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Poder Judiciário da União Fls.

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS

Órgão : 1ª TURMA CÍVEL


Classe : APELAÇÃO
N. Processo : 20150110485663APC
(0012040-66.2015.8.07.0018)
Apelante(s) : DISTRITO FEDERAL
Apelado(s) : BRB - BANCO DE BRASÍLIA S.A., ESPOLIO
DE AUREA OLIVEIRA CALDAS
Relator : Desembargador ALFEU MACHADO
Acórdão N. : 1011021

EMENTA

CIVIL. PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO. AÇÃO DE


REPETIÇÃO DE INDÉBITO. AMPLIAÇÃO DO ALCANCE DO
PEDIDO. EVOCAÇÃO DO PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE. LIMITES PRINCIPIOLÓGICOS
IMPOSTOS AO JULGADOR. PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA
OU DA ADSTRIÇÃO. ART. 141 DO CPC/2015. PROIBIÇÃO
DE JULGAMENTO CITRA, ULTRA OU EXTRA PETITA.
PEDIDO RESTRITO AO BLOQUEIO E À LIBERAÇÃO DE
VALOR INDEVIDAMENTE DEPOSITADO EM CONTA
BANCÁRIA. NÃO VERIFICADA PRETENSÃO DE
COBRANÇA. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA
EFICIÊNCIA. TUTELA JURISDICIONAL EFETIVAMENTE
PRESTADA. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA.
SUCUMBÊNCIA MÍNIMA VERIFICADA. HONORÁRIOS
RECURSAIS. APLICABILIDADE. NOVA SISTEMÁTICA DO
CPC/2015. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.
SENTENÇA MANTIDA.

1 - O CPC/2015 abraçou a idéia, que há tempos tem sido


difundida, fruto dos movimentos neoconstitucionalista e
neoprocessualista, de que as normas que regem o Direito
Processual Civil devem consagrar a aplicação dos direitos e
garantias fundamentais insertos na Constituição Federal de
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1988, de forma que possam, por meio do processo, ser


concretizados, contemplando os princípios como norteadores
da atuação do julgador, mesmo que não estejam positivados no
ordenamento jurídico.

1.1 - Visto isso, o CPC/2015 trouxe um arcabouço


principiológico em seu bojo, inserindo, expressamente,
princípios informadores do Direito Processual Civil que, de
modo geral, já eram aplicados, observando-se, para tanto, o
modelo constitucional do processo, com o objetivo de se
concretizar os direitos substanciais dos indivíduos e de se obter
equilíbrio na convivência em sociedade.

1.2 - Visando à concretização dos fins a que se propôs, o


CPC/2015, em seus arts. 1º a 12, dispôs sobre as Normas
Fundamentais do Processo Civil, relacionadas aos direitos e
garantias constitucionalmente previstos, não deixando de
contemplar, no seu corpo, outros, de viés puramente
processual, que buscam a implementação dos primeiros. Cabe
mencionar, ainda, que existem princípios processuais
consagrados pela doutrina e jurisprudência que não foram
expressamente insertos no CPC/2015, mas que, nem por isso,
deixam de ser observados.

2 - Pelo princípio da cooperação depreende-se que o processo


é produto de uma atividade cooperativa triangular, composta
pelo juiz e pelas partes, que exige uma postura ativa, de boa fé
e isonômica de todos os atores processuais, e, especificamente
do juiz, a atuação como agente colaborador do processo, e não
mero fiscal de regras, visando à tutela jurisdicional específica,
célere e adequada. Traduz-se, portanto, em um diálogo entre
partes e juiz, que encontra, porém, limites na natureza da
atuação de cada um dos atores processuais.

2.1 - Apesar da vasta gama de princípios constitucionais e


infraconstitucionais, expressos ou implícitos, não pode o
julgador, ao seu alvedrio, aplicá-los livremente e sem qualquer
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limite, sob o fundamento de entrega da prestação jurisdicional


pleiteada.

2.1.2 - Embora o princípio da congruência ou da adstrição não


esteja expresso na parte principiológica do CPC/2015, restou
mantida a redação do art. 128 do CPC/1973 no art.141 do novo
Codex, segundo o qual "o juiz decidirá o mérito nos limites
propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de
questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da
parte", sendo, portanto, proibido ao magistrado decidir aquém
(citra petita), além (extra petita) ou de forma estranha (ultra
petita) dos(aos) limites em que a lide foi proposta.

3 - In casu, sustentou o autor/apelante o princípio da


cooperação, decorrente da boa fé e da lealdade, como prisma
para que o magistrado participe diretamente na formação e
produção do direito, mediante a aplicação e integração de seus
valores e escolhas, bem como o princípio da eficiência, a fim de
reforçar o papel do juiz-gestor, visando à ampliação do alcance
do pedido inserto na petição inicial e, consequentemente, à
reforma da sentença.

3.1 - No entanto, observou-se que o pedido do autor/apelante


se restringiu ao bloqueio e liberação do valor de R$ 2.279,32
depositado na conta bancária da servidora falecida, tendo em
vista o crédito indevido por ele realizado, e que, dos
fundamentos esposados na petição inicial, não existe qualquer
menção à intenção do apelante de que respectivo espólio fosse
condenado à devolução, em dobro, do valor indevidamente
creditado.

3.2 - Considerando que o julgador não pode decidir além dos


limites propostos pelo autor/apelante e que os fundamentos e
pedido se limitaram ao levantamento da quantia indevidamente
creditada em conta bancária da servidora falecida, sem
contemplar eventual cobrança do espólio, a manutenção da
sentença é medida que se impõe.
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4 - Em que pese a evocação do princípio da eficiência,


consubstanciado na administração do processo com
excelência, de forma a conceber uma tutela efetiva, célere,
adequada, com o menor tempo possível e com o mínimo de
dispêndio ao jurisdicionado, não se vislumbra sua violação, pois
devidamente observados todos os requisitos retro mencionados
e prestada a tutela jurisdicional tal como requerida.

5 - A sucumbência recíproca resta configurada quando autor e


réu decaem em parte de seus pedidos, sendo
proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas (art. 86
do CPC/2015).

5.1 - É firme na jurisprudência que para a fixação dos ônus de


sucumbência deve-se levar em consideração o quantitativo de
pedidos isoladamente considerados que foram deferidos, em
contraposição aos indeferidos, considerando, também, a
proporção da perda em relação a eles.

5.2 - Na espécie, tendo em vista que o pedido autoral


contemplou o bloqueio e liberação do valor de R$ 2.279,32
depositado na conta bancária da servidora falecida, que
autor/apelante sucumbiu em relação ao segundo réu/apelado e
que teve seu pedido de liberação julgado procedente em
relação ao primeiro réu/apelado apenas em relação à quantia
de R$ 39,41, constata-se que a parte recorrida sucumbiu em
parte mínima do pedido, aplicando-se, portanto o disposto no
art. 86, parágrafo único, do CPC/2015.

6 - O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados


anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado
em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos
§§ 2º a 6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da
fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor,
ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º
(20%) e 3º para a fase de conhecimento (§ 11, do art. 85, do
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CPC/2015).

7 - Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

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ACÓRDÃO

Acordam os Senhores Desembargadores da 1ª TURMA CÍVEL do


Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, ALFEU MACHADO - Relator,
HECTOR VALVERDE - 1º Vogal, TEÓFILO CAETANO - 2º Vogal, sob a
presidência do Senhor Desembargador TEÓFILO CAETANO, em proferir a
seguinte decisão: CONHECER, REJEITAR A(S) PRELIMINAR(ES) E, NO
MÉRITO, NEGAR PROVIMENTO, UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento e
notas taquigráficas.
Brasilia(DF), 19 de Abril de 2017.

Documento Assinado Eletronicamente


ALFEU MACHADO
Relator

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RELATÓRIO

O relatório é, em parte, o confeccionado por ocasião da r. sentença


de fls. 96/98, que transcrevo a seguir, in verbis:

Sentença
I. BREVE RELATÓRIO
Trata-se de Ação de Conhecimento, com requerimento de
tutela antecipada, ajuizada pelo DISTRITO FEDERAL contra
BANCO DE BRASÍLIA - BRB e ESPÓLIO DE ÁUREA
OLIVEIRA CALDAS. Alega o DISTRITO FEDERAL que a Sra.
Áurea Oliveira Caldas faleceu em 20/02/2014, mas que não foi
lhe comunicado o óbito, o que culminou no depósito indevido
dos valores referentes à aposentadoria na conta bancária junto
ao Banco de Brasília, como se viva fosse, no total de R$
2.279,32 (dois mil duzentos e setenta e nove reais e trinta e
dois centavos). Discorre que oficiou ao Banco de Brasília S.A.
buscando reaver aquela quantia, tendo obtido a resposta de
que a devolução só seria possível mediante autorização
judicial. Requer, liminarmente, que seja realizado o bloqueio do
valor por si depositado na conta da falecida, a fim de obstar o
seu levantamento e assegurar a restituição. Pede, ao final, que
seja confirmada a liminar, para condenar o Banco de Brasília à
liberação dos valores depositados na conta do de cujus, no
valor de R$2.279,32 (dois mil duzentos e setenta e nove reais e
trinta e dois centavos).
A petição inicial foi instruída com os documentos de fls. 8-54.
Na decisão de fl. 57, foi deferido o requerimento de tutela
antecipada, para determinar o bloqueio da quantia equivalente
a R$2.279,32 (dois mil duzentos e setenta e nove reais e trinta
e dois centavos) na conta bancária da falecida Áurea Oliveira
Caldas.
Citado, o requerido Banco de Brasília S.A. apresentou
contestação e documentos às fls. 76-88. Em preliminar,

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sustentou que é parte ilegítima para figurar no polo passivo da


ação, alegando, em síntese, que o valor depositado de forma
equivocada entrou na conta corrente da falecida Áurea Oliveira
Caldas, mas, em momento algum, entrou no patrimônio do
Banco réu. O Banco réu, ainda em sede preliminar, alega a
perda do objeto, na medida em que, após o deferimento da
medida liminar, somente foi bloqueada na conta corrente da
falecida a quantia equivalente de R$39,41. No mérito, afirmou,
em síntese, que houve culpa exclusiva do autor ao efetuar
pagamento em conta corrente de pessoa que já havia falecido.
Ao final, requereu o acolhimento das preliminares, ou, caso
apreciado o mérito, a improcedência dos pedidos.
Apesar de citada (fl. 75), o Espólio de Áurea Oliveira Caldas
não apresentou contestação (certidão de fl. 90).
Na decisão de fl. 93, foi decretada a revelia do requerido
Espólio de Áurea Oliveira Caldas, bem como determinado o
julgamento antecipado da lide.
Vieram os autos conclusos para sentença.

O d. Juízo de primeiro grau julgou extinto o processo sem resolução


de mérito em relação ao BRB – BANCO DE BRASÍLIA S/A em razão de sua
ilegitimidade passiva e julgou parcialmente procedentes os pedidos deduzidos na
petição inicial para determinar a liberação, ao DISTRITO FEDERAL, dos valores
bloqueados judicialmente na conta bancária da servidora falecida Áurea Oliveira
Caldas (equivalente a R$39,41).
Diante da sucumbência mínima da parte ré, d. Juízo a quo condenou
o Distrito Federal ao pagamento das custas processuais, bem como de honorários
advocatícios ao patrono do Banco de Brasília S.A., fixados estes em R$300,00
(trezentos reais), nos termos do artigo 85, § 8º, do CPC.
Inconformado, o DISTRITO FEDERAL interpõe a presente apelação
evocando o princípio da cooperação, decorrente da boa fé e lealdade, afirmando que
o magistrado deve participar diretamente na formação e produção do direito,
mediante a aplicação e integração de seus valores e escolhas, além de ressaltar o
princípio da eficiência, que reforça o papel do juiz-gestor, pois “ao sentenciar de

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maneira a afastar a necessidade de repetição de indébito, porque do pedido final


não consta esta menção expressa à que o espólio da servidora devolva o que
indevidamente se apropriou, o magistrado a quo beneficia a parte ré que age co
torpeza, além de se ater à forma mais do que à finalidade, em total descompasso
com os novos mandamentos que devem inspirar a atuação jurisdicional”.
Insurge-se, também, o DISTRITO FEDERAL em face da
condenação ao pagamento dos ônus sucumbenciais, tendo em vista que o valor
encontrado na conta bancária da servidora falecida é irrisório.
Ao final, requer o conhecimento e provimento do presente apelo a
fim de que a r. sentença seja reformada no sentido de condenar o ESPÓLIO DE
ÁUREA OLIVEIRA CALDAS à repetição do valor indevidamente levantado da conta
bancária junto ao BRB, condenando-o, ainda, ao pagamento dos encargos de
sucumbência.
Apesar de regularmente intimados os agravados, apenas o BRB
apresentou contrarrazões (fls. 112/127), nas quais assevera ser parte ilegítima da
demanda, uma vez que é mero depositário de valores creditados nas respectivas
contas correntes de seus clientes, não podendo deles dispor sem seu consentimento
(ou de seus representantes legais) ou autorização judicial, além de ressaltar que o
numerário ora perseguido não entrou em seu patrimônio; que houve perda do objeto,
tendo em vista que embora requerido o bloqueio e liberação da quantia de R$
2.279,32, na conta bancária da Sra. Áurea Oliveira Caldas apenas foi encontrado o
valor de R$ 39,41; que o DISTRITO FEDERAL não tomou os devidos cuidados ao
efetuar os pagamentos de seus servidores, depositando valor em conta bancária de
servidora que já havia falecido, não se verificando, portanto, motivo para repetição
de indébito.
Por fim, pleiteia a manutenção do r. decisum.
Comprovante do depósito judicial vinculado ao presente feito
realizado pelo BRB, no valor de R$ 39,41 às fls. 12/133, do qual tomou ciência o
DISTRITO FEDERAL (fl. 138).
É o relatório.

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VOTOS

O Senhor Desembargador ALFEU MACHADO - Relator


De início, registre-se que, segundo o Enunciado Administrativo n. 2
do STJ, aos recursos interpostos com fundamento no CPC/1973 (relativos a
decisões publicadas até 17 de março de 2016), devem ser exigidos os requisitos de
admissibilidade na forma nele prevista, com as interpretações dadas, até então,
pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.
O Enunciado n. 3 do STJ, por sua vez, estabelece que "aos recursos
interpostos com fundamento no CPC/2015 (relativos a decisões publicadas a partir
de 18 de março de 2016) serão exigidos os requisitos de admissibilidade recursal na
forma do novo CPC".
Em complementação, o Enunciado Administrativo n. 4 do STJ dispõe
que:

Nos feitos de competência civil originária e recursal do STJ, os


atos processuais que vierem a ser praticados por julgadores,
partes, Ministério Público, procuradores, serventuários e
auxiliares da Justiça a partir de 18 de março de 2016, deverão
observar os novos procedimentos trazidos pelo CPC/2015, sem
prejuízo do disposto em legislação processual especial.

Vale mencionar, ainda, que, consoante Enunciado nº 54 do Tribunal


de Justiça do Estado de Minas Gerais "a legislação processual que rege os recursos
é aquela da data da publicação da decisão judicial, assim considerada sua
publicação em cartório, secretaria ou inserção nos autos eletrônicos"
Assim, no particular, considerando que a r. sentença de fls. 96/98 foi
publicada em 10/05/2016 (fl. 99) e que o recurso data de 22/06/2016 (fl. 101), deve o
inconformismo ser dirimido à luz do CPC/2015, conforme preconiza o princípio
tempus regit actum.
Dessa forma, conheço do recurso, porquanto presentes os
pressupostos intrínsecos e extrínsecos de sua admissibilidade.

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Trata-se de apelação interposta pelo DISTRITO FEDERAL em face


da r. sentença de fls. 96/98, prolatada pelo d. Juízo da Sexta Vara da Fazenda
Pública, que, nos autos da ação de repetição de indébito movida pela parte
retromencionada em desfavor de BRB - BANCO DE BRASÍLIA S/A e ESPÓLIO DE
ÁUREA OLIVEIRA CALDAS, julgou extinto o processo sem resolução de mérito em
relação ao BRB - BANCO DE BRASÍLIA S/A em razão de sua ilegitimidade passiva
e julgou parcialmente procedentes os pedidos deduzidos na petição inicial para
determinar a liberação, ao DISTRITO FEDERAL, dos valores bloqueados
judicialmente na conta bancária da servidora falecida Áurea Oliveira Caldas
(equivalente a R$39,41), condenando o DISTRITO FEDERAL, em face da
sucumbência mínima da parte ré, ao pagamento das custas processuais e
honorários sucumbenciais de R$ 300,00 ao patrono do BRB.
Considerando que os argumentos evocados nas contrarrazões
apresentadas pelo BRB não rebatem, especificamente, os fundamentos trazidos
pelo DISTRITO FEDERAL a fim de reforma da r. sentença ora combatida, passo a
analisar o mérito da apelação.
I - Dos princípios insertos no CPC/2015
Aventou o apelante o princípio da cooperação, decorrente da boa fé
e da lealdade, como prismas para que o magistrado participe diretamente na
formação e produção do direito, mediante a aplicação e integração de seus valores e
escolhas, bem como o princípio da eficiência, a fim de reforçar o papel do juiz-
gestor, visando à reforma da r. sentença para que o ESPÓLIO DE ÁUREA
OLIVEIRA CALDAS seja condenado à devolução, em dobro, do valor indevidamente
creditado da conta bancária junto ao BRB.
Não obstante o disposto, a tese retromencionada não merece
amparo.
Conforme cediço, o CPC/2015 abraçou a idéia, que há tempos tem
sido difundida, fruto dos movimentos neoconstitucionalista e neoprocessualista, de
que as normas que regem o Direito Processual Civil devem consagrar a aplicação
dos direitos e garantias fundamentais insertos na Constituição Federal de 1988, de
forma que possam, por meio do processo, ser concretizados, contemplando os
princípios como norteadores da atuação do julgador, mesmo que não estejam
positivados no ordenamento jurídico.
Visto isso, o CPC/2015 trouxe um arcabouço principiológico em seu
bojo, inserindo, expressamente, princípios informadores do Direito Processual Civil
que, de modo geral, já eram aplicados, observando-se, para tanto, o modelo
constitucional do processo, com o objetivo de se concretizar os direitos substanciais

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dos indivíduos e de se obter equilíbrio na convivência em sociedade.


Nesse sentido, leciona Elpídio Donizetti:

"A atual dogmática processual vive um período de adaptação


das leis infraconstitucionais aos princípios elencados na
Constituição Federal. A interpretação legislativa harmoniza-se
com o Texto Maior, prestigiando os direitos fundamentais em
detrimento da análise fria do texto normativo.
Pode-se, então, silogisticamente, perceber que os direitos
fundamentais processuais têm a função de efetivar os direitos
fundamentais já consagrados no texto constitucional.
Nesse contexto, embora contemple direitos do jurisdicionado
(cidadão enquanto sujeito processual), a nova sistemática
principiológica do Código de Processo Civil deve ser vista como
indispensável garantia de concretização dos direitos
substanciais do indivíduo (cidadão enquanto parte na
sociedade), de forma isolada (direitos individuais) ou coletiva
(direitos transindividuais), sendo esse o único modo de se obter
a convivência social harmônica." (DONIZETTI, 2016, p. 34)

Assim, visando à concretização dos fins a que se propôs, o


CPC/2015, em seus arts. 1º a 12, dispôs sobre as Normas Fundamentais do
Processo Civil, relacionadas aos direitos e garantias constitucionalmente previstos,
não deixando de contemplar, no seu corpo, outros, de viés puramente processual,
que buscam à implementação dos primeiros.
Repise-se, ainda, que existem princípios processuais consagrados
pela doutrina e jurisprudência que não foram expressamente insertos no CPC/2015,
mas que, nem por isso, deixam de ser observados.
Volvendo ao caso vertente, evocou o apelante os princípios da
cooperação e da efetividade.
Pelo princípio da cooperação depreende-se que o processo é
produto de uma atividade cooperativa triangular, composta pelo juiz e pelas partes,
que exige uma postura ativa, de boa fé e isonômica de todos os atores processuais,
e, especificamente do juiz, a atuação como agente colaborador do processo, e não

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mero fiscal de regras, visando à tutela jurisdicional específica, célere e adequada.


Traduz-se, portanto, em um diálogo entre partes e juiz, que
encontra, porém, limites na natureza da atuação de cada um dos atores processuais.
Nessa senda, Elpídio Donizette assevera que:

"O juiz atua com a marca da equidistância e da


imparcialidade, a qual não pode ser comprometida por
qualquer promiscuidade com as partes. Por outro lado, o
dever do advogado é a defesa do seu constituinte. A rigor, não
tem ele compromisso com a realização da justiça. Ele deverá
empregar toda a técnica para que as postulações do seu
cliente sejam aceitas pelo julgador. Essa é a baliza que deve
conduzir o seu agir cooperativo. Em sendo assim, meu caro
leitor, retire da cabeça aquela imagem - falsamente
assimilada por alguns com o advento do novo CPC - de
juiz, autor e réu andando de mãos dadas pelas ruas e o
advogado solicitando orientação ao juiz para redigir peças
processuais. Não obstante a apregoada cooperação, no
fundo, será cada um por si, o que não impede que a
lealdade e a boa-fé imperem nas relações processuais.
À guisa de balizas para a atividade processual cooperativa,
a doutrina estabeleceu alguns deveres, que são
recíprocos, mas, até para que sirva de exemplo, devem ser
efetivamente implementados pelo juiz na prática forense:
a) dever de esclarecimento: consiste na obrigação do juiz
de esclarecer às partes eventuais dúvidas sobre as suas
alegações, pedidos ou posições em juízo;
b) dever de consulta: representa a obrigação de o juiz ouvir
previamente as partes sobre questões de fato ou de direito
que possam influenciar o julgamento da causa. Ele está,
portanto, ligado ao princípio do contraditório, no qual se
insere a possibilidade de as partes influenciarem no
convencimento do magistrado;
c) dever de prevenção: cabe ao magistrado apontar as
deficiências postulatórias das partes, para que possam ser

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supridas por meio, por exemplo, de emenda à petição


inicial;
d) dever de auxílio: obrigação do juiz de auxiliar a parte a
superar eventual dificuldade que lhe tolha o exercício de
seus ônus ou deveres processuais; não cabe ao juiz,
obviamente, suprir deficiência técnica da parte;
e) dever de correção e urbanidade: deve o magistrado
adotar conduta adequada, ética e respeitosa em sua
atividade judicante."(DONIZETTI, 2016, p. 43) - g.n.

Conclui-se, portanto, que, apesar da vasta gama de princípios


constitucionais e infraconstitucionais, expressos ou implícitos, não pode o julgador,
ao seu alvedrio, aplicá-los livremente e sem qualquer limite, sob o fundamento de
entrega da prestação jurisdicional pleiteada.
Nesse contexto, importante trazer à baila o princípio da congruência
ou da adstrição, que decorre do princípio do contraditório, segundo o qual o
magistrado deve decidir a lide nos limites em que foi proposta.
Vale asseverar que embora não esteja ele expresso na parte
principiológica do CPC/2015, restou mantida a redação do art. 128 do CPC/1973 no
art.141 do novo Codex, segundo o qual "o juiz decidirá o mérito nos limites
propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a
cujo respeito a lei exige iniciativa da parte", sendo, portanto, proibido ao magistrado
decidir aquém (citra petita), além (extra petita) ou de forma estranha (ultra petita)
dos(aos) limites em que a lide foi proposta.
Por consectário, in casu, observando-se que o pedido do apelante
se restringiu ao bloqueio e liberação do valor de R$ 2.279,32 depositado na conta
bancária da servidora falecida, tendo em vista o crédito indevido por ele realizado, e
que dos fundamentos esposados na petição inicial não existe qualquer menção à
intenção do apelante de que o ESPÓLIO DE ÁUREA OLIVEIRA CALDAS seja
condenado à devolução, em dobro, do valor indevidamente creditado, escorreita a r.
sentença ora combatida.
Reitero que os fundamentos e pedido se limitaram ao levantamento
da quantia indevidamente creditada em conta bancária da servidora falecida junto ao
banco BRB, sem contemplar eventual cobrança do espólio apelado.
A fim de corroborar tal entendimento, transcrevo trecho da petição

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inicial em que se fundamenta a intenção e o pedido do apelante (fl. 3):

"Conforme anteriormente destacado, o Distrito Federal


depositou indevidamente a quantia de R$ 2.279,32 (cinco mil,
duzentos e setenta e nove reais e trinta e dois centavos) na
conta corrente que pertencia à servidora aposentada ÁUREA
OLIVEIRA CALDAS, matrícula n.º 00462063.
Desse modo, a presente ação visa a receber prestação
jurisdicional que obrigue o ressarcimento ao erário dos valores
indevidamente depositados na conta do BRB.
Tal medida é necessária, porquanto sem ordem judicial, o
Banco de Brasília S/A não permite o bloqueio, nem
levantamento de valores depositados indevidamente na
conta..." - g.n.

Logo, não podendo o julgador decidir além dos limites propostos


pelo autor/apelante, não há que se falar em reforma do r. decisum.
Repise-se, ainda, que, em que pese a evocação do princípio da
eficiência, pelo apelante, consubstanciado na administração do processo com
excelência, de forma a conceber uma tutela efetiva, célere, adequada, com o menor
tempo possível e com o mínimo de dispêndio ao jurisdicionado, não se vislumbra
qualquer violação ao princípio em menção, tendo em vista que devidamente
observados todos os requisitos acima mencionados e que prestada a tutela
jurisdicional tal como requerida.
Apenas por amor ao debate, acrescento, também, que o novel
Codex trouxe em seu art. 338 a possibilidade de o autor alterar a petição inicial na
hipótese de alegação, do réu, de ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo
prejuízo invocado, para fins de sua substituição, e, na espécie, apesar de
regularmente intimado para que se manifestasse a respeito da contestação, o autor,
ora apelante, manteve-se inerte (fls. 90 e 92).
II - DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA
Sob o fundamento de que houve sucumbência mínima da parte ré, o
d. Juízo de primeiro grau condenou o apelante o pagamento das custas processuais
e de honorários de sucumbência ao patrono do BRB - BANCO DE BRASÍLIA S/A,

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estes arbitrados em R$ 300,00, nos termos do art. 85, §8º, do CPC/2015.


Insurgiu-se o apelante em face da sua condenação ao pagamento
dos ônus sucumbenciais, sob a alegação de que o valor encontrado na conta
bancária da servidora falecida é irrisório.
Quanto à matéria, imperioso registrar que a sucumbência recíproca
resta configurada quando autor e réu decaem em parte de seus pedidos, sendo
proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas (art. 86 do CPC/2015).
Visto isso, vale trazer aos autos que é firme na jurisprudência que
para a fixação dos ônus de sucumbência deve-se levar em consideração o
quantitativo de pedidos isoladamente considerados que foram deferidos, em
contraposição aos indeferidos, considerando, também, a proporção da perda em
relação a eles.
Nesse sentido, segue posicionamento do C. STJ:

CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM


AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RECURSO
MANEJADO SOB A ÉGIDE DO CPC/73. AÇÃO
INDENIZATÓRIA. COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. LOJA
NÃO ENTREGUE. DANOS EMERGENTES. PROCEDÊNCIA.
OMISSÃO E FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO
INEXISTENTES. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DOS
ARTS. 186, 393 E 927, TODOS DO CÓDIGO CIVIL.
DEVER DE INDENIZAR RECONHECIDO PELAS
INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. REDISTRIBUIÇÃO DA
VERBA HONORÁRIA. INVIABILIDADE. PEDIDOS DOS
AUTORES PLENAMENTE ACOLHIDOS. REFORMA DO
JULGADO. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº
7 DO STJ.
...
4. Não há falar em sucumbência recíproca quando os
pedidos deduzidos na inicial são totalmente acolhidos
na sentença, sendo referida decisão mantida em apelação.
5. A revisão do montante fixado a título de honorários
advocatícios e da existência de sucumbência recíproca ou
mínima exigiria nova análise de aspectos fáticos da causa,

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providência vedada em recurso especial, a teor da Súmula nº 7


desta Corte.
6. Agravo regimental não provido.
(AgRg no AREsp 712.815/RJ, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO,
TERCEIRA TURMA, julgado em 23/06/2016, DJe 01/07/2016)

PROCESSUAL CIVIL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.


PROPORCIONALIDADE. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA.
PARÂMETRO. NÚMERO DE PEDIDOS DEFERIDOS.
MATÉRIA DECIDIDA PELA 1ª SEÇÃO, NO RESP
1.112.747/DF, DJE de 03/08/2009, JULGADO SOB O
REGIME DO ART. 543-C DO CPC. ESPECIAL EFICÁCIA
VINCULATIVA DESSE PRECEDENTE (CPC, ART. 543-C, §
7º), QUE IMPÕE SUA ADOÇÃO EM CASOS
ANÁLOGOS.AGRAVOREGIMENTAL IMPROVIDO. (AgRg no
REsp 1003283/SC, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 02/02/2012, DJe 10/02/2012)

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORREÇÃO


DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFERENÇAS
DE EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. SUCUMBÊNCIA
RECÍPROCA. CRITÉRIO DE APURAÇÃO. TEMA JÁ
JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA
RESOLUÇÃO N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS
RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROVÉRSIA.
AFASTAMENTO DA PROPORÇÃO DA SUCUMBÊNCIA.
REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. SÚMULA N.
7 DO STJ. RECURSOS ESPECIAIS NÃO PROVIDOS.
1. Amatéria sobre fixação de sucumbência recíproca, em
processos referentes à correção monetária das contas
vinculadas ao FGTS, em razão das diferenças de expurgos
inflacionários, foi decidida pela Primeira Seção deste Superior
Tribunal, no REsp n. 1.112.747 - DF, de relatoria do Exma. Min.
Denise Arruda, submetido ao regime do art. 543-C do CPC e
da Resolução n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos
representativos da controvérsia, publicados no DJe de
3.8.2009, desta forma ementado: PROCESSUAL CIVIL.

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RECURSO ESPECIAL SUBMETIDO À SISTEMÁTICA


PREVISTA NO ART. 543-C DO CPC. FGTS. CORREÇÃO
MONETÁRIA. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. CRITÉRIO DE
APURAÇÃO. 1. A orientação das Turmas que integram a
Primeira Seção desta Corte firmou-se no sentido de que, para
efeito de apuração de sucumbência, em demanda que tem
por objeto a atualização monetária de valores depositados
em contas vinculadas do FGTS, "deve-se levar em conta o
quantitativo de pedidos (isoladamente considerados) que
foram deferidos em contraposição aos indeferidos, sendo
irrelevante o somatório dos índices" (REsp 725.497/SC, 2ª
Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 6.6.2005). No mesmo
sentido: REsp 1.073.780/DF, 1ª Turma, Rel. Min. Teori
Albino Zavascki, DJe de 13.10.2008; AgRg no REsp
1.035.240/MG, 1ª Turma, Rel. Min. José Delgado, DJe de
5.6.2008; REsp 844.170/DF, 2ª Turma, Rel. Min. João Otávio
de Noronha, DJ de 6.2.2007. 2. Recurso especial provido.
Acórdão sujeito à sistemática prevista no art. 543-C do CPC,
c/c a Resolução 8/2008 - Presidência/STJ.
2. Portanto, para consideração de sucumbência recíproca,
deve-se levar em conta a quantidade de pedidos deferidos
e não o somatório dos índices.
3. Apretensão de estabelecer critério distinto de rateio de
ônus de sucumbência, com a reformulação de sua
distribuição, exige análise sobre o quanto representa a
vitória parcial de cada parte na lide (in casu, quantos
pedidos foram deferidos), tarefa que implica o reexame de
matéria fática, vedada pela Súmula 7 desta Corte.
4. Recursos especiais não providos.
(REsp 1160646/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 09/08/2011, DJe
17/08/2011)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO


DE INSTRUMENTO. FGTS. CORREÇÃO MONETÁRIA.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SUCUMBÊNCIA
RECÍPROCA. ART. 21 DO CPC. DECISÃO AGRAVADA

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MANTIDA.
1. Agravo regimental em face de decisão que negou
provimento a agravo, primeiro, por considerar
consentâneo com a disciplina do art. 21 do CPC o cálculo
da sucumbência de cada parte com base na quantidade de
pedidos formulados e deferidos; segundo, por não ter sido
o dissídio pretoriano demonstrado nos moldes exigidos
pela Lei e pelo RISTJ.
2. O fato de o somatório dos índices deferidos pelo título
executivo corresponder a setenta e cinco por cento do
total pleiteado na exordial não implica dizer que os autores
sagraram-se vencedores na maior parte da demanda. Se,
dos quatro índices para correção do saldo das contas
vinculadas do FGTS, só se obteve êxito em dois, não se
pode negar que a parte autora decaiu em cinqüenta por
cento da pretensão, razão por que os respectivos
honorários advocatícios devem ser compensados.
3. Conferir: REsp n° 725.497/SC, Rel.ª Min.ª Eliana Calmon, 2ª
Turma, DJ de 06/06/2005; AgRg no REsp n° 363.349/MG, Rel.
Min. Franciulli Netto, 2ª Turma, DJ de 09/06/2003.
4. Agravo regimental não-provido.
(AgRg no Ag 828.796/DF, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 10/04/2007, DJ 14/05/2007, p.
258)

No mesmo sentido, segue o entendimento desta E. Corte de Justiça:

DIREITO INTERTEMPORAL. RECURSO. REQUISITOS.


MARCO. PUBLICAÇÃO DA DECISÃO RECORRIDA.
ANTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI 13.105/15. REGÊNCIA PELO
CPC/73. CONSUMIDOR. CONTRATO. PROMESSA DE
COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. INCORPORAÇÃO
IMOBILIÁRIA. DISTRATO. DESERÇÃO. COMISSÃO DE

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CORRETAGEM. ANUÊNCIA EXPRESSA. VALIDADE.


DEVOLUÇÃO. NÃO CABIMENTO. TAXA DE CONTRATO.
DEVOLUÇÃO EM DOBRO. AUSÊNCIA DE MÁ-FÉ.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SUCUMBÊNCIA MÍNIMA.
RETENÇÃO VALORES.
...
10. Adistribuição dos ônus de sucumbência deve ser
ajustada com a apreciação do número de pedidos
formulados e da proporcionalidade do decaimento das
partes em relação a esses pleitos.
11. Recurso da 3ª ré não conhecido. Recurso dos autores
conhecido e desprovido. Recurso da 1ª e 2ª rés conhecido e
desprovido.
(Acórdão n.975701, 20140710259524APC, Relator: MARIA DE
LOURDES ABREU 3ª TURMA CÍVEL, Data de Julgamento:
19/10/2016, Publicado no DJE: 03/11/2016. Pág.: 315/332)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO.


ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA FECHADA.
CONTRATO COM PARTICIPANTE. APLICAÇÃO DO CÓDIGO
DO CONSUMIDOR. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS.
CONTRATO ANTERIOR À MP 1.963-17/2000.ILEGALIDADE.
SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. PROPORCIONALIDADE COM
QUANTIDADE DE PEDIDOS. COMPENSAÇÃO DE
HONORÁRIOS. POSSIBILIDADE. CORREÇÃO MONETÁRIA
PELA TR. SALDO DEVEDOR NÃO AMORTIZADO.
POSSIBILIDADE. APRESENTAÇÃO DOS CÁLCULOS PELO
AUTOR. SENTENÇA PARCIALMENTE PROCEDENTE.
NECESSIDADE DE APURAÇÃO DO VALOR ADEQUADO
POR LIQUIDAÇÃO. SALDO DEVEDOR RESIDUAL.
PREVISÃO CONTRATUAL. RESPONSABILIDADE DO
MUTUÁRIO. REANÁLISE DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE.
1. Aaplicação das normas de proteção ao consumidor abrange
as entidades de previdência privada, abertas ou fechadas,
segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça.
2. Nos contratos celebrados antes de 31.3.2000, data da MP

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1.963-17/2000, é ilegal a cobrança de juros capitalizados.


3. Asucumbência, quando recíproca, deve ser distribuída
na proporção dos pedidos da demanda.
4. Acompensação dos honorários, pode ser facultada na
sentença, com fundamento legal no artigo 21 do Código de
Processo Civil, reforçado pelo enunciado da súmula 306 do
STJ.
...
11. Recursos conhecidos e improvidos.
(Acórdão n.912355, 20080111089062APC, Relator: ANA
CANTARINO, Revisor: FLAVIO ROSTIROLA, 3ª Turma Cível,
Data de Julgamento: 16/12/2015, Publicado no DJE:
28/01/2016. Pág.: 92)

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. REPARAÇÃO CIVIL.


SEGURO VEICULAR. INTERPRETAÇÃO. MANIFESTAÇÃO
REAL DE VONTADE. ERRO GROSSEIRO. FALHA NA
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. RESPONSABILIDADE. DANO
MORAL. INEXISTÊNCIA. MERO ABORRECIMENTO.
SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. QUANTIDADE DE PEDIDOS.
SENTENÇA MANTIDA.
1. Em casos de manifestações de vontade apostas em
negócios jurídicos, a interpretação deve ser de forma a
prevalecer a real intenção das partes em detrimento dos termos
constantes em contratos.
2. Evidenciado que o seguro veicular foi contratado
especificamente para acobertar condutora principal menor de
25 anos, não pode prevalecer a cláusula que, por erro
grosseiro na data de nascimento, não se alinha com a real
vontade externada pela parte.
3. Se tanto a corretora quanto as seguradoras rés não atuaram
com a cautela e diligência esperadas na conferência de dados
documentais das partes, expedindo, ainda assim, apólice
securitária com inconsistência de dados, resta configurada
grave e grosseira falha na prestação do serviço.
4. Ocorrido sinistro envolvendo o veículo e a condutora
principal expressamente indicados na apólice, não se mostra

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razoável a recusa securitária com base em cláusulas que não


refletem a real situação e a verdadeira vontade externada pela
parte segurada, devendo as rés responderem, solidariamente,
pelos danos materiais causados.
5. Ainda que a autora tenha sofrido eventuais abalos e
constrangimentos pelo fato de as rés terem inicialmente
autorizado o conserto e, posteriormente, terem cancelado a
autorização e negado indevidamente a cobertura securitária,
após constatar no contrato a ausência de cobertura securitária
para condutores entre 18 a 25 anos, obrigando-a a custear o
conserto dos veículos envolvidos, tal fato, excetuando-se o
prejuízo patrimonial, não gera, por si só, ofensa aos direitos de
sua personalidade a ensejar a caracterização de danos morais,
enquadrando-se, em verdade, como mero dissabor do
cotidiano decorrente de inadimplemento contratual.
6. Apesar da divergência do quantum postulado sob o
título de danos materiais e morais, tal diferença não é
capaz de gerar sucumbência proporcional maior a favor de
uma das partes, visto que deve ser observada, em verdade,
a quantidade de pedidos formulados, assim como sua
procedência, e não seus respectivos valores.
7. Recursos conhecidos e improvidos.
(Acórdão n.892049, 20140610015245APC, Relator: MARIA
IVATÔNIA, 1ª Turma Cível, Data de Julgamento: 26/08/2015,
Publicado no DJE: 11/09/2015. Pág.: 101)

CIVIL. PROCESSO CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO.


CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
ADVOCATÍCIOS. APELAÇÃO. SIMULAÇÃO. ASSINATURA.
TESTEMUNHA FIRMADA EM MOMENTO POSTERIOR.
EXIGÊNCIA DE DUAS TESTEMUNHAS. TÍTULO
EXECUTIVO. ESTATUTO DA ADVOCACIA. QUANTIDADE DE
MESES. EXCESSO DE EXECUÇÃO. LEI DA USURA.
ANULABILIDADE DO TÍTULO. AUSÊNCIA DE ASSINATURA.
RATIFICAÇÃO TÁCITA. DIVERGÊNCIA DO PRAZO
CONTRATADO. REDUÇÃO EQUITATIVA DA CLÁUSULA
PENAL. ART. 413 CC. MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS.

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VALOR DA CAUSA. PEDIDOS SUCESSIVOS. CONDENAÇÃO


EM CUSTAS E HONORÁRIOS. DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA
SUCUMBÊNCIA. RECURSOS CONHECIDOS E
IMPROVIDOS.
...
6 - O Eg. STJ já firmou entendimento, no sentido de que: a
improcedência de pedido principal com o acolhimento de
pedido sucessivo não tem o efeito de procedência integral
da demanda, mas apenas parcial. Na distribuição do ônus
da sucumbência considera-se o número de pedidos
formulados e o número de pedidos julgados ao final da
demanda.
7 - No processo executivo, embargado ou não, os honorários
são fixados consoante apreciação equitativa do juiz, conforme
se infere do art. 20, § 4º, do CPC, não servindo de base o valor
da causa.
8 - Recursos conhecidos e improvidos.
(Acórdão n.624062, 20080110387596APC, Relator: ANA
CANTARINO, Revisor: TEÓFILO CAETANO, 1ª Turma Cível,
Data de Julgamento: 12/09/2012, Publicado no DJE:
11/10/2012. Pág.: 54)

APELAÇÃO CÍVEL. MÚTUO IMOBILIÁRIO. REVISÃO.


CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS.
INCONSTITUCIONALIDADE. RESSARCIMENTO DE CUSTOS
DA COBRANÇA DA DÍVIDA. NULIDADE. ART. 51, XII, DO
CDC. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. FIXAÇÃO. ART. 21, DO
CPC.
1. É vedada a capitalização mensal de juros, ante a ausência
de autorização legal para sua incidência, sobretudo quando já
declarada, incidenter tantum, a inconstitucionalidade do art. 5ª
da MP 2.170-36/2001, pelo Conselho Especial do TJDFT, e o
contrato é anterior à sua vigência.
2. É nula a cláusula que obrigue o consumidor a ressarcir os
custos da cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe
seja conferido contra o credor. Incidência do art. 51, inciso XII,
do CDC.

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3. Asucumbência deve ser fixada na mesma proporção


observada entre a quantidade de pedidos deduzidos na
inicial e a julgada procedente na sentença. Havendo os
autores deduzido quatro pedidos na petição inicial e
logrado provimento em exatamente dois deles, tem-se, nos
termos do art. 21, do CPC, a sucumbência recíproca e
proporcional, tal como consignada na r. sentença, que
deve prevalecer.
4. Negou-se provimento ao apelo da ré.
5. Negou-se provimento ao apelo dos autores.
(Acórdão n.488034, 20100110089801APC, Relator: SÉRGIO
ROCHA, Revisor: CARMELITA BRASIL, 2ª Turma Cível, Data
de Julgamento: 02/03/2011, Publicado no DJE: 17/03/2011.
Pág.: 118)

Na espécie, em que pese o pedido do apelante ao bloqueio e


liberação do valor de R$ 2.279,32 depositado na conta bancária da servidora
falecida junto ao BRB, verifica-se que a preliminar de ilegitimidade passiva em
relação ao banco mencionado foi acolhida e que o pedido autoral foi julgado
procedente em relação ao ESPÓLIO DE ÁUREA OLIVEIRA CALDAS apenas no
tocante à liberação do valor de R$ 39,41 encontrado na referida conta.
Assim, constata-se que o autor sucumbiu em relação ao segundo
réu (BRB) e que teve seu pedido de liberação julgado procedente apenas em
relação à quantia de R$ 39,41.
Logo, rememorando o exposto alhures no sentido de que para a
fixação dos ônus sucumbenciais deve-se levar em consideração o quantitativo de
pedidos isoladamente considerados que foram deferidos, em contraposição aos
indeferidos, considerando-se, também, a proporção da perda em relação a eles,
verifica-se que, de fato, a parte ré/apelada sucumbiu em parte mínima do pedido
(art. 86, parágrafo único, do CPC/2015).
Ademais, importante frisar que a verba honorária visa a remunerar
atuação de advogado e que, nos presentes autos, apenas houve atuação do patrono
do BRB, sendo, portanto, incabível impor ao DISTRITO FEDERAL condenação ao
pagamento de honorários advocatícios a réu revel que não se manifestou em
qualquer momento processual.

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Por consectário, os ônus sucumbenciais devem ser mantidos tal


como dispostos na r. sentença ora combatida.
III -DOS HONORÁRIOS RECURSAIS
Por derradeiro, disciplina o Enunciado Administrativo n. 7 do STJ
que somente nos recursos interpostos contra decisão publicada a partir de 18 de
março de 2016, como é o caso dos autos, será possível o arbitramento de
honorários sucumbenciais recursais, na forma do art. 85, § 11, do novo CPC.
Nessa situação, mais uma vez, convém elucidar que os honorários
serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da
condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,
sobre o valor atualizado da causa, atendidos: o grau de zelo do profissional, o lugar
de prestação do serviço e a natureza e a importância da causa (§ 2º, art. 85, do
Código de Processo Civil de 2015).
O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados
anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal,
observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado ao tribunal,
no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor,
ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º (20%) e 3º para a fase de
conhecimento (§ 11, do art. 85, do CPC/2015), confira-se:

DIREITO DO CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. (...)


HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. EXCESSIVIDADE.
REDUÇÃO. PROVIMENTO PARCIAL. (...). 5. Os honorários
advocatícios, de conformidade com os critérios legalmente
delineados e com o critério de equidade que deve orientar sua
fixação, devem ser mensurados em importe apto a compensar
os trabalhos efetivamente executados pelo patrono da parte
não sucumbente, observado o zelo com que se portara, o local
de execução dos serviços e a natureza e importância da causa,
não podendo ser desvirtuados da sua destinação
teleológica e serem arbitrados em importe desconforme
com os parâmetros fixados pelo legislador (CPC, art. 20, §§
3º e 4º) (NCPC, arts. 84 e 85). 6. Apelação conhecida e
parcialmente provida. Unânime. (Acórdão n. 946554,

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Apelação 20150110485663APC

20150110733152APC, Relator: TEOFILO RODRIGUES


CAETANO NETO, 1ª TURMA CÍVEL, Data de Julgamento:
01/06/2016, Publicado no DJE: 14/06/2016. Pág.: 323-339)
(g.n.)

Neste descortino, conforme prelecionado pela supracitada legislação


processual, levando-se em conta o trabalho adicional nesta fase, na qual o
autor/apelante não logrou êxito quanto à reforma da r. sentença prolatada,
observados os pedidos insertos na exordial, fixo os honorários recursais em R$
200,00 (duzentos reais).
IV - DA CONCLUSÃO
Diante do disposto, NEGO PROVIMENTO à apelação interposta e
mantenho incólume o r. decisum ora vergastado.
Mantenho os ônus sucumbenciais arbitrados pelo d. Juízo de
primeiro grau tal consta da r. sentença.
Condeno o apelante ao pagamento de honorários advocatícios
recursais para o patrono do Banco de Brasília S/A, estes arbitrados em R$ 200,00
(duzentos reais),na forma do art. 85, §§2º, 8º e 11, do CPC/2015.
É como voto.

O Senhor Desembargador HECTOR VALVERDE - Vogal


Com o relator

O Senhor Desembargador TEÓFILO CAETANO - Vogal


Com o relator

DECISÃO

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Apelação 20150110485663APC

CONHECER, REJEITAR A(S) PRELIMINAR(ES) E, NO MÉRITO,


NEGAR PROVIMENTO, UNÂNIME

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