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DIREITO CIVIL

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................................................3
2. PRESCRIÇÃO.............................................................................................................................................3
3. DECADÊNCIA............................................................................................................................................9
4. DIREITO INTERTEMPORAL.......................................................................................................................10
5. CAUSAS QUE INTERROMPEM OU SUSPENDEM E CAUSAS QUE INTERROMPEM A PRESCRIÇÃO...............10
6. CARACTERÍSTICAS DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA............................................................................13
7. QUESTÕES ESPECIAIS DE CONCURSO ENVOLVENDO PRESCRIÇÃO...........................................................15
8. DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO...........................................................................................17
9. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA.......................................................................................................................17
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ATUALIZADO EM 26/02/2023

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

1. INTRODUÇÃO

Qualquer investigação que se faça a respeito da prescrição e da decadência tem como ponto de partida a noção
do tempo. Isso porque, em uma perspectiva dinâmica, o decurso do tempo é um fato jurídico que explica a
própria natureza dos institutos estudados. A essência da prescrição e da decadência é o decurso do tempo
dinâmico. Qual a natureza jurídica do tempo? Ele pode ser analisado numa perspectiva dinâmica (o decurso do
tempo é um fato jurídico stricto sensu ordinário) ou estática (é um bem, que vem sendo violado
constantemente na modernidade, ex.: passar horas no telefone para ser atendido).

2. PRESCRIÇÃO

Durante muitos anos a prescrição foi lecionada partindo-se de uma premissa equivocada. A doutrina clássica
partia da premissa de que a prescrição extinguiria a ação (Clóvis, Sílvio Rodrigues, Spinola). Trata-se de uma
linha acadêmica que refletia o pouco amadurecimento da teoria do processo, com a acentuada influência ainda
da velha Teoria Imanentista romana do Direito de Ação. Entretanto, a partir do desenvolvimento da
processualística e sob inspiração da Doutrina de Agnelo Amorim Filho (RT 300:7), esse panorama começou a
mudar.

Ora, se a prescrição não extingue a ação, extinguiria o que? Em verdade, não é necessário muito esforço para se
perceber que o direito de ação (direito processual de índole constitucional de se pedir ao Estado um
provimento jurisdicional) não prescreve nunca. Se o que prescreve não é o direito de ação, prescreverá o que?
Por influência inegável do Direito Alemão, a codificação civil brasileira foi extremamente precisa (art. 189,
CC/02), ao estabelecer que o que prescreve não é o direito de ação, mas sim, a pretensão.

Vale dizer, a pretensão nasce no dia em que o direito à prestação é violado e morre no último dia do prazo
prescricional.
Por pretensão entende-se o poder que o ordenamento jurídico confere ao titular do direito violado de,
coercitivamente, exigir o cumprimento da obrigação inadimplida. Em outras palavras, a pretensão deve ser
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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos,
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do
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jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos
eventos anteriormente citados.
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deduzida dentro do prazo prescricional, sob pena de o titular do direito, posto detentor da ação, não mais
poder subordinar o interesse do devedor ao seu. Obs.: o CC/02, a par de deixar claro que o que prescreve é a
pretensão, e não o direito de ação, reúne os prazos prescricionais em dois únicos artigos: 205 (prazo
prescricional extintivo máximo geral de 10 anos. CC/16 – 20 anos) e 206 (prazos prescricionais especiais).

Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que
aludem os arts. 205 e 206

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

*#DEOLHONAJURIS #STJ: A ação de repetição de indébito por cobrança indevida de valores referentes a
serviços não contratados de telefonia fixa tem prazo prescricional de 10 (dez) anos. STJ. Corte Especial. EAREsp
738.991-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 20/02/2019 (Info 651).

*#STJ #DEOLHONAJURISPRUDENCIA #DIZERODIREITO: A ação de indenização por danos materiais proposta por
consumidor contra construtora em virtude de vícios de qualidade e de quantidade do imóvel adquirido tem
prazo prescricional de 10 anos, com fundamento no art. 205 do CC/2002. Não se aplica o prazo decadencial do
art. 26 do CDC. O art. 26 trata do prazo que o consumidor possui para exigir uma das alternativas previstas no
art. 20 do CDC. Não se trata de prazo prescricional. Não se aplica o prazo do art. 27 do CDC porque este se
refere apenas a fato do produto. STJ. 3ª Turma. REsp 1.534.831-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd.
Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/02/2018 (Info 620).

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ: O incorporador só se acha habilitado a negociar unidades autônomas do


empreendimento imobiliário depois que registrar, no Registro de Imóveis, os documentos elencados no art. 32
da Lei nº 4.591/64. Descumprida essa exigência legal, impõe-se a aplicação da multa do art 35, § 5º da mesma
lei É decenal o prazo prescricional aplicável à ação do adquirente contra a incorporadora que visa a cobrança da
multa prevista no art 35, § 5º da Lei nº 4.591/64. Fundamento: art. 205 do Código Civil. Não se aplica o art. 27
do CDC porque este dispositivo é restrito às ações que busquem a reparação de danos causados por fato do
produto ou do serviço e essa situação não se enquadra como fato do produto ou serviço (não se trata de
acidente de consumo). STJ. 3ª Turma. REsp 1497254-ES, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
18/09/2018 (Info 633).

*(Atualização em 14/08/2022) #DEOLHONAJURIS #STJ


A pretensão de repetição de indébito por cobrança indevida de valores referentes a serviços de TV por
assinatura não previstos no contrato sujeita-se à norma geral do lapso prescricional de dez anos.
Inicialmente cumpre salientar que não se desconhece o precedente da Quarta Turma que aplicou o prazo
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trienal, previsto no art. 206, § 3º, IV, do CC/2002, para a restituição de valores cobrados em razão de pontos
extras de TV por assinatura. Posteriormente, contudo, a Corte Especial do STJ consolidou o entendimento de
que "a discussão acerca da cobrança indevida de valores constantes de relação contratual e eventual repetição
de indébito não se enquadra na hipótese do art. 206, § 3º, IV, do Código Civil, seja porque a causa jurídica, em
princípio, existe (relação contratual prévia em que se debate a legitimidade da cobrança), seja porque a ação de
repetição de indébito é ação específica" (EAREsp 750.497/RS, Rel. Ministro Og Fernandes, Corte Especial,
julgado em 20/02/2019, DJe 11/06/2019). Isso porque a ação de enriquecimento sem causa ou ação in rem
verso, na qual incide a prescrição trienal prevista no art. 206, § 3º, IV, do CC/2002, tem natureza subsidiária, e
possui como requisitos: o enriquecimento de alguém; o empobrecimento correspondente de outrem; a relação
de causalidade entre ambos; a ausência de causa jurídica e a inexistência de ação específica (EREsp
1.523.744/RS, Rel. Ministro Og Fernandes, Corte Especial, julgado em 20/02/2019, DJe 13/03/2019). Por sua
vez, no caso, tem-se demanda específica de repetição de indébito, cuja causa jurídica decorre de contrato de
prestação de serviço de TV por assinatura via satélite, em que se debate a legitimidade da cobrança de valores
referentes a pontos extras e taxas não previamente acordados entre as partes. De forma que, não sendo
hipótese de ação subsidiária de enriquecimento sem causa, deve ser aplicada a norma geral do lapso decenal
(art. 205 do CC/2002), e não do prazo especial de três anos (art. 206, § 3º, IV, do CC/2002). STJ. 4ª Turma. REsp
1.951.988-RS, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 10/05/2022 (Info 737).

Art. 206. Prescreve:


§ 1o Em um ano:
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento,
para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação
de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do
segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de
emolumentos, custas e honorários;
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de
sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembleia que aprovar o laudo;
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes , contado o prazo da
publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.
§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.

*#IMPORTANTE: O prazo prescricional para o cumprimento de sentença que condenou ao pagamento de verba
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alimentícia retroativa se inicia tão somente com o trânsito em julgado da decisão que reconheceu a
paternidade. STJ. 3ª Turma. REsp 1.634.063-AC, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 20/6/2017 (Info 607).

*(atualizado em 27/01/2023) #DEOLHONAJURIS - O termo inicial do prazo de prescrição da pretensão ao


recebimento de honorários advocatícios contratados sob a condição de êxito da demanda judicial, no caso em
que o mandato foi revogado por ato unilateral do mandante antes do término do litígio, é a data do êxito da
demanda, e não a da revogação do mandato. REsp 1.777.499-RS, Rel. Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, por
unanimidade, julgado em 22/11/2022. (Info 759 - STJ)

§ 3o Em três anos:
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não
maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V - a pretensão de reparação civil;
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que
foi deliberada a distribuição;
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a
violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as
disposições de lei especial;
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de
responsabilidade civil obrigatório.

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: É de 3 anos o prazo prescricional de ação proposta por entidade de previdência


privada complementar contra terceiro que se apropriou indevidamente de verbas relativas a benefício
previdenciário. Não há previsão específica para este caso na LC 109/2001, razão pela qual se aplica o art. 206, §
3º, IV, do Código Civil (pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa). Ex.: o segurado morreu e,
como a entidade de previdência não foi informada, continuou a depositar, todos os meses, o valor da
aposentadoria; tais quantias foram sacadas indevidamente da conta bancária por uma sobrinha do falecido; a
entidade terá o prazo de 3 anos para reaver os valores. STJ. 4ª Turma. REsp 1.334.442-RS, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, Rel. para acórdão Min. Raul Araújo, julgado em 7/6/2016 (Info 588).
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*Prescreve em 3 anos a pretensão do promitente-comprador de restituição dos valores pagos a título de
comissão de corretagem ou de serviço de assistência técnico-imobiliária (SATI), ou atividade congênere (art.
206, § 3º, IV, CC). STJ. 2ª Seção. REsp 1.551.956-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 24/8/2016
(recurso repetitivo) (Info 589).

*Qual é o prazo prescricional da ação de repetição de indébito envolvendo contrato de cédula de crédito rural?
• Se o fato ocorreu sob a vigência do CC/1916: 20 anos. • Se o fato ocorreu sob a vigência do CC/2002: 3 anos. O
termo inicial do prazo prescricional é a data do pagamento (efetiva lesão). STJ. 2ª Seção. REsp 1.361.730-RS, Rel.
Min. Raul Araújo, julgado em 10/8/2016 (recurso repetitivo) (Info 592).

*É trienal o prazo de prescrição para fiador que pagou integralmente dívida objeto de contrato de locação
pleitear o ressarcimento dos valores despendidos contra os locatários inadimplentes. O termo inicial deste
prazo é a data em que houve o pagamento do débito pelo fiador, considerando que é a partir daí que ocorre a
sub-rogação, e, via de consequência, inaugura-se ao fiador a possibilidade de demandar judicialmente a
satisfação de seu direito. STJ. 3ª Turma. REsp 1.432.999-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
16/5/2017 (Info 605).

* O termo inicial da pretensão de ressarcimento nas hipóteses de plágio se dá quando o autor originário tem
comprovada ciência da lesão a seu direito subjetivo e de sua extensão, não servindo a data da publicação da
obra plagiária, por si só, como presunção de conhecimento do dano. STJ. 3ª Turma.REsp 1.645.746-BA, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 6/6/2017 (Info 609).

*É decenal o prazo prescricional aplicável às hipóteses de pretensão fundamentadas em inadimplemento


contratual. É adequada a distinção dos prazos prescricionais da pretensão de reparação civil advinda de
responsabilidades contratual e extracontratual. Nas controvérsias relacionadas à responsabilidade
CONTRATUAL, aplica-se a regra geral (art. 205 CC/2002) que prevê 10 anos de prazo prescricional e, quando se
tratar de responsabilidade extracontratual, aplica-se o disposto no art. 206, § 3º, V, do CC/2002, com prazo de 3
anos. Para fins de prazo prescricional, o termo “reparação civil” deve ser interpretado de forma restritiva,
abrangendo apenas os casos de indenização decorrente de responsabilidade civil extracontratual. Resumindo. O
prazo prescricional é assim dividido: • Responsabilidade civil extracontratual (reparação civil): 3 anos (art. 206,
§ 3º, V, do CC). • Responsabilidade contratual (inadimplemento contratual): 10 anos (art. 205 do CC). STJ. 2ª
Seção. EREsp 1.280.825-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/06/2018 (Info 632). #IMPORTANTE

*(Atualizado em 26/02/2023) #DEOLHONAJURIS #STJ #OVERRULING - Na vigência dos contratos de plano de


saúde ou de seguro de assistência à saúde, a pretensão condenatória decorrente da declaração de nulidade
de cláusula de reajuste nele prevista prescreve em 20 anos (art. 177 do CC/1916) ou em 3 anos (art. 206, § 3º,
IV, do CC/2002), observada a regra de transição do art. 2.028 do CC/2002. A Ministra Nancy Andrighi
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apresentou proposta de revisão do enunciado do tema repetitivo 610/STJ, consoante previsão do art. 256-S, §
1°, do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. Apontou que no julgamento do EREsp 1.523.744/RS,
na sessão ocorrida no dia 20/02/2019, ao examinar hipótese relativa a contratos de prestação de serviços de
telefonia, cujas operadoras faziam cobranças indevidas nas faturas dos consumidores, a Corte Especial deste
Tribunal adotou o posicionamento de que o prazo prescricional da pretensão de repetição de indébito relativa
às hipóteses de responsabilidade contratual deve ser aquele previsto no art. 205 do CC/2002, qual seja, de dez
anos. Argumentou que, em homenagem aos princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da
isonomia, previstos no art. 927, § 4º, do CPC/15, e diante do dever dos Tribunais de uniformizar sua
jurisprudência e de mantê-la estável, íntegra e coerente, inscrito no art. 926 do atual diploma processual civil, a
Segunda Seção deveria manifestar-se sobre a influência desse citado entendimento da Corte Especial sobre a
tese repetitiva fixada nos REsps 1.361.182/RS e 1.360.969/RS (Tema 610/STJ). Venceu o entendimento de que o
Tema 610 do STJ deveria ser mantido, porque o julgamento da Corte diz respeito a contratos de lapso
prescricional aplicável aos casos de repetição de indébito por cobrança indevida de valores referentes a serviços
não contratados por telefonia, o que, ontologicamente, é distinto do objeto do referido Tema, que trata de
prazo prescricional para exercício da pretensão de revisão de cláusula contratual que prevê reajuste de plano de
saúde. Apontou-se que ainda que a repetição do indébito esteja, em alguma medida, incluída na discussão do
processo que deu origem ao precedente, não é, necessariamente, o tema em si. Ainda que o julgamento dos
EREsp n. 1.523.744/RS tenha tangenciado o mesmo tema, uma vez que ali ficou decidido que "a discussão sobre
a cobrança indevida de valores constantes de relação contratual e eventual repetição de indébito não se
enquadra no prazo trienal, seja porque a causa jurídica, em princípio, existe (relação contratual prévia em que
se debate a legitimidade da cobrança), seja porque a ação de repetição de indébito é ação específica", não diz
respeito, efetivamente, à mesma questão, uma vez que o Tema n. 610 refere-se especificamente a planos de
saúde. Para se chegar a um precedente qualificado, com a consagração de tese jurídica apta a retratar o
entendimento do Tribunal sobre determinada matéria e a ser aplicada a todos os processos pendentes e futuros
que versem sobre o mesmo tema, o caminho de construção conjunta é longo e árduo. De igual forma, a
superação de um precedente qualificado (overruling) exige um caminhar, um amadurecimento, uma sequência
de passos que culminarão com a mudança de interpretação antes dada por esta Corte a determinado tema.
Dessa forma, afirma-se por prematura a proposta de superação do Tema 610 do STJ. STJ, Pet 12.602-DF, Rel.
Ministra Nancy Andrighi, Rel. Acd. Ministro João Otávio de Noronha, Segunda Seção, por maioria, julgado em
8/2/2023 (Info. 763).

§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas.
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§ 5o Em cinco anos:
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus
honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #SELIGANASÚMULA:
*Na vigência do Código Civil de 2002, é quinquenal o prazo prescricional para que o condomínio geral ou edilício
(vertical ou horizontal) exercite a pretensão de cobrança de taxa condominial ordinária ou extraordinária,
constante em instrumento público ou particular, a contar do dia seguinte ao vencimento da prestação. STJ. 2ª
Seção. REsp 1.483.930-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 23/11/2016 (recurso repetitivo) (Info 596).

*Súmula 547-STJ: Nas ações em que se pleiteia o ressarcimento dos valores pagos a título de participação
financeira do consumidor no custeio de construção de rede elétrica, o prazo prescricional é de vinte anos na
vigência do Código Civil de 1916. Na vigência do Código Civil de 2002, o prazo é de cinco anos se houver
previsão contratual de ressarcimento e de três anos na ausência de cláusula nesse sentido, observada a regra de
transição disciplinada em seu art. 2.028. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 14/10/2015, DJe 19/10/2015.

- A participação financeira do consumidor no custeio de construção de rede elétrica não é, por si só, ilegal, uma
vez que, na vigência do Decreto n. 41.019/57, havia previsão normativa de obras que deviam ser custeadas pela
concessionária (art. 141), pelo consumidor(art. 142), ou por ambos (art.138 e art. 140). (STJ. 2ª Seção. REsp
1.343.646/PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, DJe 16/04/2013. recurso repetitivo).

- Vale ressaltar que o Decreto nº 41.019/57 previa que as obras construídas com a participação financeira dos
consumidores eram incorporadas aos bens e instalações da concessionária de energia elétrica quando fossem
concluídas (art. 143). A Lei nº 10.438/2002 estipulou metas de universalização do uso da energia elétrica
prevendo que isso seria feito sem ônus de qualquer espécie ao usuário (art. 14). No entanto, esta Lei estabelece
também que ainda existe a possibilidade de participação financeira do consumidor na construção de rede
elétrica nos casos em que ele quer antecipar a construção da rede elétrica na sua localidade.

- Desse modo, a necessidade de custeio da rede elétrica pelo consumidor diminuiu muito, sendo praticamente
inexistente nos dias atuais, mas ainda hoje existe, em tese, essa possibilidade.

- Regra: nos contratos regidos pelo Decreto nº 41.019/57, o consumidor que solicitou e pagou pela extensão da
rede de eletrificação rural não tem direito à restituição dos valores aportados. Exceções: o consumidor terá
direito à restituição se: a) tiver adiantado parcela que cabia à concessionária – em caso de responsabilidade
conjunta (arts. 138 e 140); ou b) tiver custeado obra cuja responsabilidade era exclusiva da concessionária
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(art.141).

- Qual era o instrumento que o consumidor assinava combinando pagar a construção da rede elétrica? Não
havia uma uniformidade considerando que isso poderia variar de acordo com a concessionária que atuava no
Estado. No entanto, observa-se que era comum a existência de dois instrumentos contratuais: a) "Convênio de
devolução": no qual havia previsão de que o aporte financeiro seria restituído ao consumidor; e b) "Termo de
contribuição": no qual havia previsão de que o consumidor não seria reembolsado.

*A promessa de compra e venda (ou compromisso de compra e venda) é uma espécie de contrato preliminar
por meio do qual uma pessoa (promitente vendedor) se compromete a vender o seu bem ao promissário
comprador após este pagar integralmente o preço que foi ajustado. Se o promitente vendedor, mesmo após
receber o preço integral combinado, recusar-se a outorgar a escritura pública, o promissário comprador poderá
ajuizar ação de adjudicação compulsória. Existe um prazo para que o promissário comprador proponha a ação
de adjudicação compulsória? Depois de pago integralmente o preço, se o promitente vendedor se recusar a
outorgar a escritura pública, qual o prazo que o promissário comprador possui para requerer a adjudicação
compulsória? Não há prazo. O promitente comprador, amparado em compromisso de compra e venda de
imóvel cujo preço já tenha sido integralmente pago, tem o direito de requerer judicialmente, a qualquer
tempo, a adjudicação compulsória do imóvel. STJ. 4ª Turma. REsp 1.216.568-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 3/9/2015 (Info 570).

- A promessa de compra e venda precisa ser registrada em cartório para ser válida? NÃO. A promessa de compra
e venda é válida mesmo sem registro no cartório. Quando a promessa de compra e venda é registrada em
cartório, esse compromisso passa a ter natureza jurídica de direito real à aquisição.

- Veja o que diz o Código Civil: “Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou
arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de
Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.”

- A importância do registro em cartório está na eficácia da promessa de compra e venda perante terceiros:
A) Se a promessa não foi registrada: ela é válida, mas produz efeitos apenas entre as partes.
B) Se a promessa foi registrada: ela é válida e, além disso, produz efeitos perante terceiros.

- A promessa de compra e venda, em regra, é irretratável. As partes, contudo, com base na autonomia privada,
podem inserir uma cláusula de arrependimento, prevendo a possibilidade de desistirem de continuar o negócio
jurídico. Se não previrem cláusula nesse sentido, a promessa será irretratável.

- O registro do compromisso de compra e venda não é condição para o ajuizamento da ação de adjudicação
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compulsória. Mesmo sem o registro, é possível a adjudicação compulsória. Nesse sentido: “Súmula 239-STJ: O
direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório
de imóveis.”

- Vantagem no caso de a promessa ter sido registrada para fins de adjudicação compulsória: se a promessa
estiver registrada no RI, o promissário comprador tem uma vantagem: ele poderá ajuizar a ação de adjudicação
compulsória com base em um rito sumário (mais rápido e simples) previsto no art. 25 da Lei nº 6.766/79 e art.
15 do DL nº 58/37. Já se o contrato não estiver registrado, a ação de adjudicação compulsória será proposta
como uma ação de conhecimento, de rito ordinário.

- Por meio da propositura de ação de adjudicação, o juiz profere uma sentença que substitui a vontade do
promitente vendedor e tal decisão já valerá como título para o registro da compra no cartório de imóveis.
Assim, verifica-se que a ação de adjudicação compulsória não condena o réu (promitente vendedor) a entregar
a escritura. A sentença na adjudicação compulsória não tem natureza condenatória. O pedido na adjudicação
compulsória é para que seja constituída determinada situação jurídica. Logo, a sentença possui natureza
constitutiva.

- No que tange aos prazos, as ações são divididas da seguinte forma: a) Ações condenatórias: sujeitam-se a
prazos prescricionais; b) Ações constitutivas: obedecem a prazos decadenciais; c) Ações declaratórias: não se
sujeitam nem à prescrição nem à decadência. Desse modo, não vamos falar em prazo prescricional para a ação
de adjudicação compulsória (porque ela é uma ação constitutiva). Devemos, então, procurar se a lei prevê um
prazo decadencial para essa espécie de ação. Ocorre que nem no Código Civil de 1916 nem no de 2002 existe a
previsão de um prazo decadencial para a ação de adjudicação compulsória. Vale ressaltar que, quanto aos
prazos de decadência, o legislador previu prazos específicos para cada uma das situações que quis regular.
Quando não trouxe prazo decadencial para determinada ação, significa que a parte poderá propor a ação a
qualquer tempo.

- Só um alerta: se o promitente comprador não estiver na posse do imóvel, ele tem que ter cuidado para que o
possuidor não fique morando lá tempo suficiente para adquiri-lo por usucapião. Se isso acontecer, o promitente
comprador perderá seu direito real à aquisição pelo fato de o possuidor ter adquirido outro direito real (o de
propriedade).

*É de 1 ano o prazo de prescrição da pretensão do segurador, sub-rogado nos direitos do segurado, de


indenização pela deterioração de carga em navio por falha em contêiner. Aplica-se, neste caso, o art. 8º do
Decreto-Lei 116/1967, que trata sobre o prazo prescricional envolvendo as ações por extravio, perdas e avarias
de carga. Não se aplica o art. 206, § 3º, V, do CC considerando que se trata de norma geral e, por isso, não
revogou o art. 8º do DL nº 116/1967, que é considerado norma especial (norma especial prevalece sobre
12
norma geral). Aplica-se à presente situação a Súmula 151 do STF que, apesar de antiga, continua vigente:
Súmula 151-STF: Prescreve em um ano a ação do segurador sub-rogado para haver indenização por extravio ou
perda de carga transportada por navio. STJ. 4ª Turma. REsp 1.278.722-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado
em 24/5/2016 (Info 586).

(*) ATUALIZADO EM 19/04/2021 #STJ: O prazo prescricional da pretensão indenizatória decorrente de extravio,
perda ou avaria de cargas transportadas por via marítima é de 1 (um) ano. Fundamento: art. 8º do Decreto-Lei nº
116/67. STJ. 3ª Turma. REsp 1893754/MA, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 09/03/2021 (Info 688).

*Súmula 412-STJ: A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional
estabelecido no Código Civil. O prazo prescricional para as ações de repetição de indébito relativo às tarifas de
serviços de água e esgoto cobradas indevidamente é de: a) 20 (vinte) anos, na forma do art. 177 do Código Civil
de 1916; ou b) 10 (dez) anos, tal como previsto no art. 205 do Código Civil de 2002, observando-se a regra de
direito intertemporal, estabelecida no art. 2.028 do Código Civil de 2002. STJ. 1ª Seção. REsp 1.532.514-SP, Rel.
Min. Og Fernandes, Primeira Seção, julgado em 10/5/2017 (recurso repetitivo) (Info 603).

*DEOLHONABANCA#CESPE: A seguinte assertiva foi considerada correta:

“A prescrição pode ser classificada como aquisitiva e extintiva, uma vez que o decurso do tempo, elemento
comum às duas espécies, tem influência para a aquisição e a extinção de direitos”. (MP/PI-2019)

#UMPOUCODEDOUTRINA:
Nesse ponto, vale destacar os ensinamentos de Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald:

(...) convém ressaltar que a prescrição tem de ser compreendida a partir de uma dualidade conceitual, servindo,
a um só tempo, para extinguir situações jurídicas (prescrição extintiva) e para consolidar as relações que se
protraem, se perpetuam, no tempo (prescrição aquisitiva).
(...)
No direito brasileiro, a prescrição aquisitiva foi tratada com o nomen juris de usucapião, enquanto o termo
vocabular prescrição ficou restrito para a prescrição extintiva (também chamada de prescrição liberatória). A
importância da observação é para fixar que se aplicam ao instituto da usucapião (isto é, da prescrição aquisitiva)
as regras legais da prescrição extintiva, como, por exemplo, as hipóteses de suspensão e de interrupção do prazo
prescricional, obstando a aquisição da propriedade em tais circunstâncias.
Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (Curso de direito civil: parte geral e LINDB. 15. ed. Salvador:
JusPodivm, 2017, pp. 734-735)
13
3. DECADÊNCIA

Por vezes é chamada de caducidade. Inicialmente, é fundamental compreender-se o que é direito potestativo
para a exata apreensão da decadência. Direito potestativo não tem conteúdo prestacional. O direito
potestativo é um simples direito de interferência, ou seja, ao exercê-lo o sujeito interfere na esfera jurídica de
outrem, sem que esta pessoa nada possa fazer. Ex.: direito de divórcio, por si só; renúncia ao mandato do
advogado, revogação por parte do cliente. Existem direitos potestativos sem prazo para o seu exercício, a
exemplo do direito de divórcio, mas toda vez que um direito potestativo tiver prazo para ser exercitado, este
será decadencial. Prazo decadencial nada mais é do que o prazo para o exercício de um direito potestativo.
Obs.: os prazos prescricionais (para se deduzir pretensão em juízo) são sempre legais e em anos. Já os prazos
decadenciais podem ser legais (prazo de decadência para se anular o negócio jurídico, por si só, nos termos do
art. 178) ou convencionais (prazo contratual para desistir do negócio). Os institutos da perempção e preclusão
devem ser vistos na grade de processo civil.

Obs.: Prescrição e decadência legal – qualquer grau de jurisdição.


Obs.: A prescrição nasce com a exigibilidade e a decadência com o próprio direito.

#NÃOCONFUNDIR: Não confunda o prazo PRESCRICIONAL que tem o consumidor para formular pretensão de
reparação civil pelo fato do produto ou do serviço (acidente de consumo), previsto no art. 27 do CDC (5 anos),
com o prazo DECADENCIAL para se exercer o direito potestativo de reclamar pelo vício do produto ou do
serviço, a teor do art. 26 da mesma Lei (30 ou 90 dias).

4. DIREITO INTERTEMPORAL

O CC brasileiro operou a redução de inúmeros prazos, o que impõe ao intérprete um acentuado cuidado,
mormente se o prazo analisado já estivesse em curso. Para tanto, é de grande importância a compreensão do
art. 2028 CC.

Nos termos do art. 2028, tendo transcorrido mais da metade do prazo, continua a ser aplicada a lei velha; por
outro lado, transcorrido menos da metade, lei nova. O próprio STJ já firmou entendimento no sentido de que o
novo prazo deve ser contado a partir da entrada em vigor do próprio CC, e não a partir da data do fato. REsp
848 161/MT.

Princípio da actio nata: a moderna doutrina e atual jurisprudência passaram a dar uma nova roupagem a este
antigo instituto, estudado pelos clássicos. De acordo com o princípio da actio nata, um prazo prescricional só
começaria a correr quando o titular do direito tomasse efetivo conhecimento das consequências do fato
14
danoso. Ex.: paciente sofre erro médico, só correndo prazo prescricional quando toma efetiva ciência da lesão.

Efetivamente, o início da fluência do prazo prescricional deve decorrer não da violação, em si, a um direito
subjetivo, mas, sim, do conhecimento da violação ou lesão ao direito subjetivo pelo seu respectivo
titular. Com isso, a boa-fé é prestigiada de modo mais vigoroso, obstando que o titular seja prejudicado por não
ter tido conhecimento da lesão que lhe foi imposta. Até porque, e isso não se põe em dúvida, é absolutamente
possível afrontar o direito subjetivo de alguém sem que o titular tenha imediato conhecimento. (Curso de
Direito Civil, Vol. 1, 10ª ed., JusPodivm, p. 726).” (grifamos).

Consagra-se a Teoria da Actio Nata, portanto, para a proteção daqueles que não tiveram a possibilidade da
imediata ciência, como bem aponta a súmula 278 do STJ: O termo inicial do prazo prescricional, na ação de
indenização, é a data em que o segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral.

5. CAUSAS QUE INTERROMPEM OU SUSPENDEM E CAUSAS QUE INTERROMPEM A PRESCRIÇÃO

Arts. 197, 198 e 202. Vale lembrar que a causa suspensiva ou impeditiva tem a mesma natureza, dependendo
apenas do momento em que ocorre: a impeditiva obsta o início do prazo (crédito que surge na constância da
sociedade conjugal); a suspensiva paralisa o prazo que estava em curso (crédito antes da sociedade conjugal).
Os exemplos dos artigos 197 a 199 são tanto de impedimento quanto de suspensão da prescrição, a depender
do momento. A causa interruptiva, que tanto aterroriza o devedor, zera o prazo prescricional, que recomeça a
correr. As hipóteses de interrupção do prazo prescricional estão previstas no art. 202 do CC (algumas delas
deverão ser desenvolvidas na grade de processo civil, a exemplo do inciso I). É importante frisar que, visando
evitar abuso de direito por parte do credor, o Código estabelece que esta interrupção só poderá ocorrer uma
única vez.

Obs.: o inciso III do art. 202, ao admitir expressamente que o protesto cambial interrompa o prazo prescricional,
prejudicou a súmula 153 do STF.

O art. 202 do CC admite, em seu inciso VI, que o devedor, mesma atuando extrajudicialmente, possa
reconhecer o direito do credor, o que resulta na interrupção do prazo prescricional (confissão de dívida). Por
outro lado, a teor do próprio inciso V, não há previsão de interrupção decorrente de uma mera notificação
extrajudicial. Por essa razão, o projeto de lei nº 3293 de 2008 pretende alterar o Código Civil para
expressamente prever a interrupção decorrente de uma notificação extrajudicial.

Obs.: O ordenamento jurídico pode prever situações excepcionais de determinadas causas que interferem no
curso de um prazo decadencial, a exemplo do que se vê no artigo 26, §2º, do CDC (obsta o início).
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Enunciado 156 – Art. 198: Desde o termo inicial do desaparecimento, declarado em sentença, não corre a
prescrição contra o ausente.

Art. 197. Não corre a prescrição:


I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; (mesmo que separados de fato se aplica a regra)
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: O art. 197, I, do Código Civil prevê que “não corre a prescrição entre
os cônjuges, na constância da sociedade conjugal”. Se os cônjuges estão separados há muitos anos, não se deve
aplicar a regra do art. 197, I, do CC. Mesmo não estando prevista no rol do art. 1.571 do CC, a separação de fato
muito prolongada, ou por tempo razoável, também pode ser considerada como causa de dissolução da
sociedade conjugal e, em assim sendo, não tem o condão de impedir a fluência do prazo prescricional da
pretensão de partilha de bens de ex-cônjuges. Caso concreto: a pretensão de partilha de bem comum após mais
de 30 anos da separação de fato e da partilha amigável dos bens comuns do ex-casal está fulminada pela
prescrição. STJ. 3ª Turma. REsp 1.660.947-TO, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 05/11/2019 (Info 660).

*#OUSESABER: O art. 197, I, do Código Civil prevê que não corre a prescrição entre cônjuges enquanto durar a
sociedade conjugal. Trata-se de causa OBSTATIVA da prescrição, cujo prazo sequer se inicia. Quando havia o
instituto da separação judicial (que, segundo a doutrina, não mais existe), sua função era de extinguir a
sociedade conjugal, isto é, o regime de bens entre os cônjuges, sendo que o matrimônio somente se dissolveria
com o divórcio. Atualmente, a regra é que a sociedade conjugal e o matrimônio são dissolvidos ao mesmo
tempo, com o divórcio. O importante é que a mera separação de fato, segundo a doutrina, não extingue a
sociedade conjugal (salvo se um dos cônjuges iniciar união estável), razão pela qual, mesmo nesse caso, a
prescrição não irá correr.

#IMPORTANTE: o CJF possui enunciado das Jornadas de Direito Civil no sentido de que tal causa obstativa da
prescrição aplica-se à união estável, mesmo sem previsão legal. Atenção porque a banca CESPE costuma cobrar
tais enunciados.

Art. 198. Também não corre a prescrição:


I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
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Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e
na forma da lei processual; (JT e JUIZADOS – não tem despacho liminar. Conta da propositura da ação).
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
(CONFISSÃO DE DÍVIDA).
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último
ato do processo para a interromper.

Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção
operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada
contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.
§ 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou
devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
§ 3o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.

#SELIGANASÚMULA:
Súmula 383, do STF: A prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir
do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos, embora o titular do direito a interrompa
durante a primeira metade do prazo.
Súmula 154, do STF: Simples vistoria não interrompe a prescrição.
Súmula 229, do STJ: O pedido do pagamento de indenização à seguradora suspende o prazo de prescrição até
que o segurado tenha ciência da decisão.

*(Atualizado em 03/05/2022) A interrupção da prescrição ocorre somente uma única vez para a mesma
relação jurídica, isto é, independentemente de seu fundamento. Exemplo hipotético: Montago Ltda deveria
pagar, em setembro de 2012, R$ 300 mil à Galícia Comércio Ltda. Essa quantia estava materializada em três
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duplicatas mercantis de R$ 100 mil cada. Não houve pagamento na data do vencimento. Logo, iniciou-se a
contagem do prazo prescricional para a credora exigir o pagamento da quantia. Em outubro de 2012, a credora
(Galícia) levou as duplicatas a protesto. Isso interrompeu a prescrição (art. 202, III, do CC). Em dezembro de
2014, a devedora (Montago) ajuizou, contra a credora, ação declaratória de inexigibilidade dos débitos. O
pedido foi julgado improcedente. Isso, em tese, tem o condão de interromper a prescrição. No entanto, no caso
concreto, essa ação não teve o condão de interromper porque a prescrição já havia sido interrompido uma vez
antes e o art. 202 do CC somente admite uma única interrupção da prescrição. Em suma: não é possível a
interrupção do prazo prescricional em razão do ajuizamento de ação declaratória de inexigibilidade dos débitos
pelo devedor quando já tiver havido anterior interrupção do prazo prescricional pelo protesto das duplicatas.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.963.067-MS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/02/2022 (Info 727).

*(Atualizado em 25/11/22): Em razão do princípio da unicidade da interrupção prescricional, mesmo diante de


uma hipótese interruptiva extrajudicial (protesto de título) e outra em decorrência de ação judicial de
cancelamento de protesto e título executivo, apenas admite-se a interrupção do prazo pelo primeiro dos
eventos. REsp 1.786.266-DF, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em
11/10/2022. (Info 754 - STJ)

*#SELIGANAJURISPRUDÊNCIA #IMPORTANTE: A interrupção do prazo prescricional operada contra o devedor


principal prejudica o fiador Em regra, o ato interruptivo da prescrição apresenta caráter pessoal e somente
aproveitará a quem o promover ou prejudicará aquele contra quem for dirigido (persona ad personam non fit
interruptio). Isso está previsto no art. 204 do CC. Exceção a esta regra: interrompida a prescrição contra o
devedor afiançado, por via de consequência, estará interrompida a prescrição contra o fiador em razão do
princípio da gravitação jurídica (o acessório segue o principal), nos termos do art. 204, § 3º, do CC: § 3º A
interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador. A interrupção do prazo prescricional
operada contra o fiador não prejudica o devedor afiançado, salvo nas hipóteses em que os devedores sejam
solidários. Como regra, a interrupção operada contra o fiador não prejudica o devedor afiançado. Isso porque o
principal não segue a sorte do acessório. Existe, no entanto, uma exceção: a interrupção em face do fiador
poderá, sim, excepcionalmente, acabar prejudicando o devedor principal nas hipóteses em que a referida
relação for reconhecida como de devedores solidários, ou seja, caso o fiador tenha renunciado ao benefício ou
se obrigue como principal pagador ou devedor solidário. STJ. 4ª Turma. STJ. 4ª Turma. REsp 1.276.778-MS, Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/3/2017 (Info 602)2.

*O exercício da pretensão de indenização do DPVAT, nos casos do absolutamente incapaz, fica postergado para
o momento do suprimento da incapacidade, assim reconhecido por sentença judicial de interdição e nomeação
de curador transitada em julgado, contando-se a partir de então a prescrição. REsp 1595136, Relator Ministro
Luís Felipe Salomão, julgado em 01/12/2017.
2
#DICADOMARCINHO: Dica para a prova (e para a vida): o fiador sempre se dá mal.
18

* #CASCADEBANANA: O pedido de concessão de prazo para analisar documentos com o fim de verificar a
existência de débito não tem o condão de interromper a prescrição. STJ. 3ª Turma. REsp 1.677.895-SP, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 06/02/2018 (Info 619).

*(Atualizado em 21/06/2020) #NOVIDADELEGISLATIVA LEI Nº 14.010, DE 10 DE JUNHO DE 2020


Dispõe sobre o Regime Jurídico Emergencial e Transitório das relações jurídicas de Direito Privado (RJET) no
período da pandemia do coronavírus (Covid-19).
DA PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Art. 3º Os prazos prescricionais consideram-se impedidos ou suspensos, conforme o caso, a partir da entrada
em vigor desta Lei até 30 de outubro de 2020.
§ 1º Este artigo não se aplica enquanto perdurarem as hipóteses específicas de impedimento, suspensão e
interrupção dos prazos prescricionais previstas no ordenamento jurídico nacional.
§ 2º Este artigo aplica-se à decadência, conforme ressalva prevista no art. 207 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
de 2002 (Código Civil).

6. CARACTERÍSTICAS DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA

a) Prazos prescricionais não podem ser alterados pelas vontades das partes; os prazos decadenciais admitem
alteração, por óbvio, quando convencionais (art. 192). Prazos prescricionais são sempre legais.

b) A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição pela parte interessada (respeitado o
prequestionamento em sede de RE, REsp ou Recurso de revista) (art. 193). Já a decadência, quando for legal,
deve ser reconhecida de ofício pelo juiz (art. 210), ao passo que, quando for convencional, deve ser alegada pelo
interessado em qualquer grau de jurisdição (art. 211). Prescrição e decadência são matérias de mérito. Juiz pode
conhecer prescrição de ofício? Trata-se de uma questão polêmica. Inovando, a Lei nº 11.280/06, que alterou o
artigo 219 do CPC/1973, passou a admitir que o juiz pudesse reconhecer de ofício a prescrição. Certamente,
essa novidade fora inspirada na Lei nº 11.051/04 que reformou a lei de execução fiscal, em que há previsão
semelhante (art. 40). Sucede que, essa possibilidade de reconhecimento de ofício não retira do devedor a
faculdade de renunciar à prescrição, que é uma defesa sua (só se admite renúncia após o prazo prescricional.
Não é possível renúncia antecipada, tendo-se como não escrita qualquer cláusula nesse sentido), nos termos do
art. 191 do CC e à luz do enunciado 295 da IV Jornada de Direito Civil. 295 – Art. 191. A revogação do art. 194 do
Código Civil pela Lei n. 11.280/2006, que determina ao juiz o reconhecimento de ofício da prescrição, não retira
do devedor a possibilidade de renúncia admitida no art. 191 do texto codificado. Nesse contexto, à luz do
princípio da cooperatividade, para os processos em curso, é recomendável que o juiz assine um prazo ao
devedor e ao credor antes de pronunciar a prescrição. Nesse prazo, poderá o credor demonstrar que a
19
prescrição não se consumou, e o devedor, por sua vez, poderá renunciar a essa alegação de defesa. Caso o
devedor não se manifeste, então poderá o juiz pronunciar de ofício a prescrição.

#NOVOCPC:
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas
sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.

Temática a ser enfrentada nas grades de Direito Tributário e de Processo Civil, a prescrição intercorrente,
invocando a ideia de Arruda Alvim, no artigo “Da prescrição intercorrente”, é aquela que ocorre dentro do
próprio processo, quando já tenha sido deduzida a pretensão. Em geral, não era acolhida no processo civil (AgR
no Ag 618.909/PE), salvo em situações excepcionais e justificadas, como na fase executória de título judicial e
nos procedimentos de ação rescisória.

*#NCPC3 #ATENÇÃO:

A prescrição intercorrente é aquela que se verifica no curso da demanda, após seu ajuizamento, quando o
credor/autor/exequente fica inerte na prática de atos processuais, permitindo a paralisação do processo
injustificadamente.

Com efeito, o CPC/73 não traz solução para tais casos, sequer tem em seu bojo a palavra “intercorrente”, o
mais próximo que chega do tema é o artigo 475-L, VI, que prevê em sede de impugnação de cumprimento de
sentença a possibilidade de arguição de prescrição, desde que essa seja superveniente à própria sentença, logo,
intercorrente.

Contudo, a falta de legislação processual sobre o tema não afastou o debate jurisprudencial, pois via
interpretações dos tribunais tem-se que o prazo prescricional para o cumprimento de sentença será o mesmo

3
Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2015-jun-19/cpc-estipula-incicio-contagem-prescricao-intercorrente>. Acesso
em 09/11/2016.
20
prazo para o ajuizamento das ações originárias, nos termos da Súmula 150 do Supremo Tribunal Federal que
estabelece que “prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação”, assim, por exemplo, se a ação
monitória pautada em cheque prescreve em cinco anos, nesse mesmo prazo prescreverá o cumprimento de
sentença.

O novo CPC inovou ao trazer o marco inicial para a contagem da prescrição intercorrente, nas hipóteses em
que houver a suspensão do processo, assim como prestigiou a não decisão surpresa, conforme parágrafo 5º,
visto que estabelece que o “juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de ofício,
reconhecer a prescrição de que trata o § 4º e extinguir o processo”.

E mais, nos termos de seu artigo 924, V, estabeleceu expressamente que a execução se extinguirá quando
ocorrer a prescrição intercorrente, o que se aplicará até para as execução em curso, quando da entrada em
vigor do novo CPC, visto que legislação processual aplica-se de imediato com sua vigência, tendo como marco
inicial para a contagem do prazo exatamente a data de vigência do novo CPC, conforme regra de direito
intertemporal do artigo 1.056.

*(Atualizado em 18/07/2022) #INOVAÇÃOLEGISLATIVA A Medida Provisória 1.085/2021, convertida na Lei n°


Lei nº 14.382/2022, acrescentou o art. 206-A ao Código Civil, tratando da prescrição intercorrente:
Art. 206-A. A prescrição intercorrente observará o mesmo prazo de prescrição da pretensão, observadas as
causas de impedimento, de suspensão e de interrupção da prescrição previstas neste Código e observado o
disposto no art. 921 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil. (Redação dada
pela Lei nº 14.382, de 2022)

7. QUESTÕES ESPECIAIS DE CONCURSO ENVOLVENDO PRESCRIÇÃO

a) Prazo para demandar por abandono afetivo – O STJ, julgando o REsp 1298576/RJ, decidiu que o prazo
prescricional para se formular pretensão indenizatória por abandono efetivo começa a fluir com a maioridade
do interessado.

b) O STJ, com base em diversos precedentes, tem decidido que o prazo prescricional para a cobrança, amparada
para ação monitória fundada em cheque prescrito é de 5 anos (REsp 1339.874/RS).

*#SELIGANASSÚMULAS:
Súmula 503-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força
executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula.
21
*Súmula 504-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem
força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título.

c) O prazo prescricional para a cobrança de seguro DPVAT é de 3 anos – súmula 405 STJ.

*#NOVIDADELEGISLATIVA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 904, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2019 - Dispõe sobre a


extinção do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres -
DPVAT e do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Embarcações ou por suas Cargas - DPEM, de
que trata a alínea "l" do caput do art. 20 do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966.
Art. 1º Ficam extintos, a partir de 1º de janeiro de 2020, os seguintes seguros obrigatórios de que trata a alínea
"l" do caput do art. 20 do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966:
I - o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres - DPVAT; e
II - o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Embarcações ou por sua Carga - DPEM.

*CUIDADO: A aludida Medida Provisória foi suspensa pelo STF. O relator da ação, o ministro Edson Fachin,
atendeu pedido do partido Rede Sustentabilidade, que argumentou que a extinção apenas poderia ser feita por
meio de projeto de lei complementar e não medida provisória.

#SELIGANASÚMULA:
Súmula 573-STJ: Nas ações de indenização decorrentes de seguro DPVAT, a ciência inequívoca do caráter
permanente da invalidez, para fins de contagem do prazo prescricional, depende de laudo médico, exceto nos
casos de invalidez permanente notória ou naqueles em que o conhecimento anterior resulte comprovado na
fase de instrução.

#NÃOVAICAIRNESSA: A Súmula 470-STJ (o Ministério Público não tem legitimidade para pleitear, em ação civil
pública, a indenização decorrente do DPVAT em benefício do segurado) foi cancelada.

d) STJ – REsp 1139030/RJ – entendeu que o prazo prescricional aplicável à PRETENSÃO de cobrança de cotas
condominiais é de cinco anos.

e) Pretensão indenizatória contra a Fazenda Pública – segundo o Professor Rodrigo Leite, após oscilação em sua
jurisprudência, com acórdãos que ora aplicavam o prazo de três anos do CC, ora aplicavam o prazo de cinco
anos do Decreto nº 20910/32, o tema foi submetido a julgamento sob a sistemática dos recursos repetitivos,
prevalecendo a tese de que é de cinco anos o prazo para se deduzir pretensão de reparação civil contra a
Fazenda Pública.
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e) Em relação à suspensão e à interrupção de prazo prescricional em contrato de seguro, foi considerada correta
pela banca CESPE a seguinte alternativa na prova do TJDFT, aplicada em 2016: “O prazo prescricional anual é
suspenso com o pedido administrativo do pagamento, voltando a correr pelo tempo restante a partir da
eventual negativa da seguradora, mas se há pagamento parcial o prazo é interrompido voltando a correr por
inteiro.”

*f) #IMPORTANTE #VAICAIRNASUAPROVA: #SELIGANESSAJURIS: Transporte aéreo: voo doméstico x voo


internacional. Qual é o prazo prescricional da ação de responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em voo
doméstico? 5 anos, segundo entendimento do STJ, aplicando-se o CDC. Qual é o prazo prescricional da ação de
responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em voo internacional? 2 anos, com base no art. 29 da
Convenção de Varsóvia. Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados
internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as
Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor. STF.
Plenário. RE 636331/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes e ARE 766618/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em
25/05/2017 (repercussão geral) (Info 866). Obs.: esse prazo prescricional é aplicado não apenas para ações de
indenização em caso de extravio de bagagem, incidindo também em outros casos envolvendo responsabilidade
civil relacionados com transporte aéreo internacional.

8. DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO

DIPLOMA DISPOSITIVOS

Código Civil Art. 189 a 211

9. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA

Anotações de aula

Complementação no Manual de Direito Civil – Flávio Tartuce

Cadernos Sistematizados

Jurisprudência do site Dizer o Direito.

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