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Professor.

Marcos Perpepuo

Descritores:

Antibióticos, antibioticos na odontologia, bacterias patogenas e oportunistas

Resumo

O uso dos antibióticos pode ser realizado de duas formas distintas: específica,
se o microrganismo é conhecido e sua sensibilidade já foi identificada, ou
empírica, quando se sabe o provável microrganismo causador da patologia,
tomando por base a prevalência em causar infecção em determinado
local.Quanto à ação biológica, classificam-se em: Bactericidas: Penicilinas,
Cefalosporinas, Amoniglicosídeos (gentamicina). Bacteriostáticos:
Cloranfenicol, Eritromicina. Quanto ao espectro de ação, classificam-se em:
Pequeno espectro: Gram positivos: Penicilinas naturais, Penicilinas
biossintéticas e semissintéticas. Em amplo espectro: Cefalosporinas,
Cloranfenicol, Tetraciclina.

Introdução
A microbiota que habita o corpo humano consiste em microrganismos
comensais ou patogênicos. Após o nascimento, somos expostos a uma enorme
variedade de microrganismos que passam a colonizar principalmente a pele, o
intestino e a cavidade oral, estabelecendo uma relação de simbiose com o
nosso próprio organismo (Thomas,2012).

Usualmente a microbiota oral se encontra em homeostasia com o hospedeiro e


a formação do biofilme contribuindo para a sua integridade fisiológica e
imunológica (JORGE, 2007), segundo Mendes (2012), estimada-se 500 a 700
espécies bacterianas na microbiota bucal. O crescimento da microbiota são
determinados por fatores , como dieta alimentar,microambiente, anatomia,
presença de doenças e atividade do sistema imune (SAMARANAYAKE, 2012).

De acordo com Oliveira et al (2011) diante uma situação de desequilíbrio da


microbiota ou da inclusão de um microorganismo externo, instaura-se um
quadro de infecção bacteriana, sendo que a de origem endodôntica e
periodontal conta com a participação de microorganismos aeróbios, anaeróbios
facultativos e anaeróbios estritos; conferindo uma dinâmica complexa para tais
infecções. Entretanto as infecções bucais somente se manifestam na presença
de fatores predisponentes, como o acúmulo de biofilme ou a necrose do tecido
pulpar (PINA-VAZ, 2011).

Na prática odontológica o tratamento das infecções bacterianas já


estabelecidas tem como principal conduta a remoção da causa, e aliada a ela o
uso de antibióticos como terapêutica auxiliar, destruindo pela ação bactericida
ou impedindo o crescimento pela ação bacteriostática (ANDRADE; FIOL;
GROPPO, 2014).

O uso de antibióticos também é empregado de forma profilática em pacientes


com distúrbios sistêmicos e/ou risco de desenvolver endocardite bacteriana
(ROCHA et al., 2013).

Desenvovimento

Os antibióticos são substâncias químicas, obtidas de microrganismos vivos ou


de processos semissintéticos, que têm a propriedade de inibir o crescimento de
microrganismos patogênicos ou destruí-los. O termo “antibiótico” (de antibiosis,
contra a vida) é muito abrangente e engloba antibacterianos, antivirais,
antifúngicos, antiparasitários, etc. O termo “antimicrobiano” se aplica aos
microrganismos de forma inespecífica, sendo que “antibacteriano” seria o nome
mais indicado para a grande maioria dos fármacos utilizados como antibióticos
na clínica odontológica. LIVRO DA JACK

Na odontologia, os antibióticos são usados para prevenir infecções em


cirurgias, ou para tratar infecções bucais de diversos tipos, odontogênicas e
não-odontogênicas, responsabilizando assim, o cirurgião dentista, de amplo
conhecimento sobre o medicamento a ser utilizado, sua dosagem correta,
tempo de administração, mecanismo de ação, indicação e efeitos colaterais
(PEDROSO, 2012).
Grande parte dos pacientes que são atendidos nos consultórios odontológicos
necessitam de terapia medicamentosa durante o seu tratamento. Deve-se
considerar que todos os fármacos ou medicamentos tem capacidade de
desencadear reações tanto benéficas como nocivas. O cirurgião-dentista tem
obrigação de fazer a melhor escolha medicamentosa para cada paciente, a fim
de prevenir ou pelo menos identificar uma possível reação.FALTA
REFERENCIAR

Ação biológica De acordo com este critério, os antibióticos são classificados


como bactericidas, quando capazes de, nas concentrações habitualmente
atingidas no sangue, determinar a morte dos microrganismos sensíveis, ou
bacteriostáticos, quando inibem o crescimento e a multiplicação dos
microrganismos sensíveis, sem, todavia, destruí-los. Espectro de ação em
termos clínicos, este é um dos melhores critérios de classificação dos
antibióticos, pois é baseado na eficácia terapêutica contra determinadas
espécies de microrganismos.

Ação principal contra bactérias gram-positivas: penicilinas G, penicilina V,


eritromicina, claritromicina, azitromicina, clindamicina, vancomicina. Ação
principal contra bactérias gram-negativas: quinolonas (ciprofloxacina,
levofoxacina) e aminoglicosídeos (gentamicina). Ação similar contra bactérias
gram-positivas e gram-negativas: ampicilina, amoxicilina, cefalosporinas,
tetraciclinas. Ação contra bactérias anaeróbias: penicilinas, clindamicina,
tetraciclinas, metronidazol (especialmente contra bacilos gram-negativos). Ação
contra espiroquetas: penicilinas, cefalosporinas, tetraciclinas

Ação sobre fungos: nistatina, anfotericina B, cetoconazol, itraconazol e outros


derivados triazólicos. Ação sobre outros microrganismos (riquétsias,
micoplasmas, microbactérias e clamídias): tetraciclinas e cloranfenicol

Alguns antibióticos apresentam núcleos comuns, podendo ser divididos em


grupos ( Fonseca, 1982). :
1) Derivados dos aminoácidos:

Monopeptídeos: estrutura com um único tipo de aminoácido, por exemplo a


Cicloserina e a Terizidona;

Polipeptídeos: estrutura com aminoácidos distintos, por exemplo, a


Actinomicina, Anfomicina, Bacitracina, Bleomicina e a Vancomicina;

Derivados do aminopropanodiol: por exemplo, o Cloranfenicol, Tiofenicol;

Derivados do ácido 6 - aminopenicilânico (6 - APA): por exemplo, as


Penicilinas;

Derivados do ácido 7- aminocefalosporânico: por exemplo, as Cefalosporinas


e Cefamicinas.

2) Derivados dos açúcares:

Macrolídeos: existe adição de diferentes açúcares inseridos em sua estrutura,


por exemplo a Eritromicina, Espiramicina e Azitromicina;

Aminiglicosídeos: todos os componentes desse grupo possuem a mesma


propriedade química. Por exemplo, Estreptomicina, Gentamicina, Amicacina;
Lincosamina: Clindamicina, Lincomicina.

3) Derivados de acetato e propionato:

Poliênicos: possuem boa atividade sobre fungos, por exemplo, a Anfotericina B,


a Nistatina;

Aromáticos: a Tetraciclina, Riofocia, Oxitetraciclina; Derivados do grisano:


apresentam, em sua estrutura, o anel grisano e agem como antimicótico, sendo
utilizados no tratamento de fungos (Grizeofulvina).

Há três indicações principais em odontologia para uso dos antibióticos:

A) Tratamento das infecções dentais agudas e/ou crônicas;

B) Profilática em pacientes de risco para desenvolvimento de

endocardite bacteriana;
C) Profilática para pacientes com algum grau de comprometimento do sistema
imunitário e de defesas.

Nos casos das infecções dentais, o uso de antibióticos é indicado quando há


comprometimento sistêmico diante de trismo, febre, calafrios, fraqueza,
vertigem, taquipneia, celulite

O mecanismo de ação ideal possui máxima toxicidade seletiva, ou seja, atinge


apenas o microorganismo invasor e não causa dano ao hospedeiro. O grau de
toxicidade seletiva dos antibióticos é determinado pelo seu mecanismo de ação
na parede celular, na síntese de proteínas ou na síntese de ácidos nucléicos
(FERREIRA, 2007).

O uso apropriado de agentes antibióticos envolve obter o diagnóstico preciso,


determinar a necessidade para o tempo da terapia, utilizar o menor espectro e
menor duração da terapia, para assim fazer a correta prescrição, sempre que
necessário. É importante que o profissional mantenha-se atualizado quanto
aos protocolos estipulados pela AHA, da endocardite infecciosa e, fique atento
ao uso correto do medicamento, de forma a diminuir as consequências
decorrentes do uso incorreto ( Santos 2015).

Segundo Brigantini, 2016 e importante que o cirurgião dentista use de


proficiência para uso de antibióticos com cautela e, em casos mais graves,
como em renais crônicos e hepatopatas, requeira anuência médica, se
necessário.

Considerações finais

O uso de antibióticos na prática odontológica é bastante empregado e aceito


pela classe profissional. Embora o grupo dos antibióticos tenha uma gama
ampla de representantes, a amoxicilina destacou-se na maioria dos estudos, já
que é bem absorvida por via oral, atinge boas concentrações séricas e
teciduais e pode ser usada em associação com um inibidor de betalactamase.
Referências

ANDRADE, E. D.; FIOL, F. S.; GROPPO, F. Terapêutica medicamentosa em odontologia. 3


a ed. Editora Artes Médicas, 2014.

BRIGANTINI, L. C. et al .Antibióticos em odontologia. Revista Uningá, V.49,pp.121-


127 ,Jul. /Set .2016)

PEDROSO, R. O. Antibioticoterapia em odontologia. Pindamonhangaba, 2012. 27f.


Monografia – Curso de Odontologia da Faculdade de Pindamonhangaba.

PINA-VAZ, I. Estratégias antimicrobianas na prevenção e tratamento da infecção oral.


REDOE – Revista Europea de Odontoestomatología. Mayo, 2011.

ROCHA, D. A. et al. Atendimento odontológico domiciliar aos idosos: uma necessidade


na prática multidisciplinar em saúde: revisão de literatura. Ver. Bras. Geriatr.
Gerontol., Rio de Janeiro, v.16, n.1, p.181-189, 2013.

SAMARANAYAKE, L. Fundamentos de microbiologia e imunologia na odontologia. 4 a


ed. Elsevier Brasil, 2012

THOMAS, et al. The Host Microbiome Regulates and Maintains Human Health: A
Primer and Perspective for Non-Microbiologists. Cancer Res. 2017; 77(8):1783-1812.

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