
d) é instituto de direito civil não expressamente acolhido pelo Código Tributário
Nacional, mas que pode ser admitido pela legislação específica dos entes tributantes
como forma de extinção do crédito tributário, mediante a entrega de bens.
4. (Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Juiz Substituto) Assinale a
alternativa correta.
a) A norma de isenção se aloca no plano da definição da competência tributária, não
ocorrendo, portanto, o fato imponível, por não existir a possibilidade de formulação da
hipótese de incidência.
b) As imunidades e isenções não se distinguem a partir da fonte formal da qual emanam.
c) As isenções técnicas são legitimamente reconhecidas ante a ausência de capacidade 61
contributiva como a concedida visando à preservação do mínimo vital ou destinada a
uma pessoa jurídica para que possa desenvolver suas atividades.
d) A imunidade política é também denominada de imunidade recíproca e veda a
tributação sobre patrimônio, renda e serviços das pessoas jurídico-políticas (União,
Estados, Distrito Federal e Municípios).
-
5. (Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Juiz Substituto) Na disciplina das
isenções, imunidades e hipóteses de não incidência, é correto afirmar que:
a) quem pode isentar também pode conceder imunidade.
b) quem pode tributar pode isentar.
c) alíquota zero e isenção são expressões juridicamente equivalentes.
d) não incidência é situação juridicamente distinta de imunidade e de não competência.
6. (Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Juiz Substituto) “A” é proprietário
de imóvel residencial situado na Comarca da Capital do Estado. A Prefeitura Municipal
afirma ser ele devedor do Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU, referente aos
exercícios de 1997 a 2003, ajuizando ação de execução fiscal. Tal ação é proposta em
agosto de 2007. O magistrado competente julga a ação extinta, sem mandar citar o
executado, afirmando estar ela prescrita, sendo a sentença proferida em agosto de
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7. (Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Juiz Substituto) São causas de
exclusão do crédito tributário:
a) Apenas a isenção e a anistia, desde que se deem após o nascimento da obrigação
tributária e antes do lançamento.
b) A imunidade, a isenção, a anistia e a não incidência, sob qualquer aspecto e a qualquer
tempo, desde que ainda não efetuado o lançamento do débito fiscal. 62
c) Apenas a isenção e a anistia, desde que se deem antes do nascimento da obrigação
tributária, com a ocorrência do fato gerador.
d) Apenas a anistia, referentemente a impostos e taxas, cujos fatos geradores tenham
ocorrido antes da vigência da lei instituidora.
-
8. (Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Juiz Substituto) A respeito das
isenções de ICMS, é correto afirmar que
a) têm validade em todo o território nacional.
b) podem ser outorgadas por meio de Lei Complementar produzida pela União.
c) somente podem ser instituídas após aprovação de convênio autorizativo no Conselho
Nacional de Política Fazendária.
d) podem ser objeto de Decreto.
5. GABARITO COMENTADO
1) D.
A) INCORRETA. É importante que vocês atentem que o art. 151, inciso III, do CTN
estabelece que as reclamações e recursos, nos termos das leis reguladoras do processo
tributário administrativo, suspendem a exigibilidade do crédito tributário. Ainda, não há
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exigência legal para que a reclamação ou recurso sejam cumulados com o depósito em
dinheiro para que suspendam a exigibilidade do crédito tributário.
B) INCORRETA. “Art. 152, Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode
circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da
pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria
de sujeitos passivos”.
C) INCORRETA. “Art. 155-A, § 1º Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento
do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas”.
D) CORRETA. A alternativa correta da questão. O depósito do montante integral, nos
termos do artigo 151, II, do CTN, suspende a exigibilidade do crédito tributário. Caso o
contribuinte seja vencido em demanda judicial, o depósito será convertido em renda,
extinguindo o crédito tributário.
2) A
A) CORRETA. Para o STF, condicionar a impressão de notas fiscais à prestação de
garantia é método de cobrança de tributos pretéritos em função de tributos cuja
exigibilidade sequer se iniciou, o que não se admite. Para cobrar tributos já devidos,
dispõe o Estado da execução fiscal e seus privilégios.
B) INCORRETA. O Simples é um regime criado para beneficiar o contribuinte,
prestigiando o princípio da isonomia em seu aspecto material. Assim, entendeu o STF
não configurar sanção política condicionar a adesão ao plano à inexistência de débitos 63
fiscais.
C) INCORRETA. O STF já decidiu pela constitucionalidade do protesto da CDA,
argumentando não haver restrição dos direitos fundamentais do contribuinte,
tampouco violação à proporcionalidade.
D) INCORRETA. Aqui, é importante colacionar o julgado do STF para a devida
compreensão da assertiva. “O-objetivo precípuo desta prática é compelir o contribuinte,
pela via transversa, ao recolhimento do ICMS, utilizando-se à evidência de um
mecanismo coercitivo de pagamento do tributo repudiado pelo nosso ordenamento
constitucional. Sob esse enfoque, a Suprema Corte já se manifestou contrariamente a
tais práticas, placitando o entendimento no sentido de ser inadmissível a apreensão de
mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos (Enunciado da Súmula
323/STF). Assim, a retenção das mercadorias equivale, ipso facto, ao confisco” (STF.
Plenário. ADI 4.628/DF, rel. Min. Luiz Fux, j. 17.09.2014).
3) C.
Trata-se da definição exata da dação em pagamento, prevista no art. 156, inciso XI, do
CTN. “Art. 156. Extinguem o crédito tributário: (...) XI – a dação em pagamento em bens
imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei”.
4) C
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
7) A
De acordo com a doutrina majoritária, somente é possível falar em “exclusão” do crédito
tributário por isenção ou anistia antes do lançamento do tributo ou da penalidade
pecuniária. Se já tiver havido o lançamento do tributo ou da multa, o crédito tributário
já terá sido constituído e a sua dispensa será hipótese de “extinção” do crédito tributário
por força de remissão.
8) C
Primeiro é importante fazer a leitura atenta da CF/88: “Art. 155. Compete aos Estados e
ao Distrito Federal instituir impostos sobre: […] §2º O imposto previsto no inciso II
(ICMS) atenderá ao seguinte: […] XII - cabe à lei complementar: g) regular a forma como,
mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
APRESENTAÇÃO
Caros alunos,
Nosso segundo ponto de Direito Administrativo é sobre a intervenção do
Estado na propriedade, abordando aspectos do direito de propriedade em si e as
características das diversas modalidades de intervenção estatal, todas fundamentadas
nos princípios da supremacia do interesse público e da função social da propriedade.
Verificaremos que, a fim de adequar o exercício do direito de propriedade ao
atendimento das necessidades coletivas, o Estado se valerá de instrumentos jurídicos
de intervenção na propriedade tanto de caráter restritivo (limitação administrativa,
servidão, requisição, ocupação temporária e tombamento) quanto supressivo
(desapropriação).
Serão apresentados os traços gerais das modalidades e espécies de intervenção
do Estado na propriedade, suficientes que são para responder às questões objetivas do
nosso TJ/SP, aprofundando nossa análise, contudo, em relação à desapropriação, que
possui disciplina legal mais pormenorizada e grande ressonância na jurisprudência dos
Tribunais Superiores.
Aos estudos,
Professor Bruno Pinto.
66
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1. DOUTRINA (RESUMO)
1.1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE
Por sua vez, a função social não é mais entendida como algo externo ao direito
de propriedade, como se um simples limitador seu fosse, mas, sim, é compreendida
como parte de seu próprio conteúdo, sem o qual ele não se legitima. Não é por acaso
que o inciso XXIII do art. 5º da CF/88 é peremptório no sentido de que “a propriedade
atenderá sua função social”, constando ambos, direito de propriedade e função social,
como princípios da ordem econômica (art. 170, II e III, da CF/88). É importante observar
que essa função social impõe não apenas deveres negativos (não fazer) ao titular do
direito de propriedade, mas também deveres positivos (fazer), sob pena de sanção.
É com base na função social e no supraprincípio da supremacia do interesse
público sobre o privado que o Estado irá intervir na propriedade, restringindo ou, até
mesmo, suprimindo o direito individual em prol do atendimento das necessidades
coletivas.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Por fim, vale registrar que o STJ entende que, caso seja ajuizada ação de
desapropriação indireta visando à reparação de prejuízos em virtude de limitações
administrativas decorrentes de inclusão de imóvel em unidade de conservação, a ação
deve ser conhecida e ter seu mérito apreciado, por aplicação dos princípios da
instrumentalidade das formas e da primazia da solução integral do mérito (STJ. 1ª
Turma. REsp 1.653.169-RJ, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 19/11/2019 – Info
662). É claro, contudo, que, por se tratar, na verdade, de ação indenizatória por danos
decorrentes de limitação administrativa, a qual, como visto, possui natureza pessoal [ao
contrário da ação de desapropriação indireta, que é real], deve ser observado o prazo
prescricional de 05 (cinco) anos.
1.1.1.2. Tombamento 70
Tombamento é a modalidade de intervenção estatal na propriedade por meio
do qual a Administração protege o patrimônio MATERIAL cultural brasileiro. Nesse
caso, o Estado intervém para proteger a memória nacional, bens de ordem histórica,
artística, arqueológica, cultural, científica, turística e paisagística.
- prevê expressamente essa modalidade de intervenção
A Constituição Federal
em seu art. 216, in verbis:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ATENÇÃO! Apesar de existir divergência doutrinária sobre o tema, o STJ entende que é
possível a realização de tombamento de bens públicos “de baixo para cima”, não
havendo qualquer hierarquia entre as esferas da Federação, podendo os entes menores
tombarem bens dos maiores (RMS 18.952/RJ). Nesse sentido, é possível que um
Município venha a tombar bens estaduais ou federais.
ADMINISTRATIVO – TOMBAMENTO – COMPETÊNCIA MUNICIPAL.
1. A Constituição Federal de 88 outorga a todas as pessoas jurídicas de Direito Público a 73
competência para o tombamento de bens de valor histórico e artístico nacional.
2. Tombar significa preservar, acautelar, preservar, sem que importe o ato em
transferência da propriedade, como ocorre na desapropriação.
3. O Município, por competência constitucional comum – art. 23, III –, deve proteger os
documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
-
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos.
4. Como o tombamento não implica em transferência da propriedade, inexiste a
limitação constante no art. 1º, § 2º, do DL 3.365/1941, que proíbe o Município de
desapropriar bem do Estado.
5. Recurso improvido. (RMS 18.952/RJ, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma,
julgado em 26/04/2005, DJ 30/05/2005, p. 266)
Recentemente, o tema foi levado ao STF. Na ocasião, o Ministro Relator Dias Toffoli
proferiu decisão monocrática afirmando que, “ainda que se considere não haver
impedimento de tombamento de bem da União pelo Estado, é necessária a intimação
do ente federado proprietário do bem objeto da restrição, para que participe
efetivamente do processo, pois, embora não importe em perda de propriedade, dele
resulta a limitação de uso do bem tombado” (ACO 2176). Destacou que:
“Diversamente do que ocorre com a desapropriação (art. 2º, §2º, do Decreto-Lei nº
3.365/41), inexiste proibição explícita a respeito do tombamento de um bem de ente de
maior abrangência federativa por outro de abrangência menor, de modo que, em tais
circunstâncias, prevalece a regra geral que atribui aos entes federados, indistintamente,
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
i) direito real;
ii) sobre bem imóvel;
iii) perpétua ou definitiva;
iv) indenização condicionada à demonstração de prejuízo; e
v) inexistência de autoexecutoriedade.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
B. Ocupação temporária
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ATENÇÃO! O art. 58, V, da Lei- Federal nº 8.666/1993 e 104, V, da nova lei de licitações,
traz forma especial de ocupação temporária, relativa a contratos administrativos,
enquanto uma cláusula exorbitante presente nas avenças que tenham objeto serviços,
permitindo que a Administração ocupe provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal
e serviços vinculados ao objeto do contrato, a fim de acautelar apuração administrativa
de faltas contratuais do contratado ou garantir a continuidade do serviço em caso de
rescisão contratual. Observe-se que, nessa hipótese particular, a ocupação temporária
não incide apenas sobre bens imóveis.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
A sua instituição é
Sobre bens
autoexecutória, diante
imóveis, móveis e
de situação de PERIGO Somente se houver
de serviços
IMINENTE. dano e APÓS a
Requisição particulares.
Extingue-se requisição do bem.
Natureza de direito
automaticamente com o Prescreve em 5 anos.
PESSOAL da
desaparecimento da
Administração.
situação de perigo.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.1.1.5. Desapropriação
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 5º (....)
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social,
mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados
os casos previstos nesta Constituição.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ATENÇÃO! Há alguns casos previstos em lei que permitem que algumas autarquias
declarem a utilidade pública para fins de desapropriações específicas – exemplo: o art.
82, IX, da Lei nº 10.233/2001 permite ao DNIT declarar a utilidade pública do bem a ser
desapropriado com o objetivo de implantar o Sistema Federal de Viação e o art. 10 da
Lei nº 9.074/1995 que permite à ANEEL declarar o interesse em desapropriar áreas para
a instalação de concessionárias e permissionárias de energia elétrica.
ATENÇÃO! É incorreto pensar que a desapropriação de imóvel rural somente pode ser
feita pela União. Sucede que é a desapropriação de imóvel rural por interesse social para
fins de reforma agrária, por descumprimento da função social da propriedade rural, nos
termos do art. 184 da CF/88, que é da competência exclusiva da União. Por utilidade ou
necessidade públicas ou mesmo por interesse social genérico, qualquer ente federado 87
pode desapropriar imóvel rural.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Antes da Lei Federal nº 13.867/2019, não havendo acordo entre as partes sobre
o preço, a desapropriação judicializava-se necessariamente, exigindo-se que o ente
expropriante (ou seu delegado, inclusive particular concessionário) ingressasse com
ação de desapropriação. Ocorre que a novel legislação trouxe a possibilidade de as
partes se submeterem aos procedimentos da mediação ou da arbitragem, esta que
deverá ser proposta dentro do prazo de 15 (quinze) dias que o expropriado possui para
aceitar ou não o preço [o silêncio é interpretado como recusa]. Vejamos:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
90
1.1.4. AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
domicílio do réu.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Amaral Santos. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil, 1º volume, 5ª ed., Editora
Saraiva, 1977, p. 199).
6. Recurso especial desprovido" (STJ, REsp 885.557/CE, Rel. Ministro LUIZ FUX,
PRIMEIRA TURMA, DJe de 03/03/2008).
ATENÇÃO! De acordo com o STJ, com a Lei Complementar nº 37/1979, que modificou a
redação do art. 22, § 2º, da LC 35/1979, “os juízes substitutos, que ainda não hajam
adquirido a vitaliciedade, passaram a poder praticar todos os atos reservados aos juízes
vitalícios, inclusive o conhecimento dos processos de desapropriação” (STJ, 1º Turma,
REsp 41922 PR 1993/0035240-7, Rel. Ministro Demócrito Reinaldo, j. em 01/09/1998).
Houve, pois, uma revogação tácita do art. 12 do Decreto-Lei nº 3.365/41, segundo o qual
somente juízes vitalícios poderão apreciar ações de desapropriação.
92
Ao despachar a inicial, o juiz designará um perito para proceder à avaliação do
bem (art. 14).
É importante conhecer os detalhes da chamada “imissão provisória na posse”,
peculiaridade da ação de desapropriação.
O Poder Público não precisa aguardar o desfecho do processo para acessar o
bem e dar a destinação de interesse
- público que justificou a declaração expropriatória.
Para tanto, admite-se sua imissão na posse do bem no curso do processo judicial,
conforme previsão no art. 15 do Decreto-lei nº 3.365/41.
A imissão na posse depende do preenchimento de 02 (dois) requisitos legais:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
-
Registre-se que, atendidos os requisitos acima, o expropriante possui direito
subjetivo à imissão provisória, não podendo o magistrado indeferir o requerimento.
O expropriado, réu da ação, poderá levantar, independentemente de
concordância, até 80% do depósito efetivado na imissão provisória na posse (art. 33,
§2º do Decreto-Lei nº 3.365/41).
Destaca-se que a Lei Federal nº 13.465, de 11 de julho de 2017, inseriu o art.
34-A no referido Decreto, criando a chamada “transferência antecipada da
propriedade”, com a possibilidade de o expropriado levantar 100% do valor do
depósito se concordar com a desapropriação. Veja a inovação legislativa:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É importante observar que o art. 34-A não revogou o art. 33, § 2º, do DL, de
modo que concorrem duas possibilidades:
94
i) expropriado não concorda com a desapropriação, podendo
levantar até 80% do valor depositado, questionar o preço na
própria ação de desapropriação e discutir o mérito da
desapropriação em ação autônoma; ou
ii) expropriado concorda com a desapropriação, caso em que
poderá - levantar 100% do valor depositado e questionar esse
montante (o preço) na ação desapropriação, porém não poderá
mais se insurgir contra o mérito da desapropriação (em ação
autônoma), sobre o qual haverá coisa julgada material.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ATENÇÃO! Vimos que o valor do depósito prévio nem sempre corresponderá ao valor
da indenização fixado na sentença, sendo que, caso este último valor seja maior que a
quantia do depósito efetuado para fins de imissão provisória, o expropriante deverá
pagar juros compensatórios ao expropriado, contados desde a data de imissão na posse.
95
Consigne-se que o Poder Público pode, se não subsistirem as razões que
fundamentaram a decisão de desapropriar, desistir da desapropriação, inclusive no
curso da ação judicial, por requerimento expresso de julgamento do processo sem
exame do mérito, ou por meio de revogação do decreto expropriatório. No caso, o
expropriado não pode se opor à desistência, mas será indenizado pelos prejuízos
causados.
-
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.1.6. INDENIZAÇÃO
2
Reitere-se que, para o STJ, a avaliação judicial levará em conta o justo preço do imóvel na época em que
realizada, pouco importando a data da imissão na posse ou mesmo a da avaliação administrativa
(Informativo 549).
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Desapropriação rural
Desapropriação urbanística
para fins de reforma agrária
-
Os juros de mora incidem no percentual de 6% ao ano, de acordo com o art.
15-B do Decreto-Lei nº 3.365/41 e incidem sobre aquele valor que o proprietário do
bem não levanta automaticamente [pois, sobre o que o expropriado já levantou
quando da imissão provisória na posse, não há que se falar em atraso no pagamento],
com a decisão final do processo.
A seu turno, os JUROS COMPENSATÓRIOS têm por objetivo compensar o
expropriado pelo fato de ter perdido a posse antes de receber a justa indenização. Eles
começam a incidir a partir do momento em que o particular perde a posse do bem, in
casu, com a imissão provisória na posse.
A base de cálculo dos juros compensatórios é a diferença entre 80% do valor
ofertado pelo ente expropriante e o valor fixado na sentença pelo juiz.
Não haverá juros compensatórios se:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.1.9. TREDESTINAÇÃO
-
Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para
que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços
públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo
preço atual da coisa.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
do ato ou fato que deu origem, da situação da coisa ou do Distrito Federal ou da Capital
do Estado.
Ademais, é importante conhecer o entendimento do STJ no sentido de que o
prazo prescricional da ação indenizatória por desapropriação indireta é de 10 (dez)
anos.
-
ATENÇÃO! Cuidado com a Súmula nº 119 do STJ, que prevê o seguinte: “A ação de
desapropriação indireta prescreve em vinte anos.” É que ela foi editada em 1994, ainda
sob a vigência do CC/1916, que fixava em 20 (vinte) anos o prazo da usucapião
extraordinária. Atualmente, como visto, esse prazo é de 10 (dez) anos [com o redutor
de 05 anos], de modo que a ação de desapropriação indireta prescreve em 10 anos.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Nesse ponto, destaque-se que o STF já deixou assente que, para efeito de
aplicação do art. 185, da CF/88, a determinação de extensão da propriedade rural –
pequena, média ou grande, deve levar em consideração a totalidade do imóvel, e não
apenas aquelas que tenham possibilidade de ser objeto de exploração econômica (MS
25.066/DF).
Ou seja, para fins de cálculo da área do imóvel para caracterizá-lo ou não como
uma grande propriedade rural, deve ser levada em conta a área global, sem dedução
das áreas não aproveitáveis e da reserva legal (art. 16, § 2º, da Lei nº 4.771/65), o que
seria considerado somente no cálculo da produtividade do imóvel (art. 6º da Lei nº
8.629/93).
Assim, destaca-se que a pequena ou média propriedade rural, cujas dimensões
físicas ajustem-se aos parâmetros fixados em sede legal (art. 4º, II e III, da Lei nº
8.629/1993), são insuscetíveis de reforma agrária, com fulcro no art. 184 da CF, mesmo
que sejam improdutivas, desde que o proprietário não possua outra propriedade.
106
Além disso, pela leitura do texto constitucional, extrai-se que a propriedade
produtiva não está sujeita a desapropriação para fins de reforma agrária, seja qual for
sua dimensão. No entanto, é preciso destacar que, diante de uma interpretação
sistemática da Constituição, a propriedade produtiva apenas estará insuscetível dessa
desapropriação se cumprir os demais requisitos para atingir sua função social, previstos
no art. 186 da CF. Nesse sentido:
-
ADI nº 2.213: “(...) O acesso à terra, a solução dos conflitos
sociais, o aproveitamento racional e adequado do imóvel rural,
a utilização apropriada dos recursos naturais disponíveis e a
preservação do meio ambiente constituem elementos de
realização da função social da propriedade. A desapropriação,
nesse contexto - enquanto sanção constitucional imponível ao
descumprimento da função social da propriedade - reflete
importante instrumento destinado a dar consequência aos
compromissos assumidos pelo Estado na ordem econômica e
social. Incumbe, ao proprietário da terra, o dever jurídico-social
de cultivá-la e de explorá-la adequadamente, sob pena de incidir
nas disposições constitucionais e legais que sancionam os
senhores de imóveis ociosos, não cultivados e/ou improdutivos,
pois só se tem por atendida a função social que condiciona o
exercício do direito de propriedade, quando o titular do domínio
cumprir a obrigação (1) de favorecer o bem-estar dos que na
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Com efeito, segundo disposto na Súmula nº 354 do STJ: "A invasão do imóvel é
causa de suspensão do processo expropriatório para fins de reforma agrária".
2. LEGISLAÇÃO
1) Constituição Federal:
Artigos 5º, incisos XXII; XXIII; XXIV; e XXV; 22; 182; 184; 185; 186 e 243.
3. JURISPRUDÊNCIA
108
SÚMULAS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
SÚMULA Nº 23
Verificados os pressupostos legais para o licenciamento da obra, não o impede a
declaração de utilidade pública
- para desapropriação do imóvel, mas o valor da obra não
se incluirá na indenização, quando a desapropriação for efetivada.
SÚMULA Nº 157
É necessária prévia autorização do presidente da república para desapropriação, pelos
estados, de empresa de energia elétrica.
SÚMULA Nº 164
No processo de desapropriação, são devidos juros compensatórios desde a antecipada
imissão de posse, ordenada pelo juiz, por motivo de urgência.
SÚMULA Nº 378
Na indenização por desapropriação incluem-se honorários do advogado do expropriado.
SÚMULA Nº 415
Servidão de trânsito não titulada, mas tornada permanente, sobretudo pela natureza
das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito a proteção possessória.
SÚMULA Nº 416
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
SÚMULA Nº 12
Em desapropriação, são cumuláveis juros compensatórios e moratórios.
SÚMULA Nº 56
Na desapropriação para instituir servidão administrativa são devidos os juros
compensatórios pela limitação de uso da propriedade.
SÚMULA Nº 67
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Na desapropriação, cabe a atualização monetária, ainda que por mais de uma vez,
independente do decurso de prazo superior a um ano entre o cálculo e o efetivo
pagamento da indenização.
SÚMULA Nº 69
Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a antecipada
imissão na posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do imóvel.
SÚMULA Nº 70
Os juros moratórios, na desapropriação direta ou indireta, contam-se desde o trânsito
em julgado da sentença.
SÚMULA Nº 102
A incidência dos juros moratórios sobre os compensatórios, nas ações expropriatórias,
não constitui anatocismo vedado em lei.
SÚMULA Nº 113
Os juros compensatórios, na desapropriação direta, incidem a partir da imissão na
posse, calculados sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente.
SÚMULA Nº 114
Os juros compensatórios, na desapropriação indireta, incidem a partir da ocupação,
calculados sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente.
SÚMULA Nº 131
Nas ações de desapropriação incluem-se no cálculo da verba advocatícia as parcelas
110
relativas aos juros compensatórios e moratórios, devidamente corrigidas.
SÚMULA Nº 141
Os honorários de advogado em desapropriação direta são calculados sobre a diferença
entre a indenização e a oferta, corrigidas monetariamente.
SÚMULA Nº 354 -
A invasão do imóvel é causa de suspensão do processo expropriatório para fins de
reforma agrária.
SÚMULA Nº 408 (CANCELADA)
Nas ações de desapropriação, os juros compensatórios incidentes após a Medida
Provisória n. 1.577, de 11/06/1997, devem ser fixados em 6% ao ano até 13/09/2001 e,
a partir de então, em 12% ao ano, na forma da Súmula n. 618 do Supremo Tribunal
Federal.
JULGADOS DO STJ
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
JULGADOS DO STF
A expropriação prevista no art. 243 da CF pode ser afastada, desde que o proprietário
comprove que não incorreu em culpa, ainda que “in vigilando” ou “in elegendo”. A
nova redação do art. 243 aclarou a necessidade de observância de um nexo mínimo de
imputação da atividade ilícita ao atingido pela sanção. A própria menção à aplicabilidade
do art. 5º remete a um mínimo de proteção do proprietário não culpado pelo ilícito.
Assim, a responsabilidade do proprietário, embora subjetiva, é bastante próxima da
objetiva. Dessa forma, a função social da propriedade impõe ao proprietário o dever de
zelar pelo uso lícito de seu terreno, ainda que não esteja na posse direta. Entretanto,
esse dever não é ilimitado, e somente se pode exigir do proprietário que evite o ilícito
quando evitá-lo esteja razoavelmente ao seu alcance. Ou seja, o proprietário pode
afastar sua responsabilidade se demonstrar que não incorreu em culpa, que foi
esbulhado ou até enganado por possuidor ou detentor. Nessas hipóteses, tem o ônus
112
de demonstrar que não incorreu em culpa, ainda que “in vigilando” ou “in elegendo”.
Segundo o relator, em caso de condomínio, havendo boa-fé de apenas alguns dos
proprietários, a sanção deve ser aplicada e ao proprietário inocente cabe buscar
reparação dos demais. (STF. Plenário. RE 635336/PE, julgado em 14/12/2016,
Informativo 851)
-
Juros compensatórios e honorários advocatícios em desapropriação – NOVO
O STF analisou a constitucionalidade do art. 15-A do DL 3.365/41 e chegou às seguintes
conclusões: 1) em relação ao “caput” do art. 15-A do DL 3.365/41: 1.a) reconheceu a
constitucionalidade do percentual de juros compensatórios no patamar fixo de 6% ao
ano para remuneração do proprietário pela imissão provisória do ente público na posse
de seu bem; 1.b) declarou a inconstitucionalidade do vocábulo “até”; 1.c) deu
interpretação conforme a Constituição ao “caput” do art. 15-A, de maneira a incidir juros
compensatórios sobre a diferença entre 80% do preço ofertado em juízo pelo ente
público e o valor do bem fixado na sentença; 2) declarou a constitucionalidade do § 1º
do art. 15-A, que condiciona o pagamento dos juros compensatórios à comprovação da
“perda da renda comprovadamente sofrida pelo proprietário”; 3) declarou a
constitucionalidade do § 2º do art. 15-A, afastando o pagamento de juros
compensatórios quando o imóvel possuir graus de utilização da terra e de eficiência
iguais a zero; 4) declarou a constitucionalidade do § 3º do art. 15-A, estendendo as
regras e restrições de pagamento dos juros compensatórios à desapropriação indireta.
5) declarou a inconstitucionalidade do § 4º do art. 15-A; 6) declarou a
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
4. QUESTÕES
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
5. GABARITO COMENTADO
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1 – Letra “B”.
Como vimos, de acordo com o art. 20 do DL nº 3.365/1941, na ação judicial de
desapropriação, a contestação do réu somente poderá versar sobre vício do processo
judicial ou impugnação do preço, devendo qualquer outra questão ser decidida por ação
direta/autônoma.
Nada obstante, anote-se mais uma vez o recente Enunciado nº 03 da 1ª Jornada de
Direito Administrativo do CJF, segundo o qual o Poder Judiciário pode, no processo de
desapropriação, examinar a regularidade (formal) do processo de desapropriação e da
presença dos elementos de validade do ato de declaração pública.
2. Letra “D”.
A) INCORRETA. As desapropriações por descumprimento da função social são aquelas
que devem ser pagas em títulos públicos, com vencimento de até 10 (dez) anos no caso
de imóvel urbano (art. 182, § 4º, III, CF/88) e de até 20 (vinte) anos em se tratando de
imóvel rural (art. 184, CF/88). Temos ainda a desapropriação confiscatória, no caso de
plantio de plantas psicotrópicas ou de exploração de trabalho escravo, em que não
pagamento de indenização alguma (art. 243, CF/88).
B. INCORRETA. Na desapropriação por zona – da área contígua necessária ao
desenvolvimento da obra a que se destina, e as zonas que se valorizarem
extraordinariamente, em consequência da realização do serviço –, estabelece o art. 4º
do DL nº 3.365/1941 que o decreto de utilidade pública deverá indicar quais áreas são
indispensáveis à continuação da obra e quais se destinam à revenda (das áreas que se
115
valorizarem extraordinariamente).
C. INCORRETA. A desapropriação por zona envolve justamente a expropriação da área
lindeira (contígua) privada de uma obra ou serviço público (art. 4º do DL nº 3.365/1941.
D. CORRETA. Art. 3º do DL nº 3.365/1941: “Os concessionários de serviços públicos e os
estabelecimentos de caráter público ou que exerçam funções delegadas de poder público
-
poderão promover desapropriações mediante autorização expressa, constante de lei ou
contrato”. Nesse mesmo sentido, o art. 31, VI, da Lei Federal nº 8.987/1995, estabelece
ser ônus da concessionária “promover as desapropriações e constituir servidões
autorizadas pelo poder concedente, conforme previsto no edital e no contrato”.
3 – Letra “C”
A) INCORRETA. A desapropriação por utilidade pública é efetivada mediante um
processo administrativo, na maioria das vezes acompanhado de uma fase judicial,
afastado apenas na hipótese de acordo entre as partes. O decreto de utilidade pública
é um ato que antecede o processo judicial e faz parte da fase declaratória da
desapropriação, sendo pressuposto obrigatório para a regular desapropriação por
utilidade pública, podendo ser efetivado pelo Poder Executivo ou pelo Poder Legislativo,
neste caso, por meio de lei. Como dito, a desapropriação indireta, por sua vez, é o
apossamento administrativo do bem pelo Poder Público sem o respeito ao devido
processo legal e, consequentemente, sem que tenha havido prévia declaração da
utilidade ou necessidade do bem pelo Poder Público. Ainda, na desapropriação por
utilidade pública, caso não haja acordo entre as partes, cabe àquele que possui
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
4 – Letra “B”
-
A competência executória para a desapropriação, ou seja, a competência para promover
efetivamente a desapropriação alcança as entidades da Administração Direta e Indireta
e os agentes delegados do Poder Público (concessionárias e permissionárias), nos
termos do art. 3º do Decreto-Lei nº 3.365/1941. Neste caso, a responsabilidade pelas
indenizações caberá diretamente à concessionária, conforme dispõe o art. 29 da Lei de
Concessões e Permissões de Serviços Públicos – Lei Federal nº 8.987/1995:
Art. 29. Incumbe ao poder concedente:
VIII - declarar de utilidade pública os bens necessários à execução do serviço ou obra
pública, promovendo as desapropriações, diretamente ou mediante outorga de poderes
à concessionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas indenizações
cabíveis.
5 – Letra “C”
A) INCORRETA. De acordo com a literalidade do art. 11 do Decreto-Lei nº 3.365/41, que
dispõe sobre desapropriações por utilidade pública, a ação, quando a União for autora,
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
será proposta no Distrito Federal ou no foro da Capital do Estado onde for domiciliado
o réu, perante o juízo privativo, se houver; sendo outro o autor, no foro da situação dos
bens.
B) INCORRETA. A imissão na posse depende do preenchimento de 02 (dois) requisitos
legais, quais sejam, a declaração de urgência e o depósito prévio, podendo realizar-se
independentemente da citação do réu, nos termos do art. 15, §1º do Decreto-Lei nº
3.365/41.
C) CORRETA. Os juros compensatórios têm por objetivo compensar o expropriado pelo
fato de ter perdido a posse antes de receber a justa indenização. Eles começam a incidir
a partir do momento em que o particular perde a posse do bem, ou seja, com a imissão
provisória na posse, na desapropriação direta, e com a efetiva ocupação, na
desapropriação indireta (art. 15-A; Súmula 164, STF; Súmula 69, STJ).
D) INCORRETA. De fato, na hipótese de urgência, o expropriante poderá ser emitido
provisoriamente na posse do bem, mediante o depósito, o qual deverá obedecer os
critérios previstos no art. 15, §1º do Decreto-lei nº 3.365/41, que estabelece que o valor
do depósito será equivalente: (i) ao preço oferecido, se este for superior a 20 vezes o
valor locativo, caso o imóvel esteja sujeito ao imposto predial; (ii) à quantia
correspondente a 20 vezes o valor locativo, estando o imóvel sujeito ao imposto predial
e sendo menor o preço oferecido; (iii) ao valor cadastral do imóvel, para fins de
lançamento do IPTU ou ITR, caso o referido valor tenha sido atualizado no ano fiscal
imediatamente anterior; e, (iv) não tendo havido a atualização a que se refere o inciso
(iii), o juiz fixará independente de avaliação, a importância do depósito, tendo em vista
a época em que houver sido fixado originalmente o valor cadastral e a valorização ou
117
desvalorização posterior do imóvel. O STF considerou que esses critérios foram
recepcionados pela CF/88, conforme dispõe o enunciado na Súmula 652/STF: “Não
contraria a Constituição o art. 15, § 1º, do Decreto-lei 3365/1941 (Lei da desapropriação
por utilidade pública)”. O argumento do STF é que, embora esses critérios possam não
corresponder ao real valor do bem, não há vulneração à garantia constitucional da justa
indenização (art. 5º, XXIV, CF/88),
- tendo em vista que esta somente é fixada ao final,
com a sentença (STF, RE n° 178.215-3). De modo diverso, o STJ entendeu que apenas o
“caput” do art. 15 do DL foi recepcionado pela CF/88, tendo ocorrido derrogação de
seus parágrafos, justamente por incompatibilidade com a garantia constitucional da
justa indenização, sendo imprescindível a realização de avaliação judicial provisória para
a fixação do valor do depósito prévio (STJ, REsp 181407 / SP)
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
APRESENTAÇÃO
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1. DOUTRINA (RESUMO)
1.1. DIREITO CAMBIÁRIO
PRINCÍPIOS (CLAu):
AUTONOMIA ABSTRAÇÃO
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
b) executividade = não adimplido o título cabe sua execução (CPC, art. 784, I).
Se olharmos bem para esses atributos, perceberemos que eles foram criados e
são mantidos para garantir a eficácia dos títulos de crédito, isto é, a segurança de sua
120
circulação (negociabilidade) e a efetividade de seu pagamento (executividade).
Um cuidado que se deve ter é que a regra é que os títulos cambiais sejam pro
solvendo, isto é, mantêm incólumes eventual obrigação que deu causa à sua criação, só
a extinguindo após a quitação (não implicam novação). Para que o título seja pro soluto
(enseja novação), deve haver expressa previsão na cártula.
-
CLASSIFICAÇÃO
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.