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Hudson Goto
Elementos básicos
para o projeto
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Pfeil (1979) cita que, conforme a função exercida pela ponte – integrar
uma rodovia, ferrovia ou via urbana, por exemplo –, seus elementos geo-
métricos, como a seção transversal, podem mudar. Eles estão diretamente
ligados ou limitados por condições técnicas preestabelecidas por órgãos
públicos e suas normativas.
Além desses elementos geométricos, outros elementos básicos são
necessários para a execução de uma ponte, como levantamentos to-
pográficos, hidrológicos e geotécnicos. Informações adicionais, como
interesses construtivos ou econômicos e informações tecnológicas, po-
dem ser determinantes na escolha do tipo de obra. Dessa forma, antes
da execução de pontes, diversos critérios devem ser cuidadosamente
avaliados e estudados para a elaboração de um projeto funcional.
Neste capítulo, você vai estudar os elementos básicos que constituem
os projetos de pontes, definidos conforme a finalidade dessas estruturas
e a condição local encontrada. Você vai identificar e comparar elementos
geométricos de pontes de rodovias e ferrovias, além de analisar os ele-
mentos topográficos, hidrológicos, geotécnicos, acessórios e normativos
que envolvem essas construções.
2 Elementos básicos para o projeto
Guarda-corpo / guarda-rodas
Superestrutura
Mesoestrutura
Encontro
Infraestrutura
Comprimento da ponte
Vão 1 Vão 2
Altura de construção
Vão livre
Altura livre
N.A.
Quando as pontes são construídas sobre rios navegáveis, deve-se tomar cuidado ao
estabelecer a altura livre da ponte, que deve permitir a passagem de embarcações
mais altas, mesmo no caso de máximas cheias do curso de água, que elevarão o nível
de água. Critério semelhante deve ser considerado para viadutos construídos sobre
outras vias, em que a altura livre deve exceder com certa folga a maior altura de veículos
previstos que circularão na via.
4 Elementos básicos para o projeto
Eixo da
Ortogonal Esconsa ponte
Eixo do
obstáculo
1030 cm
165 700 150 15
Figura 4. Exemplo de ponte urbana de via simples, com uma pista e passeios laterais.
Fonte: Adaptada de Pfeil (1979).
Já as pontes rurais têm como objetivo escoar o tráfego das rodovias, for-
madas por pistas de rolamento e por acostamentos laterais. Os acostamentos
são utilizados para eventuais desvios de veículos em tráfego, para paradas
de veículos e para trânsito de pedestres. No Quadro 1 são apresentadas as
Elementos básicos para o projeto 5
Assim, atenção especial deve ser dada às larguras das pontes, sejam elas
urbanas ou rurais. Preferencialmente, elas devem ter a mesma largura das vias
(ruas, avenidas ou estradas), evitando-se reduzir o tráfego e sua capacidade
de escoamento.
6 Elementos básicos para o projeto
Refúgio
Figura 5. Exemplo de tabuleiro de ponte ferroviária com lastro, do tipo via simples, sem
passeio, com refúgio e espaços regulares.
Fonte: Adaptada de Pfeil (1979).
Montanhoso 80 60 50 40 40-30
(1)
Em que:
Rmín = raio da curva (m)
V = velocidade diretriz (km/h)
Elementos básicos para o projeto 9
Plano 3% 3% 3% 4% 4% (IV-A) e
6% (IV-B)
Montanhoso 5% 6% 7% 8% 8% (IV-A) e
10% (IV-B)
Bordo externo
ST Espiral
Tangente CS
1%
Curva
Seção 8% circular
normal
Bordo de referência
Bordo interno
Δ = Superlargura
8%
SC
1%
al
L
pir
Es
1% 0%
TS
te
en
T
ng
1%
Ta
1%
Seção
normal
Bitola
Boleto
FR = força resultante
FP FC FC = força centrífuga
B V² FP = força peso
h= h = superelevação (m)
FP FR 127 R
h V = velocidade (km/h)
R = raio da curva (m)
α B = bitola (m)
B
m 6,4
6,2
6
5,8
5,6
5,4
5,2
5
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
0,75 km
A região do encontro da ponte com o talude de corte e/ou aterro deve ser cuidadosa-
mente projetada e executada quando avaliada sob o ponto de vista de precipitação
de águas pluviais e escoamento pelo talude/encontro. Um bom sistema de drenagem
preserva a estabilidade do talude, evitando acidentes. O projeto adequado desse
sistema deve cumprir, minimamente, as seguintes etapas: cálculo do volume de água
que infiltra na estrutura e no talude; dimensionamento da camada drenante (espessura
e coeficiente de permeabilidade do material utilizado); dimensionamento de drenos
e seus coletores, incluindo a definição das saídas de água para os cursos de água.
Fonte: Revista Téchne (2018).
Leituras recomendadas
MENDES, P. T. C. Contribuições para um modelo de gestão de pontes de concreto aplicado
à rede de rodovias brasileiras. 2009. Tese (Doutor em Engenharia) – Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2009.
VITÓRIO, J. A. P. Um estudo comparativo sobre métodos de alargamento de pontes ro-
doviárias de concreto armado com utilização das normas brasileiras e Eurocódigos. 2013.
296f. Tese (Doutor em Engenharia Civil – Especialização em Estruturas) – Faculdade
de Engenharia – Universidade do Porto. Porto, Portugal, 2013.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.