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1) PAPEL CONSTITUCIONAL DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
• Os créditos na falência:
– Créditos concursais (ordem de preferência e
limite de valor).
7.3) Créditos extraconcursais:
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HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA –
RECUPERAÇÃO JUDICIAL NO BRASIL
[...]3. Por conseguinte, não há falar na incidência do art. 6º, § 4º, da Lei
de Quebras como óbice à homologação da sentença arbitral, uma vez que
se está em fase antecedente à execução, apenas emprestando eficácia
jurídica ao provimento homologando.
(SEC 14408, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, CORTE ESPECIAL, julgado
em 21/06/2017, acórdão pendente de publicação)
SUSPENSÃO DAS EXECUÇÕES INDIVIDUAIS
(...) 1. A decisão que defere o processamento do pedido de recuperação
judicial tem como um de seus efeitos a suspensão das ações e execuções
individuais contra o devedor que, dessa forma, pode desfrutar de maior
tranquilidade para a elaboração de seu plano de recuperação, alcançando o
fôlego necessário para atingir o objetivo de reorganização da empresa (art. 6º,
§ 4º, c/c art. 52, III, da Lei n. 11.101/2005).
2. Nessa linha, para alcançar esse desiderato, é ônus do devedor informar a
determinação de suspensão dessas ações ao juízo perante o qual elas estão
tramitando, no momento em que deferido o processamento da recuperação, o
qual é o termo a quo da contagem do prazo de duração do sobrestamento
(art. 6º, § 4º, da LFR), que pode ser ampliado pelo juízo da recuperação, em
conformidade com as especificidades de cada situação. No caso concreto,
porém, a Corte a quo não considerou que a informação acerca da suspensão
da ação pelo juízo da recuperação deveria ter sido obrigatoriamente realizada
ao juiz singular, mas sim que, de acordo com as circunstâncias, não era o caso
de dilargar o prazo de 180 dias.
(...) 5. Recurso especial não provido.
(REsp 1.116.328/RN, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA,
julgado em 10/09/2013, DJe 24/09/2013). 27
EXECUÇÃO FISCAL
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CRÉDITOS EXCLUÍDOS DA RECUPERAÇÃO (TOTAL OU PARCIALMENTE)
• PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA:
AGRAVO REGIMENTAL EM CONFLITO DE COMPETÊNCIA. RECUPERAÇÃO
JUDICIAL. BUSCA E APREENSÃO. BENS OFERECIDOS EM GARANTIA
MEDIANTE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. NÃO SUBMISSÃO AOS EFEITOS DA
RECUPERAÇÃO JUDICIAL. CONTINUIDADE DA EXECUÇÃO. POSSIBILIDADE.
1. O credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou
imóveis não se sujeita aos efeitos da recuperação judicial (art. 49, § 3º, da
Lei 11.101/2005).
2. Não ocorrência, na hipótese, de peculiaridade apta a recomendar o
afastamento circunstancial da regra, porquanto não demonstrado que o
objeto da busca e apreensão envolva bens de capital essenciais à atividade
empresarial, de maneira a atrair a exceção contida no § 3º do art. 49 da Lei
11.101/2005.
3. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no CC 128.658/MG, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 27/08/2014, DJe 06/10/2014).
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AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. DIREITO
EMPRESARIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. CRÉDITOS
RESULTANTES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL E COM
GARANTIA FIDUCIÁRIA. NÃO SUBMISSÃO À RECUPERAÇÃO.
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• COMPRA E VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO:
AGRAVO REGIMENTAL. LIMINAR. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. DÚVIDA ACERCA DA COMPETÊNCIA
PARA O JULGAMENTO DO PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL. PRAZO DE SUSPENSÃO DE 180 DIAS
EXCEDIDO. CONTRATO DE COMPRA E VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO. MANUTENÇÃO DOS BENS
OBJETO DO CONTRATO NA POSSE DO DEVEDOR. EXCESSO DE PRAZO NÃO ATRIBUÍVEL AO DEVEDOR.
1. Nos termos do art. 49, § 3º, da Lei 11.101/2005, o credor titular da posição de proprietário em
contrato de compra e venda com reserva de domínio não se sujeita aos efeitos da recuperação
judicial, sendo vedada, porém, a retirada dos bens objeto do contrato do estabelecimento do
devedor, no prazo de 180 dias a que alude o art. 6º, § 4º, da mesma lei.
2. Essa proibição de retirada dos bens do estabelecimento do devedor tem como objetivo manter a
atividade produtiva da sociedade ao menos até a votação do plano de recuperação judicial.
3. No caso dos autos, como o processamento da recuperação judicial foi deferido em 14.10.2010, o
prazo de 180 dias previsto na Lei de Falências já se esgotou. Cumpre frisar, porém, que o
escoamento do prazo sem a apresentação do plano de recuperação judicial não se deveu a
negligência da suscitante, mas sim à determinação da suspensão do processo de recuperação em
vista de dúvida surgida acerca da competência para o julgamento do feito.
4. Diante disso, como não se pode imputar à sociedade recuperanda o descumprimento do prazo de
180 dias, e tendo em conta que o deferimento imediato do pedido de busca e apreensão coloca em
risco o funcionamento da sociedade e o futuro plano de recuperação judicial, já que os bens objeto
do contrato de compra e venda com reserva de domínio, no caso, são o "coração de uma usina de
açúcar e álcool", mostra-se correta a manutenção dos referidos bens na posse da suscitante, até
ulterior deliberação.
5. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no CC 119.337/MG, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 08/02/2012,
DJe 23/02/2012). 38
• ADIANTAMENTO A CONTRATO DE CÂMBIO – ACC:
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO CONFIGURADO. COTEJO INEXISTENTE.
CESSÃO FIDUCIÁRIA DE TÍTULOS E CRÉDITOS DECORRENTES DE
ADIANTAMENTO DE CONTRATO DE CÂMBIO NÃO SE SUJEITAM AOS
EFEITOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
(...) 2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça entende que os
créditos decorrentes de arrendamento mercantil ou com garantia
fiduciária - inclusive os resultantes de cessão fiduciária - não se sujeitam
aos efeitos da recuperação judicial.
3. Conforme entendimento adotado pelo Superior Tribunal de Justiça, o
art. 49, § 4º, da Lei n.º 11.101/05, estabelece que o crédito advindo de
adiantamento de contrato de câmbio não está sujeito aos efeitos da
recuperação judicial.
(...) 5. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
(AgRg no REsp 1.306.924/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 12/08/2014, DJe
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28/08/2014).
• TRAVA BANCÁRIA:
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• EXCLUSÃO DO CRÉDITO EXTRACONCURSAL DA SEARA
DA RECUPERAÇÃO
(...) 1. O incidente processual não pode ser conhecido, porquanto não configuradas
quaisquer das hipóteses previstas no art. 115 do Código de Processo Civil, pois não
há dois juízes que se consideram competentes (inciso I) ou incompetentes (inciso II)
para o julgamento do mesmo feito, assim como não há controvérsia acerca da
reunião de processos (inciso III).
2. Esta Corte Superior, nos casos em que se discute a classificação do crédito em
extraconcursal, tem se manifestado no sentido de que tal questão não pode ser
objeto de análise em sede de conflito de competência, pois apenas ao Juízo
universal é atribuído apreciar o caráter dos créditos que lhe fora apresentado.
Precedente.
3. Na espécie, o crédito ora debatido já fora classificado pela instância ordinária
como extraconcursal, e, portanto, excluído, de imediato, da seara da recuperação
judicial. Tendo sido já excluído o crédito pelo Juízo de origem, não há também como
considerar a existência de conflito de competência.
4. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no CC 129.639/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 24/09/2014, DJe 30/09/2014). 42
REsp nº 1.447.918 /SP (16.05.2016)
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FALÊNCIA – COMPENSAÇÃO
(...) 3. A doutrina, desde muito tempo, vem apregoando que as hipóteses legais que
impedem a compensação do crédito perante a massa não estão listadas
exaustivamente no mencionado art. 46 do Decreto-Lei n. 7.661/1945 (correspondente,
em parte, ao art. 122 da Lei n. 11.101/2005). Aplicam-se também ao direito falimentar
as hipóteses que vedam a compensação previstas no direito comum, como aquelas
previstas nos arts. 1.015-1.024 do Código Civil de 1916, entre as quais se destaca a
compensação realizada em prejuízo de direitos de terceiros (art. 1.024).
4. Não é cabível, de um modo geral e em linha de princípio, compensar débitos da
falida com créditos da massa falida resultantes de ação revocatória julgada procedente,
porque a essa última subjaz, invariavelmente, uma situação de ilegalidade
preestabelecida em prejuízo da coletividade de credores, ilegalidade essa que não
pode beneficiar quem a praticou, viabilizando satisfação expedita de seus créditos.
Nessa ordem de ideias, a ação revocatória, de eficaz instrumento vocacionado à
restituição de bens que escoaram fraudulentamente do patrimônio da falida, tornar-se-
ia engenhosa ferramenta de lavagem de capitais recebidos em desconformidade com a
par conditio creditorum.
6. Recurso especial não provido.
(REsp 1.121.199/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, Rel. p/ Acórdão Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 10/09/2013, REPDJe 12/02/2014, DJe
28/10/2013). 51
• “Quero ser acordada pela luz empoeirada
do sol, que entra pelas frestas das
persianas” –Shakespeare – O Mercador de
Veneza
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