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Copyright © 2021 Fundação Econo


Copyright © 2021 Fundação Econo
Esse trabalho é licenciado sob uma Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 3.0 Brasil (CC BY-NC-ND 3.0
BR)

Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil
em 2009

Capa
Lays Paulino de Medeiros

Revisão
João Pedro Diniz Paiva
Jorge Alexandre Zato

Confecção
Daniel Simões Monteiro
Isabela Alana Godoi Silva
Manuela Farias Murta Dutra

[2021]
Todos os direitos desta edição reservados à FUNDAÇÃO ECONO
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Esse trabalho é licenciado sob uma Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 3.0 Brasil (CC


BY-NC-ND 3.0 BR)

Guia de Estudos - Câmara dos Deputados - Fundação Econo


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1. CARTA DOS DIRETORES

Queridos(as) delegados(as),
É com imensa felicidade que lhes damos as boas-vindas ao comitê da Câmara dos
Deputados sobre a Emenda Constitucional do Teto de Gastos na III EconoMUN. Estejam
prontos para dias de muitos desafios e aprendizados, não somente econômicos, mas também
de acontecimentos mundiais e atuais que são de extrema relevância, além de terem uma
oportunidade única de estabelecer conexões e amizades com pessoas de todo o Brasil.
Vale ressaltar a importância da leitura deste Guia de Estudos, já que ele será o norte
para o entendimento da problemática nacional tratada neste comitê, além de seu amplo auxílio
para o desenvolvimento dos debates. Entretanto, caros delegados, não limitem suas pesquisas
e perspectivas apenas a este material de estudo, busquem além do abordado neste documento
e expandam suas análises pré-simulação, carregando consigo aprendizados valiosos que
jamais serão esquecidos.
Nós, da mesa diretora, estamos muito animados e contamos com a presença de todos
para que tenhamos discussões enriquecedoras e diversas, em um maravilhoso evento que
abordará temas de alta relevância no cenário econômico mundial e nacional.
Por fim, é de suma importância atentar-se à data de congelamento. Esta Câmara é um
comitê histórico, sendo assim, acontecimentos, dados e informações posteriores ao dia
07/10/2016 serão desconsiderados para o debate, pois irão tratar de eventos e fatos ainda não
ocorridos e presenciados no período da reunião.
Mal podemos esperar para vê-los e gerirmos o vosso debate!

Atenciosamente,
Direção da Câmara dos Deputados, EconoMUN III 2021.

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2. HISTÓRICO E JURISDIÇÃO DO ÓRGÃO


2.1. Nascimento e História do Órgão
A Câmara dos Deputados tem sua história escrita juntamente com a história do Brasil,
contudo, para facilitar o entendimento dos senhores sobre a história deste órgão será feita
neste guia uma comparação ao nascimento de uma criança cristã. A maioria dos pais
planejam ter um filho por anos e a Câmara dos Deputados também foi planejada por um
longo período, quando o Brasil ainda era uma colônia de Portugal. Logo após a
Independência, no dia 7 de Setembro de 1822, do país, o órgão foi consumado.
O Brasil ficou "grávido" da Câmara por mais de 1 ano e, no dia 25 de Março de 1824,
o órgão foi criado, nascendo juntamente com a 1º Constituição Brasileira. No dia 6 de maio
de 1826 ocorreu o batismo da Câmara, em outras palavras, ocorreu a 1º sessão, sua
apresentação ao mundo, sendo neste mesmo momento o Senado Federal e o Congresso
Nacional batizados também. Ademais, vale ressaltar que nesta época o Brasil era governado
por Dom Pedro I.
Um fato interessante é que a estrutura e o sistema da Câmara é mantido até hoje. Além
disso, ocorreram algumas mudanças pequenas, mas que fazem diferença. Isso aconteceu por
conta da evolução do país; modificações a serem consideradas são o número de deputados,
que quando foi criado a Câmara possuía apenas 102, bem como o modo de eleição dos
mesmos.
2.2. Sua Missão
A República Federativa do Brasil é fundamentada na tripartição do poder entre os
âmbitos Executivo, Legislativo e Judiciário. O Poder Executivo é encarregado de atividades
como gerir os recursos da União, implementar as políticas públicas e executar obras, sempre
de acordo com a legislação. Em nível federal, o Poder Legislativo é composto pela Câmara
dos Deputados e pelo Senado Federal, que são responsáveis por criar e alterar leis e fiscalizar
o Poder Executivo. Enquanto isso, o Poder Judiciário é capaz de condenar os infratores da
legislação para que as determinações legais sejam preservadas. Assim, os Três Poderes
coexistem para manter a ordem e a democracia no país.
É interessante analisar que todas as questões financeiras e orçamentárias definidas e
fiscalizadas pelo Congresso Nacional são assistidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU),

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fortalecendo assim a gestão dos recursos da União e o Senado Federal é composto por
senadores que representam os Estados brasileiros. Com isso, a missão da Câmara dos
Deputados – composta por parlamentares democraticamente eleitos em cada Unidade da
Federação – é representar os anseios do povo no que tange à defesa dos interesses dos mais
diversos grupos maioritários e minoritários no país, por meio de determinações legislativas.
Por isso, vocês, senhores Deputados e senhoras Deputadas, ouçam o povo.
2.3. Conduta da Câmara dos Deputados
a) No que tange a eleição de deputados e seus critérios:
Para um cidadão se candidatar ao cargo de deputado(a), o mesmo deve seguir as
seguintes exigências:
1. Ter idade mínima de 21 anos;
2. Não apresentar nenhum antecedente criminal, já que ser um representante popular
servirá como exemplo de justiça;
3. Possuir nacionalidade Brasileira, visto que, nos partidos, os candidatos representam
seus respectivos Estados;
4. Pleno exercício dos direitos políticos no Estado que representará;
5. Filiação partidária, sendo o mesmo reconhecido por obrigatoriedade e registrado
perante a lei;
A eleição ao cargo de Deputado Federal segue a mesma periodicidade das eleições
presidenciais, ocorrendo a cada 4 anos. Entretanto, enquanto o Presidente da República pode
exercer apenas 2 mandatos seguidos, um parlamentar pode assumir consecutivas e irrestritas
Legislaturas, desde que seja eleito democraticamente para tal;
b) Sessões na Câmara dos Deputados:
Atualmente, a legislatura é dividida em quatro Sessões Legislativas Ordinárias (uma
para cada ano do mandato), que se iniciam no dia 2 de Fevereiro e são interrompidas até o
dia 17 de Julho. Após isso, são retomadas no dia 1° de Agosto, para serem encerradas no dia
22 de Dezembro.
As sessões voltadas para a discussão da Proposta de Emenda à Constituição nº 241
(PEC do Teto de Gastos) ocorrerão durante os dias 5, 6 e 7 de Novembro de 2021 -
atentando-se a data de congelamento, dia 7 de Outubro de 2016, que implica que todas as
fontes e informações utilizadas para a escrita de documentos e para os debates deverão ter

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embasamento em fatos ocorridos até essa data. As falas e documentos que conterem
informações posteriores ao referido limite serão desconsiderados.
c) Função e atuação do Presidente:
É dever do presidente da Câmara dos deputados, sendo nesta reunião Rodrigo Maia,
coordenar e supervisionar os trabalhos da casa. Além desses encargos, cabe ao presidente
definir as pautas de votações do plenário. Vale ressaltar que a simulação não será
completamente fiel à realidade da Câmara, sendo assim, o chefe desta Casa não possuirá o
encargo moderador visto que essa função será desempenhada pelas mesas diretoras.
d) Plenário:
Órgão supremo de deliberação da câmara, onde os representantes populares votam e
discutem os projetos, entre eles propostas de emendas constitucionais. É responsável
também pela fiscalização financeira e orçamentária da Câmara dos deputados.
e) Comissões Temáticas:
São comissões compostas por um número limitado de parlamentares que visa debater e
votar e propostas de temas específicos. Existem, no total, 25 comissões permanentes (como a
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) que atuam sobre uma ampla gama de
projetos. Além disso, existem comissões temporárias para tratar de temas específicos e
momentâneos, como a Comissão Especial - PEC 241/16, que foi criada para agregar ao
trâmite da PEC do Teto de Gastos. Após ser aprovada em uma comissão específica, a
proposta é encaminhada para o Plenário.
f) Conselho de Ética e Decoro Parlamentar:
É o Conselho responsável pelos procedimentos disciplinares, tendo como uma de suas
funções atribuir penalizações em casos de violação ao decoro parlamentar. Regidos por um
regulamento próprio, zelam pela disciplina e o cumprimento dos preceitos éticos,
atentando-se a preservação da dignidade.
g) Emenda Constitucional:
As emendas são aparatos jurídicos e legislativos que tem por finalidade, após terem
seu projeto aprovado, alterar artigos e inserir novos tópicos à Constituição Federal Brasileira
de 1988. O mecanismo de emenda promove debates acerca de problemáticas econômicas,
políticas e sociais, visando manter a Carta Magna brasileira atualizada e justa a todos os
setores do tecido social.

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O mesmo está estruturado na Constituição de 1988:


Art. 59 CF/88. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas
V – medidas provisórias;
VI – decretos legislativos
VII – resoluções
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,
alteração e consolidação das leis (Brasil, 1988).
Dentro desta casa, a aprovação de uma proposta de emenda constitucional precisa,
para entrar em vigor, passar por votações no Congresso Nacional, sendo 2 turnos na Câmara
e 2 turnos no Senado, urgindo ⅗ dos votos de parlamentares a favor, com direito a voto
secreto. Além disso, necessita também da aprovação do poder executivo para que seja
sancionada.
h) Ordenamento Jurídico Brasileiro:
Diz respeito à hierarquia no sistema judiciário do Brasil, a Emenda Constitucional
ocupa o 4º lugar nessa ordenação. Fica a Norma Fundamental em 1º lugar, Tratado
Internacional dos Direitos Humanos em 2º lugar, e em 3º lugar fica a Constituição Brasileira.
Esse ordenamento é aplicado em qualquer instância, contudo, sendo especificamente
aplicados dentro do território brasileiro.
i) Nota Prévia:
Documento em que os senhores(as) deputados(as) deverão expor suas concepções,
posicionamentos, dados e propostas prévias a respeito da problemática abordada neste comitê.
Além disso, vale ressaltar a relevância dos assuntos e aspectos abordados neste guia, para
elaboração do documento de notas prévias.
Consultem o modelo de Nota Prévia elaborado pelas mesas diretoras, para maior
compreensão de sua estrutura e formatação adequada. Disponível abaixo: <
https://docs.google.com/document/d/1MQBgn1bvUvPlKcpu_kn1y_F_kDIALIZL3tcXW60VI
OE/edit?usp=sharing >. A nota prévia deverá ser entregue até 12h00 do dia 05/11.

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3. HISTÓRICO DA PROBLEMÁTICA
3.1. Plano Real
No ano de 1993, o Brasil registrava inflação de 2477% e, entre as décadas de 1980 e
1990, o país passou por sete planos de retomada econômica e quatro trocas de moeda com a
intenção de reduzir a inflação no país, a qual causava graves problemas que impactavam em
muito a microeconomia.
O então presidente Itamar Franco (29 de dezembro de 1992 até 1 de janeiro de 1995),
que assumiu após o Impeachment de Fernando Collor, implementou o Cruzeiro Real como
moeda provisória, de modo que não chegou a ficar 1 ano em circulação. Enquanto isso,
alguns líderes de seu governo elaboravam o último plano econômico, o qual diminuiria a
inflação brasileira. Entre os líderes estava o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique
Cardoso, o presidente em exercício do Banco Central, Pedro Malan, e outros economistas
brasileiros.
Desse modo, foi consolidado o Plano Real. Ele foi apresentado à população no dia 7 de
dezembro de 1993 e a moeda Real entrou em circulação no dia 1º de julho de 1994 — ano em
que a inflação chegava a 4922% em junho. Contudo, o ano de 94 fechou com a inflação em
916%, mostrando sucesso do Plano Real.

Fonte: Banco Central do Brasil, 2016

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Em 1995, Fernando Henrique Cardoso assumiu o cargo de Presidente do Brasil (1 de


janeiro de 1995 até 1 de janeiro de 2003), o que para muitos especialistas foi uma vitória, pois
assim, o Plano Real ganharia continuidade, visto que ele foi um dos criadores do projeto.
3.2. Encadeamento do Teto de Gastos
a) Fernando Henrique Cardoso (FHC)
Fernando Henrique Cardoso, durante seu mandato, era filiado ao partido PSDB
(Partido Social da Democracia do Brasil), o qual, na época, possuía coligação com os partidos
PFL (Partido da Frente Liberal), PMDB (Partido do Movimento Democratico Brasileiro), PTB
(Partido Trabalhista Brasileiro) e PPB (Partido Progressista Brasileiro). E sua principal
campanha política nos dois mandatos foi o Plano Real. Além disso, assumiu a posse
presidencial com uma inflação de aproximadamente 22% e entregou com cerca de 13%.
Contudo, as dívidas continuaram numa crescente, conforme o Banco Central do Brasil,
dados disponibilizados a partir de 1998, a dívida líquida interna em janeiro de 98 somava
R$74,13 bilhões. Entretanto, a dívida líquida externa na mesma data era de R$100,11 bilhões.
Desse modo, o total era de R$174,25 bilhões.
No final do mandato de FHC, em dezembro de 2002, a dívida líquida total era de
R$566,73 bilhões, sendo 38,07% do PIB brasileiro, sendo R$310,00 bilhões da dívida líquida
interna, e R$256,73 bilhões da dívida líquida externa. O gráfico a seguir mostra como a dívida
total do Brasil evoluiu durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso.

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Fonte: Banco Central do Brasil, 2002

Desta forma, é possível observar que o governo de Fernando Henrique manteve uma
baixa inflação, em comparação aos anos anteriores, mas as dívidas cresceram abruptamente.
No entanto, antes que surja qualquer dúvida, não existe uma relação direta entre a inflação e a
dívida pública.
b) Luiz Inácio Lula da Silva (Lula)
Luiz Inácio, mais conhecido como Lula, é filiado ao PT (Partido dos Trabalhadores),
que formou coligações partidárias com Partido Liberal (PL), Partido Comunista do Brasil
(PCdoB), Partido Comunista Brasileiro (PCB), Partido da Mobilização Nacional (PMN) nas
eleições de 2002 e com o Partido Republicano Brasileiro (PRB). Ele governou do dia 1 de
janeiro de 2003 até 31 de janeiro de 2010, completando dois mandatos como Presidente do
Brasil. Tendo como destaque durante os 8 anos a redução da pobreza e do crescimento
econômico, porém atualmente é investigado na Operação Lava-Jato.
O então presidente assumiu o cargo com a inflação chegando a 12,53% e entregou a
posse a cerca de 5,90%. Dos 8 anos de mandato, durante 7 anos, ela esteve dentro da meta
estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.
Em janeiro de 2003, mês em que Lula assumiu o cargo de presidente, a dívida líquida
total representava 38,70% do PIB, o valor era de R$581.343.010 bilhões. Ao final do seu

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mandato a dívida líquida era de R$1.618.086.000.000,00 (um trilhão, seiscentos e dezoito


bilhões e oitenta e seis milhões de reais) que refletia em 24,26% do PIB. Sobrevém que,
mesmo com uma dívida maior que a de 2003, a representação dela no índice do Produto
Interno Bruto, em dezembro de 2010 ao final de seu mandato, era menor, devido a um
enriquecimento nacional neste meio tempo.
A dívida líquida interna no início de 2003 era de R$325,48 bilhões e no final de 2011
representava R$796,49 bilhões do PIB. Desse modo, a dívida líquida externa foi de
R$225,85 bilhões para R$265,31 bilhões. O gráfico a seguir projeta a exponencial dos
débitos no governo Lula.
Ao final do seu mandato, muitos brasileiros estavam satisfeitos com os feitos durante
seu governo. Dessa maneira, a sucessora, a qual foi apoiada por Lula durante sua campanha
política, ganhou a eleição dando, em teoria, sequência às propostas de Luiz Inácio.

Fonte: Banco Central do Brasil, 2012

c) Dilma Vana Rousseff


Dilma Vana Rousseff foi a primeira mulher a conquistar o cargo de presidência na
história do Brasil no dia 1 de janeiro de 2011, o que, para um país desigual como o Brasil, foi
um enorme marco histórico. Porém, a ex-Presidenta também foi a primeira mulher no cargo a

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sofrer o Impeachment, tal fato aconteceu logo após o início do seu 2º mandato, sendo então, a
segunda pessoa a sofrer a destituição da Presidência da República no Brasil.
Dilma foi afastada do cargo dia 11 de maio de 2016 e o Impeachment foi confirmado
no dia 31 de agosto de 2016. Desse modo, o PT completou um pouco mais de 13 anos no
poder, visto que o ex-Vice-Presidente Michel Temer assumiu o cargo após o processo.
Durante os seis anos e meio de mandato, a inflação continuou a crescer. Em janeiro de
2011, a porcentagem inflacionária era de 6,50%, mas, já no final de 2016, a inflação foi a
maior dos últimos treze anos, sendo 10,67%.
Além disso, as dívidas cresceram de forma considerável durante o mandato da
ex-Presidenta. A dívida líquida interna no início de 2011 era de R$794,20 bilhões que
equivalia a 20,21% do PIB e em maio de 2016 encontrava-se no valor de
R$1.200.437.760.000,00 (um trilhão, duzentos bilhões, quatrocentos e trinta e sete milhões,
setecentos e sessenta mil reais) que correspondia a 19,72% do PIB. Portanto, relacionando o
valor das duas porcentagens do PIB, é possível afirmar que houve um crescimento econômico
interno perante aos gastos públicos.
A dívida líquida externa foi de R$251,46 bilhões que correspondiam a 6,4% do PIB de
janeiro de 2011, para R$558,18 bilhões, igualando-se a 9,17% do PIB de maio de 2016.
Somando os dois débitos, temos o valor total. Ademais, no início do mandato tinha o valor
líquido era de R$1.045.669,080.000,00, representando 26,61% do PIB e em maio de 2016 se
encontrava em R$1.758.618.010.000,00, correspondendo a 28,89% do PIB.
No gráfico abaixo é possível observar a crescente das dívidas líquidas interna, externa
e total, durante o mandato de Dilma.

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Fonte: Banco Central do Brasil, 2016

Após o Impeachment de Dilma Rousseff, quem assumiu foi o seu vice-presidente,


Michel Temer, que é o atual presidente do Brasil. Temer é filiado ao PMDB (Partido do
Movimento Democrático Brasileiro) e ficará na presidência, a priori, até dia 31 de dezembro
de 2018.
d) Conclusão
Posteriormente à exposição de tantos fatos, números, gráficos, mandatos e demais
dados, é possível fundamentar uma contextualização da discussão da Proposta de Emenda
Constitucional do Teto de Gastos. Desse modo, todas as informações passadas poderão ser
utilizadas durante o debate como argumentos contras ou a favor.
Contudo, vale ressaltar que este tópico é um breve histórico, e é necessário um estudo
aprofundado de todos esses números, da problemática econômica e da atual situação, sempre
se atentando às questões a serem respondidas na Emenda Constitucional.

Observação: Consultar no Glossário Econômico a diferença de Dívida Líquida e Dívida


Total, os quais são termos de extrema importância para o entendimento completo do tópico
"Histórico da Problemática”, uma vez que os valores das dívidas podem se alterar.

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4. PROBLEMÁTICA ECONÔMICA
4.1. Crise de 2014
No ano de 2014, a economia brasileira apresentou graves sintomas de uma crise:
aumento do desemprego, descontrole dos gastos públicos, desconfiança dos investidores,
aumento da inflação, redução do poder de compra, dentre outros. É crucial analisar o cenário
micro e macroeconômico que antecede o atual período para que seja possível compreender as
causas e efeitos que o compõem.
4.2. Fim do Boom das Commodities
Na década de 2000, a economia mundial observou uma supervalorização das
commodities devido ao acelerado crescimento das economias desenvolvidas e suas indústrias,
com destaque para a China, os Estados Unidos e a Europa. O aumento da demanda por
matéria prima brasileira para atender o mercado externo fez com que houvesse um grande
interesse dos setores público e privado, os quais direcionaram suas ações e intenções para essa
nova febre.
Embora tenha sido extremamente lucrativo para o setor primário brasileiro, o setor
secundário (industrial) não recebeu grandes benefícios com esse cenário. Pelo contrário:
presenciou a exportação de commodities e a importação de produtos industrializados, o que
reduziu a competitividade das mercadorias nacionais no mercado interno.
A crise mundial de 2008, ocasionada pela ruptura da bolha do mercado imobiliário,
pôs fim ao superciclo das commodities, o que afetou o crescimento da economia brasileira de
forma considerável. Sendo a principal atividade econômica nacional, a queda do preço das
commodities do setor primário reduziu a entrada de riquezas no país. A desaceleração da
economia mundial é o fator que está diretamente relacionado a tal impasse. Perante essa
situação, o Governo Federal buscou elaborar formas de retomar a homeostase econômica
(equilíbrio, pleno funcionamento).
4.3. Nova Matriz Econômica (NME)
Embora não fosse um pacote de medidas oficializadas com esse nome, a NME
esquematizou a postura econômica adotada pelo governo com o objetivo de alavancar a
indústria nacional e retomar o vigoroso crescimento econômico. Diante dos impactos da crise
de 2008, foi tido como necessidade a revitalização do setor industrial e redução da

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dependência econômica para com o setor primário, evitando assim graves problemas com as
quebras de ciclo.
A NME era caracterizada por apresentar dezenas de medidas que objetivavam retomar
o crescimento industrial, o qual havia sido menosprezado de alguma forma perante o Boom
das Commodities. As principais atitudes tomadas foram:
a) redução artificial da taxa SELIC e concessão de créditos;
b) incentivos fiscais;
c) controle de preços;
d) desvalorização do real;
e) protecionismo.

É necessário ter bastante atenção ao primeiro item. A política monetária adotada nos
últimos anos determinava que a Taxa SELIC (ver Glossário Econômico) fosse elevada em
períodos de crescimento da inflação, ao passo que era reduzida quando a inflação baixava.

Fonte: Banco Central, BNDES, SciELO.

O gráfico acima segue as determinações da política monetária até o fim do ano de


2011, quando o Governo Federal determina que a Taxa SELIC permaneça baixa em um

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período de aumento inflacionário. Tal ação foi tomada com o objetivo de incentivar a
contração de empréstimos para que o consumo e o investimento fossem estimulados,
alavancando assim a economia. Isso acontece porque a taxa de juros, estando abaixo do
padrão, encoraja que empréstimos sejam contraídos, uma vez que o endividamento é
drasticamente reduzido em relação a um cenário usual. Além disso, como a Taxa SELIC era
muito próxima à inflação, os investimentos mais conservadores apresentaram pouca
rentabilidade (ver Glossário Econômico).
Nesse sentido de recuperação econômica, o Governo Federal buscou estimular a
indústria nacional por meio da concessão de créditos e subsídios. A título de exemplo, a
Petrobras – empresa estatal de setor estratégico – representou cerca de 10% de todos os
investimentos feitos no país, no período subsequente à adoção das diretrizes da NME. Como
parte dessa política, os gastos públicos presenciaram grande crescimento.
Além da demanda crescente por investimento nessa nova fase da Petrobrás, a qual se
desenvolvia por grande incentivo estatal, foi instituído o controle de preços. Foi determinado
que a empresa deveria adquirir petróleo e derivados do exterior e vendê-los por um preço
menor ao mercado nacional. No primeiro semestre de 2014, foi registrado um prejuízo de
R$8,691 bilhões. Apesar do aumento do volume de investimentos na Petrobras, não houve
expressivo crescimento significativo na produção de derivados de petróleo, o que frustrou
investidores do mercado aberto.
Nesse cenário de desbalanceamento dos gastos públicos e intervenção estatal na
economia, o risco-Brasil subiu consideravelmente, o que contribui para a redução dos
investimentos estrangeiros no país, desvalorização do real, desaquecimento da economia,
aumento da inflação e da taxa de juros.
Risco-Brasil em pontos – Série histórica 2008-2016.

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Fonte: Folha de São Paulo, JP Morgan.

O risco-país é um índice que representa o grau de confiabilidade mercadológico nos


países emergentes. Quanto maior o risco-país, maior a probabilidade do Governo dar calote
em seus investidores. No período de alta desse indicador, é esperado que tanto a inflação
quanto a taxa de juros aumentem, como uma tentativa de atrair mais investidores. Isso é
justificado pela intenção dos investidores de encontrarem investimentos que ofereçam
segurança e rentabilidade; como a segurança não pode ser plenamente garantida, a taxa de
juros é elevada para garantir uma alta rentabilidade aos credores.
Consequentemente, a produção de bens e valores no Brasil sofreu de maneira drástica.
A tabela a seguir demonstra, em uma visão métrica, as dificuldades enfrentadas. Após a
aplicação das medidas da NME de forma mais acentuada, é perceptível que houve uma
deterioração micro e macroeconômica.

Variação PIB Consumo das Exportação Importação


percentual em Famílias
relação ao ano
anterior

2011 4,0 4,8 4,8 9,4

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2012 1,9 3,5 0,3 0,7

2013 3,0 3,5 2,4 7,2

2014 0,5 2,3 -1,1 -1,9

2015 -3,8 -3,9 6,3 -14,1

2016 -3,6 -4,5 2,9 -11,5

Fonte: Banco Central, IBGE.

5. SITUAÇÃO ATUAL
5.1. A dívida pública do Brasil
Como apresentado no Histórico da Problemática, o grande ponto de todo esse Guia de
Estudos é a dívida pública brasileira e suas características. Em decorrência de diversos fatores
externos e internos, a economia brasileira está negativamente abalada. A crescente dívida se
aproxima de 70% do PIB, enquanto volumosos gastos são preservados e o mercado
permanece repulsivo aos investidores. O seguinte gráfico retrata a progressão temporal do
endividamento do governo (atenção, trata-se da dívida líquida)

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Fonte: Banco Central do Brasil, 2016

As causas para essa questão foram apresentadas nos tópicos anteriores, referentes ao
âmbito econômico. Cabe agora, portanto, estudar as minúcias dessa questão para que seja
alcançada a solução mais assertiva para o dilema do próximo passo.
5.2. Instabilidade política – impeachment de Dilma Rousseff
Como consequência da NME, o Governo Federal observou crescimento dos gastos e
um indesejado efeito das medidas tomadas. Para conseguir efetuar os devidos pagamentos aos
programas sociais, aos investimentos e demais despesas, a Caixa Econômica Federal teve de
alocar mais recursos do que o disponível em caixa. É dever do Governo, enquanto provedor
dos bancos públicos, repor o dinheiro que foi gasto em excesso pelo banco. Entretanto,
durante esse período deficitário para as contas públicas, os repasses do Governo Federal não
foram executados da forma esperada. Esse sistema ficou conhecido como “pedaladas fiscais",
visto que o Governo “pedala” para driblar o dever da restituição patrimonial aos bancos.
A criação de créditos suplementares de maneira autocrática pelo poder executivo
federal representou, sem aprovação legislativa, o descumprimento da Lei de Responsabilidade
Fiscal. Além disso, a Operação Lava-Jato levantava informações sobre esquemas de

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corrupção envolvendo o Governo Federal e empresas estatais, como a Petrobras. O doleiro


Alberto Youssef afirmou que Dilma tinha conhecimento sobre a corrupção interna na empresa
petrolífera, denunciando uma cumplicidade.
Nesse mesmo período, a instabilidade econômica já pairava pelo Brasil (ver
Problemática Econômica) e a população demonstrou enorme insatisfação com a situação
política e econômica do país. Assim, diversas volumosas manifestações foram organizadas
por todo o Brasil para pedir o impeachment da Presidenta da república. Somadas às infrações
cometidas pelo Governo, a rejeição popular foi um grande estopim para que o processo de
impeachment fosse, aberto, analisado, votado e aprovado pelas Casas Legislativas do Brasil,
sendo oficializada a destituição do cargo em 31 de agosto de 2016. Vale lembrar que, desde a
abertura do processo, em maio de 2016, Dilma foi afastada da presidência e logo assumiu
Michel Temer, como presidente interino. Entretanto, com a consolidação do impeachment,
Temer governará até o fim de 2018.
No dia 15 de junho de 2016, o poder executivo, sob a chancela do presidente Michel
Temer, apresentou ao Plenário da Câmara dos Deputados a polêmica Proposta de Emenda
Constitucional nº 241 de 2016 (PEC-241/2016), visando estabelecer limites para o aumento
dos gastos públicos. Em relatório aprovado na Comissão Especial, o texto afirma que o
principal objetivo da Proposta é “reverter, no horizonte de médio e longo prazo, o quadro de
agudo desequilíbrio fiscal em que nos últimos anos foi colocado o Governo Federal”, o que
demonstra a urgência da questão.
Nesse contexto, é válido analisar a Exposição de Motivos Interministerial nº 83/2016
(EMI 83/2016), dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, em que foram apresentadas as
justificativas para a existência da PEC 241, suas necessidades e seu contexto. Sua importância
é consolidada ao passo que as divergências acerca da imposição de um “teto de gastos”
mostram-se legitimamente florescentes, enquanto é intenção do Governo Federal a execução
desse novo plano.
Diante do cenário econômico observado, é evidente que alguma medida precisa ser
adotada o mais rápido possível. O crescimento abrupto da dívida pública e a
irresponsabilidade fiscal são apontadas como as principais causas da atual crise, cuja jornada
para a resolução cria divergências entre parlamentares e especialistas. A democracia incentiva
e permite que as divergentes perspectivas sejam apresentadas e ponderadas, sendo que, no

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contexto atual, a referida Proposta é lançada como a medida mais debatida no que tange a
resolução do problema e receptividade do Congresso Nacional – o que tem sido sinalizado
pelas lideranças partidárias nas comissões realizadas nas últimas semanas.
Considerando todo o Histórico da Problemática e seus entremeios, a Proposta é
descrita com embasamento na EMI 83/2016 e sob a preocupação da situação em que “a
Dívida Bruta do Governo Geral aumentou de 51,7% do PIB em 2013 para 67,5% do PIB em
abril de 2016”. Além disso, aponta como "raiz do problema fiscal'' do Governo federal o
aumento acelerado da despesa pública primária, que cresceu 51% acima da inflação no
período de 2008 a 2015. Por outro lado, a receita evoluiu apenas 14,5% no mesmo período”.
Cabe aos deputados, portanto, analisar as peculiaridades da Proposta e decidir se prosseguir
com essa PEC é realmente o melhor caminho para o futuro do Brasil, tanto em termos
políticos quanto em termos econômicos.

6. PROPOSTA DE EMENDA CONSTITUCIONAL nº 241 (PEC 241/2016)


A chamada PEC do Teto – Proposta de Emenda Constitucional do Teto de Gastos
Públicos –, apresentada pelo Governo Federal, traduzia um possível caminho para superar os
obstáculos econômicos enfrentados recentemente no Brasil — causados por fatores externos e
internos, como a Crise de 2008, o fim do Superciclo das Commodities, a Crise de 2014,
dentre outros.
Em seu teor, a Proposta assume o objetivo de limitar os gastos públicos e controlar o
desequilíbrio fiscal dos próximos 20 anos. Para isso, determina que parâmetros sejam
seguidos para controlar o aumento da dívida, nos seguintes termos:
Art. 102, § 3º: fixa os limites, para 2017, como os equivalenteso à despesa
primária paga em 2016, corrigida pelo IPCA apurado de janeiro a dezembro
de 2016; e, para os exercícios seguintes, os equivalentes aos do exercício
imediatamente anterior, corrigidos pela inflação verificada também no
exercício imediatamente anterior (BRASIL, 2016).

Além disso, determina que:


a) A partir do ano de 2018, as despesas federais só poderão aumentar em concordância
com a inflação acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), o que será observado na elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) e na Lei Orçamentária Anual (LOA);

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b) Restrição orçamentária para variados órgãos dos 3 poderes, existindo, por exemplo,
limites individualizados para a Câmara e o Senado. Os órgãos que desobedecerem ao
teto sofrerão como consequências no ano seguinte: impossibilidade de conceder
aumento salarial, contratar funcionários e criar novas despesas.

Nessa perspectiva, é válida a analogia de que, a priori, a Proposta funciona como a


frenagem de um carro que está seguindo em alta velocidade na direção errada. Assim, após
frear, o motorista pode reformular o trajeto para que ele possa seguir na direção correta.
Existem, entretanto, objeções sobre a aplicabilidade de tal plano, as quais analisam tanto a
essência e constitucionalidade do projeto quanto os impactos gerados caso ele seja aprovado.
Em uma visão generalizada, é assertivo elencar os seguintes argumentos:

● A favor:
Os gastos públicos vêm crescendo exponencialmente desde o fim do século XX, sendo
responsável por grande parte da instabilidade econômica em todas as suas variáveis: inflação,
risco-país, desemprego, dentre outras. Dessa maneira, um modo de controlar o abrupto
endividamento público é a criação do Teto de Gastos, que instituirá o Novo Regime Fiscal
para administrar os recursos da União. Assim, será possível restabelecer o funcionamento da
economia, sem os empecilhos causados por ingerências dos órgãos reguladores.
Abaixo, demonstra-se um trecho da Exposição de Motivos Interministerial nº 83/2016
(EMI 83/2016), em que a Proposta é defendida e justificada sob a perspectiva de seus
apoiadores no Governo Federal:
É fundamental para o equilíbrio macroeconômico que a despesa pública seja
gerida numa perspectiva global. Nesse sentido, qualquer iniciativa que
implique aumento de gastos não deve ser analisada isoladamente, haja vista
que essa abordagem tende a levar a conclusões equivocadas sobre seus
benefícios e custos.

● Contra:
A Proposta é fruto de um diagnóstico errôneo da problemática fiscal do país, sendo
que, na verdade, essa foi ocasionada pela queda abrupta da arrecadação e pelos altos gastos
com a dívida, e não com as despesas convencionais.

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Ademais, confere-se prejuízo a setores pilares da sociedade brasileira, visto que terão
suas verbas limitadas no futuro, depreciando o exercício da cidadania e dos direitos humanos.
O sucateamento das instituições públicas representa uma agressão à democracia e a
deploração da cidadania, visto que o Estado não terá condições de garantir o acesso da
população aos devidos serviços públicos caso não haja recursos. Por esse motivo, é
denominada como PEC da Morte por seus opositores.

7. TRAMITAÇÃO DA PEC 241


Após a apresentação ao Plenário da Câmara feita pelo Poder Executivo, a Mesa
Diretora encaminhou a Proposta para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania
(CCJC), onde foi analisada a constitucionalidade e legalidade do projeto. Foram apresentados
pareceres de apoio e de objeção e requerimentos que influenciavam na tramitação da pauta,
mas, por fim, foi aprovada para prosseguir para uma comissão especial, como manda o
regulamento. Assim, foi criada a “Comissão Especial — PEC 241/16 — NOVO REGIME
FISCAL”, onde os entremeios da Proposta foram debatidos e especialistas foram ouvidos,
considerando a tecnicidade da pauta.
No dia 6 de outubro de 2016, encerrou-se a tramitação na Comissão Especial, o que
direciona automaticamente a Proposta para discussão no Plenário. Em breve, vocês,
deputados, terão a tarefa de conduzir a PEC 241 e decidir o futuro não só dela, mas de toda a
temática em si.

8. QUESTÕES A PONDERAR
a) Quais são os impactos socioeconômicos da aprovação ou não da Proposta de Emenda
Constitucional do Teto de Gastos?
b) O quão abrangente, no que tange aos setores, deve ser essa proposta?
c) Qual a influência dos fatores externos e internos no cenário atual?
d) Quais mecanismos podem ser adotados, ou criados, para haver uma maior
responsabilidade fiscal?
e) Qual seu impacto nas leis LOA (Lei Orçamentária Anual) e LDO (Lei de Diretrizes
Orçamentárias) e como elas devem ser formuladas de agora em diante?
f) Quais são as especificações que validam, ou não, a efetividade da proposta?

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g) Sob quais condições essa Emenda deve ou não ser aplicada?

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9. BLOCK POSITIONS
9.1. DEM - Democratas
Fundado em 1895 como Partido da Frente Liberal (PFL) e oriundo de uma fusão com
o Partido Democrático Social, o nome Democratas foi registrado em 2008. O Democratas
possui um papel importante na consolidação da democracia no país, conduzindo projetos de
reformas econômicas e para a modernização do país.
O espectro político desse partido é centro-Direita, e suas ideologias são consideradas
de âmbito conservador fiscal, federal, liberal e liberal econômico. Avaliando os valores do
Democratas, é provável que os deputados filiados sejam favoráveis ao Teto de Gastos.
9.2. PSC - Partido Social Cristão
A ideação do Partido se iniciou em 1970 com a criação do Partido Democrático
Republicano (PDR), mas apenas com o fim da ditadura militar que o idealizador do partido
conseguiu registrá-lo, em 1990, em que o Partido Social Cristão foi fundado. Seu espectro
político é identificado como Direita/extrema-Direita e suas ideologias são traçadas com o
conservadorismo social, democracia cristã, doutrina social da igreja e direita cristã. De acordo
com indícios do partido, é provável que os seus deputados votem a favor da Emenda do Teto
de Gastos.
9.3. PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira
O Partido foi fundado em 1988, e o primeiro presidente eleito pelo partido foi
Fernando Henrique Cardoso. Entretanto, este partido foi o maior apoiador do Plano Real. Em
menos de 10 anos o PSDB já mostrava ser um partido com extrema relevância no Brasil, em
que desde 1988, em todas as eleições presidenciais, pelo menos um governador filiado ao
partido foi eleito.
O espectro político do PSDB é centro-Direita/Direita, sua ideologia é orientada ao
liberalismo social e econômico, social-democracia e democracia-cristã. Além desses, é
possível afirmar que existem princípios da terceira via, e do socialismo democrático. O
posicionamento provável dos deputados filiados a esse partido é favorável ao Teto de Gastos.
9.4. PR - Partido da República
O Partido da República foi fundado em 2006 e é uma divisão do Partido de
Reedificação da Ordem Nacional e do Partido Liberal, que é uma junção de outros dois
partidos pré-existentes dos anos 90. Seu espectro político é identificado como

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centro-Direita/Direita e sua ideologia é voltada ao republicanismo, liberalismo econômico,


nacionalismo e conservadorismo social. Há indícios de que os deputados filiados a esse
partido votarão a favor da Emenda.
9.5. PP - Partido Progressistas
A história desse partido se inicia em 1985 como Partido Democrático Social, durante
as eleições de Tancredo Neves. Tempos depois, com as crises políticas, após a constituição de
1988, o partido se fragmentou, formando o Partido Democrata Cristão (PDC) e o Partido
Progressista Reformador (PPR). Desde então, o PPR apoiou o Plano Real e um dos
elaboradores do projeto, que anos depois se tornaria presidente do Brasil, Fernando Henrique
Cardoso (FHC). Com o fim do mandato de FHC, o Partido buscava transformações e se
tornou o atual Partido Progressistas.
Seu espectro é de Direita, e suas ideologias são o nacionalismo brasileiro e o
liberalismo clássico. O provável posicionamento da grande maioria dos deputados filiados a
esse partido em relação à Emenda do Teto de Gastos é favorável.
9.6. PHS - Partido Humanista da Solidariedade
Fundado em 1995, originou-se do antigo Partido do Solidarismo Libertador (antiga
sigla PSL). Tem como espectro centro-Direita, e as suas ideologias partem da democracia
cristã, do humanismo cristão, do distributivismo e do solidarismo. O posicionamento provável
de cada deputado filiado ao PHS é votar a favor da Emenda Constitucional do Teto de Gastos.
9.7. PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro
Fundado em 1980, o PMDB é o maior partido político do Brasil no que tange ao
número de filiados. Ele é componente do chamado “Centrão”, ala congressista majoritária que
costuma formar base com o governo, o que acaba por classificar o Partido como pragmático e
moderado, distanciando-se das definições binárias de esquerda e direita. Em congruência à
intenção do Governo Federal, que apresentou a PEC 241, a liderança do PMDB sinalizou ao
presidente Michel Temer que seus parlamentares deverão votar a favor, caso não queiram
sofrer sanções.
9.8. PSD - Partido Social Democrático
Oficializado em 2011, o PSD demonstra afinidade à diversidade do pensamento, ao
mesmo tempo que se aproxima de uma orientação social-democrata e liberal. Seu espectro é
Centro, sendo que, desde o começo, foi lançada uma proposta alternativa ao PMDB. Em

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congruência com sua posição na Casa Legislativa, há uma perspectiva de que o partido
assuma um parecer favorável diante da PEC 241, seguindo o padrão da base governista.
9.9. PROS - Partido Republicano da Ordem Social
O PROS, foi idealizado em 2010 e oficializado apenas em 2013, podendo ser
considerado um dos partidos mais novos do Brasil. No entanto, em 2014, o partido apoiou o
PT, fazendo parte da coligação “Com a Força do Povo”. O seu espectro é identificado como
Centro, e as suas ideologias estão voltadas ao republicanismo e ao liberalismo social. O
partido, provavelmente, irá orientar seus deputados a votarem de acordo com seus próprios
princípios.
9.10. PPS - Partido Popular Socialista
O partido foi fundado em 1992. Anteriormente, ele era chamado de Partido Comunista
Brasileiro, mas, com o fim da Guerra Fria e a queda da URSS (União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas), os organizadores decidiram modificar o nome. O espectro do partido é
centro-Esquerda/Esquerda, e suas ideologias têm como base o socialismo democrático e o
nacionalismo. É provável que o PPS conduza seus deputados a votarem de acordo com os
seus próprios valores.
9.11. SD - Solidariedade
Fundado em 2012 por dissidentes do Partido Democrático Trabalhista (PDT), o SD
possui um posicionamento opositor aos governos exercidos por representantes do Partido dos
Trabalhadores (PT). Seu espectro político é de centro-Esquerda/Esquerda, tendo como ideais:
cooperatividade, desenvolvimento econômico humano e sustentável, além de estar associado
a correntes pró-capitalistas e em oposição a movimentos sindicais que acreditam na greve
como estratégia de negociação e o papel do Estado como interlocutor econômico. É esperado
que os líderes do partido Solidariedade orientem os demais deputados a votarem a favor da
aprovação da Emenda 241.
9.12. PTB - Partido Trabalhista Brasileiro
O Partido foi idealizado por Getúlio Vargas em 1945, após o fim do Estado Novo.
Entretanto, ele foi extinto em 1965 em razão da Ditadura Militar. Foi registrado novamente
em 1981, buscando restabelecer a postura anteriormente adotada. O espectro do partido é de
Direita/Extrema-Direita e possui ideologias ao trabalhismo, conservadorismo social,

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nacionalismo, militarismo, anticomunismo e integralismo. Analisando o histórico do partido,


é provável que os deputados filiados ao PTB votem a favor da aprovação da emenda.
9.13. PSB - Partido Socialista Brasileiro
O partido, fundado em 1945 e chamado “Esquerda Democrática”, foi responsável pela
organização de movimentos em defesa das transformações sociais e das liberdades políticas e
civis. Tendo como lemas “Socialismo e Liberdade”, além da defesa do direito à terra, à saúde
e à educação. No ano de 2013, o partido deixou os cargos ocupados no governo de Dilma
Rousseff por discordâncias socialistas sobre os rumos da economia e política. Já no ano de
2016, o partido propôs uma “Agenda para o Brasil”, abordando temáticas como adequação de
políticas fiscais, cambiais e monetárias. Analisando os valores do PSB, espera-se um
significativo volume de votos favoráveis à emenda.
9.14. PT - Partido dos Trabalhadores
Fundado em 1980, com o intuito de se tornar agente promotor de mudanças a respeito
dos direitos e dignidade dos trabalhadores, tendo como principal líder o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Além da luta trabalhista, o partido compartilha de um viés de Esquerda
no que tange à condução social, política e econômica. Nesse sentido, o partido constituía base
do governo de Dilma, o qual se findou com o impeachment da Presidenta da República.
Assim, a PEC 241, apresentada pelo então governo interino de Michel Temer, é rejeitada entre
os parlamentares do Partido dos Trabalhadores, tanto por se oporem ao conteúdo da proposta,
quanto por se oporem ao governo.
9.15. PCdoB - Partido Comunista do Brasil
É o partido mais antigo do país em exercício, fundado em 1922. Ele é guiado pela
teoria marxista-leninista, adotando como princípio o centralismo-democrático e ideias de
extrema-Direita. Divididos em Organismos de Base (OBs), em que são distribuídos por
categorias (estudos, moradia, trabalho) e áreas de ativismo do partido. Acreditam na
mobilização política por meio das massas sociais e condenam o capitalismo e o
neoliberalismo. Analisando as ideologias do partido, o posicionamento esperado dos
deputados filiados ao PCdoB é contrário à aprovação da Emenda do Teto de Gastos.
9.16. PTdoB - Partido Trabalhista do Brasil
O Partido Trabalhista do Brasil (PTdoB) foi fundado em 1989. Ele utiliza como
referência ideológica a doutrina trabalhista de Alberto Pasqualini e a “herança política”

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deixada pelo governo de Getúlio Vargas, destacando-se entre alguns de seus ideais:
trabalhismo, solidarismo, humanismo cristão, nacionalismo e federalismo. No que tange a
votação a respeito da PEC 241, cabe a cada deputado votar baseado em seus próprios
princípios.
9.17. PSOL - Partido Socialismo e Liberdade
Fundado no ano de 2004 pela senadora Heloísa Helena e outros dissidentes do Partido
dos Trabalhadores (PT), o PSOL foi influenciado por ele e assumiu com as seguintes
ideologias: liberdade de expressão, construção de uma sociedade justa, fraterna e igualitária
que inclua a luta das minorias, povos e nações oprimidas. Seu regime amplo-democrático
divide-se através de instâncias como congressos e convenções, em que os principais debates e
pautas do partido buscam sempre a diversidade de opiniões e respeito. De acordo com seus
ideais de extrema-Esquerda, espera-se dos deputados um posicionamento de reprovação
perante a proposta da Emenda do Teto de Gastos.
9.18. REDE - Rede Sustentabilidade
Oficialmente registrado em setembro de 2015, o partido foi fundado por Marina Silva,
ex-Ministra do Meio Ambiente após sua candidatura à presidência pelo Partido Verde (PV). O
partido, além de seguir os 7 pilares da sustentabilidade, também expressa por meio de uma
plataforma de ação política suas bandeiras, entre elas: inclusão efetiva da mulher e do jovem
na política, mudanças no modelo econômico buscando um desenvolvimento social includente
e ambientalmente sustentável, democratização do acesso à comunicação, reforma urbana,
universalização dos serviços de saúde e proteção aos direitos animais. Os deputados
provavelmente serão orientados a assumirem um posicionamento contrário à aprovação da
proposta de Emenda 241.
9.19. PDT - Partido Democrático Trabalhista
O PDT surgiu em 1979 em Portugal, ainda durante a Ditadura Militar, após um penoso
processo em busca da redemocratização. Fruto da vontade pela participação política entre os
trabalhadores no Brasil e exilados políticos, o partido propôs reavivar o legado do antigo PTB
(Partido Trabalhista Brasileiro), fundado por Getúlio Vargas, presidido por João Goulart e
extinto pela Ditadura Militar. O PDT levanta bandeiras em prol do trabalhismo democrático,
que envolve assistência social e sindicalismo. De orientação voltada ao centro-Esquerda e

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social-democracia, o partido inclina-se à reprovação da PEC do Teto por alegar


inconstitucionalidade nas diretrizes do projeto.
9.20. PMB - Partido da Mulher Brasileira
Fundado em 2008 pela maranhense Suêd Haidar, o Partido da Mulher Brasileira
define-se com a missão de lutar pela igualdade de gênero e pela justiça social. Ele possui um
espectro político de centro, tendo como ideologia a ampla integração da mulher na sociedade,
pretendendo alcançar por meio de medidas econômicas, políticas e sociais o desenvolvimento
nacional, sem exclusão ou discriminação. No contexto da PEC do Teto de Gastos, o partido
não tomou nenhuma posição incisiva ou restritiva, cabendo aos seus deputados a tomada de
decisão final.

10. GLOSSÁRIO ECONÔMICO E DEMAIS CONCEITOS


10.1. Commodities
As commodities são bens primários de interesse da economia global, pois servem
como matéria-prima para a manufatura. São itens como minério de ferro, bauxita, madeira,
algodão, soja, couro, carnes, dentre outros.
10.2. Inflação
É a perda de valor do dinheiro ao decorrer do tempo, o que gera a impressão de
aumento dos preços.
10.3. Deflação
É a redução sistemática dos preços de mercado, em oposição à inflação.
10.4. Taxa de Juros
É a taxa a ser paga pela aquisição de crédito. Por exemplo, se um empréstimo de
R$100,00 for contraído com juros de 13,67% ao ano, após um ano, terá de ser pago R$113,67,
sendo R$100,00 referentes ao empréstimo e R$13,67 referentes à taxa de juros.
10.5. Taxa Selic
Conhecida também como taxa básica de juros, a SELIC (Sistema Especial de
Liquidação e de Custódia) é determinada a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária
(Copom) do Banco Central. Ela influencia todas as outras taxas de juros, a inflação e o ritmo
do mercado, sendo um forte parâmetro para avaliar os investimentos financeiros, a segurança
e a rentabilidade do mercado.

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10.6. Segurança e rentabilidade de mercado


A segurança é um dos critérios para avaliar um investimento. Um mercado seguro tem
baixíssima probabilidade de fazer com que o investidor perca dinheiro, tanto por
desvalorização quanto por calote.
A rentabilidade indica o quão lucrativo é fazer um investimento em determinado
mercado. Altas rentabilidades significam grandes retornos sobre o valor investido.
Em regra, rentabilidade e segurança são inversamente proporcionais: quando o
investimento é muito seguro, ele será requisitado entre os investidores conservadores que
buscam uma renda estável, mesmo que baixa (como o Tesouro SELIC); quando a segurança é
baixa, é normal que a rentabilidade seja drasticamente elevada para atrair investidores que
julgam o risco como aceitável. Assim, mesmo havendo a probabilidade de perder dinheiro, as
recompensas oferecidas permanecem atrativas.
10.7. Risco-País
É um parâmetro econométrico internacional criado pelo banco americano J.P. Morgan
para medir a confiabilidade dos investimentos em países emergentes, refletindo, dessa forma,
a credibilidade de cada mercado. Logo, apenas alguns países possuem um risco-país próprio,
como é o caso do Brasil.
Em linhas gerais, ele é calculado com base na dívida pública, na inflação, na taxa de
juros, na emissão de títulos públicos e no resultado dos investimentos feitos no país. Quanto
maior o índice de risco, mais inseguro é realizar algum investimento, visto que as
probabilidades de calote e/ou depreciação do valor investido são altas.
10.8. Títulos Públicos
A emissão de títulos públicos é uma forma de captar recursos para financiar as
atividades do governo. O comprador de um título público receberá, após determinado período,
a restituição do valor pago com adição de juros atrelado à Taxa SELIC.
Retomando os conceitos de Segurança, Rentabilidade e Risco-país e o cenário
explicitado na Problemática Econômica, avalia-se que a elevação do Risco-Brasil acompanha
a elevação da Taxa SELIC, uma vez que aumentar a rentabilidade em períodos de baixa
segurança é uma forma de atrair investidores que, nesse caso, compram títulos públicos com
altas taxas de retorno baseadas nos juros proposto pelo governo.
10.9. Credor

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É quem oferece crédito


10.10. Crédito
Valor monetário emprestado para alguém que, após determinado tempo, deverá
restituir o valor ao credor com a adição de juros.
10.11. Dívida Interna
É o que o Estado deve aos credores do seu próprio país. Por exemplo, o Governo
Federal tem uma dívida interna ao contrair um empréstimo de um banco brasileiro.
10.12. Dívida Externa
É a dívida resultante de empréstimos contraídos internacionalmente, como créditos
oriundos do Fundo Monetário Internacional (FMI) ou de outros países.
10.13. Dívida Total
É a somatória de todas as dívidas do Estado, juntando dívidas externas e internas.
10.14. Dívida Líquida
Consiste na diferença da Dívida Total e do capital disponível para pagar essa dívida.
Por exemplo, se uma pessoa deve R$100,00 ao banco, mas só dispõe de R$70,00, sua dívida
líquida é de R$30,00.
10.15. Dívida Primária
O valor bruto do débito, sem nenhum desconto por juros ou inflação.
10.16. Débito
É aquilo que se deve. Exemplo: o Brasil tem um débito público de mais de 3 trilhões
de reais.
10.17. Política Monetária
Postura adotada pelas autoridades reguladoras da economia com o fim de determinar
as variáveis componentes da macroeconomia, como a taxa de juros, as metas de inflação, a
concessão de crédito, a emissão de títulos públicos e a impressão de moeda.
10.18. Moedas
● Cruzeiro Real: moeda oficial do Brasil entre 1 de agosto de 1993 até 30 de junho de
1994. Foi uma moeda de transição ainda marcada por altos índices inflacionários.
● Real: moeda oficial do Brasil desde 1 de julho de 1994. Após sua implementação por
meio do Plano Real, a inflação no país reduziu drasticamente.

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10.19. Produto Interno Bruto (PIB)


O PIB é toda a riqueza produzida pelo país no período de 1 ano, em todos os seus
segmentos da economia.
10.20. Déficit
É a lacuna entre dois valores em uma mesma métrica. Exemplo: o déficit das contas
públicas é percebido pelo aumento substancial dos gastos, ao passo que a arrecadação não
acompanha tal crescimento
10.21. Microeconomia
Área da economia que analisa as peculiaridades das relações econômicas ao nível
individualizado, em escala reduzida. Analisa, por exemplo, as cestas de consumo das famílias
e a administração de recursos em uma empresa ou em uma casa.
10.22. Macroeconomia
Área responsável pela enunciação dos fatores analisados na economia, de maneira
ampla. Em contraste com a microeconomia, a macroeconomia trabalha com diversos
indicadores e conceitos técnicos voltados ao mercado financeiro, comércio, inflação, taxas de
juros, PIB, dentre outros.
10.23. Ciclos Econômicos
Correspondem à repetida e esperada variação nos mais indicadores referentes a algum
componente econômico. Em suma, eles são causados por alguma anomalia relacionada à
oferta e à demanda de determinado ativo. O Superciclo das Commodities, por exemplo, foi
ocasionado pelo aumento na demanda por matéria-prima nas economias que se
industrializaram em ritmo acelerado no começo dos anos 2000. Após o desenvolvimento
desses mercados, as necessidades foram modificadas e os países que antes proviam as
commodities evidenciaram uma abrupta queda na arrecadação, pois seus produtos não eram
mais tão demandados.
10.24. Determinações do orçamento da União
● Plano Plurianual (PPA): De autoria do Governo Federal, o PPA consiste no
planejamento estratégico amplo dos 4 anos do governo (ou seja, no médio prazo).
Nele, são traçadas as metas econômicas, previsões de obras e demais questões
relacionadas.

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33

● Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): A LDO é formulada anualmente pelo


Poder Legislativo e tem como objetivo especificar as diretrizes que determinam a
aplicação do planejamento feito no PPA. É importante lembrar que as determinações
feitas pela LDO são referentes às prioridades, necessidades e metas que serão seguidas
no próximo ano. Por exemplo, a LDO de 2016 foi formulada em 2015.
● Lei Orçamentária Anual (LOA): A LOA tem a função de estimar, com
embasamento, o montante a ser arrecadado e gasto pela União, bem como segregar a
verba disponível para cada ação do governo. Assim, a LOA possibilita a execução das
pretensões estabelecidas na LDO e no PPA.
10.25. Sessão Legislativa Ordinária
Corresponde ao cronograma anual dos trabalhos da Câmara.
10.26. Sessão Ordinária
É a denominação dada ao cronograma das semanas de trabalho na Câmara, referente
às reuniões plenárias que ocorrem às terças, quartas e quintas-feiras.
10.27. União
É a conjunção de todo o corpo estatal: união entre Municípios, Estados da Federação,
Governo Federal e demais órgãos. Frequentemente, tal termo pode ser substituído por Estado
ou até Governo Federal, a depender do contexto.
10.28. Proposta de Emenda Constitucional (PEC)
Proposta apresentada ao Congresso Nacional que visa alterar algum trecho da
Constituição Federal de 1988 ou adicionar algum artigo, adaptando-a à realidade atual. Caso
seja aprovada pelos parlamentares, a PEC deixa de ser apenas uma proposta e é consolidada
como Emenda Constitucional.
10.29. Emenda Constitucional
Mecanismo legislativo que modifica ou acrescenta algum trecho da Constituição
Federal de 1988.
10.30. Congresso Nacional
É o órgão que, ao nível federal, exerce a função de Poder Legislativo por meio da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Note que, nessa simulação, os senhores
representarão os deputados no Plenário da Câmara dos Deputados.
10.31. Parlamento

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Casa Legislativa – como a Câmara dos Deputados. Logo, os deputados são


parlamentares.

11. MATERIAIS COMPLEMENTARES


1. Detalhes da tramitação da Proposta de Emenda Constitucional nº241 de 2016
(considerar informações datadas até 06/10/2016). Link de acesso:
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2088351
2. Texto da Proposta junto à Exposição de Motivos Interministerial nº83/2016. Link para
acesso:
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1468431&fi
lename=PEC+241/2016
3. Modelo de Proposta de Emenda à Constituição
https://www2.camara.leg.br/a-camara/programas-institucionais/educacao-para-a-cidad
ania/parlamentojovem/sou-estudante/material-de-apoio-para-estudantes/modelo-de-pr
ojeto-de-lei
4. Glossário Legislativo
https://www12.senado.leg.br/noticias/glossario-legislativo

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AGÊNCIA SENADO (comp.). Emenda Constitucional. [s.d.]. Disponível em:
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combustíveis no Brasil e opções de mecanismos de precificação. Revista de Economia
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http://dx.doi.org/10.1590/0101-31572015v35n03a09. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rep/a/v5hGD8879jbW5vGxmkf8XbL/?lang=pt. Acesso em: 8 out.
2021.

BANCO CENTRAL DO BRASIL (comp.). Histórico de Metas para a Inflação no Brasil.


2017. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/Pec/metas/TabelaMetaseResultados.pdf. Acesso
em: 4 out. 2021.

BANCO CENTRAL DO BRASIL (comp.). Plano Real. 2019. Disponível em:


https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/planoreal. Acesso em: 4 out. 2021

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Públicas. Banco Central do Brasil, 2016. Disponível em:
https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocal
izarSeries. Acesso em: 6 Out. 2021

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Avançados, [S.L.], v. 31, n. 89, p. 51-60, abr. 2017. FapUNIFESP (SciELO).
http://dx.doi.org/10.1590/s0103-40142017.31890006. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ea/a/BD4Nt6NXVr9y4v8tqZLJnDt/?lang=pt#. Acesso em: 8 out.
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