Você está na página 1de 9

Ação popular (art. 5.º , LXXIII e Lei n.

4.717/65)
a Constituição de 1934 foi “o primeiro texto constitucional que lhe deu
guarida”
Elevada ao nível constitucional em1934, retirada da Constituição de 1937,
retornou na de 1946 e permanece até os dias atuais, prevista no art. 5.º, LXXIII,
da CF/88

visa anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado


participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural
constitui importante instrumento da democracia direta e participação
política.
Busca-se a proteção da res publica, ou, utilizando uma nomenclatura mais
atualizada, tem por escopo a proteção dos interesses difusos.
Requisitos

Deve haver lesividade:


ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe (entendam-
se entidades da administração direta, indireta, incluindo portanto as
entidades paraestatais, como as empresas públicas, sociedades de
economia mista..., bem como toda pessoa jurídica subvencionada com
dinheiro público);
à moralidade administrativa;
ao meio ambiente;
ao patrimônio histórico e cultural.
ilegalidade
Legitimidade ativa
qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular
o cidadão
considerado o brasileiro nato ou naturalizado, desde que esteja no pleno
gozo de seus direitos políticos, provada tal situação (e como requisito
essencial da inicial) pelo título de eleitor, ou documento que a ele
corresponda
Assim, excluem-se do polo ativo os estrangeiros, os apátridas, as pessoas
jurídicas (vide Súmula 365 do STF) e mesmo os brasileiros que estiverem com os
seus direitos políticos suspensos ou perdidos (art. 15 da CF/88).
O autor da ação popular é isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência, salvo comprovada má-fé
Obs: aquele entre 16 e 18 anos de idade, que tem título de eleitor, pode
ajuizar a ação popular sem a necessidade de assistência, porém, sempre por
advogado (capacidade postulatória).

Legitimidade passiva
art. 6.º
agente que praticou o ato, a entidade lesada e os beneficiários do ato ou
contrato lesivo ao patrimônio público.
Obs: O Ministério Público,parte pública autônoma, funciona como fiscal da lei
(de modo mais abrangente, o art. 179, caput, do CPC/2015, fala em “fiscal
daordem jurídica”), mas se o autor popular desistir da ação poderá
(entendendo presentes os requisitos) promover o seu prosseguimento (art. 9.º
da lei).
Competência

Regra geral — juízo de primeiro grau

As regras de competência dependerão da origem do ato ou omissão a serem


impugnados
ex: se o patrimônio lesado for da União, competente será a Justiça Federal (vide art.
5.º da lei), e assim por diante.
“a competência para julgar ação popular contra ato de qualquer autoridade, até
mesmo do Presidente da República, é, em regra, do juízo competente de primeiro
grau. Precedentes. Julgado o feito na primeira instância, se ficar configurado o
impedimento de mais da metade dos desembargadores para apreciar o recurso
voluntário ou a remessa obrigatória, ocorrerá a competência do Supremo Tribunal
Federal, com base na letra ‘n’ do inciso I, segunda parte, do artigo 102 da
Constituição Federal” (AO 859-QO, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ de 1.º.08.2003).
Assim, pode ser que, fugindo à regra geral da competência do juízo de
primeiro grau, caracterizese a competência originária d o STFpara o
julgamento da ação popular, como nas hipóteses das alíneas “f”208 e “n”209
do art. 102, I, da CF/88, quais sejam, respectivamente:
- as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito
Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da
administração indireta;
- a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou
indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros
do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente
interessados.
Desde que presentes os requisitos legais (periculum in mora e fumus boni iuris),
é possível a concessão de liminar, podendo a ação popular ser tanto:
preventiva, visando evitar atos lesivos
repressiva, buscando o ressarcimento do dano, a anulação do ato, a
recomposição do patrimônio público lesado, indenização etc.

Você também pode gostar