ISSN 1519-0501

e-ISSN 1983-4632

Pesquisa Brasileira em
Odontopediatria e Clínica Integrada

Anais
XXII ENATESPO
XIII Congresso Brasileiro
de Saúde Bucal Coletiva

Rev. Pesq. Bras. Odontopediatria Clín.

Integr. 2014; 14(Supl.4):3-53
 Anais
XXII ENATESPO
XIII Congresso Brasileiro
de Saúde Bucal Coletiva

Pesquisa Brasileira em
Odontopediatria
e Clínica Integrada
ISSN 1519-0501
e-ISSN 1993-4632

Rev. Pesq. Bras. Odontopediatria Clín.

Integr. 2014; 14(Supl.4):3-53
Comissão Organizadora

Otacílio Batista de Sousa Nétto - Presidente

Carolina Pereira Tavares
Célio da Silva Almendra
Fábio Solon Tajra
Marcoeli Silva de Moura
Patricia Ferreira de Sousa Viana

Comissão Acadêmica

Ana Victória Lopes Bandeira

Ângelo Antônio Rodrigues da Silva
Denis Antonio Ribeiro dos Santos
Fernanda Carollyne Vasconcelos Silva
Francisca das Chagas Pessoa Souza
Joelma Silva de Almeida
Josué Júnior de Araújo Pierote
Lucas Henrique Melo Fonseca
Lucas Portela Oliveira
Marina Lua Abreu
Marisa Coragem Alves de Oliveira
Nayllanny de Andrade Correia
Patrick Saboia Beserra
Priscila Ferreira Torres
Priscila Figueiredo Cruz
Raíra Ricarte
Sâmyla Reis Silva
Sângela Maria da Silva Pereira
Ulisses De Sá Bezerra
 SUMÁRIO

Mensagem do Presidente p. 06

Relatório Parcial do XII ENATESPO p. 08

Anais p. 22

Eixos das Apresentações Orais p. 23

Resumo das Apresentações Orais p. 26

p. 35
Eixos dos Posters

Resumo dos Posters p. 40

p.05
 Mensagem do Presidente

A saúde bucal coletiva brasileira tem um compromisso marcado em

2014: o XIII Congresso Brasileiro de Saúde Bucal Coletiva e o XXII
ENATESPO, que acontecerá em Teresina, Piauí, no período de 01 a 03 de
maio. Este encontro terá um sabor especial, a comemoração dos 30 anos de
ENATESPO, um encontro que desde a sua primeira edição em Goiânia,
discute e aponta as questões relevantes das políticas de saúde bucal no
Brasil ou da ausência das mesmas. Além deste aniversário, outra data será
celebrada: a primeira década de vida da atual Política Nacional de Saúde
Bucal, o Brasil Sorridente. Política que tem buscado como norte, enfrentar a
dívida social com a mutilação dos sorrisos, com as dores, sofrimentos e
mortes evitáveis provocadas pelas doenças bucais no complexo cenário
epidemiológico brasileiro.
Dívida traduzida entre outros no precário e fragmentado acesso da
população à saúde bucal, na natureza excessivamente ‘odontológica’ das
ações e serviços públicos e no descompasso da formação dos recursos
humanos em saúde. Dívida pari passu enfrentada com os investimentos
voltados para a reorientação do modelo assistencial tendo o cuidado como
ponto de partida, com a busca da integralidade e com a construção ainda
que incipiente de sistemas de vigilância que promovam saúde integrando-a a
assistência em saúde bucal.

Continua...

p.06
 Mensagem do Presidente

Continuação

Estes dez primeiros anos foram pródigos em avanços que merecem ser
iluminados por reflexões lúcidas, mas os desafios e as agendas inconclusas
permanecem consideráveis e precisam do mesmo modo, de uma análise
serena e aprofundada, procurando superá-los. Particularidades da saúde
bucal coletiva brasileira sem perder de vista o seu horizonte de inserção em
uma das maiores políticas públicas brasileiras, o SUS, que também completa
seus primeiros 26 anos, permanentemente tensionado e conflagrado por
interesses divergentes. De um lado, a busca/oferta de um modelo que
garanta através de redes de atenção, o desejado e original acesso universal,
integral, equânime. Por outro lado, a forte presença de aspectos que
fragilizam o SUS desde o seu nascimento, como o crônico
subfinanciamento, uma composição de gastos com saúde que revela uma
participação pública menor que a privada, e ainda uma incessante e por
enquanto perdida batalha midiática, que revela uma realidade (quanto pior,
melhor) que atende aos interesses nada ingênuos de uma visão de saúde
como mercadoria.
Há argumentos para desfiar o riso de uma boca cheia de dentes e ao
mesmo tempo razões para desafinar o coro dos contentes, mas, sobretudo
motivos para estarmos juntos em maio em Teresina – capital do Piauí, na
Chapada do Corisco, no Encontro dos Rios Parnaíba e Poti e exercitar o
pensamento sobre o caminho que foi percorrido, sobre os rumos da atual
estação Brasil e possivelmente sobre os próximos 10 anos.

Otacílio Batista de Sousa Nétto

Presidente do XXII ENATESPO

p.07
XXII ENATESPO
XIII Congresso Brasileiro
de Saúde Bucal Coletiva

Relatório Parcial

Rev. Pesq. Bras. Odontopediatria Clín.

Integr. 2014; 14(Supl.4):3-53
RELATORES DO XXII ENATESPO

Adriana Vasconcelos da Nóbrega

Alessandra Noleto de Almeida Nunes Lima
Alessandra Silva Pontes
Ana Thaysa Alves Costa
Brunna Verna Castro Gondinho
Camila do Vale Matos
Célio da Silva Almendra
Fabiana Gouveia Rolim
Ingrid de Oliveira Cavalcante
Jessa Iashmim Alcobaça Gomes Machado
Kássio Vieira Macedo
Laynna Marina Santos Lima
Manuela dos Anjos Macena
Maria Hellen Sâmia Fortes Brito
Marina Sena Lopes Sachetto
Natália Silva Andrade
Patrícia Ferreira Viana
Priscila Ferreira Torres
Ricardo Costa Lima
Romário Reis Nascimento Carvalho
Thais Torres Barros Dutra
Thalles Antony Chaves Leal
Urias Silva Vasconcelos
Weslany Oliveira Dantas

p.09
 CARTA DE TERESINA:
SAÚDE BUCAL COLETIVA - A QUE(M) SERÁ QUE
SE DESTINA?

Como fruto das discussões realizadas durante o XXII ENATESPO, foi

elaborada uma carta: nada protocolar ou prescritiva, carta diferente, atípica,
pretensamente serendíptica.
Carta aos missionários brasileiros, homens e mulheres do SUS, da
Saúde Bucal Coletiva; crianças, idosos, jovens, todos enfim, aqueles que
apesar da impressão corrente e de tantas evidências de que nossas políticas
públicas são feitas e conduzidas ad eternum para não dar certo, apesar dos
pesares - que não são poucos, nem leves, tristes e opacos pesares,
trabalham sério e duro, pensam criticamente, refletem criativamente, cuidam
humanamente, formam novos trabalhadores, educam permanentemente
outros pares, enfim agem por uma ideia que acreditam, por uma realidade
que modificam e por um horizonte que almejam.
Seres pensantes, desejantes, seres de ação, cabeça e coração, muito
mais que EPIs, canetas e brocas nas mãos, a história por construir, sorrisos
e pessoas, gentes brasílicas por estabelecer novas convivialidades, sem
silenciar a diferença, respeitando o conflito natural das ideias divergentes e
buscando dar um passo a frente.
Dentro desta lógica, a carta tem desafios (em vermelho sangue) e
potenciais propostas (em azul celeste). Haverá outros e outras aqui
esquecidos, mas este é o recorte de uma carta de princípios. Por um Brasil
Sorridente, com pessoas com dentes, casa digna, escola, merenda, água
encanada, clorada, fluoretada, rua calçada, coleta de lixo, policiamento
comunitário, transporte urbano no horário, trabalho com salário adequado,
velhice digna, por um Brasil que atenda sobretudo os interesses do povo
brasileiro, vida enfim, vida boa e saudável para o(a)s nosso(a)s camaradas.

Teresina falando para o mundo...

p.10
 EIXO 1 – AVALIAÇÃO DOS 10 PRIMEIROS ANOS
DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL:
DIFERENTES OLHARES

DESAFIOS:
Grande diversidade de contextos loco-regionais;
Elevada pressão do setor privado e do mercado no setor saúde de um modo geral
e também na saúde bucal;
Complexa inter-relação entre acesso, escala, escopo, qualidade, custo e
efetividade da Política Nacional de Saúde Bucal nestes dez primeiros anos de
vida;
Necessidade de planejamento e reorganização do processo de trabalho das
equipes de saúde bucal nas atenções primária, secundária e terciária;
Baixa resolutividade das ações desenvolvidas, principalmente quanto à
estomatologia e diagnóstico do câncer de boca;
Persistência de um percentual significativo de municípios sem fluoretação das
águas de abastecimento público;
Estratégia inadequada de operacionalização da avaliação do PMAQ, que
potencializa as desigualdades entre as equipes?, fortalecendo o apoio às que
funcionam relativamente bem e desamparando (financeiramente) as equipes que
tem problemas. O que fazer com as problemáticas? Encerrá-las em si mesmo?

PROPOSTAS:
Replanejamento coletivo e permanente da Atenção à Saúde Bucal nas três
instâncias do SUS, a partir do reordenamento do SUS, via Atenção Primária à
Saúde (APS);
Reformulação dos currículos dos cursos de Odontologia, com ênfase nas
diretrizes curriculares nacionais e nas ações de promoção de saúde, prevenção,
diagnóstico e tratamento do câncer de boca e consequente organização terciária
do setor. Não apenas reformulação per se, mas desenvolvimento de mecanismos
de acompanhamento;
Financiamento compartilhado entre os três entes federados para as ações de
Saúde Bucal, com desenvolvimento ou fortalecimento de mecanismos que exijam
participação da esfera pública estadual no co-financiamento das ações e serviços
de saúde bucal;
Recuperar e elevar os níveis relativos de participação da União no financiamento
do Sistema Único de Saúde;
Reorientação das práticas de educação permanente para os trabalhadores do
saúde bucal levando em consideração as demandas, desafios, perspectivas e
processo de trabalho no SUS;
Apoio efetivo do Estado e União nos processos de Educação Permanente aos
trabalhadores de saúde;
Rediscussão das Políticas Públicas de Saúde Bucal, envolvendo os diversos
atores Gestores, Profissionais e Usuários do sistema com avaliação da
Micropolítica do Cuidado;

p.11
 EIXO 1 – AVALIAÇÃO DOS 10 PRIMEIROS ANOS
DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL:
DIFERENTES OLHARES

PROPOSTAS:
Implantação da Rede de Atenção à Saúde Bucal, como consolidação e
reestruturação das ações e fortalecimento do financiamento do setor (não se
chegou a consenso na plenária final);
Estabelecimento do Brasil Sorridente como uma Política de Estado;
Realização de Fórum com presidenciáveis para apresentação do Plano de
Governo quanto à Saúde Bucal (talvez para as próximas eleições em todos os
âmbitos) mas não apenas o Brasil Sorridente;
Criação da Carreira Nacional dos Trabalhadores do SUS e incentivo à formação;
Fortalecimento do processo de inclusão do TSB nas Equipes de Saúde Bucal da
Estratégia Saúde da Família, transformando-as de ESB tipo 1 para ESB tipo 2;
Aprimoramento dos Sistemas de Informação (e-SUS) quanto à identificação e
coleta dos dados, facilidade de alimentação e qualidade da informação, mas
sobretudo utilização dos Sistemas de Informação no monitoramento das ações de
Saúde;
Fortalecimento do Controle Social quanto à fiscalização da utilização de recursos
em saúde e quanto à interação com as ações e dados de Saúde Bucal;
Impulsionar o estado, nos diferentes níveis de governo e âmbitos de poder, para
superar o sub-dimensionamento atual da rede assistencial, a fim de assegurar à
população, serviços públicos odontológicos bem estruturados, tanto os da
administração direta e indireta, quanto os da rede particular conveniada no âmbito
do SUS, com profissionais adequadamente remunerados, visando a provisão de
cuidados odontológicos de qualidade e o exercício da saúde bucal como um direito
humano e universal.

p.12
 EIXO 2 – A CONSTRUÇÃO DE EXPERIÊNCIAS
EXITOSAS EM SAÚDE BUCAL COLETIVA NO
BRASIL: AVANÇOS E DESAFIOS

DESAFIOS:
Organizar a Rede de Atenção à Saúde a partir da Atenção Primária;
Atingir produtividade preconizada pelo Ministério da Saúde por meio da portaria
1464;
Levar e manter equipe especializada para municípios de pequeno porte;
Isonomia salarial (um dos principais problemas para o desenvolvimento do
trabalho de equipe segundo as discussões realizadas);
Implantação dos laboratórios Regionais de Prótese Dentária;
Adequação do atendimento para pacientes com necessidades especiais e
odontopediatria;
Apoio do gestor municipal no gerenciamento das ações e serviços de Saúde
Bucal;
Referência e contra-referência de atendimentos para o CEO, ainda parece frágil;
Elevar a qualidade de vida e erradicar a pobreza extrema.

PROPOSTAS:
Exigir implantação de protocolo de acesso aos Centros de Especialidades
Odontológicas, que operacionalize referência e contra-referência planejada e
coordenada com a atenção básica;
Garantir na pactuação inter-gestores o deslocamento dos pacientes para
atendimento referenciado quando necessário;
Implantação de Cursos de Educação Permanente em Saúde Bucal para os
trabalhadores de saúde bucal;
Possibilitar estratégias de implantação de LRPDs adequados às demandas locais
e regionais;
Oportunizar o acesso ao Telessaúde (parceria entre Secretaria Estadual de Saúde,
Universidade Federal e Ministério da Saúde) para melhorar qualidade de
atendimento e da Atenção Básica;
Informatizar a Atenção Primária à Saúde e o CEO (para implantação do e-SUS);
Primeira infância melhor (promover o desenvolvimento integral da criança dos 6
meses aos 6anos);
Identificar estratégias de promoção da Integração da equipe;
Criar rede de compartilhamento de ideias e proposta (municipal ou estadual) por
meio de redes formais e informais.

p.13
 EIXO 3 – DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE
(DSS), INIQUIDADES E POLÍTICAS DE
PROMOÇÃO DA EQUIDADE EM SAÚDE BUCAL

DESAFIOS:
Incorporar o conceito de DSS como fundamento da formulação e avaliação
das políticas públicas visando a proteção e promoção social para a melhoria
das condições de vida e saúde da população;
Formular políticas públicas consistentes de enfrentamento e redução das
iniquidades sociais.

PROPOSTAS:
Participação mais efetiva da saúde bucal nas políticas de redução das
desigualdades sociais em saúde;
Fortalecer/efetivar estratégias para o acolhimento integral do indivíduo.

p.14
 EIXO 4 – O MUNDO DO ENSINO, O MUNDO DO
TRABALHO E SUAS INTERSEÇÕES

DESAFIOS:
Reorganização do processo do trabalho em saúde;
Formar profissionais para o exercício da cidadania e justiça nas práticas de
saúde, para além da excelência técnica;
Superar a fragmentação do cuidado em busca da integralidade e
interdisciplinaridade;
Inserção do aluno com Currículo Integrado, na comunidade e no trabalho em
equipe;
Superação do modelo centrado no diagnóstico, tratamento e recuperação da
doença passando para modelo centrado na promoção de saúde, prevenção e
cura de pessoas;
Nova identidade: reconstruir o saber/fazer a fim de responder às
necessidades de saúde da população e condições de trabalho;
Descontinuidade quanto à política de fomento da integração ensino-serviço-
comunidade;
Necessidade de institucionalização da relação entre IES e serviço (currículo,
gestão, legislação, etc.).

PROPOSTAS:
Inserção do estudante desde o 1º período do curso em diferentes tipos e
condições de serviço;
Instituir ‘Política de Incentivo à Preceptoria’ com educação permanente,
pontuação no plano de cargos carreiras e vencimentos dos trabalhadores
dos serviços que recebem alunos;
Garantir a parceria da SMS com as IES para reformular e aprimorar o modelo
de atenção;
Instituir e fortalecer as Comissões Ensino-Serviço-Comunidade para
conduzir o processo de integração docente assistencial;
Consolidar uma cultura de complementariedade, sem violar as missões de
cada instituição;
Ampliar a integração entre as IES (públicas, filantrópicas e privadas) e o
SUS;
Implementar o projeto político pedagógico do SUS-Escola;
Aproximar as IES da preceptoria e preparar a docência em serviço;
Firmar parcerias para educação permanente;
Garantir profissionais preparados para receber os estudantes;
Organizar adequadamente os serviços para funcionarem como campo de
estágios;
Inclusão na matriz curricular das IES, a disciplina de gestão de pessoas e/ou
trabalho em equipe, tecnologias, materiais.

p.15
 EIXO 5 - AS PROFISSÕES AUXILIARES EM
SAÚDE BUCAL NO BRASIL

DESAFIOS:
A recorrência do desvio de função do TSB;
As condições de trabalho para atuação do TSB;
A organização do processo de trabalho tem limitado a produtividade, qualidade do
serviço gerado pela atuação da equipe de TSB e ASB nas ações clínicas;
Definição das ações a serem desenvolvidas pelos TSB de acordo a regulamentação
da profissão sob a lógica do SUS;
Organização sindical da categoria nos estados;
O duplo registro profissional entre CD-TSB-TPD-ASB-APD;
Dificuldade de inserção dos estudantes dos cursos de ASB/TSB/TPD para estágio
tanto em instituições públicas quanto em consultórios privados; bem como a
observação das correspondentes competências, habilidades e atribuições
profissionais;
Superar os conflitos de ocupação de vagas em concursos públicos para a relação
ASB/TSB/TPD por dentistas;
Não exigência de documentação comprobatória da profissão técnica especifica com
o cargo pleiteado em concursos públicos.
PROPOSTAS:
Garantir ‘plena’ competência e atribuição do TSB no exercício profissional;
Promover junto aos municípios a implantação de equipes modalidade II na Estratégia de
Saúde da Família, intensificar as ações de atenção integral para a saúde bucal e
otimizar os processos de trabalho;
Intensificar a fiscalização eficiente como forma de cumprimento aos preceitos da Lei
11.889/2008 complementadas pelo código de ética odontológica nos serviços públicos e
privado;
Ressaltar a importância de atuar junto aos órgãos públicos, quanto à criação de cargos
de ASB e TSB, no Plano de Cargos, Carreiras e Salários, bem como adequar os nomes
das profissões de acordo com a Lei 11.889/2008, nos locais onde já existem os cargos;
Lutar pela jornada de 30 horas semanais para servidores municipais, estaduais e
federais da saúde;
Incentivar a criação de polos de educação permanente para ASB, TSB e TPD;
Exigir do MEC a supervisão dos cursos de TSB/ASB e TPD quanto à regularidade ,
qualidade e condições de ensino em todo território nacional;
Incentivar políticas de investimento na formação e educação permanente do ASB , TSB
e TPD orientadas ao SUS;
Discutir com as IES a inserção de campos de estágio para as profissões auxiliares;
Fomentar com o Gestor Estadual da saúde incentivo às Equipes de Saúde Bucal tipo II;
Incluir representantes ASB/TSB, no grupo de discussões e formulação das Políticas de
Saúde do Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais e Municipais;
Incentivar e fomentar a participação de gestores municipais, estaduais e federais nos
ENATESPOs
Fiscalizar e garantir que cursos de formação só possam ser aprovados, iniciados e
mantidos com a previsão e realização de estágio para a experiência com atividades de
ASB/TSB.
Coibir que os conselhos de odontologia façam duplo registro profissional;
Afirmar o TSB como recurso estratégico para consolidação da política de saúde bucal
coletiva brasileira;
Assegurar incentivos governamentais para a formação de TPDs para o SUS.
p.16
 EIXO 6 – VIGILÂNCIAS EM SAÚDE BUCAL

DESAFIOS:
Construir um modelo de atenção que responda às necessidades de saúde
bucal;
Reduzir a incidência/ prevalência de doenças e agravos bucais nos grupos
populacionais, assim como reabilitar (controle de danos e riscos sobre as
causas);
Fazer a alimentação adequada (regular e oportuna) do sistema de
informação para relatar a ocorrência da concentração de flúor nas águas,
minimizando os equívocos quanto a real abrangência dos serviços de
fluoretação das águas de abastecimento público nos municípios brasileiros
(subnotificação e sub-cadastramento no sistema);
Realizar e dar continuidade aos mecanismos de heterocontrole da
concentração de flúor nas águas de abastecimento público das cidades
brasileiras;
Montar e manter uma rede de pesquisadores sobre a cobertura e vigilância
da fluoretação da água (VIGIFLÚOR) e dos outros Centros Colaboradores
entre a COSAB e as Universidades brasileiras;
Formular e fomentar estratégias para vigilância epidemiológica local;
Democratizar o acesso a informação gerada pelos sistemas para gestores,
profissionais e comunidade;
Utilizar o conhecimento epidemiológico pragmático para tomada de decisões
em saúde bucal;
Agregar a rotina do serviço de saúde à prática de vigilância em saúde no
sentido de orientar e organizar a assistência e gestão;
Articular e integrar a saúde bucal em sistemas de saúde para modificar
fatores de risco para DCNT;
Buscar a sustentabilidade para reforçar as competências utilizando uma
abordagem de equipe multidisciplinar;
Capacitar o trabalhador de saúde bucal, tomar medidas para evitar os riscos
de DCNT (tabaco, álcool, dieta) em populações e em si mesmo;
Empoderar comunidades.

p.17
 EIXO 6 – VIGILÂNCIAS EM SAÚDE BUCAL

PROPOSTAS:
Determinar um conjunto de informações mínimas para serem registradas
pelo serviço local em saúde bucal;
Elaborar junto ao MS um guia do uso da informação nos municípios
brasileiros de como orientar os municípios de pequeno porte a fazerem os
inquéritos epidemiológicos e um software mais fácil para análise dos dados;
Utilizar a informação adquirida nos inquéritos epidemiológicos para
subsidiar o planejamento no campo da atenção e promoção da saúde
Usar outros indicadores além do índice CPO-D para avaliação das condições
de saúde bucal da população, tais como o índice que soma dentes
obturados e hígidos
Capacitar os profissionais para enfrentar a transição que passa pela
expansão da fluoretação e assegurar o acesso ao kit (creme dental
fluoretado + escova) para o efeito no controle das causas biológicas das
doenças bucais (biofilme dependentes);
Informar continuamente gestores, equipes e comunidades sobre as
mudanças do modelo de atenção da saúde bucal;
Identificar e divulgar as localidades que venham desenvolvendo atividades
em vigilância em SB;
Denunciar a falta de fluoretação como violação de direitos de cidadania;
Exigir o cumprimento dos municípios da fluoretação das águas de
abastecimento público;
Estabelecer com clareza, a periodicidade para execução dos levantamentos
epidemiológicos em saúde bucal.

p.18
 EIXO 7 – A INTEGRALIDADE EM SAÚDE BUCAL
COLETIVA

DESAFIOS:
Formação pautada na realidade - pensar no papel social da profissão;
Formação considerando contextos locais/ culturais, em detrimento de
valorizar padrões de grandes instituições (universidades);
Serviços de saúde pautados no cuidado e integralidade, respeitando a
hierarquização do serviço;
Trabalho multiprofissional/ interdisciplinar, conciliando fortemente ações
clínicas e de saúde coletiva (umas sem as outras = atenção sem sentido);
Desenvolvimento de modalidades de co-gestão, apoio institucional e Projeto
Terapêutico Singular;
Redefinição da relação número de habitantes/ famílias por equipe e
redefinição da clínica ampliada e educação permanente em saúde como
horizontes do cuidado;
Integralidade não pode ficar apenas no discurso – realmente aconteça
através da organização de redes de cuidado;
Planejamento seja guiado de acordo com as necessidades de cada
população;
Mecanismos de regulação assistencial e compromisso político, técnico e
ético com qualidade, resolutividade nos processos de trabalho;
Desconhecimento dos profissionais em relação aos outros: entre equipes de
atenção primária e secundária (falta de interação entre si) [rede];
Fazer com que a integralidade seja vivenciada cotidianamente como um
atendimento ao todo do paciente e não apenas como números, volume de
produção;
Planos, projetos e metas que não são democraticamente traçados de acordo
com cada realidade.
PROPOSTAS:
Estimular as IES a assumir um papel de “provocadoras críticas”. Formação
de recursos humanos para atuação e gestão no SUS;
[Apoio para as equipes poderem] enfrentar e resolver os problemas no
território;
Promover ações programadas e demanda espontânea - aprender a lidar com
as duas formas;
Prover apoio matricial [NASF, CEO] e aumentar o número de equipes [apoio];
Prover modelo pautado no cuidado integral;
Repensar o papel social das profissões;
Promover “rede de saúde bucal“ com valorização do papel da atenção
primária da saúde (não foi consenso);
Promover autonomia dos sujeitos e participação social;
Promover regulação adequada aos serviços de saúde de maior
complexidade.

p.19
 EIXO 8 – ASPECTOS CONTEMPORÂNEOS DA
GESTÃO EM SAÚDE BUCAL

DESAFIOS:
O aumento do acesso aos serviços odontológicos proporcionado pelo Brasil
Sorridente não está resultando em correspondente aumento da
resolutividade e efetivação de direitos a saúde bucal.
Superar o subfinanciamento do SUS.
Conseguir que o Programa Saúde na Escola (PSE) supere o modelo de
atendimento clínico específico e que traga para a lógica da atenção básica a
importância da oferta de ações de vigilância, de promoção de saúde, atenção
familiar, controle social e demais preceitos do SUS.
Interface (referência e contra referência) fragmentada entre a atenção
primária e secundária, e coordenada pela atenção básica.
Falta de sistema de informação em saúde bucal adequado à gestão,
vigilância, assistência, controle social que possibilite registro de qualidade
adequada e o bom desempenho das atividades;
Falta de capacitação e qualificação dos gestores, profissionais, controle
social para registro e uso dos sistemas de informação vigentes;
Falta de ambiência para a gestão participativa;
Falta de envolvimento dos profissionais de saúde bucal nos processos de
avaliação dos serviços de saúde do qual participam;
Inadequação das metas dos Centros de Especialidades Odontológicas
(CEOs), para municípios em vários contextos, em particular os de pequeno
porte;
Dificuldade na realização de planejamento pelos profissionais de saúde
bucal, como por exemplo, confecção da matriz de intervenção do AMAQ;
Necessidade de protocolos clínicos odontológicos e de acesso nos
diferentes serviços públicos de saúde bucal;
Carência de profissionais técnicos e auxiliares em Saúde Bucal no e para o
SUS;
Constituir uma estrutura de oferta de exames complementares que atenda as
demandas da atenção básica à saúde bucal.

p.20
 EIXO 8 – ASPECTOS CONTEMPORÂNEOS DA
GESTÃO EM SAÚDE BUCAL

PROPOSTAS:
Aumentar a resolutividade na atenção básica para evitar a sobrecarga nos
CEOs;
Abordar na Política de Saúde Bucal temas abrangentes como o tabagismo,
nutrição, traumatismos, etc. A discussão não deve ser específica, mas
abranger a saúde de forma geral;
Acompanhamento dos pacientes pelos respectivos profissionais da atenção
básica, quando do referenciamento para os outros níveis de atenção;
Conscientização dos profissionais quanto à necessidade de avaliação dos
serviços para diagnosticar possíveis falhas e acertos e desmistificar o
entendimento de que avaliar é punir;
Criação de um novo modelo de CEO para municípios de pequeno porte, e
estabelecimento de novos parâmetros de produção (não foi consenso);
Criação e\ou aperfeiçoamento de protocolos clínicos, de acesso e de fluxo
com o correspondente envolvimento, capacitação e avaliação periódica
desses protocolos pelos profissionais do SUS;
Formação\capacitação de gestores condizente com as necessidades do
SUS;
Destinar recursos para aquisição da estrutura de oferta de exames
complementares que atenda as demandas da atenção básica à saúde bucal.

p.21
XXII ENATESPO
XIII Congresso Brasileiro
de Saúde Bucal Coletiva

Apresentações Orais
Resumos

Rev. Pesq. Bras. Odontopediatria Clín.

Integr. 2014; 14(Supl.4): 3-53.
 Eixos
EIXO 01 – CONTROLE, AVALIAÇÃO, REGULAÇÃO E AUDITORIA EM SAÚDE
BUCAL
• Cobertura de Equipes e Produtividade em Saúde Bucal no Nordeste
• A Inserção do Cirurgião-Dentista no PSF: Uma Revisão Crítica sobre as
Ações e os Métodos de Avaliação das Equipes De Saúde Bucal
• O Tratamento Altera a Autopercepção de Saúde Bucal dos Pacientes?

EIXO 02 – DETERMINANTES SOCIAIS DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA E

POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA EQUIDADE EM SAÚDE BUCAL
• Atenção à Saúde Bucal do Idoso no Brasil: Um Estudo Bibliográfico
• Saúde e Determinantes Sociais: Convívio de Iniquidades

EIXO 03 – INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNDADE

• Relato de Experiência sobre a Importância da Atuação Multidisciplinar na
Saúde Pública
• Potencialidades e Desafios da Relação Ensino-Serviço: Percepções e
Experiência nos Grupos PET-Saúde em Blumenau-SC
• O Impacto da Vivência Extramuro na Formação do Estudante de Odontologia:
Relato de Experiência
• Experiência de Acadêmicos de Odontologia em Núcleo de Apoio a Saúde da
Família por Meio do Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde (PET –
Saúde)
• Questionário de Berlim como Método Alternativo no Diagnóstico da
Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono
• Educação Permanente em Saúde: Produzindo Sentidos e Qualificando a
Gerência dos Centros de Especialidades Odontológicas Estaduais em
Sergipe
• 10 Anos de Integração Ensino-Serviço-Comunidade – Experiência da
Universidade Federal do Piauí (Parte I)
• 10 Anos de Integração Ensino-Serviço-Comunidade – Experiência da
Universidade Federal do Piauí (Parte II) p.23
 Eixos
EIXO 04 – INTEGRALIDADE E O CUIDADO EM SAÚDE BUCAL COLETIVA
• Promoção de Saúde Bucal a uma Escola Pública da Zona Leste de Teresina-
PI: Relato de Experiência dos Acadêmicos de Odontologia da FACID
• Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica Invasiva e Cuidados Orais
• Promoção de Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família em uma Capital do
Nordeste
• O Reconhecimento e a Valorização das Equipes de Saúde da Família do
Centro de Saúde todos os Santos Através da Integração com a Comunidade e
as Instituições de Ensino
• Fluorose Dentária e Qualidade de Vida de Crianças e Adolescentes
• Educação em Saúde Bucal para Pessoas com Autismo
• Humanização do Atendimento Odontológico no SUS: Perspectivas Práticas

EIXO 05 – POLÍTICA, GESTÃO E PLANEJAMENTO EM SAÚDE BUCAL

• A Odontologia na Gerência de Assistência Farmacêutica da FMS de Teresina-
PI: Relato de Experiência
• O Impacto das Equipes de Saúde Bucal da Estratégia Saúde da Família no
Aumento da Produção Ambulatorial nos Municípios Brasileiros entre 1999 e
2011
• O Sujeito Implicado e a Produção do Conhecimento Científico
• Saúde Bucal (SUS) no Distrito CIC – Curitiba PR: entre a Visão Quantitativa e
Qualitativa

p.24
 Eixos

EIXO 06 – RECURSOS HUMANOS EM SAÚDE BUCAL

• O Técnico em Saúde Bucal; Avanços e Desafios para sua Inserção no
Mercado de Trabalho
• Curso de Especialização em Atenção Especializada em Saúde-Universidade
Federal do Rio Grande do Sul
• Residência Integrada em Saúde, Ênfase em Saúde da Família e Comunidade
do GHC: Atuando na Qualificação de Profissionais para o SUS

EIXO 07 – VIGILÂNCIAS EM SAÚDE BUCAL

• Vigilância Epidemiológica da Fluorose em Escolares de Teresina-PI
• Estudo sobre Procedimentos Exodônticos nas Regiões de Saúde do Ceará, no
Período de 2010 a 2012
• Procedimentos Exodônticos nas Regiões do Brasil, no Período de 2010 a 2012
• Prevalência de Hipomineralização Molar-Incisivo em Escolares de Teresina-PI

p.25
 01 Cobertura de Equipes e Produtividade em Saúde
Bucal no Nordeste
Célio Da Silva Almendra, Cynnara Luanna Wercklose Garcia
Introdução: Cobertura em Saúde Bucal mede acesso da
população à saúde bucal em determinado local/período. A
produtividade identifica compatibilidade entre produção
odontológica e quantitativo de dentistas cadastrados.
Objetivo: Analisar a produtividade odontológica e novas bases e critérios, com foco na família, a partir do seu
consequentemente o perfil assistencial no nordeste, através
da cobertura populacional de saúde bucal, comparado à
produtividade. Métodos: Os dados foram coletados do
DATASUS, referentes a 2012. Estudo descritivo quantitativo
de corte transversal. Os dados foram organizados em
tabela/gráfico. Na ordenação dos estados, procedeu-se á
ordem crescente de cobertura em saúde bucal. Dados
secundários, por isso dispensa avaliação do Comitê de Ética.
Resultado: O estado com menor cobertura de saúde bucal
apresentou a maior produtividade e o estado com melhor
cobertura, apresentou a menor produtividade de saúde bucal.
Uniformemente, a ordem crescente de cobertura em saúde
bucal foi inversamente proporcional a produtividade, com
exceção do Pernambuco que apresentou baixa cobertura e
baixa produtividade por equipe de saúde bucal. Conclusão:
Boa cobertura em saúde bucal, não significa boa
produtividade. Verifica-se que estados com menores
coberturas tinham serviços de saúde bucal em atenção básica
produzindo mais que cidades com boa cobertura. Infelizmente
vê-se que ampliação na cobertura em saúde bucal, pode não
significar em oferta de serviços.
03
O Tratamento Altera a Autopercepção de Saúde
Bucal dos Pacientes?
Mágnum Oliveira Castro, Thaís Torres Barros Dutra, Tainá de
Castelo Branco Araújo
Introdução: O conceito que o indivíduo tem de sua condição
bucal está associada ao sucesso terapêutico, pois o Introdução: A velhice é um tema que tem despertado a atenção
comportamento é condicionado por tal percepção e pela
importância que ela assume. Objetivo: Assim, este é um estudo
de corte transversal, conduzido com o objetivo de avaliar a
autopercepção da situação de saúde bucal dos pacientes atendidos
em instituição de ensino de odontologia de Teresina-PI. Métodos:
Para caracterizar a condição de saúde bucal, foram usados os
índices CPO-D, CPI; e a análise da autopercepção e impacto do
tratamento odontológico sobre a qualidade de vida relacionada à
saúde bucal, utilizando o questionário OHIP-14. A amostra
consistiu de 91 pacientes (grupo1 - 71 em inicio e grupo 2-20 em
fase de conclusão de tratamento). ANOVA foi usada para comparar
médias e o teste qui quadrado para verificar a associação entre
variáveis quantitativas (p<0,05). Resultados: A idade média da
amostra foi de 45,8 anos (+-15,4) com predomínio do sexo
feminino (58,3%) e a mais frequente renda média da população
(82,5%) foi entre 2 e 4 salários mínimos. Tem-se um valor médio
de 7.17 (dp=1,3) para o índice OHIP-14 da população estudada,
podendo ser classificado como alto o impacto da saúde bucal na
qualidade de vida dos entrevistados. O índice OHIP-14 para
homens e mulheres foi respectivamente, 8,16 e 5,83 (p = 0,325).
O impacto na qualidade de vida foi maior no G1(OHIP-14=8,1 /
dp=5,53 p=0,024) quando comparado ao G2 (OHIP-14=3,8 /
dp=3,5 p=0,024). Observa-se assim que a condição clínica dos
pacientes não interfere na sua percepção sobre o estado de saúde
bucal, mas aqueles que estão em fase final de tratamento tem
uma percepção melhor da própria saúde bucal do que os em início
de tratamento. Conclusão: Isto sugere impacto positivo do
tratamento odontológico proporcionado pelas instituições de ensino
superior sobre a sua qualidade de vida relacionada à saúde oral da
população assistida.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
02 A Inserção do Cirurgião-Dentista no PSF: Uma
Revisão Crítica sobre as Ações e os Métodos de
Avaliação das Equipes De Saúde Bucal
Wannescla Zinglayara Amorim Silva; Islanrítallo da Silva
Paulo; Luciana Reinaldo Lima
Introdução: A Estratégia Saúde da Família (ESF) foi introduzida
no Brasil em 1994 pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de
reordenar as práticas de saúde no âmbito da atenção básica em
ambiente físico e social. No entanto, a inserção da odontologia na
ESF só aconteceu em 2000, quando o Ministro da Saúde, diante da
necessidade de ampliar a atenção em saúde bucal para a
população brasileira estabeleceu incentivo financeiro para a
formação de equipes de saúde bucal (ESB). Objetivo: Este
trabalho teve como objetivo pesquisar na literatura acerca das
dificuldades enfrentadas pela ESB dentro da Estratégia Saúde da
Família e para tanto foi realizada uma pesquisa bibliográfica livre,
porém, direcionada na literatura nacional, para identificar
publicações que abordavam tais dilemas sofridos pela equipe de
saúde bucal na ESF. Resultados: Como resultados foram
identificados dificuldades das equipes de saúde bucal para
enfrentar e resolver os problemas da saúde bucal da população,
por vários fatores envolvendo a gestão, o modelo vigente, os
profissionais e também os usuários. Entre esses, foram
mencionadas na literatura as questões relacionadas à formação do
cirurgião-dentista ainda em um modelo de formação tecnocrático e
individualista; falta de integração entre os membros da equipe e a
dificuldade dos gestores municipais entenderem o processo de
trabalho das equipes no que diz respeito às ações de promoção e
prevenção, além da necessidade da capacitação dos profissionais.
Conclusão: Pode-se concluir que são vários os desafios a serem
superados pelas equipes de saúde. Nesse sentido, sugere-se que
desde a graduação haja uma maior preocupação com a formação
em saúde numa visão mais ampla do processo saúde/doença e da
necessidade da integralidade das ações, à custa de um trabalho
interdisciplinar.
04 Atenção à Saúde Bucal do Idoso no Brasil: Um
Estudo Bibliográfico
Alef França, Igor Nogueira Nascimento, Mateus de Carvalho
Urquiza, Danyege Lima Ferreira, Antonio Wallyson Daywyds
Bezerra
pelo aumento da proporção de idosos na população, fenômeno
comum a diversos países, tanto os do primeiro mundo como
aqueles em desenvolvimento (BORN; BOECHAT, 2002). A nova
realidade brasileira exige mudanças e inovação no modelo de
atenção à pessoa idosa,a fim de garantir que o idoso possa usufruir
de um sistema de saúde integral. Do ponto de vista odontológico,
estudos demonstram que a condição de saúde bucal pode
influenciar a qualidade de vida e o bem-estar. Os profissionais de
saúde se deparam, além do grande acúmulo de carências, com
uma insuficiente rede de serviços para reverter essa realidade.
Acrescenta-se ainda a dificuldade de acesso dos idosos aos serviços
de saúde, em função da pobreza material de um largo percentual
desse grupo, revelada por aspectos que vão desde a falta de
condução para ir ao posto de saúde até a falta de dinheiro para
comprar as medicações prescritas (MOREIRA, NUTO, NATIONS,
2004). Objetivo: Evidenciar, por meio de uma revisão da
literatura, como se constitui a atenção à saúde bucal do idoso no
Brasil. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura com a
utilização dos descritores “Odontologia”, “Odontogeriatria”, “Saúde
do Idoso” e “Saúde Bucal”, verificados no DECS (Descritores em
Ciências da Saúde), em que se buscou, para construção do
referencial teórico, artigos científicos completos, publicados em
periódicos e disponíveis no banco de dados SciELO (Scientific
Eletronic Library Online). A coleta dos dados se deu entre os meses
de fevereiro e março de 2014. Conclusão: A nova realidade
demográfica e epidemiológica do Brasil exige mudanças nas
políticas de saúde pública de atenção do idoso. As estruturas do
sistema precisam ser revistas afim de garantir o atendimento
assistencial diferenciado e o acompanhamento do processo de
envelhecimento, para que este ocorra de forma ativa e saudável.
Por tanto se faz necessário o planejamento e implementação de
ações que venham a contribuir para garantia de uma melhor
qualidade de atenção, visando a redução de patologias, garantindo
um envelhecimento de qualidade.
p.26
 05 Saúde e Determinantes Sociais: Convívio de
Iniquidades
Laureni Dantas De França, José Ivo Dos Santos Pedrosa
Introdução: Estudos epidemiológicos revelam que elevada
frequência dos problemas de saúde causadores de mortalidade e
morbidade, indicadores da situação de saúde da população estão
relacionados às condições de vida e trabalho. Os Determinantes
Sociais de Saúde (DSS) são as condições sociais em que as pessoas
vivem e trabalham ou as características sociais dentro das quais a
vida transcorre. Objetivo: Analisar as evidências das condições de
vida e saúde da população, quanto aos determinantes sociais de
saúde na atenção primária, com ênfase nas iniquidades em saúde, no
âmbito municipal no Estado do Piauí, Brasil. Métodos: Desenvolveu-
se estudo de natureza quali-quantitativa, com uso da técnica de
amostragem por conglomerado nos segmentos urbano e rural de
comunidades assistidas pela Estratégia Saúde da Família (SUS). A
pesquisa compreendeu uma triangulação entre a entrevista com os
gestores municipais, inquérito domiciliar dirigido à 502 famílias e a
verificação do acesso a Sistemas de Informações em Saúde (SIAB-
Sistema de Informação da Atenção Básica de Saúde). Resultados: A
determinação essencial das condições de vida reproduz desigualdades
sociais e de saúde verificadas nas características das comunidades,
famílias e indivíduos. A organização e participação da sociedade civil
nas políticas públicas resultam prioridades distantes das necessidades
da população. Na zona rural, o percentual médio de domicílios ligados
ao sistema público de abastecimento de água é de 7,42% enquanto
nas cidades em torno de 91,0%. O acesso ao esgotamento sanitário
de 5,5% dos domicílios urbanos, embora nas zonas rurais não atinja
0,2%. O desemprego em 45,0% em chefes de família do campo e da
cidade. Condições de pobreza extrema situam os municípios entre a
linha de Indigência e pobreza em 41,2% e 52,6% coexistindo com a
indigência e a mortalidade infantil 18,1(MA) e 24,4 (MB) por 1.000
nascidos vivos evidenciando as iniquidades injustas e desnecessárias
em relações às condições de vida e saúde; Inexiste intersetorialidade
nas políticas públicas e pouca participação da população na gestão
das políticas. Conclusão: De todos os determinantes sociais
estudados ficou evidente que os pobres apresentam situação menos
favorável com iniquidades presentes na população do campo em
relação à população da cidade, exigindo políticas de enfrentamento. A
equidade se relaciona à prática da justiça social e iniquidade à
intencionalidade das políticas e dos sistemas sociais.
07 Potencialidades e Desafios da Relação Ensino-
Serviço: Percepções e Experiência nos Grupos PET-
Saúde em Blumenau-SC
João Luiz Gurgel Calvet da Silveira; Karla Ferreira Rodrigues
Objetivo: A formação na área da saúde no Brasil, numa
perspectiva tradicional, apresenta uma trajetória dissonante com
as demandas do sistema público de saúde, sendo o SUS pouco
valorizado nessa formação. Recentemente estratégias de fomento
para a requalificação da formação na saúde têm sido apresentadas
pelo Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da
Educação, com destaque para os grupos Pet-Saúde, cujo objetivo
é formar pelo trabalho no serviço, em atividades de pesquisa e
atenção, de forma interdisciplinar e multiprofissional, qualificando
simultaneamente a formação e o serviço para atender às diretrizes
do SUS. Método: estudo exploratório com técnica de questionário
eletrônico. Os dados foram interpretados pelo método da análise
de conteúdo de Bardin. Participaram desse estudo cinquenta e seis
estudantes de dez cursos da área da saúde e vinte preceptores do
SUS integrantes dos grupos PET-Saúde da FURB. Resultados:
maior participação de estudantes de medicina, psicologia e
fisioterapia e menor de educação física, ciências farmacêuticas e
odontologia. Experiência de um a dois anos no Pet-saúde.
Percepção dos estudantes: a) pontos positivos: vínculo com a
comunidade; interdisciplinaridade e atuação multiprofissional;
desenvolvimento acadêmico através da pesquisa; qualificação
profissional; b) desafios: conciliação das atividades com o
currículo; baixo valor das bolsas e custo de transporte. Percepção
dos preceptores: a) pontos positivos: contribuição dos estudantes
no processo de trabalho; inter e muiltiprofissionalidade;
apropriação e aplicação de resultados de pesquisa; b) desafios:
rotatividade dos bolsistas e pouco tempo de dedicação;
sustentabilidade da proposta fora dos editais da SGTES.
Conclusão: os preceptores reconhecem a presença dos
estudantes como potencial para a qualificação do serviço nas
unidades e os estudantes valorizam habilidades, competências e
atitudes do campo da saúde coletiva para o seu desenvolvimento
profissional. Embora apresente potencial, a proposta dos grupos
Pet-Saúde na Universidade precisa ser institucionalizada com sua
incorporação nos currículos e no Serviço pela Política de Educação
Permanente com respaldo de um instrumento legal que regule a
integração ensino serviço no nível municipal, dialogando com o
controle social em busca de uma maior legitimidade.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
06 Relato de Experiência sobre a Importância da
Atuação Multidisciplinar na Saúde Pública
Aniele Maria Albuquerque Moura; John Herbert Ribeiro de
Sousa; Carolina Pereira Tavares; Marize Melo dos Santos
O PRO PETSAUDE proporciona aos graduandos das áreas de
Educação Física, Odontologia e Nutrição a vivência na Saúde
Pública além da possibilidade de trabalho interdisciplinar a
perspectiva da atenção integral (prevenção, promoção e
atenção) à saúde das crianças e adolescentes do ensino
público básico, no âmbito das escolas e unidades básicas de
saúde, realizadas pelas Equipes de Saúde e educação de
forma integrada. Durante o período de realização do estágio,
de dezembro de 2013 a janeiro de 2014, na Unidade Básica
de Saúde de Todos os Santos, os graduandos de Educação
Física e Odontologia planejaram a atuação na Escola Municipal
Antonio Ferraz. Esta possui cinco turmas de ensino
Fundamental menor (do 1° ao 5° ano) e teve como plano de
ação a realização de diversas ações articuladas pelas equipes
de saúde e de educação com o objetivo de garantir atenção à
saúde e educação integral para os estudantes. É importante
lembrar que as ações foram desenvolvidas de modo mais
articulado possível, aproximando e integrando os profissionais
entre si, com os estudantes e a comunidade. Dentre as
atividades aplicadas com os alunos da escola, observou-se de
forma subjetiva que o interesse, participação e assimilação
dos mesmos era mais evidente quando os tópicos de saúde
eram abordados em atividades lúdicas. Indicando assim, que
a ação multidisciplinar é mais eficaz no ensino da Saúde em
alunos do Ensino Fundamental. Logo, pode-se inferir que a
melhor forma de trabalhar saúde bucal e alimentação
saudável com alunos de Ensino fundamental é de forma lúdica
e em parceria com os professores de Educação Física. Pois
dessa forma alia-se o conhecimento de odontologia com as
práticas corporais e outros assuntos específicos da Educação
Física.
08 O Impacto da Vivência Extramuro na Formação
do Estudante de Odontologia: Relato de Experiência
Jhoonatarraty Fonseca de Sena; Antoniel da Silva Soares;
Antonio Fonseca de Sousa Filho; Marcus Vinícius de Castro
Marinho
A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização da
atenção básica no País, de acordo com os preceitos do
Sistema Único de Saúde, e é tida pelo Ministério da Saúde
como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da
atenção básica por favorecer uma reorientação do processo de
trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios,
diretrizes e fundamentos da atenção básica, de ampliar a
resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e
coletividades, além de propiciar uma importante relação
custo-efetividade. Foi neste programa, durante cinco períodos
(2011.1, 2012.1, 2012.2, 2013.1 e 2013.2) da minha
graduação em Odontologia na Universidade Federal do Piauí,
que tive oportunidade de vivenciar de perto a Saúde Pública
Coletiva através da interação ensino-serviço-comunidade.
Anteriormente a formação dos estudantes de Odontologia era
praticamente restrita a práticas clínicas e métodos curativos e
a experiência adquirida estava restrita aos muros da
Universidade. Dessa maneira, se formava profissionais pouco
humanizados e distanciados da realidade da população como
um todo. Durante a vivência ensino-serviço-comunidade
foram realizadas diversas atividades como acompanhamento
dos agentes comunitários de saúde, atividades de educação e
promoção de saúde, atividades preventivas, atendimento
clínico, visitas domiciliares e acompanhamento da gestão em
saúde. A partir da vivência foi possível adquirir habilidades
sociais, conhecer a realidade do serviço público e fortalecer a
relação paciente-profissional identificando a importância do
contato e da longitudinalidade. Vale ressaltar também que,
através da educação em saúde, muitos indivíduos passaram a
enxergar a saúde bucal de uma forma diferente, destacando
sua importância para saúde geral. Portanto, é necessário cada
vez mais melhorar a formação dos estudantes, não apenas de
Odontologia, mas de todas as áreas da saúde para que esses
recursos humanos estejam preparados para lidar com a
realidade da saúde pública coletiva.
p.27
 09 Experiência de Acadêmicos de Odontologia em
Núcleo de Apoio a Saúde da Família por Meio do
Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde (PET –
Saúde)
Denis Antonio Ribeiro dos Santos; Josué Junior Araujo Pierote;
Otacílio Batista de Sousa Netto; Marize Melo dos Santos
Período de realização: Novembro de 2013 a Março de 2014.
Caracterização do problema: A formação profissional na área da
Odontologia há anos tem uma visão clinica, por vezes privatizada,
deixando muitas vezes o serviço público em segundo plano. Com isso, o
relato tem por objetivo descrever a contribuição na formação profissional
por meio de experiências vividas por acadêmicos de Odontologia no
Núcleo de Apoio a Saúde da Família por meio do Programa de Educação
pelo Trabalho em Saúde (Pet – Saúde) intitulado PET – Promoção de
Saúde. Descrição da Experiência: A vivência ocorreu junto às
comunidades das quatro unidades básicas de saúde assistidas pelo
Núcleo de Apoio a Saúde da Família da região leste da cidade de
Teresina – PI, sob a orientação de profissionais da Equipe do NASF, com
a participação de acadêmicos de odontologia. Inicialmente, realizou se
um diagnóstico das áreas assistidas pelo NASF leste, com o objetivo de
conhecer as necessidades das comunidades, além de planejar e
direcionar as atividades a serem desenvolvidas. Em seguida, foram
realizados grupos temáticos voltados para as necessidades especificas.
Entre os grupos, houve a participação ativa dos acadêmicos de
odontologia no grupo “Oficina da vida” e “GAPO”. O Grupo “Oficina da
vida” é voltado para a recuperação e reabilitação de pacientes com
dependência química que por vontade própria procuram tratamento. O
grupo “GAPO” ou Grupo de Apoio a Pessoas Obesas é uma Promoção de
saúde física, mental, bucal e nutricional, na qual se objetiva em
amenizar e/ou controlar sintomas decorrentes de comorbidades
associadas à obesidade como: hipertensão, diabetes e doenças
cardiovasculares. Efeitos alcançados: Durante a vivência foi possível
observar a ruptura do enfoque ensinado no decorrer da graduação de
odontologia, que consiste na observação única da cavidade bucal, sem
atribuir relevância ao grau de comprometimento emocional e condição
socioeconômica do paciente. Além disso, permitiu ao acadêmico da área
de odontologia a inserção no sistema público de saúde, complementando
a formação teórica e prática. Recomendações: A experiência evidencia a
necessidade de mudanças na formação acadêmica, afim de melhor
preparar os futuros dentistas para o trabalho, tanto na Estratégia de
Saúde da Família, quanto nas demais áreas de atuação oferecidas pelo
SUS.
11 Educação Permanente em Saúde: Produzindo
Sentidos e Qualificando a Gerência dos Centros de
Especialidades Odontológicas Estaduais em Sergipe
Graziane Ribeiro Couto, Marlos Cesar Bomfim Cabral,
Aldenísia Alves Albuquerque Barbosa, Rosiane Azevedo da
Silva Cerqueira, Andreia Maria Borges Iung
O presente trabalho objetiva apresentar uma proposta de
Educação Permanente para qualificar as ações de gerência
dos CEOs estaduais em Sergipe, produzindo novos
significados ao processo de trabalho das equipes e ao arranjo
organizacional do modelo de atenção secundária à saúde
bucal. O público-alvo deste projeto são cirurgiões dentistas
que atuam no cargo de gerente dos CEOs de Boquim,
Laranjeiras, Propriá, São Cristóvão, Tobias Barreto e em
breve no CEO recém-implantado de Nossa Senhora da Glória,
municípios que sediam tais unidades com o processo de
regionalização no cenário do estado de Sergipe. Para tanto,
será implantado o processo de Educação Permanente em
Saúde, com a utilização de metodologias ativas de
aprendizagem, visando incorporar novas ferramentas
pedagógicas e operacionais e fortalecer o trabalho
desenvolvido pelos gerentes dos CEOs. Pretende-se, portanto,
contribuir para a consolidação da rede especializada em saúde
bucal no estado de Sergipe, em consonância com o padrão de
eficiência e resolutividade deferido pela Política Nacional e
Estadual de Saúde Bucal. Descritores: Educação Permanente
em Saúde, Centros de Especialidades Odontológicas,
Gerência.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
10 Questionário de Berlim como Método Alternativo
no Diagnóstico da Síndrome da Apnéia Obstrutiva
do Sono
Walter Leal de Moura, Ricardo Costa Lima, Mariana da Silva
Carneiro e Jaqueline Damasceno da Silva
Introdução: A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono
(SAOS) é caracterizada por episódios repetidos de obstrução
do fluxo de ar ao nível das vias aéreas superiores,
dessaturação intermitente de oxigênio, aumento do esforço
respiratório e fragmentação do sono. Afeta 5%da população
mundial, sendo, principalmente, homens, obesos com idade
entre 40 e 60 anos e que possuem pequeno espaço aéreo
superior. É considerada um problema de saúde pública por
gerar consequências cardiovasculares, riscos de acidentes
ocupacionais e automobilísticos, hipersonolência diurna e má
qualidade de vida. A Polissonografia (PSG) é considerada o
padrão ouro para o diagnóstico da SAOS. Mas, por conta do
seu elevado custo e complexidade, instrumentos de aferição
foram criados como métodos alternativos de diagnóstico.
Dentre eles, destaca-se o Questionário de Berlin, que é um
instrumento de autopreenchimento, utilizado na avaliação da
ocorrência de fatores de risco para SAHOS, como ronco,
sonolência diurna e fadiga, além de obesidade e hipertensão
arterial. Objetivo: Informar aos CD da importância do
diagnóstico da SAOS por meio da aplicação do Questionário de
Berlim Metodologia: Foram consultadas bases de dados
atualizadas como pubmed, mediline e scielo e selecionados
artigos com os seguintes descritores: Berlin Questionnaire,
Obstructivesleepapnea, Screening Diagnosis. Conclusão: É
importante que o Cirurgião Dentista tenha conhecimentos
técnicos da aSAOS para auxiliar no seu diagnóstico, através de
instrumentos de aferição alternativos, como o Questionário de
Berlim.
12 10 Anos de Integração Ensino-Serviço-
Comunidade – Experiência da Universidade Federal do
Piauí (Parte I)
Priscila Ferreira Torres, Maria Hellen Sâmia Fortes Brito,
Patrícia Ferreira Viana, Gilberto Pires Lages, Otacílio Batista de
Sousa Nétto, Marcoeli Silva de Moura
As Diretrizes Curriculares do Curso de Graduação em Odontologia
aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação e a incorporação do
Cirurgião-Dentista no Programa de Saúde da Família (PSF), tornaram
imprescindíveis mudanças e/ou adequações do ensino da Odontologia
para adaptar o currículo do curso ao perfil do profissional exigido pelo
mercado de trabalho. Com essa finalidade foi firmado convênio da
Universidade Federal do Piauí com a Prefeitura Municipal de Teresina,
em 2004, para que os alunos formandos participassem durante o
estágio supervisionado das atividades do PSF. Em 2006, o Curso de
Odontologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI) foi contemplado
com projeto dos Ministérios da Saúde e Educação – O Programa
Nacional de Reorientação da Formação Profissional (PRÓ-SAÚDE) - que
visa à aproximação entre a formação de graduação no País e as
necessidades da atenção básica, que se traduzem no Brasil pela
Estratégia de Saúde da Família. Em 2007, com a implantação do novo
currículo do curso de Odontologia da UFPI, houve a necessidade de
ampliar a carga horária de estagio extramuro, que passou de 60 horas
no currículo anterior para 300 horas no atual. A saída dos muros
protegidos da universidade contribui de forma significativa para o
desenvolvimento profissional, haja vista que proporciona uma
aprendizagem contextual voltada tanto para a promoção de saúde
quanto para os serviços de saúde na comunidade, bem como para que o
aluno compreenda a influencia dos aspectos sociais e econômicos
envolvidos no processo saúde-doença. Além disso, possibilita que ele
desenvolva sua capacidade de obter e utilizar conhecimentos adquiridos,
bem como de resolver problemas, enquanto aprimora habilidades de
colaboração, comunicação, reflexão crítica, trabalho em equipe
multidisciplinar e relações interpessoais, que são habilidades
profissionais importantíssimas para o exercício da profissão. A
integração ensino serviço é importante não apenas na formação dos
estudantes (pela possibilidade de estar em um ambiente de treinamento
da vida real), mas também para: a comunidade que se beneficia dos
serviços dos acadêmicos durante o estagio, a instituição que fornece um
melhor contexto de formação para o aluno e preceptores no local de
treinamento que ganham com atualização de conhecimentos. Este
trabalho tem por objetivo apresentar a experiência do estagio extramuro
no curso de Odontologia da UFPI numa perspectiva histórica bem como
apresentar a percepção dos atores envolvidos.
p.28
 13 10 Anos de Integração Ensino-Serviço-
Comunidade – Experiencia da Universidade Federal do
Piauí (Parte II)
Priscila Ferreira Torres, Maria Hellen Sâmia Fortes Brito,
Patrícia Ferreira Viana, Gilberto Pires Lages, Otacílio Batista de
Sousa Nétto, Marcoeli Silva de Moura
As Diretrizes Curriculares do Curso de Graduação em Odontologia
aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação e a incorporação do
Cirurgião-Dentista no Programa de Saúde da Família (PSF), tornaram
imprescindíveis mudanças e/ou adequações do ensino da Odontologia
para adaptar o currículo do curso ao perfil do profissional exigido pelo
mercado de trabalho. Com essa finalidade foi firmado convênio da
Universidade Federal do Piauí com a Prefeitura Municipal de Teresina,
em 2004, para que os alunos formandos participassem durante o estágio
supervisionado das atividades do PSF. Em 2006, o Curso de Odontologia
da Universidade Federal do Piauí (UFPI) foi contemplado com projeto dos
Ministérios da Saúde e Educação – O Programa Nacional de Reorientação
da Formação Profissional (PRÓ-SAÚDE) - que visa à aproximação entre a
formação de graduação no País e as necessidades da atenção básica,
que se traduzem no Brasil pela Estratégia de Saúde da Família. Em
2007, com a implantação do novo currículo do curso de Odontologia da
UFPI, houve a necessidade de ampliar a carga horária de estagio
extramuro, que passou de 60 horas no currículo anterior para 300 horas
no atual. A saída dos muros protegidos da universidade contribui de
forma significativa para o desenvolvimento profissional, haja vista que
proporciona uma aprendizagem contextual voltada tanto para a
promoção de saúde quanto para os serviços de saúde na comunidade,
bem como para que o aluno compreenda a influencia dos aspectos
sociais e econômicos envolvidos no processo saúde-doença. Além disso,
possibilita que ele desenvolva sua capacidade de obter e utilizar
conhecimentos adquiridos, bem como de resolver problemas, enquanto
aprimora habilidades de colaboração, comunicação, reflexão crítica,
trabalho em equipe multidisciplinar e relações interpessoais, que são
habilidades profissionais importantíssimas para o exercício da profissão.
A integração ensino serviço é importante não apenas na formação dos
estudantes (pela possibilidade de estar em um ambiente de treinamento
da vida real), mas também para: a comunidade que se beneficia dos
serviços dos acadêmicos durante o estagio, a instituição que fornece um
melhor contexto de formação para o aluno e preceptores no local de
treinamento que ganham com atualização de conhecimentos. Este
trabalho tem por objetivo apresentar a experiência do estagio extramuro
no curso de Odontologia da UFPI numa perspectiva histórica bem como
apresentar a percepção dos atores envolvidos.
15 Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica
Invasiva e Cuidados Orais
Dillyane Carvalho de Lima; Maria Gorete de Carvalho
Introdução: Em unidade de terapia intensiva (UTI),
infecções respiratórias como a pneumonia é responsável por
altas taxas de morbimortalidade e significativos custos
hospitalares. Sabe-se que a origem dessas infecções se dá
pela aspiração de secreções da orofaringe contaminadas por
patógenos do biofilme bucal. Objetivo: Este estudo teve
como objetivo buscar na literatura dados que abordem a
ventilação mecânica invasiva e os cuidados orais na
participação das pneumonias hospitalares. Metodologia: Foi
realizado através de uma revisão integrativa da literatura, a
qual permite que pesquisas anteriores sejam avaliadas e
sintetizadas, possibilitando a análise do conhecimento
científico acerca do tema investigado. Resultados: A
ventilação mecânica invasiva apresenta um forte fator de
risco para o desenvolvimento de infecções respiratórias, no
entanto, embora a bactéria seja um fator necessário para o
desenvolvimento de pneumonias, ela por si só não é suficiente
para causar a infecção. Estudos indicam uma forte relação de
doenças bucais com as infecções respiratórias no ambiente
hospitalar. Conclusão: Desse modo, a higiene oral deve ser
tratada como um mecanismo de defesa do organismo, já que
é considerada porta de entrada de patógenos respiratórios
causadores de pneumonias.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
14 Promoção de Saúde Bucal a uma Escola Pública
da Zona Leste de Teresina-PI: Relato de Experiência dos
Acadêmicos de Odontologia da FACID
Stella Dayane de Sousa Coelho e Renata Amélia Léda Moura
Introdução: Este artigo trata-se de um relato de experiencia
sobre um trabalho desenvolvido com um grupo de alunos de
escola pública, através de atividades educativo-preventivo-
curativas, estabelecendo a promoção, manutenção e
motivação da saúde bucal. Objetivo: Despertar interesse em
educação para a higiene bucal e incorporação de hábitos
saudáveis nos primeiros anos de vida escolar. Avaliar o estado
de saúde bucal dos educandos e identificar aqueles com
necessidade de tratamento. Método: Foi realizado em uma
escola pública da zona leste de Teresina-PI com 80 alunos de
6 a 8 anos palestras educativas e uma dramatização sobre
educação em saúde bucal, hábitos saudáveis de dieta, e
importância da higiene bucal. Na primeira etapa foi realizada
orientação sobre os cuidados com a higiene oral e motivação
para o auto cuidado, em seguida houve distribuição de kits
odontológicos e escovação supervisionada. Em uma segunda
etapa realizado um exame odontológico, onde foi avaliada a
necessidade de tratamento e classificação das crianças de
acordo com a severidade das lesões. Na terceira fase foi feito
o tratamento restaurador atraumático (ART) que consiste na
detenção da progressão da doença, pois reabilita as condições
de saúde da cavidade bucal. Resultados: São a médio e
longo prazo, buscou-se uma ampliação do cuidado com
higiene oral. As doenças bucais apesar da diminuição dos
índices na média da população são de alta prevalência e custo
para o tratamento. Prevenção sem custos elevados mantém
as estruturas dos dentes e suporte visando realizar suas
funções. Conclusão: Sendo a escola uma importante
instituição de educação, que colabora na formação e melhoria
na qualidade de vida da sociedade, a importância em
promover saúde bucal nas escolas públicas de séries iniciais,
está em concretizar o aprendizado, pois estas crianças estão
em fase de descoberta do aprendizado, isto é, em idade
propícia para incorporar as práticas de prevenção, hábitos de
higiene bucal e colocar nas atividades diárias.
16 Promoção de Saúde Bucal na Estratégia Saúde
da Família em uma Capital do Nordeste
Urias Silva Vasconcelos; Raphael Lima Bemvindo; Bruno
Gabriel Martins de Sousa; Marcoeli Silva de Moura; Otacílio
Batista de Sousa Nétto
Introdução: A inserção da odontologia na Estratégia Saúde da
Família (ESF) visou à reorientação do modelo assistencial em
saúde bucal, buscando a integração das ações de promoção de
saúde ao modelo assistencial cirúrgico-restaurador. Objetivo: O
estudo traçou um perfil da saúde bucal na ESF do município de
Teresina-PI com ênfase na temática da promoção de saúde.
Método: Realizou-se um estudo observacional descritivo
envolvendo 108 cirurgiões-dentistas, com aplicação de um
questionário estruturado sobre características profissionais,
conhecimento e natureza das atividades de promoção de saúde
desenvolvidas. Os dados foram analisados através do programa
SPSS 18.0 para Windows Resultados: Observou-se que 38,9%
dos profissionais da rede foram contratados por concurso público
específico, 75,9% possuem pós-graduação, e destes, 40,2% em
saúde coletiva e/ou saúde da família. 50,9% dos dentistas
ingressaram no serviço até o final da década de 1990. Esse estudo
mostrou que 70,4% dos cirurgiões-dentistas afirmaram já ter
participado, em algum momento, de pelo menos um curso de
capacitação. Em relação às atividades coletivas desenvolvidas pela
ESB, 91,7% dos entrevistados afirmaram realizá-las. No que se
refere ao conhecimento dos entrevistados em relação à promoção
de saúde, existe um predomínio de profissionais que consideram as
atividades classicamente preventivas das doenças bucais, como
promotoras de saúde. É interessante observar também que as
atividades em promoção de saúde entendidas em um contexto
mais amplo são realizadas em uma menor frequência se
comparadas às preventivas e clínicas. Conclusão: De acordo com
este estudo, pode-se dizer que o perfil do profissional cirurgião-
dentista da ESF na procura em um curso de especialização em
saúde coletiva aumentou. Existe uma tímida, porém significativa,
participação dos cirurgiões-dentistas em ações que visam à
promoção de saúde, como realização de visitas domiciliares,
atenção diferenciada a grupos de risco e reuniões programáticas
com a equipe. Ainda não há por parte dos profissionais a
concepção de porta de entrada no sistema de saúde, visto que os
pacientes não são agendados por meio de uma conciliação entre
diferentes formas de marcação de consultas.
p.29
 17 O Reconhecimento e a Valorização das Equipes de
Saúde da Família do Centro de Saúde todos os Santos
Através da Integração com a Comunidade e as
Instituições de Ensino
Daniel Pereira Barbosa; Carolina Pereira Tavares
A Estratégia de Saúde da Família visa as ações de promoção e
proteção da saúde, prevenção das doenças e atenção integral
às pessoas. O Centro de Saúde Dr. Helvídio Ferraz Todos os
Santos foi fundado em março de 2005 no bairro Todos os
Santos, na região sudeste da cidade de Teresina-Pi. A
estrutura organizacional, dentro da ESF, insere-se no nível
primário (atenção básica), sendo assim executa serviços que
visam promoção, prevenção e recuperação da saúde,
caracterizando suas ações como de baixa complexidade.
Atualmente atuam quatro equipes de ESF e oferece convênio
com faculdades e universidades, o qual visa formar
profissionais que possuam maior entendimento da ESF
fazendo a relação ensino-prática para melhor desempenho
profissional. O objetivo deste trabalho é demonstrar a
experiência na equipe de saúde bucal na Estratégia de Saúde
da Família no Centro Todos os Santos, Teresina-PI, de acordo
com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e a
integração serviço-ensino-comunidade, demostrando o aparelho ortodôntico fixo e outros defeitos do esmalte
diferencial e a valorização da equipe para com os usuários.
19 Educação em Saúde Bucal para Pessoas com
Autismo
Mara Kelly Oliveira Silva, Juliana Borges Gomes e Moacir
Tavares Martins Filho
O Autismo ou espectro autista, representa alterações no
desenvolvimento neurológico, que afetam os componentes:
físico, psicológico, emocional e social. Caracteriza-se pelo
comprometimento da interação social, desvios de
comunicação e comportamentos restritos e estereotipados. As
pessoas com autismo geralmente apresentam a saúde bucal
precária, sendo mais suscetíveis à cárie e à doença
periodontal, uma vez que apresentam alterações de
coordenação motora e pouca cooperação para a realização de
tarefas, como a escovação. Necessitam assim, de
atendimento odontológico que envolva procedimentos
curativos e preventivos. Os programas de Educação em saúde
bucal representam papel importante no controle da cárie
dental por promoverem um impacto positivo no controle da
placa bacteriana e consequentemente da doença cárie. Desse
modo, este trabalho tem como objetivo apresentar as
estratégias de educação em saúde bucal para pessoas com
autismo, incluindo seus aspectos conceituas, objetivos e
resultados, através de uma pesquisa bibliográfica. Esta foi
realizada nas bases de dados Scielo, Medline e Lilacs, através
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), com os descritores
"educação em saúde bucal" e "autismo". Foram selecionados
25 artigos, na língua portuguesa e inglesa, datados de 2008 a
2013. Além de consulta a livros referentes ao assunto
pesquisado. Após avaliação dos resultados de programas de
educação em saúde bucal para pessoas com autismo, com
foco na prevenção, podemos considerá-los de relevância para
proporcionar a saúde bucal e qualidade de vida para essa
população.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
18 Fluorose Dentária e Qualidade de Vida de
Crianças e Adolescentes
Laynna Marina Santos Lima; Marina de Deus Moura Lima,
Lucia de Fátima Almeida de Deus Moura; Neusa Barros Dantas
Neta
Introdução: fluorose dentária é um distúrbio de alta
prevalência decorrente da ingestão de íons fluoretos presentes
principalmente em dentifrícios. Medidas preventivas para
evitá-la ainda são controversas. Assim, conhecer o impacto
que a fluorose pode causar na qualidade de vida de indivíduos
é importante para o planejamento de políticas públicas de
saúde. Objetivo: avaliar o impacto da fluorose dentária sobre
a qualidade de vida de crianças e adolescentes. Método:
foram avaliados 300 indivíduos na faixa etária de 8 a 12 anos
divididos em 4 grupos: crianças (8 a 10 anos) e adolescentes
(10 a 12 anos) com e sem fluorose. O diagnóstico de fluorose
foi realizado segundo o índice Thylstrup e Fejerskov e a
qualidade de vida foi avaliada utilizando os questionários
CPQ8-10 e CPQ11-14. Para inclusão na amostra, os pacientes
deveriam apresentar os oito incisivos permanentes com
coroas totalmente irrompidas. Foram excluídos os pacientes
que apresentaram restaurações extensas, dentes fraturados,
dentário. Resultados: A prevalência de fluorose foi 64,7%,
sendo os graus leve e muito leve responsáveis por 80,3% dos
casos. Para crianças, o escore geral médio do questionário foi
15,9 para o grupo sem fluorose e 18,3 para o grupo com
fluorose (p=0,255). Para adolescentes, o grupo sem fluorose
apresentou escore de 26,1, enquanto no grupo com fluorose o
escore foi de 22,7 (p=0,104). Conclusão: houve associação
entre fluorose e qualidade de vida somente no domínio
limitação funcional.
20 Humanização do Atendimento Odontológico no
SUS: Perspectivas Práticas
Ricardo Costa Lima; Carolina de Moura Soares; Mariana da
Silva Carneiro
Introdução: Humanizar refere-se a uma transformação cultural na
gestão e práticas em saúde, assumindo uma postura de respeito,
acolhimento e percepção do usuário como um ser humano
complexo e não apenas como uma reduzida expressão de um
consumidor de serviços em saúde. A temática da Humanização do
Atendimento em Saúde mostra-se relevante, uma vez que o
atendimento proposto pelo SUS deve ser calcado em princípios
como a integralidade à assistência, a equidade, a participação social
do usuário. A odontologia vem sofrendo um excesso de
racionalização, mecanização e burocratização do trabalho,
impedindo que trabalhadores e gestores desenvolvam estratégias
críticas, criativas e afetivas que oportunizem um atendimento de
qualidade do ponto de vista da humanização. Sintomas
desumanizantes deste processo são evidenciados pela
despersonalização do paciente, frigidez nas relações interpessoais,
ambiência inadequada, falta de privacidade e de preparo psicológico
no processo de atendimento, dentre outros. A desumanização do
atendimento odontológico ganha realces multiplicados quando se
refere ao âmbito do Sistema único de Saúde (SUS), que embora
tenha implementado uma Política Nacional de Humanização,
descrita como HUMANIZA-SUS, ainda carece de iniciativas práticas
mais efetivas , criativas e ousadas no intuito de implementar a
Cultura humanística no seu escopo rotineiro de atendimento.
Objetivo: O objetivo deste trabalho é expor, discutir e analisar
estratégias práticas de inserção do Conceito de humanização atual
em saúde na prática de assistência odontológica voltada para o
SUS. Resultados: Espera-se um despertar crítico para esta
temática, com a possibilidade de elaboração de propostas
inovadoras para a busca de uma excelência no atendimento
humanizado em Odontologia no SUS. Almeja-se, ainda, um
enriquecimento do rol de informações para recursos humanos que
buscam por alternativas acessíveis de aplicação dos conceitos de
humanização em sua prática laboral. Conclusão: Cabe considerar
que a Humanização do Atendimento em odontologia pode e deve
redimensionar os conceitos de usuário, serviço, atendimento e
profissional. Quando esta filosofia se implementa na prática
cotidiana, observa-se um impacto positivo incomensurável na
prestação de serviços, na qualidade do cuidado e na percepção do
paciente, o que aumenta , ainda mais , a relevância deste trabalho.
p.30
 21 A Odontologia na Gerência de Assistência
Farmacêutica da FMS de Teresina-PI: Relato de
Experiência
Luciene de Moura Alves Gomes; Juliana Lima Nascimento
Desde junho de 2012 implantou-se o serviço técnico no setor
odontológico da Gerência de Assistência Farmacêutica
(GEAFA), da Fundação Municipal de Saúde de Teresina-Piauí.
Desde então, são realizadas atividades indispensáveis ao bom
funcionamento do setor, tais como: seleção, programação,
aquisição, distribuição, garantia e acompanhamento da
qualidade e da utilização dos produtos odontológicos, que
atendem à rede municipal. Entre as recomendações
necessárias para a continuidade dos efeitos adquiridos
destacam-se: a necessidade permanente dos trabalhadores
em saúde bucal no setor odontológico da GEAFA, e a
conscientização dos trabalhadores em saúde bucal da rede de
atenção sobre o gerenciamento dos insumos necessários, para
o adequado funcionamento dos estabelecimentos de saúde do
município.
23 O Sujeito Implicado e a Produção do
Conhecimento Científico
Moacir Tavares Martins Filho e Paulo Capel Narvai
Todo sujeito que se coloca no papel de produzir conhecimento
científico é, em sentido amplo, um sujeito implicado. Este
ensaio resulta da assunção da condição de sujeito implicado
por um dos autores por ocasião da sua pesquisa de
doutoramento. Realizou-se pesquisa bibliográfica em bases de
dados eletrônicas e constatou-se a escassez de estudos
relacionados ao tema. Discute-se a não neutralidade da
ciência e abordam-se os mecanismos aceitos por diferentes
comunidades epistêmicas para lidar com a implicação e os
desafios postos aos pesquisadores, em especial os do setor
saúde, para terem reco¬nhecidos seus estudos como
contribuições válidas à construção do conhecimento.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
22 O Impacto das Equipes de Saúde Bucal da
Estratégia Saúde da Família no Aumento da Produção
Ambulatorial nos Municípios Brasileiros entre 1999 e
2011
GT Correa, Roger Keller Celeste
Introdução: Em 2001, as equipes de Saúde Bucal (ESB) passaram
a ser incorporadas à Estratégia Saúde da Família (ESF) no Brasil,
aumentando progressivamente a sua quantidade ao longo dos anos.
No ano de 2011, 4.847 municípios brasileiros já contavam com
21.038 destas equipes. Além disso, estudos têm demonstrado
melhora no acesso da população aos serviços odontológicos.
Entretanto, a relação entre oferta e uso de serviços de saúde não
está bem esclarecida. Objetivo: descrever e analisar a associação
entre a cobertura de equipes de saúde bucal da Estratégia Saúde da
Família e o uso de serviços odontológicos públicos nos municípios
brasileiros de 1999 a 2011. Método: é um estudo ecológico
longitudinal, cuja amostra contou com todos os 5565 municípios
brasileiros. Foram selecionados 2 anos: o ano inicial (linha de base)
utilizado foi 1999 e o ano final 2011. Com isso pode-se avaliar o
efeito da “intervenção” um ano antes e 11 anos após a implantação
das equipes de saúde bucal na saúde da família. Foram utilizados
dados secundários oriundos principalmente do DATASUS, e
procedeu-se à análise multivariada de regressão logística.
Resultados: observou-se que 85% dos municípios possuíam
ESB/ESF em 2011, e houve aumentos nas taxas de recursos físicos,
humanos e financeiros. 50,4% dos municípios aumentaram a
cobertura de dentistas que atendem ao SUS e 78,4% expandiram a
sua taxa de equipos odontológicos. A produção odontológica
aumentou 49,5% no período. Os municípios que incorporaram >3
ESB/10mil habitantes tiveram mais chances de aumentar as taxas de
procedimentos coletivos (OR=1.61, IC95%: 1.23-2,11), preventivos
(OR=2.05, IC95%: 1.56-2,69), restauradores (OR=2.07, IC95%:
1.58-2,71), e de extração (OR=1.53, IC95%: 1.19-1.97), após
controle por fatores sócio-demográficos e relacionados à variação de
recursos físicos, humanos e financeiros. Conclusão: conclui-se que
a incorporação de ESB à Saúde da Família parece mais eficiente para
o aumento do acesso da população aos serviços odontológicos. Para
os gestores municipais, trata-se de aproveitar o incentivo do
Governo Federal, tendo em vista a contínua expansão de
investimentos para equipes de Saúde da Família com saúde bucal,
cujo planejamento deve ser coerente com as necessidades de saúde
da população e demanda local.
24 Saúde Bucal (SUS) no Distrito CIC – Curitiba PR:
entre a Visão Quantitativa e Qualitativa
Ana Cristina Allegretti; Cynthia Calixto Fraiz; Maria Stela Elias;
Samuel Jorge Moysés; Simone Tetu Moysés
Trata-se de uma investigação sobre o processo de trabalho no
Distrito Sanitário (DS) CIC do município de Curitiba, em 2013.
Curitiba possui rede de atenção em saúde bucal descentralizada,
composta por 109 Unidades Básicas de Saúde (UBS), organizadas
em nove DS, tendo o DS CIC 15 UBS. O monitoramento das ações
da Atenção Primária é realizado utilizando, principalmente, os
indicadores do contrato de gestão adotado pela SMS-Curitiba. Com a
reestruturação do modelo de gestão da instituição, em 2013, as
coordenações distritais sentiram-se estimuladas a rever os processos
de trabalho. Foram gerados os relatórios de saúde bucal das 15 UBS,
pelo sistema de prontuário eletrônico do município. A análise foi feita
relacionando indicadores, recursos e pactuações existentes. Os
procedimentos foram agrupados em “clínicos” e “não clínicos” (ações
coletivas, atividades educativas, visitas domiciliares). Os itens
“clínicos” foram subdivididos, considerando relação com a polpa,
cavidades, periodontopatias, prevenção e cirurgia. Buscou-se
entender quais doenças e agravos foram mais presentes nos que
acessaram a UBS e o percentual de acesso da população do território
no período. Além disso, relacionar procedimentos/atendimentos e
explorar a programação local pelos tipos de demanda: espontânea
ou programada, externa e urgência. Os itens “não clínicos”
levantaram questionamentos em relação a critérios de risco e
efetividade das atividades educativas. Foram agendadas reuniões nas
UBS, com a equipe de saúde bucal, coordenador local e o apoio
técnico da Odontologia. Houve complementação por parte das
equipes, com dados locais, mapas do território, programação das
ações, fotografias de projetos e eventos realizados, parcerias locais
com outras instituições/empresas. Foi verificado que há diferença no
registro de alguns procedimentos, relacionada ao entendimento dos
mesmos ou conduta profissional, e mecanização de alguns
indicadores em que os profissionais não relacionam o objetivo ao
resultado em saúde. O diálogo resultou em um conhecimento mais
profundo e real do processo de trabalho nas UBS, principalmente
para alguns gestores locais, que não são dentistas. A avaliação foi
bastante positiva, tanto por parte da gestão, quanto pelos relatos
dos profissionais. Foi estabelecida maior confiança, pelo
reconhecimento dos objetivos comuns em saúde bucal. Recomenda-
se dar continuidade ao processo, para fazer as equipes refletirem a
respeito do processo de trabalho e qualificar a atenção.
p.31
 25 O Técnico em Saúde Bucal; Avanços e Desafios
para sua Inserção no Mercado de Trabalho
Lis Cardoso Marinho Medeiros
O Piauí vive hoje o momento histórico para Odontologia.
Discutir a rede de atenção à saúde bucal é um dever cívico de
todo cidadão. É preciso avaliarmos as políticas públicas
implantadas para investir na melhoria da assistência
odontológica ao usuário do SUS. Discutir a política nacional de
saúde bucal e definir estratégias de implantação da
Modalidade II no estado do Piauí para melhorar o acesso da
população à assistência odontológica é um grande desafio. A
Universidade Federal do Piauí através da Pró-reitoria de
extensão assume este compromisso social por ser parceira da
população na construção de uma rede de atenção à saúde
bucal do estado do Piauí, desde 2001 quando formou no
estado mais de trezentos THD, (Técnicos em Higiene Dental e
realizou um fórum para discutir tal política. O produto do
forum foi elaborado e encaminhado mas nada avançou até o
momento. Este espaço será reconhecida mais um momento
hsitórico de luta implementação da Modalidade no estado do
Piauí.
27 Residência Integrada em Saúde, Ênfase em
Saúde da Família e Comunidade do GHC: Atuando na
Qualificação de Profissionais para o SUS
Violeta Rodrigues Aguiar, Maiaramundstockjahnke,
Idianaluvison, Luísa Jardim Correia De Oliveira
Período de Realização: O Grupo Hospitalar Conceição (GHC)
enquanto instituição diretamente vinculada ao Ministério da Saúde
e certificada como Hospital de Ensino desempenha, através da
Residência Integrada em Saúde (RIS), um ativo papel na formação
e desenvolvimento de trabalhadores voltados ao conhecimento e
respeito aos princípios do SUS desde 2004. Caracterização do
Problema: O presente trabalho objetiva descrever o processo de
formação do cirurgião-dentista especialista em saúde da família e
comunidade. Descrição da Experiência: Durante o período de 24
meses são realizadas atividades integradas de formação teórica,
através de seminários, oficinas, discussão de casos, com a
participação de todos/as os/as residentes das ênfases da RIS/GHC,
com temáticas relativas à metodologia de pesquisa, políticas
públicas em saúde, manejo de situações vividas na clínica pelos
diferentes profissionais e nos diferentes campos de inserção;
atividades de reflexão teórica de Campo, através de seminários,
oficinas, abordagem baseada em problemas e trabalhos em
pequenos grupos; atividades de reflexão teórica de Núcleo, através
de seminários com temas específicos de cada núcleo profissional e
aprofundam a reflexão teórica sobre o exercício das mesmas nas
diferentes ênfases da RIS; supervisão de Núcleo, que conta com
participação dos preceptores responsáveis por cada núcleo
profissional, em que se discutem conteúdos referentes às
atividades desenvolvidas na prática diária com os usuários e com a
equipe; participação em eventos científicos e a produção final de
um trabalho de conclusão. Efeitos Alcançados: A proposta trazida
pela formação multiprofissional contempla uma das atribuições do
Sistema Único de Saúde (SUS), presente no artigo 200, inciso III
da Constituição Federal de 1988, que é a ordenação e formação de
recursos humanos para a saúde. Ainda, a proposta vai ao encontro
do preconizado pela Política Nacional de Saúde Bucal que incentiva
a capacitação de profissionais para o trabalho em equipe.
Recomendações: Apesar dessa modalidade de formação
denominada residência multiprofissional ter sido instituída somente
em junho de 2005, pela Lei Federal n° 11.129, é de suma
importância seu fortalecimento e ampliação, pois a mesma tem
sido essencial no processo de construção permanente e de
qualificação do SUS.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
26 Curso de Especialização em Atenção
Especializada em Saúde-Universidade Federal do Rio
Grande do Sul
Maiara Mundstock Jahnke, Fernando Neves Hugo, Karla
Frichembruder, Violeta Rodrigues Aguiar, Vânia Maria Aita de
Lemos, Ângela Maria Antunes Nunes
Período de Realização: O Curso de Especialização em Atenção
Especializada em Saúde nasceu de uma parceria entre a Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), secretarias municipais de
saúde e a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde
(SGTES) do Ministério da Saúde. A primeira turma iniciou em agosto
de 2013 e encerra o curso em agosto de 2015. Caracterização do
Problema: Ainda que se reconheçam os significativos avanços no
sentido da integralidade do sistema a partir da Política Nacional de
Saúde Bucal e na formação de profissionais de saúde bucal de nível
superior, especialmente nos cenários de prática da atenção primária à
saúde, ainda percebe-se desafios tanto na formação em nível de
graduação e pós-graduação, bem como na qualificação do cuidado e
na constituição de uma rede efetiva de atenção à saúde bucal. Nesse
contexto, encontra-se a oferta de ações de educação permanente
voltados à atenção especializada e em gestão de serviços de saúde.
Diante disso, o presente trabalho tem o objetivo de compartilhar a
iniciativa da UFRGS, através do Curso de Atenção especializada em
Saúde. Descrição da Experiência: Os objetivos do curso são
possibilitar aos profissionais de saúde a ressignificação e qualificação
de suas práticas na área de saúde bucal a partir da problematização
de ações cotidianas no trabalho além de formar profissionais de saúde
em uma das especialidades: endodontia, estomatologia, cirurgia e
traumatologia buco-maxilo-facial, periodontia e em gestão em saúde.
O curso é presencial, com a Carga horária total varia entre 2565-2685
horas dependendo da ênfase, tem duração de 24 meses. A
coordenação do curso é realizada pelo Centro de Pesquisas em
Odontologia Social da Faculdade de Odontologia – UFRGS. Efeitos
Alcançados: Modificação da concepção de formação dos especialistas
centrada no núcleo duro da especialidade, mas sim como agentes que
produzem ações de núcleo no Campo da Saúde Coletiva, além de
deter os saberes de sua especialidade, devem ter a formação
adequada para o modelo de atenção a saúde do SUS, baseado na
interdisciplinaridade e na humanização da atenção Recomendações:
Observa-se, que esse tipo de iniciativa voltada para a qualificação dos
profissionais e para a necessidade do serviço demonstra que as
instituições de ensino superior podem e devem contribuir na
consolidação do proposto pela PNSB no âmbito do SUS.
28 Vigilância Epidemiológica da Fluorose em
Escolares de Teresina-PI
Alessandra Silva Pontes, Pablo Renan Ribeiro Barbosa, Danila
Lorena Nunes dos Santos, Lúcia de Fátima Almeida de Deus
Moura, Marina de Deus Moura de Lima, Marcoeli Silva de
Moura
Introdução: Os países que obtiveram declínio na prevalência e
severidade da cárie dentária utilizaram algum programa preventivo
baseado em fluoretos. A fluoretação da água de Teresina, Piauí,
Brasil foi iniciada em 1978, ocorrendo até o ano de 1989. O
processo sofreu interrupção por 10 anos, tendo sido retomado em
1997. Pesquisa realizada em Teresina nos anos de 2005/2006
apontou prevalência de fluorose dentária de 63% entre escolares
de 12 anos da rede municipal de ensino, entretanto, esses
adolescentes não foram beneficiados com a fluoretação da água
até os quatro anos de idade em virtude da interrupção da medida.
Objetivo: Realizar a vigilância epidemiológica da fluorose dentária
em Teresina em escolares de 11 a 14 anos de idade. Metodo: Este
estudo transversal foi aprovado pelo Comitê de Ética da
Universidade Federal do Piauí. Com apoio do software Epi-info
3.5.2 determinou-se amostra mínima de 571 crianças, distribuídas
entre escolas municipais, estaduais e particulares. Os exames
cínicos foram realizados nas escolas por uma cirurgiã-dentista
calibrada (Kappa=0,83) sob luz natural, com dentes previamente
escovados e secos com auxílio de compressor portátil. Foi utilizado
o índice Thylstrup e Fejerskov (TF) para determinar a fluorose
dentária. Resultados: A prevalência de fluorose foi de 78,3%. Dos
eventos avaliados apenas a classe social e nascer e morar em
Teresina apresentaram associação significativa com a presença de
fluorose. Dos 447 escolares que desenvolveram fluorose apenas
15,6% (n=70) tiveram severidade correspondente ao TF≥ 3, que
representa o grau em que há comprometimento estético. Os
dentes mais acometidos por fluorose foram os premolares e os
menos acometidos os incisivos inferiores. Conclusão: A
prevalência de fluorose foi alta, mas os casos que necessitam de
alguma intervenção foram observados em proporção mínima, o
que não se constitui um problema de saúde pública. A necessidade
de monitoramento da prevalência e severidade de fluorose se faz
necessário, pois Teresina é uma cidade de clima tropical com
fluoretação da água de abastecimento, e o somatório com outras
fontes de flúor (dentifrício e dieta, por exemplo) pode levar ao
aumento dos casos que interferem com a estética.
p.32
 29 Estudo sobre Procedimentos Exodônticos nas 30 Procedimentos Exodônticos nas Regiões do
Regiões de Saúde do Ceará, no Período de 2010 a 2012 Brasil, no Período de 2010 a 2012

Jakelline Miranda Alves; Maria Diana Figueiredo Araujo Leite; Jakelline Miranda Alves; Maria Diana Figueiredo Araujo Leite;
Rosa Maria Maranhão de Lacerda; Wynnykelwy Miranda Alves; Rosa Maria Maranhão de Lacerda; Wynnykelwy Miranda Alves;
Maria Dione de Figueiredo Nicodemos, Maria Joana da Silva; Maria Dione de Figueiredo Nicodemos, Maria Joana da Silva;
Emery Ciana Figueiredo Vidal Emery Ciana Figueiredo Vidal

Introdução: É indiscutível que os atuais avanços ocorridos na
odontologia têm sido admiráveis. Entretanto, não expressam, nem
garantem o acesso e a melhoria das condições de saúde bucal à
população que não tem condições financeiras para pagar pelos
serviços. Enquanto se discute e se fala de implantes, adesivos
dentinários de última geração, nas camadas populares observa-se,
uma Odontologia mutiladora, sendo as exodontias, o recurso
utilizado para solucionar os problemas resultantes das doenças
bucais dessa população. Diante deste problema, há necessidade do
conhecimento das realidades locais, a partir de um levantamento
epidemiológico e de parâmetros traçados como instrumento de
avaliação a fim de (re)organizar o processo de trabalho. Objetivo:
Analisar os procedimentos exodônticos nas 22 Regiões de Saúde do
Estado do Ceará. Método: Para a realização deste estudo, foram
coletados dados do SIA/SUS, contendo informações sobre os
procedimentos exodônticos e procedimentos odontológicos básicos
individuais realizados no período estudado, e calculados a proporção
de exodontias para analisar a distribuição no Ceará e em suas
Regiões. O parâmetro nacional é de 8% de exodondia. Resultados:
No Ceará a proporção de exodontias tem diminuído (2010-9,45;
2011-8,48 e 2012 com 7,9), porém pudemos observar contrastes
regionais. Somente quatro Regiões estão com percentual dentro do
parâmetro nacional. Fortaleza (2010-4,6; 2011-4,76; 2012-2,8);
Maracanaú (2010-7,58; 2011-6,63; 2012-2,99); Quixadá (010-3,85;
2011-6,35; 2012-4,01) e Limoeiro do Norte (2010-9,2; 2011-8,53;
2012-7,15). Estas regiões provavelmente tem ofertado tratamento
de qualidade, demonstrando que o leque de ações abrange maior
numero de procedimentos preventivos e curativos, em detrimento da
extração dentária. Conclusão: Espera-se com este trabalho fornecer
subsídios que demonstrarão a necessidade de uma reorientação da
Odontologia no âmbito público das demais Regiões que não atigiram
o percentual de exodontias preconizado pelo ministério da saúde,
visando principalmente investimento em ações preventivas e um tipo
de gestão que de prioridade a investimentos em materiais e
equipamentos para garantir uma prática odontológica mais
conservadora.
Introdução: Até pouco tempo o Brasil era tido como o país dos
desdentados, a prática das exodontias mutiladoras era procedimento
comum e familiar nos serviços de saúde, eram oferecidas e executadas
quase como o único meio de tratamento disponível, porém para mudar
esse cenário ao longo dos anos o Ministério da Saúde tem desenvolvido
diversas ações: o programa “Brasil Sorridente”, além das Equipes de
Saúde Bucal e dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs).
Segundo Correia Junior (2012) no Brasil mesmo com todas as
intervenções feitas, ainda é elevada proporção de indivíduos com perda
parcial ou total de dentes, a possibilidade de controle desse agravo e os
danosos impactos na qualidade de vida das pessoas afetadas desafiam a
saúde pública. Diante deste problema, há necessidade do conhecimento
das realidades locais, a partir de um levantamento epidemiológico e de
parâmetros traçados como instrumento de avaliação a fim de (re)
organizar o processo de trabalho. Objetivo: analisar os procedimentos
exodônticos na rede assistencial pública nas Regiões do Brasil nos anos
de 2010-2012. Método: Para a realização deste estudo, foram
coletados dados do SIA/SUS, contendo informações sobre os
procedimentos exodônticos e procedimentos odontológicos básicos
individuais realizados no período estudado, e calculados a proporção de
exodontias para analisar a distribuição no Brasil e em suas Regiões. O
parâmetro nacional é de 8% de exodontia. Resultados: Observamos
que a proporção tem aumentado no Brasil (2010-8,3; 2011-10,5; 2012-
9,16). Do ponto de vista regional, foi possível constatar que a Região em
melhor situação é o Sudeste (2010-7,3; 2011-7,8; 2012-5,77), seguida
pelo Sul (2010-5,7; 2011-7,6; 2012-7,1) e pelo Centro-Oeste (2010-
4,9; 2011-5,0; 2012-7,9). No extremo inferior encontram-se Norte
(2010-10,8; 2011-9,24; 2012-11,3-) e Nordeste (2010-11,2; 2011-
15,7; 2012-14,7). Tal situação pode ser atribuída provavelmente à
melhor qualidade de vida dos habitantes das regiões Sudeste e Sul,
quando comparada às demais. As Regiões Sul e Sueste apresentam-se
como as regiões mais ricas, com melhores IDH, melhores níveis de
educação, saúde e bem estar social, com possibilidade de adquirir
produtos que previnem cárie dentária. Conclusão: Espera-se com este
trabalho fornecer subsídios que demonstrarão a necessidade de uma
reorientação da Odontologia no âmbito público principalmente nas
Regiões Norte e Nordeste, visando à prevenção de novas perdas
dentárias.

31 Prevalência de Hipomineralização Molar-

Incisivo em Escolares de Teresina-PI

Natália Silva Andrade, Rafael José Pio Barbosa Teixeira, Lúcia

de Fátima Almeida de Deus Moura, Marina de Deus Moura de
Lima

Introdução: A hipomineralização molar-incisivo (HMI) é um defeito de

desenvolvimento do esmalte dentário que afeta entre 1 e 4 primeiros
molares permanentes, frequentemente associada a alterações nos
incisivos permanentes. Clinicamente são observados dentes com
opacidades demarcadas maiores que 1 mm demarcadas nas superfícies
oclusal e vestibular da coroa variando em coloração e tamanho. O grau
de porosidade das áreas afetadas é variável, sendo que esmalte
severamente acometido pode se desintegrar, levando ao
desenvolvimento de lesões cariosas. A prevalência dessa alteração
relatada na literatura varia entre 2,8 e 40,2%. O conhecimento
epidemiológico de defeito estrutural do esmalte e sua associação com
características sociodemográficas são indicadores importantes para o
estabelecimento de medidas para o manejo clínico e para a promoção
da saúde de pacientes afetados. Até o momento não existem estudos
epidemiológicos sobre essa condição no Nordeste brasileiro. Objetivo:
Assim, o objetivo desse estudo foi investigar a prevalência e os fatores
associados à hipomineralização molar-incisivo em escolares da cidade
de Teresina, PI, Brasil. MÉTODO: Trata-se de estudo observacional
transversal realizado com 594 escolares na faixa etária de 11 a 14 anos.
O diagnóstico foi realizado de acordo com os critérios definidos pela
Academia Européia de Odontopediatria. Os exames foram realizados por
um único examinador, previamente treinado e calibrado (kappa=0,91).
Para a investigação dos possíveis fatores associados, aplicou-se
questionário às mães. Realizaram-se análise descritiva dos dados, teste
Qui-quadrado de Pearson e Fisher e regressão de Poisson. Resultados:
A prevalência da hipomineralização molar-incisivo foi de 18,4% (IC95%:
15,2-21,5). Os molares permanentes superiores foram os dentes mais
afetados pela alteração (36.1%). Indivíduos portadores desse defeito
apresentaram CPOD médio maior (RP=2.18 IC 95%1.46-2.85,
p=0.001). Não houve correlação entre o número de molares e de
incisivos afetados (coeficiente de correlação de Spearman = 0.066).
Verificou-se que houve associação entre com nascimento pré-termo
(RP=1.76 IC 95%1.22-2.12, p=0.039) e dificuldades respiratórias ao
nascer (RP=1.83 IC 95%1.25-2.18, p=0.002). Conclusão: Observou-
se uma prevalência expressiva da hipomineralização molar-incisivo nos
escolares, e esses apresentaram CPOD médio maior que àqueles livres
da condição. Apenas as complicações respiratórias durante o parto e o
nascimento pré-termo apresentaram associação com a condição.

Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53 p.33
XXII ENATESPO
XIII Congresso Brasileiro
de Saúde Bucal Coletiva

Posters
Resumos

Rev. Pesq. Bras. Odontopediatria Clín.

Integr. 2014; 14(Supl.4): 3-53.
 Eixos

EIXO 01 – CONTROLE, AVALIAÇÃO, REGULAÇÃO E AUDITORIA EM SAÚDE

BUCAL
• Avaliação do Nível de Satisfação dos Pais ou Responsáveis de Crianças
Atendidas em um Programa Odontológico de Atenção Materno-Infantil
• Autoavaliação Negativa da Saúde Bucal e Fatores Associados

EIXO 02 – DETERMINANTES SOCIAIS DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA E

POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA EQUIDADE EM SAÚDE BUCAL
• Percepção sobre a Saúde Bucal de Gestantes: Políticas de Saúde, Práticas e
Representações Inconsistentes e Ineficazes
• Promoção e Prevenção da Saúde em Defesa da Vida na Odontologia
• Determinantes da Cárie Precoce da Infância: Estudo Transversal Aninhado a
Coorte Retrospectiva com Abordagem Hierarquizada

p.35
 Eixos

EIXO 03 – INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNDADE

• Percepção acerca do Estágio Supervisionado em Saúde Coletiva: Construindo
Vínculos, Reforçando Saberes no Desenvolvimento de Práticas Coletivas de
Saúde
• Estágio Extramuros em Odontologia Hospitalar: Um Relato de Experiência
• Relação entre Dor de Dente em Escolares e Informações sobre Saúde Bucal
• Cenário de Vivência PET-Saúde, a Intersetorialidade com Escolares
• Relação entre o Tabagismo e as Doenças Periodontais
• Promoção e Recuperação de Saúde Bucal em Pacientes Especiais por meio de
um Projeto de Extensão: A Experiência da UFPI
• Avaliação do Conhecimento e Atitudes dos Cirurgiões-Dentistas da Estratégia
Saúde da Família de Teresina- PI sobre Tratamento Restaurador Atraumático
• Material Lúdico na Construção de Educação em Saúde
• Promoção de Saúde Bucal: Desenvolvendo Atividades Lúdicas para Crianças na
Faixa Etária de 3 a 6 Anos
• Programa Odontológico de Atenção Materno-Infantil - 17 Anos de Implantação
• Creche Zélia Gattai Amado como Local para Promoção de Saúde Bucal Infantil:
Relato de Experiência de Estágio Curricular
• Promoção de Saúde Bucal: Desenvolvendo Atividades Lúdicas em Crianças de
8 a 12 Anos
• Capacitação dos Agentes Comunitarios de Saúde da Unidade do Moreira com
Temas de Atenção Básica
• A Importância da Saúde Bucal Coletiva no Processo de Humanização e
Sensibilidade/ Responsabilidade Social de Acadêmicos de Odontologia

p.36
 Eixos
EIXO 04 – INTEGRALIDADE E O CUIDADO EM SAÚDE BUCAL COLETIVA
• Rede de Atenção à Saúde Bucal
• Demanda pelo Pronto Atendimento Odontológico Municipal: Influência da
Organização da Atenção Básica e das Características Sociodemográficas da
População
• A Importância do Pré Natal Odontológico na Estratégia Saúde da Família
• Influência da Equipe de Saúde da Família IV do Município de Porteiras – CE, de
Forma a Melhorar a Adesão das Gestantes ao Aleitamento Materno Exclusivo
nos Primeiros Seis Meses de Vida da Criança
• Pulpotomia com Pasta CTZ: Uma Alternativa na Terapia Pulpar de Dentes
Decíduos em Saúde Pública
• Tratamento Restaurador Atraumático (ART) como uma Estratégia de Tratamento
de Lesões Cariosas no Serviço Público
• Promoção de Saúde Bucal em Crianças de Escolas Públicas: Relato de
Experiência
• Revisão Sistemática: Relação entre o Fumo e as Lesões Cancerizáveis
• Experiência de Cárie: Autopercepção de Crianças sobre os Impactos para sua
Qualidade de Vida
• Saúde Bucal e Impacto na Qualidade de Vida do Idoso
• Avaliação do Uso de Creme Dental por Crianças e Relação Com
Desenvolvimento de Fluorose Dentária
• Promovendo Sorrisos: Relato de Experiência de Educação em Saúde Bucal para
Crianças e Adolescentes com Autismo
• Saúde Bucal Relatada por uma População de Hipertensos e Diabéticos de um
Serviço de Saúde da Zona Norte de Porto Alegre, RS
• Saúde Bucal no Dia Mundial de Luta contra à AIDS
• Participação da Saúde Bucal no Projeto de Intensificação contra Dengue na
Grande Vila Irmã Dulce

p.37
 Eixos
EIXO 05 – POLÍTICA, GESTÃO E PLANEJAMENTO EM SAÚDE BUCAL
• A Odontologia na Gerência de Assistência Farmacêutica da FMS de Teresina-PI: Relato
de Experiência
• O Impacto das Equipes de Saúde Bucal da Estratégia Saúde da Família no Aumento da
Produção Ambulatorial nos Municípios Brasileiros entre 1999 e 2011
• O Sujeito Implicado e a Produção do Conhecimento Científico
• Saúde Bucal (SUS) no Distrito CIC – Curitiba PR: entre a Visão Quantitativa e Qualitativa
• A Importância da Territorialização em Saúde
• Principais Morbidades Encontradas no Território Piçarreira- PI
• Territorialização como Ferramenta para o Diagnóstico em Saúde na Estratégia Saúde da
Família
• Cobertura em Saúde Bucal Associada à Escovação e Exodontias no Nordeste
• Contexto Geral da Atenção Primária à Saúde No Brasil
• Compras Públicas de Insumos Odontológicos na Prefeitura de São Paulo
• Análise dos Dados do Estudo Epidemiológico Nacional (Projeto SB Brasil 2010): Uma
Revisão Crítica sobre a Prevalência de Oclusopatias e suas Consequências
Relacionados a Hábitos Deletérios e a Interferência da Atenção Básica SUS na
Prevenção
• Estratégia de Aumento a Adesão a Profilaxia de Anemia Ferropriva em Menores de Dois
anos em Unidade Básica de Saúde
• Relato de Experiência sobre a Realização de Levantamento de Necessidades em Saúde
Bucal
• Condições do Ambiente de Trabalho do Cirurgião-Dentista em Escolas Públicas
Estaduais de São Luís e a Utilização de EPIs
• 10ª Região de Saúde do Ceará na Busca da Precisão dos Dados de Saúde Bucal
• CEO Regional de Limoeiro do Norte: Acesso de Qualidade ao Serviço Odontológico
Especializado na 10ª Região de Saúde do Ceará
• Necessidade e Alocação dos Laboratórios Regionais de Prótese Dentária no Brasil: Um
Estudo Ecológico

p.38
 Eixos
EIXO 06 – RECURSOS HUMANOS EM SAÚDE BUCAL
• Capacitação de Servidores Públicos em Odontologia Hospitalar: Uma Realidade
em São Luís Maranhão
• Vantagens da Prática de Ginástica Laboral em Consultório Odontológico da
Clínica Integrada da Faculdade NOVAFAPI
• O Uso de Metodologias Ativas na Formação de Técnicos em Saúde Bucal

EIXO 07 – VIGILÂNCIAS EM SAÚDE BUCAL

• Percepção Negativa do Sorriso por Motivos Oclusais em Adolescentes
Brasileiros
• Hábitos de Higiene Bucal em Crianças Relacionados ao Nível Socioeconômico
• Prevalência da Cárie Dentária em Crianças de 5 anos no Estado do Rio Grande
do Norte
• Levantamento Epidemiológico em Saúde Bucal 2010/2012
• Consumo de Água Mineral e Conhecimento sobre a Fluoretação da Água de
Teresina - PI

p.39
 32 Avaliação do Nível de Satisfação dos Pais ou
Responsáveis de Crianças Atendidas em um Programa
Odontológico de Atenção Materno-Infantil
Kamilla Rhianne de Sousa Carvalho Cunha, Thais de Alencar
Araripe, Lúcia de Fátima Almeida de Deus Moura, Marina de
Deus Moura de Lima, Teresinha Soares Pereira Lopes, Otacílio
Batista de Sousa Nétto, Marcoeli Silva de Moura
Introdução: Avaliar é diagnosticar e mudar uma realidade a fim de
intervir e aperfeiçoá-la tornando-se um instrumento de mudança para
que os serviços de saúde cumpram padrões mínimos de qualidade e que
atendam às reais necessidades da população. A opinião dos usuários
quanto à qualidade da atenção é considerada de extrema relevância
quando se busca avaliar esses serviços, pois são os beneficiados por
projetos e ações em saúde. Objetivo: Este trabalho tem por objetivo
apresentar o sistema de avaliação implantado para avaliar o nível de
satisfação dos pais e/ou responsáveis das crianças que frequentam um
programa odontológico de atenção materno-infantil. Método: Esta
pesquisa foi realizada no consultório onde funciona o Programa
Preventivo para Gestantes e Bebês (PPGB), projeto de extensão
universitária da Universidade Federal do Piauí. Os pais e/ou responsáveis
que aceitaram participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE). Foi utilizado um questionário para avaliação da
satisfação do atendimento, aplicado durante seis meses (outubro de
2013 a março de 2014), contendo questões relativas à percepção dos
mesmos logo após cada atendimento. As questões eram estruturadas
com as respostas categorizadas em “sim ou não” e em escala (ótimo,
bom, regular, ruim, péssimo). Paralela à aplicação do questionário, foi
utilizado outro instrumento de avaliação, composto por uma escala
visual. Foram confeccionadas cinco caixas de madeira nas quais estavam
representadas: (1) Localização; (2) Acolhimento; (3) Ambiente do
Atendimento; (4) Qualidade do Atendimento; (5) Importância do
Serviço. Estavam disponíveis para avaliação fichas com formato de
rostos simbolizando “ótimo”, “regular” e “ruim”. Resultados:
Participaram da avaliação 281 responsáveis, a maioria era do sexo
feminino (79,70%), mães e com idade entre 19-30 anos. Na avaliação
dos questionários, observou-se que a alternativa ótimo (67% em média)
foi a mais escolhida pelos pais em todas as perguntas. Nas questões
categorizadas em sim ou não, a maioria dos pais responderam
positivamente (86% em média). Na análise visual, a opção ótimo foi a
que mais prevaleceu (89,6% em média), seguida pela regular (6,6% em
média) e ruim (3,8% em média). Conclusão: A partir dos dados
coletados, pôde-se concluir que os pais e/ou responsáveis estão
satisfeitos com o serviço prestado no PPGB e a escala de avaliação visual
é facilmente assimilada pela população que busca o atendimento.
34 Percepção sobre a Saúde Bucal de Gestantes:
Políticas de Saúde, Práticas e Representações
Inconsistentes e Ineficazes
Laryza Sampaio de Oliveira, Márcia Regina Soares Cruz
Ferraz, João Marcos Borba Leal
Introdução: A saúde bucal da gestante é parte importante e
indissociável da saúde materna, prática pouco abordada nas políticas
de saúde voltadas a esse grupo da população. Há disponibilidade
escassa de serviços que oferecem atenção odontológica na gravidez e
a pouca valorização entre gestores, profissionais de saúde e clientela,
em relação a esse cuidado, desencadeia várias doenças bucais
decorrentes dessa negligência por parte dos sujeitos envolvidos. A
resistência das gestantes ao atendimento odontológico é real, está
fundada em crenças muito difundidas em nosso meio de que esse
tratamento pode influenciar no curso da gestação e provocar danos à
mãe e ao bebê. As representações do tratamento odontológico
envolvem imagens negativas que geram medos e ansiedades.
Vinculado a isso, muitos cirurgiões-dentistas sentem-se inseguros em
atendê-las. Dentre as alterações bucais, a de maior prevalência é a
doença cárie, que acomete 99,38% das mulheres gestantes
(mauseberget al., 1991; ruiz et al., 2002). Para isso, é necessário
que programas de saúde bucal (PSB), representado na pessoa do
cirurgião-dentista e sua equipe, desenvolvam programas que
estimulem a promoção, prevenção e atendimento odontológico a esse
grupo. Objetivos: Este trabalho objetiva ressaltar a importância e
implementação de programas de promoção e prevenção em saúde
bucal, bem como estimular a busca de tratamento odontológico por
parte das gestantes. Método: Através da revisão literária de artigos
científicos, que tratam das principais doenças e dificuldades de
atendimento para mulheres gestantes. Resultados: Com a revisão
literária, observou-se que ainda há muito por se fazer em saúde bucal
coletiva para gestantes. Constata-se em dados que as principais
doenças bucais durante a gestação passam por negligência dos
hábitos de higiene bucal da própria gestante. As práticas de atenção à
gestante nos serviços de saúde con¬templam muito pouco a questão
da saúde bucal e do tratamento odontológico na gravidez.
Evidenciando a pouca prioridade entre os profissionais e a clientela do
pré-natal, não fazendo parte da cultura dos cuidados à gestante.
Conclusões: É de fundamental importância a implementação de
programas de saúde bucal coletiva para gestantes, que visem a
promoção e prevenção de saúde bucal e o tratamento de afecções
bucais, em vista da mudança do perfil epidemiológico das principais
doenças da cavidade oral que acometem mulheres gestantes.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
33 Autoavaliação Negativa da Saúde Bucal e
Fatores Associados
Cristiano Moura, Marcus Antônio Bezerra da Silva, Fabiana
Torres Cavalcante Moura, Flávia Torres Cavalcante
Introdução: A autoavaliação da saúde bucal é um indicador
subjetivo, multidimensional que reflete a experiência dos
indivíduos sobre seu bem-estar funcional, social e psicológico.
Objetivo: Objetivou-se avaliar a prevalência da autoavaliação
negativa da saúde bucal e fatores associados. Método: A
amostra foi 1045 adultos com idade entre 20 e 59 anos, em
Campina Grande, Paraíba, Brasil. A variável dependente foi a
autoavaliação da saúde bucal e as independentes foram:
ambiente externo, características demográficas e
socioeconômicas, comportamentos relacionados à saúde,
condições objetivas de saúde bucal e condições subjetivas
relacionadas à saúde geral e bucal. Utilizou-se o teste qui-
quadrado e análise multivariada a regressão de Poisson.
Resultados: A prevalência de autoavaliação negativa foi de
70,2%. A autoavaliação negativa da saúde bucal esteve
associada a fatores contextuais desfavoráveis, ao sexo
feminino, à faixa etária de 31-40 anos, ao tempo decorrido
após última consulta odontológica ≥ 1 ano, ao hábito de
fumar, ao número de dentes cariados ≥ 4, à presença de
bolsa periodontal, a dor de dente moderada e intensa, à
necessidade autorreferida de tratamento odontológico e ao
impacto da saúde bucal na qualidade de vida (OHQoL-UK).
Conclusões: A prevalência de autoavaliação negativa foi alta
entre os adultos da amostra. As condições subjetivas em
saúde bucal estiveram mais fortemente associadas do que as
objetivas com o desfecho do estudo.
35 Promoção e Prevenção da Saúde em Defesa da
Vida na Odontologia
Jarlane Leite Andrêza, Iane Pereira Santiago, Msc. Laureni
Dantas de França
Introdução: A Promoção da Saúde como campo conceitual
político-metodológico, analisa e atua sobre as condições de
vida e saúde da população. Pautada como Política Pública
(Portaria 687/2006) amplia o seu potencial aliada à Prevenção
da Saúde, compondo um modelo contemporâneo voltado para
a qualidade de vida. Diante da dinâmica do processo saúde-
doença, a disputa de sentidos pode comprometer a qualidade
da sua implementação. Objetivo: Discutir os conceitos de
promoção e prevenção em saúde, com base nos
determinantes sociais, a fim de evidenciar opções saudáveis
na redução dos fatores de risco e doenças em indivíduos e
grupos, de modo a facilitar ações de educação na saúde em
Odontologia. Metodologia: Pesquisa bibliográfica em
impressos, bases eletrônicas (BIREME, SCIELO) e documentos
do Ministério da Saúde, Brasil. Resultados e Conclusão: A
Promoção Saúde implementa políticas públicas saudáveis para
a população, cuja abordagem deve ser orientada no sentido
de evitar as iniquidades implicadas nas desigualdades sociais
evitáveis, injustas e desnecessárias, relativas aos
Determinantes Sociais, contextualizados na promoção dos
modos de viver saudáveis. O modelo de prevenção (individual
ou coletiva) significa abordagem integrada de fatores de risco
e proteção, baseados em evidências, de modo a evitar e
controlar as doenças. O modelo de educação em Odontologia
precisa contemplar saberes e fazeres interdisciplinares e
específicos, pautados na ética, para emancipação do cidadão
no acesso ao direito de saúde, com informações e fluxos de
comunicação facilitados pela educação em saúde e
metodologias da educação popular em saúde que o
sensibilizem e o capacitem a construir conhecimento para
cuidar de si mesmo e participar nas decisões coletivas no
âmbito da sociedade, em defesa da vida.
p.40
 36 Determinantes da Cárie Precoce da Infância:
Estudo Transversal Aninhado a Coorte Retrospectiva
com Abordagem Hierarquizada
Mariana Carvalho Batista da Silva, Cecília Cláudia Costa
Ribeiro; Érika Bárbara Abreu Fonseca Thomaz
Introdução: A cárie precoce da infância (CPI) possui mais de 100
fatores de risco associados, estudos epidemiológicos sobre CPI
guiados por um modelo teórico que trataram essa doença de forma
hierarquizada são escassos. Objetivo: Investigar fatores
associados à cárie precoce da infância (CPI) por meio de
abordagem hierarquizada. Método: Trata-se de um estudo
transversal aninhado a uma coorte retrospectiva de 625 crianças
(24-71meses) em São Luís, MA, Brasil. As crianças foram
submetidas ao exame clínico e os pais e/ou responsáveis
responderam a questionário sobre dados sócio-economicos e
demográfiocs e hábitos de dieta e higiene bucal. O desfecho foi o
número de lesões de cárie, incluindo-se as lesões iniciais de acordo
com a AAPD. A Análise multivariada do modelo de regressão de
Poisson tipo forward, foi orientada por um modelo teórico
hierarquizado construído em 5 níveis: nível 1: idade e sexo, como
confundidores; nível 2: variáveis socioeconômicas; nível 3:
variáveis da dieta; nível 4: variáveis relacionadas aos hábitos de
higiene bucal e nível 5: qualidade de higiene bucal aferida.
Estimou-se as razões de prevalência (RP) ajustadas e respectivos
intervalos de confiança a 95% (IC 95%). Resultados: Idade ≥ 36
meses (RP 2,25; IC 95% 1,80-2,81), cor da pele não-branca (RP
1,28; IC95% 1,07-1,53), escolaridade materna ≤ 8 anos de
estudos (RP 1,40 ; IC95% 1,20-1,64), ter ido ao dentista (RP 0,49;
IC95% 0,42-0,58) tempo de aleitamento materno 13-24 meses
(RP 0,77; IC95% 0,64-0,93), tempo de aleitamento materno >24
meses (RP 1,48 ; IC95% 1,24-1,77), consumo de sacarose ≥ 5
vezes/dia (RP 1,26 ; IC95% 1,02-1,56), início da escovação tardia,
após erupção de vários/ todos os dentes (RP 1,75; IC95% 1,44-
2,13), criança realizar a higiene bucal sozinha (RP 1,39; IC95%
1,11-1,75), não usar fio dental (RP 1,76; IC95%1,32-2,34) e ter
maior número de superfícies com sangramento gengival (RP 1,10;
IC95% 1,04-1,14) mostraram-se associados com CPI.
Conclusões: Variáveis socioeconômicas mais distais parecem ser
mediadas por hábitos de dieta, os quais parecem ter seu o efeito
moderado por práticas higiene bucal, na associação com a CPI.
38 Estágio Extramuros em Odontologia Hospitalar:
Um Relato de Experiência
Ana Paula Fernandes Lamha, Monique Maria Melo Mouchrek,
CyrenePiazera Silva Costa
A cavidade bucal sadia está intimamente ligada à saúde geral
e à qualidade de vida. No 2° semestre de 2013, a
Coordenação do curso de Odontologia da Universidade CEUMA
identificou necessidade de ampliar sua atuação na saúde
bucal. Para tanto, demandou à equipe da disciplina de
Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais que
colocasse a Odontologia Hospitalar como uma prioridade na
disciplina. Com o objetivo de elaborar um programa de
Odontologia Hospitalar realizou-se um estágio extramuros no
período de agosto a novembrode 2013 no Hospital Dr. Carlos
Macieira. Dez alunos, distribuídos em dupla, orientaram as
técnicas de Enfermagem acerca da higiene bucal por meio da
utilização de macromodelos, folders, espelhos, dentifrícios
fluoretados e escovas de dente e, também submetiam
aqueles pacientes internados que necessitavam a tratamento
odontológico. Todas as observações foram anotadas em um
formulário específico – dos dados sociodemográficos às
condições de saúde bucal – a fim de conhecer a realidade sob
olhar da epidemiologia e tornar possível a proposição de
políticas de saúde bucal no Hospital. A realização desse
estágio foi de extrema importância, pois foi possível verificar
se o programa proposto era eficaz, efetivo e eficiente. Com
bases nos resultados obtidos, os alunos despertaram para
atuar no âmbito hospitalar, contribuindo para a melhoria da
qualidade de vida de pacientes internados e com doenças
crônicas e verificou-se que a internação prolongada e/ou o
impedimento de execução do autocuidado faz com que a
higiene oral não seja priorizada, sendo necessária a
implementação de atividades educativas em um ambiente de
trabalho ainda pouco comum ao cirurgião-dentista, mas muito
promissor aos desígnios da Odontologia, o ambiente
hospitalar. Por fim, como meta, pretende-se instalar um
programa permanente de estágio extramuros no âmbito
hospitalar.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
37 Percepção acerca do Estágio Supervisionado em
Saúde Coletiva: Construindo Vínculos, Reforçando
Saberes no Desenvolvimento de Práticas Coletivas de
Saúde
Laryza Sampaio de Oliveira, Flávia Ennes Ferro Dourado,
Lamara Luzia Antão Rocha
Período de Realização: Março de 2014 Caracterização do
Problema: Mais que simplesmente sair do espaço intramuros, é
preciso buscar, para a realização do estágio, o espaço do
trabalho que acontece no âmbito dos serviços públicos de saúde.
Onde seja possível a prática acontecer em proximidade com a
realidade, tanto do processo de trabalho e as relações que ali se
estabelecem, quanto dos problemas de saúde das pessoas em
sua expressão mais verdadeira. Não é preciso abandonar o
espaço da clínica, mas tê-lo iluminado por outros significados. O
aprendizado se dá não mais por meio dos processos de
diagnóstico e cura da doença, mas através da vivência de
inúmeros problemas, sempre pautados na busca de soluções
que, muitas vezes, são possíveis apenas em parte. Metodologia
(descrição da experiência): este trabalho foi realizado através da
Disciplina de Estágio Supervisionado I, do Curso de Odontologia
da Facid, em uma Creche Municipal de Teresina-Piauí, com
escolares de 3 a 6 anos de idade, que contemplou atividades de
Promoção e Educação em Saúde, Intervenção minimamente
invasiva em lesões cavitadas, fluorterapia, bem como
orientações de higiene e dieta aos pais e professores da
instituição. Efeitos Alcançados: a partir das orientações e
terapêuticas aplicadas, observou-se uma melhoria quanto a
saúde bucal das crianças, um amadurecimento quanto as
práticas de atendimento a crianças por parte dos acadêmicos e
uma maior intimidade das crianças quanto ao atendimento
odontológico, sem medos e choros. Recomendações: por fim,
recomenda-se a prática de atividades que simulem a realidade
no tocante ao conhecimento das atividades de atenção à saúde
da comunidade, reconhecendo realidade local, com a realização
de atividades preventivas, curativas e de diagnóstico,
planejamento e execução de tratamentos em crianças em idades
escolares iniciais, pois esta prática conduz a formação de futuros
profissionais engajados com a realidade social e com a saúde de
escolares.
39 Relação entre Dor de Dente em Escolares e
Informações sobre Saúde Bucal
Lorena De Sousa Silva, Faldryene Sousa Queiroz, Luciana
Ellen Dantas Costa, Carolina Bezerra Cavalcanti Nóbrega
Introdução: A promoção de saúde é construída a partir de
conceitos e informações incluídos dentro do cotidiano de uma
comunidade, trazendo como consequências a formação de agentes
multiplicadores em saúde e uma melhoria nos parâmetros
associados a qualidade de vida. Objetivo: Dentro deste contexto,
este trabalho teve como objetivo verificar a relação entre presença
de dor de dente em crianças e informações sobre higiene bucal
recebidas pelos responsáveis. Metodo: Como universo amostral
tem-se 108 crianças, distribuídas em seis creches municipais da
cidade de Patos – PB, e seus respectivos familiares. As informações
foram obtidas por meio de um questionário validado. Resultados:
como resultados observam-se os seguintes dados: das 108
crianças, 60 são do sexo masculino e 48 do sexo feminino; em
64,8% dos casos, os pais informaram que a criança nunca sentiu
dor de dente. Dos 35,2% que relataram ter um menor com dor de
dente, 26,32% responderam quase nunca, 36,84% às vezes,
28,95% com frequência e 7,89% com muita frequência. Em
relação à orientação sobre higiene bucal, 61,97% responderam já
ter recebido alguma informação, 37,32% não receberam e 0,71%
não souberam responder. Dos que já foram orientados, 57,95%
dizem ter sido pelo cirurgião-dentista, 22,73% pela escola, 6,81%
pelo médico, 3,41% por enfermeiro e 9,10% por algum outro
meio, sendo esse montante distribuído da seguinte forma: 3,41%
por algum estudante, 2,27% através da televisão e 1,14% por
meio de ACS, panfleto ou por um filho. Diante do observado, nota-
se que a prevalência de dor de dente em crianças ainda é alta e
que existe uma relação diretamente proporcional entre crianças
que não têm dor de dente e responsáveis que receberam
informação. Quanto à orientação de higienização bucal, embora
existam outros meios informativos, o cirurgião-dentista é o maior
responsável por essa disseminação do conhecimento. Conclusão:
Com base nos dados apresentados pode-se concluir que o trabalho
de educação em saúde realizado pelo cirurgião-dentista dentro da
comunidade é extremamente importante, especialmente no que diz
respeito a modificações positivas de perfis de saúde e qualidade de
vida dentro da população assistida.
p.41
 40 Cenário de Vivência PET-Saúde, a
Intersetorialidade com Escolares
Anielle Maria Albuquerque Moura; Carolina Pereira Tavares;
Marize Melo dos Santos John Herbert Ribeiro de Sousa
A experiência se deu no período de dezembro de 2013 a
março de 2014, e aconteceu através do PET-saúde, em que
um aluno de odontologia e um de educação física, mediados
por um preceptor, se inseriram no contexto social de uma
escola no Bairro todos os Santos, localizado na região Sudeste
de Teresina. Lá, foram realizadas atividades educativas frente
à saúde bucal, nutricional e física, através de brincadeiras
lúdicas e interativas com os escolares. Bem como, escovação
supervisionada e distribuição de escovas. Percebe-se a
carência deste grupo com relação aos cuidados odontológicos
pela presença de muitos dentes cariados, desconhecimento
dos procedimentos básicos de higiene bucal, talvez justificados
pela dificuldade de acesso ao serviço e ao negligenciamento
dos cuidadores pelo fato de se tratar de dentes decíduos. A
intenção é de que aconteça a intersetorialidade, frente à
importância de se educar não só por professores, mas
também por profissionais de saúde, com o intuito de se
promover o acesso. Assim, leva-se informações,
principalmente de saúde que, muitas vezes não são passadas
na escola, para que se possa melhorar a qualidade de vida
destes alunos e reduzir fatores de risco à saúde.
42 Promoção e Recuperação de Saúde Bucal em
Pacientes Especiais por meio de um Projeto de
Extensão: A Experiência da UFPI
Matos CV, Mendes RF, Ferreira DLA, Gondinho BVC, Carvalho
RB, Gama F.
Um Projeto de Extensão objetiva consolidar a interface
comunidade acadêmica/sociedade, possibilitando o Marcoeli Silva de Moura
enriquecimento necessário para a integração e produção do
conhecimento em busca da melhoria das condições de vida da
sociedade em geral. O Projeto de Extensão “Promoção de
Saúde Bucal para Pacientes Especiais” (PROSBE), implantado
em 2007, é voltado para o atendimento odontológico para
pacientes especiais (PE) e acontece no Centro Integrado de
Educação Especial (CIES), mantido pelo Governo do Estado
do Piauí. Funciona diariamente e conta com a participação de
professores, alunos (graduação e pós-graduação) da UFPI e
funcionários e CD’s do CIES. Tem por objetivos: identificar
conhecimento dos cuidadores/professores sobre práticas de
promoção de saúde bucal; promover, recuperar e manter a
saúde bucal do PE; capacitar profissionais envolvidos com PE
para a promoção de saúde; despertar nos alunos da
graduação a importância do atendimento humanizado em PE.
Semanalmente os cuidadores recebem tratamento
odontológico, já que eles raramente dispõem de tempo para
atendimento externo, pois a dedicação aos pacientes
especiais exige cuidado em tempo integral. Este projeto tem
propiciado uma relação social de impacto entre a UFPI e a
sociedade, como agente transformador, aproximando o aluno
a esta parcela da população que necessitar de um
atendimento diferenciado.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
41 Relação entre o Tabagismo e as Doenças
Periodontais
Bruna Laís Lins Gonçalves, Hallynebergma Maia Paula, Jezlia
Chris Silva Galdino e Márcia Valéria Martins
O tabagismo é, frequentemente, considerado como um dos
maiores fatores de risco para o desenvolvimento de
periodontites. Portanto, é necessário palestras e meios
motivacionais para que esses indivíduos deixem esse vício.
Alguns estudos mostram que pacientes tabagistas tendem a
ter maiores perdas ósseas, bolsas profundas e cálculos. Assim
como, apresentam índices gengivais menores, maior perda
óssea e uma maior suscetibilidade às lesões de bifurcação que
os não tabagistas. Por isso é preciso que o cirurgião- dentista
faça um trabalho de conscientização do mesmo. Devido à
necessidade da manutenção da saúde periodontal e,
consequentemente da saúde bucal dos pacientes, tornou-se
de fundamental importância a realização do presente trabalho,
cujo objetivo é evidenciar a relação entre o tabagismo e o
aparecimento de doenças periodontais. Para a realização do
mesmo utilizou-se uma metodologia baseada em revisão de
literatura, por meio da busca de artigos cientificos em sites
específicos, tais como BIREME, LILACS E SCIELO, entre os
anos de 2008 e 2011. Os tabagistas parecem requerer
tratamento periodontal mais extenso, pois são mais propensos
a apresentar doença periodontal, de maneira moderada a
avançada, o que é diretamente relacionado com a quantidade
de tabaco consumido por dia, com o tempo de consumo e se o
paciente é tabagista ou ex-tabagista. Dessa forma, o
profissional da área odontológica, assim como seus pacientes,
devem estar cientes dos efeitos deletérios dos metabólitos do
tabaco ao periodonto, pois além de contribuir para o
aparecimento de doenças periodontais, podem também
alterar negativamente a resposta de várias formas de
tratamento.
43
Avaliação do Conhecimento e Atitudes dos
Cirurgiões-Dentistas da Estratégia Saúde da Família de
Teresina- PI sobre Tratamento Restaurador
Atraumático
Larissa Campos Rodrigues Pinheiro, Josué Junior
Araujopierote, Priscila Ferreira Torres, Maria Hellen Sâmia
Fortes Brito, Lúcia de Fátima Almeida de Deus Moura, Marina
de Deus Moura de Lima, Otacílio Batista de Sousa Nétto,
Introdução: Nas últimas décadas houve uma melhoria da saúde bucal
atribuída principalmente ao maior acesso aos fluoretos por meio da água
e dentifrícios, entretanto, a cárie dentária continua sendo a doença
crônica não transmissível mais prevalente em todo o mundo. Uma
alternativa restauradora minimamente invasiva denominada “Tratamento
Restaurador Atraumático” (ART) surgiu em meados dos anos de 1990 e
foi oficialmente recomendada pela FDI em 2002. A técnica se baseia na
remoção do tecido cariado necrosado utilizando instrumentos de corte
manuais e restauração com cimento de ionômero de vidro (CIV) de alta
viscosidade.O ART tem sido proposto como alternativa no manejo da
cárie dentária, com o objetivo de diminuir o número de exodontias e
aumentar o número de dentes restaurados.O imenso contingente da
população necessitando de tratamento para a cárie dentária no Brasil,
associado à efetividade do ART, torna essa abordagem uma ótima opção
de tratamento para aumentar a cobertura de atendimento à população.
No cenário brasileiro, observa-se que faltam divulgação e aprimoramento
técnico dos profissionais para que o ART seja utilizado com sucesso.
Objetivo: Avaliar o conhecimento e atitudes dos Cirurgiões-dentistas
(CD) da Estratégia Saúde da Família (ESF) de Teresina acerca do ART.
Método: Participaram da pesquisa 183 CDs da rede municipal de saúde
da zona urbana. O instrumento de coleta de dados foi um questionário
contendo dados sóciodemográficos e questões relativas ao conhecimento
e atitudes sobre ART. Os profissionais assinaram um TCLE. Para análise
estatística dos resultados foi utilizado o software SPSS®. Resultados:
Dos CDs avaliados 73% era do gênero feminino com média de idade 30-
39 anos e 20 anos de experiência clínica. Quando questionados acerca do
conhecimento da técnica 92% dos profissionais afirmaram conhecer o
ART. Quanto à prática da técnica 50% afirmaram realizar
rotineiramente,12% não realizam,24% realizam às vezes e 3,8% que já
realizaram, mas não realizam mais. Quando indagados se acreditavam
que o ART deveria ser realizado como rotina na ESF 73% confirmou a
importância do ART na ESF. Apenas 19% dos cirurgiões dentistas
responderam corretamente as questões teóricas específicas sobre o ART.
Conclusões: Dentre os CDs que atuam na ESF de Teresina, número
considerável afirma conhecer o ART e realizá-lo. Porém quando avaliados
acerca do conhecimento teórico pequena porcentagem dos profissionais
demonstrou possuir domínio sobre a técnica restauradora.
p.42
 44 Material Lúdico na Construção de Educação em
Saúde
Tallysia Soares Barbosa Dantas; Vera Lúcia Gomes Prado;
Luiza Maria Sousa Santos; Ravenna Melo Vieira Gomes;
Rodrigo Batista de Monte Silva
INTRODUÇÃO: Na promoção de educação e saúde na escola é de
fundamental importância observar a abrangência do público que será
alcançado, sendo esta uma população mista com diversidade de
conhecimentos: professores, funcionários, crianças e familiares, entre
outros, que são agentes que produzem modos de refletir e agir sobre
si e sobre o mundo e assim devem ser compreendidos pelas equipes
de Saúde da Família em suas estratégias de cuidado e por seus
parceiros da academia. OBJETIVO: Com o objetivo de atender os
princípios estabelecidos pela Política Nacional de Atenção Básica,
considerando suas diretrizes e prioridades e despertar o interesse de
pré-escolares em relação a saúde bucal, as bolsistas do Projeto de
Extensão Educa Odonto, com a colaboração da cirurgiã-dentista
responsável, construíram e apresentaram para comunidade escolar
um livro sem palavras que tem o título: Saúde da Boca dá Saúde ao
Corpo, confeccionado em feltro de diversas cores para chamar a
atenção visual. METODOLOGIA: A metodologia utilizada para
trabalhar o conteúdo do livro Saúde da Boca dá Saúde ao Corpo, é a
pedagogia da problematização, valorizando o saber dos atores mirim e
de seus acompanhantes presentes nas atividades do projeto de
extensão universitário desenvolvido no Centro Municipal de Educação
Infantil “Tia Helena Medeiros”. RESULTADOS: Durante as
apresentações percebeu- se que as crianças e os demais presentes
mostraram-se sempre atentos, participativos e interativos. A equipe
observava a participação na construção da história e ao final o
apresentador fazia uma revisão do assunto abordado com os devidos
acréscimos e fazia o fechamento da apresentação do livro Saúde da
Boca dá Saúde ao Corpo. Este trabalho educativo e rico em ilustrações
possibilitou as bolsistas um crescimento humanizado em saúde
pública fora da instituição de ensino superior, e um aprendizado
referente aos modos de entender o estreito vínculo entre a produção
do conhecimento e um viver saudável. CONCLUSÃO: Conclui-se que
a utilização de material lúdico para atividades educativas,
principalmente com crianças, torna o aprendizado alegre, mais rápido
e eficaz porque elas aprendem brincando e criando histórias
educativas de saúde. Desta forma propõe-se com este trabalho
apresentar um material didático criativo e inovador produzido como
recurso didático para educação em saúde.
46 Programa Odontológico de Atenção Materno-
Infantil - 17 Anos de Implantação
Alessandra Noleto de Almeida Nunes Lima, Jessa Iashmin
Alcobaça Gomes Machado, Otacílio Batista Sousa Nétto,
Teresinha Soares Pereira Lopes, Marcoeli Silva de Moura,
Marina de Deus Moura de Lima e Lúcia de Fátima Almeida de
Deus Moura
A extensão universitária é um elo de comunicação da
universidade com a comunidade, que tem como objetivo levar
às comunidades carentes ensinamentos adquiridos em seus
departamentos acadêmicos, visando melhorar a qualidade de
vida das populações assistidas. Assim, em Abril de 1997, foi
implantado no Instituto de Perinatologia Social do Piauí
(IPSP), o Programa Preventivo para Gestantes e Bebês
(PPGB), cujas metas estão relacionadas a sensibilização de
mães quanto a importância que o pré-natal assume no
desenvolvimento da saúde da criança, além de motivá-las em
seu papel, como sujeito responsável pela saúde bucal de seus
filhos. O projeto objetiva também a recuperação e
manutenção da saúde bucal de crianças na faixa etária de
zero a 36 meses, utilizando um modelo simplificado de
atendimento educativo/preventivo, porém com rigor científico,
criando um ambiente social de desenvolvimento. O objetivo
desse trabalho é apresentar à comunidade odontológica, a
metodologia de execução do projeto, bem como os resultados
obtidos após 17 anos de sua implantação. As ações
desenvolvidas no PPGB ocorrem em quatro momentos
distintos: 1. Atendimento educativo/preventivo de bebês, na
faixa etária de 0 a 36 meses; 2. Palestras educativas para
puérperas no “Banco de Leite” do IPSP (iniciadas desde
2007). 3. Restaurações pela técnica Restauradora
Atraumática (técnica ART) em crianças com lesões cariosas de
até média profundidade e 4. Palestras a gestantes. Os
procedimentos são realizados por estagiários voluntários do
curso de Odontologia da Universidade Federal do Piauí. Desde
sua implantação já foram atendidos 17.682 bebês, doadas
12.725 escovas dentais, realizadas 23.836 aplicações tópicas
de flúor e 1.209 restaurações pela técnica ART. E ainda,
43.630 gestantes e 2.846 puérperas foram orientadas em
palestras ministradas pelos estagiários do programa.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
45 Promoção de Saúde Bucal: Desenvolvendo
Atividades Lúdicas para Crianças na Faixa Etária de 3 a
6 Anos
Natércya Brenda de Araújo Cavalcante; Luana Silva Sousa;
Danyege Lima Araújo Ferreira; Conceição de Maria Probo
Batista
Promoção de saúde bucal: desenvolvendo atividades lúdicas
para crianças na faixa etária de 3 a 6 anos A participação
ativa na promoção de saúde envolve a elaboração de uma
política pública sadia e a criação de ambientes favoráveis, no
esforço da ação comunitária e no desenvolvimento de
aptidões pessoais e reorganização dos serviços sanitários. Os
cirurgiões dentistas precisam compreender a importância dos
sistemas sociais para a promoção da saúde bucal. Quando um
programa educativo é bem planejado e tem apoio,
embasamento científico forte e linguagem adequada para o
grupo que recebe a mensagem, certamente alcançará os
resultados esperados. Este trabalho tem como objetivo
orientar e motivar crianças na faixa etária de 3 a 6 anos para
uma correta higiene bucal e dieta saudável, através de peça
de teatro e palestra educativa. A atividade foi desenvolvida
em uma Creche da Rede Pública Municipal de Teresina-PI,
tendo com público alvo 40 crianças, de ambos os gêneros. A
metodologia utilizada baseou-se na apresentação de uma
peça teatral que abordou orientação sobre a alimentação
saudável e cariogênica, e palestra educativa sobre higiene
bucal. Também foram realizadas brincadeiras educativas,
abordando o conteúdo explorado na peça teatral e na
palestra, para que fosse constatado o aprendizado e o
interesse das crianças. Em seguida, foram distribuídos kits de
higiene bucal e realizada escovação supervisionada e
aplicação tópica de flúor. Portanto, pretende-se com este
trabalho sugerir as atividades lúdicas como meio de promoção
de saúde, por se tratar de algo fácil de ser realizado e
bastante eficaz, uma vez que facilita o aprendizado e a
assimilação das informações transmitidas. Palavras-chave:
crianças, saúde bucal, promoção da saúde.
47 Creche Zélia Gattai Amado como Local para
Promoção de Saúde Bucal Infantil: Relato de
Experiência de Estágio Curricular
Sabrina Silva Ibiapino, Juliana Maria de Lima Costa, Ana
Cecilia da Silva Albuquerque, Luana Silva Sousa, Maria
Tereza Gomes Oliveira, Flavia Ennes Dourado Ferro
A saúde bucal em especial, melhorou muito nos últimos
anos, principalmente quanto à prevenção, sendo esta prática
comum não só aos dentistas, mas a vários profissionais.
Entende-se que a prevenção só ocorre quando se educa,
além de ser considerada também um instrumento de
transformação social. No caso da promoção de saúde bucal,
em crianças na faixa etária de 2 a 5 anos, é imprescindível a
motivação a fim de obter uma conscientização verdadeira de
saúde bucal. O objetivo do trabalho é relatar a experiência
da educação em saúde bucal por meio de teatro, palestras
ilustrativas, aplicação da técnica de escovação
supervisionada, bem como tratamento restaurador
atraumático nas crianças da creche Zélia Gattai. As práticas
foram realizadas no mês de março de 2014, nas quartas-
feiras pela manhã. No primeiro momento foi desenvolvido
um teatro educativo mostrando a história da cárie, alertando
sobre alimentos saudáveis e cariogênicos e a importância da
intervenção do dentista. No segundo, foi realizada a
escovação supervisionada com a finalidade de ensinar a
técnica de higiene bucal às crianças da creche e aliado a isso
avaliação da saúde bucal dos mesmos. No último momento
pode-se colocar em prática o tratamento restaurador
atraumático (ART) nas crianças que apresentavam cárie. Um
total de 40 crianças, de 2 a 5 anos, participaram do projeto
onde se pode trabalhar o medo, o incentivo e a motivação
com o cuidado dos dentes, além da devolução de qualidade
de saúde bucal nas crianças que apresentavam cárie através
da técnica ART.
p.43
 48 Promoção de Saúde Bucal: Desenvolvendo
Atividades Lúdicas em Crianças de 8 a 12 Anos
Iranilson Aurelio Paiva, Danyege Lima Araújo Ferreira, Ana
Carolina Bezerra Ribeiro, Rayza Veronica Soares Carvalho,
Antonio Wallyson Daywyds Bezerra
A odontologia, ao longo da história, pautou-se na evolução do
processo saúde/doença, buscando atuar nos níveis de prevenção e
intervindo o mais precocemente possível. O lúdico na educação
infantil, tem por objetivo oportunizar ao educador a compreensão
do significado e da importância das atividades lúdicas na educação
infantil, procurando provocá-lo, para que insira o brincar em seus
projetos educativos, tendo intencionalidade, objetivos e consciência
clara de sua ação em relação ao desenvolvimento e à
aprendizagem infantil (DALLABONA, 2005). Este trabalho tem por
objetivo motivar crianças de 8 a 12 anos para uma melhor
educação em saúde bucal por meio de atividades lúdicas. O
trabalho foi realizado no dia 16 de maio de 2013 em uma escola da
rede pública municipal de Teresina-PI. Foram realizadas atividades
educativas, tendo como público alvo 70 crianças, de ambos os
sexos, de 8 a 12 anos. A escola foi dividida de forma estratégica
para facilitar a movimentação dos alunos durante a orientação e a
ornamentação da escola foi feita com uso de enfeites
confeccionados com materiais não duráveis (isopor, camurça,
crepom). O formato e os tipos de desenhos variavam de acordo
com o subtema. A metodologia utilizada baseou-se na
apresentação de uma peça teatral que abordou a higienização da
cavidade bucal, orientação sobre a alimentação saudável e
cariogênica. Posteriormente, foram realizadas brincadeiras
educativas, abordando o conteúdo explorado na peça teatral, para
que fosse constatado o aprendizado e o interesse das crianças,
além disso, as crianças participaram de brincadeiras que envolviam
coordenação motora com os instrumentos de higiene bucal. Em
seguida, foram distribuídos kits de higiene bucal e realizado
escovação supervisionada e aplicação tópica de flúor. Portanto, as
atividades lúdicas utilizadas com essas crianças foi um importante
veículo de motivação para promoção de saúde incentivando a
prática de higiene bucal e alimentação saudável. Estre tipo de
atividade mostra-se um importante veículo para a promoção de
saúde incentivando a a prática da boa alimentação e higiene bucal
em crianças.
50 A Importância da Saúde Bucal Coletiva no
Processo de Humanização e Sensibilidade/
Responsabilidade Social de Acadêmicos de Odontologia
Danielle Gomes Dourado, Josué Junior Araújo Pierote, Otacílio
Batista de Sousa Netto
Período de realização: Mai/13 – set/2013 Caracterização do
Problema A Odontologia no Brasil tem sido sistematicamente criticada
por seu caráter excessivamente técnico, que é fragmentado e
reducionista, focado no tratamento odontológico ao indivíduo doente,
em detrimento dos seus aspectos humanos e sociais e seus
determinantes sociais de saúde, sendo assim, a odontologia deve
estabelecer uma relação paciente profissional mais humanizada, para
que se possa construir um novo conceito de saúde. Descrição da
Experiência Durante a vivência, realizamos diferentes atividades
semanalmente, na comunidade Vila do Avião em Teresina, Piauí, que
foram focadas principalmente no acompanhamento dos agentes
comunitários de saúde em visitas domiciliares, além do
acompanhamento da dentista em atividades educativas e de escovação
supervisionada na escola. Nas visitas domiciliares às famílias referentes
à micro área do respectivo ACS, demos orientações de saúde bucal,
referentes à escovação adequada, uso de fio dental e orientações
quanto à dieta. O ACS demonstrou ser um elo entre a comunidade e o
centro de saúde. Os pacientes eram incentivados a não falar apenas de
sintomas e doenças, mas de sua vida como um todo, fazendo com que
a relação se tornasse mais íntima e possibilitando conhecer as famílias
de uma forma mais ampla. O que pra nós, estudantes de odontologia,
acostumadas com a hegemonia de outro ambiente de prática, o da
clínica odontológica intramuros foi de grande valia, já que, muitas
vezes, somos mecanizados por nossa especialidade a focar apenas na
boca, se esquecendo de que a boca faz parte do corpo, e o corpo é de
um ser humano, que vive inserido em um contexto único e pessoal,
familiar, que reflete em grande parte o estado de sua saúde. Efeitos
Alcançados Durante a vivência foram adquiridas habilidades sociais,
como escuta ativa, empatia e criação de fortalecimento de vínculo com
os pacientes, evidenciando que é importante focar nas condições
socioeconômicas e sociais do paciente e não, tão somente, nos
aspectos sintomáticos e queixas de uma enfermidade.
Recomendações O principal desafio é que os estudantes se
conscientizem que esta é a nova realidade da odontologia e que
tenham o preparo necessário para deixar de ter enfoque apenas
curativo-restaurador e passarem a focar na promoção de saúde e
prevenção de doenças, sem abandonar a clínica cirúrgico-restauradora,
para que possam oferecer um cuidado integral e ampliado e resolutivo
em saúde.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
49 Capacitação dos Agentes Comunitarios de Saúde
da Unidade do Moreira com Temas de Atenção Básica
Lucas Pinheiro Monteiro/ Alana Kelly Maia Macedo Nobre de
Lima/ Juliana Ribeiro Francelino Sampaio/ Wilma Francisca da
Silva/Maria de Fátima Feitosa Vieira/Micael Sampaio da Silva
A educação continuada é obtida pelo conjunto de experiências que se
seguem à formação inicial e que permitem ao trabalhador manter,
aumentar ou melhorar sua competência para que ela seja compatível
com o desenvolvimento de suas responsabilidades. A equipe da
Estratégia de Saúde da Família, composta basicamente por uma
equipe de médico, enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem e
agentes comunitários de saúde, outras ainda contando com a
participação de cirurgião-dentista e técnico ou auxiliar de consultório
odontológico; tem como um sujeito ativo de extrema importância no
desenvolvimento das atividades diárias de uma equipe de saúde da
famíliao agente comunitário de saúde, sendo o personagem mais
presente no dia-a-dia da comunidade, pois na grande maioria dos
casos é um próprio morador da área de abrangência (de atuação) da
equipe. Percebe-se então a necessidade de atualização constante de
conhecimento desses profissionais com temas básicos de saúde, para
que possam ajudar e tirar dúvidas frequentes da população em geral.
Esta intervenção foi desenvolvida na Unidade Básica de Saúde do
Moreira, zona rural de Porteiras, Ceará, com início em 26 de agosto
de 2013 e término em 23 de novembro do mesmo ano contando com
08 agentes de saúde da referida Unidade Básica de Saúde, sendo este
o único critério de inclusão, não havendo critério excludente.A
capacitação envolvia temas importantes do cotidiano da equipe, mas
que continham certas dúvidas por parte dos agentes, tais como:
Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus, Dengue,
Aleitamento Materno, Detecção precoce de doenças, Tuberculose e
Leshmaniose. A partir dessas aulas a equipe proporcionou subsídios
técnicos aos agentes para a identificação dos hábitos de vida e
alimentação diretamente ligados a essas patologias além de construir
um novo enfoque a partir da atualização dos conceitos e do
fornecimento de noções básicas para cada uma das patologias em
questão. A capacitação foi de extrema valia para a execução dos seus
trabalhos no primeiro nível de atenção à saúde, garantindo os
cuidados corretos à população, com grau de resolubilidade compatível
com sua função, contribuindo para a extensão da atenção à saúde.
Tais intervenções mostraram-se positivas, sendo motivo de
continuidade desse tipo de atividade pois os agentes de saúde são
trabalhadores fundamentais no processo de consolidação do Sistema
Único de Saúde.
51 Rede de Atenção à Saúde Bucal
Jôseane Marques de Sousa, Jhonatta Oliver Pires de Araujo,
Laureni Dantas de França
Introdução: A ampliação do acesso aos serviços odontológicos
básicos e especializados de qualidade propicia a estruturação de
uma Política Integral e Humanitária de atenção à saúde da
população. Os sistemas de atenção à saúde são respostas sociais
deliberadas que devem operar em total coerência com a situação
de saúde dos usuários. A Política Nacional de Saúde Bucal do
Sistema Único de Saúde (SUS) garante a assistência de saúde
pública e possibilita a estruturação das Redes de Atenção à Saúde
Bucal, tópico em debate na Saúde Pública e Coletiva no Brasil.
Objetivos: Identificar os pontos de atenção à saúde bucal no
município de Teresina - PI e analisar aspectos de sua integração
na conformação de uma Rede de Atenção à Saúde Bucal, no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Método: Estudo
descritivo de pesquisa documental realizada com a sistematização
de dados secundários coletados através da análise do Protocolo
de Saúde Bucal do município de Teresina-PI, Brasil (MS/SAS/DAB
e IBGE, 2011-2013); e uso de banco de dados – DATASUS.
Resultados: O município de Teresina possui 830.231 habitantes
(IBGE, 2013) assistidos por 226 Equipes de Saúde da Família,
211 Equipes de Saúde Bucal na Modalidade I (ESBMI) com
previsão de expansão com o uso de Unidades Odontológicas
Móveis informatizadas pelo INFOSAUDE (prontuário eletrônico e
agenda). Os serviços de média e alta complexidade são
oferecidos por dois Centros de Especialidades Odontológicas.
Conta ainda com assistência odontológica em uma unidade de
Hematologia e Hemoterapia (HEMOPI), no Ambulatório e Clinicas
de Odontologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI). De posse
da identificação dos pontos da rede verificam-se dificuldades na
integração, ausência de fluxograma de atendimento e logística do
fluxo de referência e contra-referência. Conlclusão: Teresina
apresenta uma ampla gama de pontos de atenção à saúde bucal
que necessita de melhor articulação e integração com organização
dos componentes que possam conformar uma Rede de Atenção à
Saúde Bucal, a qual ofereça aos usuários um atendimento
integral. Sugere-se que se aprimore a integração destes pontos,
normalizando as ações através de linhas-guia que orientem os
fluxos, para que tanto pacientes quanto profissionais possam
fazer melhor uso dos recursos, com qualidade e resolutividade.
p.44
 52
Demanda pelo Pronto Atendimento Odontológico
Municipal: Influência da Organização da Atenção Básica
e das Características Sociodemográficas da População
Fonseca DAV, Mialhe FL, Ambrosano GMB, Pereira AC,
Meneghim MC, Gondinho BVC
Objetivo: O presente estudo objetivou avaliar a influência dos
determinantes sociais e da oferta de serviços na atenção
primária em relação à utilização de um serviço de pronto
atendimento odontológico em município de médio porte.
Método: Foram utilizados para a análise, dados de registros
de 57.231 usuários do pronto atendimento, período de 2007 a
2009, segundo idade, gênero, data e período do atendimento,
índice de exclusão social do bairro de residência e existência
de equipe de saúde bucal de referência. Resultados:
Verificou-se que, em média/ano, 5,24% da população utilizou
o serviço no período estudado, com maior procura na faixa
etária de 20 a 49 anos (63,84%) e equilíbrio entre os sexos.
Os procedimentos mais executados foram os cirúrgicos
(54,9%) com tendência ao aumento dos procedimentos
restauradores (62,8%). Os usuários residentes em áreas de
maior exclusão social apresentaram 4,15 vezes mais chance
de procurar pelo serviço (p<0,05). Não foi observada
associação estatisticamente significativa entre procura pelo
pronto atendimento, gênero e a existência de equipe de saúde
bucal na área de residência. Conclusão: Concluiu-se que
houve uma maior utilização pelo serviço de urgência
odontológico municipal por indivíduos provenientes de áreas
mais vulneráveis, demonstrando a importância do mesmo na
diminuição das iniquidades em saúde bucal.
54 Influência da Equipe de Saúde da Família IV do
Município de Porteiras – CE, de Forma a Melhorar a
Adesão das Gestantes ao Aleitamento Materno
Exclusivo nos Primeiros Seis Meses de Vida da Criança
Alana Kelly Maia Macedo Nobre De Lima, Dayanna Mayara
Moreira de Alencar, Juliana Ribeiro Francelino Sampaio, Wilma
Francisca Da Silva, Maria de Fátima Feitosa Vieira, Micael
Sampaio da Silva
O aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida, é
considerado o hábito alimentar mais saudável nessa faixa etária pois
proporciona inúmeros benefícios para a mãe e bebê. Entretanto,
muitos estudos em território nacional demonstram que as medianas
do aleitamento materno e também da exclusividade desse alimento
nos primeiro seis meses de vida, estão abaixo do que se é
preconizado pelo Ministério da Saúde. No geral, diversos fatores estão
associados a ocorrência do desmame precoce: primiparidade, uso de
chupetas, apoio familiar e até mesmo o acompanhamento pré-natal e
assistência ao parto. Os conhecimentos das mães e dos profissionais
e agentes de saúde sobre práticas de amamentação ainda são
inconsistentes. O estudo objetivou investigar os conhecimentos das
mães sobre o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis
meses de vida, as dúvidas e dificuldades mais frequentes, além da
importância do apoio familiar neste período. Trata-se de um estudo
exploratório e descritivo de abordagem qualitativa, desenvolvido com
mães acompanhadas na Unidade Básica de Saúde IV do município de
Porteiras – Ce. O período de realização do estudo foi de julho a
dezembro de 2013. Conclui-se que a falta do preparo dos
profissionais de saúde que possam orientar e desenvolver programas
educativos de estímulo ao aleitamento materno pode influenciar na
adesão correta das mães a essa prática saudável e que a maioria das
entrevistadas que referiram ter amamentado seus filhos,
amamentaram por tempo e forma inadequada conforme as
orientações do Ministério da saúde, da mesma forma que revelaram
em grande número que já ofereceram algum tipo de bico artificial
para seus filhos. As palestras ministradas na própria Unidade de
Saúde garantiram discussões construtivas entre profissionais e
pacientes, nestas podemos trocar informações importantes de forma
clara e educativa, garantindo para ambas as partes um aprendizado
relevante para toda uma vida, provando que esta prática deve ser
mantida de forma regular garantindo mudanças de hábitos,
esclarecendo dúvidas e mitos, encorajando essas pacientes a prática
do aleitamento materno e enfatizando os efeitos nocivos da
administração de quaisquer outros líquidos (lácteos ou não) nos
primeiros seis meses de vida da criança.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
53 A Importância do Pré Natal Odontológico na
Estratégia Saúde da Família
Alef da Silva França; Wallyson Bezerra; Danyege Lima Araújo
Ferreira
Introdução: A gestação é um período em que o organismo
da mulher sofre diversas transformações, tem como objetivo
desenvolver o feto e preparar o corpo da gestante para o
parto e amamentação. Essas alterações vão atuar em todo
organismo, inclusive na cavidade bucal. Diversas alterações
na boca podem ser notadas durante a gravidez, dentre elas
destaca a gengivite, que pode esta relacionada com alterações
hormonais, erosão dental após surtos de vômitos. Por esses
motivos a importância de um pré-natal odontológico para as
gestantes. Alguns mitos que estão relacionados à procura ao
atendimento odontológica durante a gestante podem explicar
a baixa taxa da procura aos tratamentos odontológicos.
Algumas doenças da boca como gengivite e periodontite,
podem ser consideradas como fatores de risco para o
nascimento bebês prematuros e com baixo peso. Todas essas
modificações podem ser evitadas, com um bom
acompanhamento com gestantes e com o controle periódico
do cirurgião-dentista, esse acompanhamento e controle se
torna bem mais fácil com o pré-natal odontológico. Objetivo:
Realizar um levantamento bibliográfico acerca da importância
do pré natal odontológico na estrategia saúde da família.
Metodo: Trata-se de uma revisão bibliográfica baseada na
literatura já existente, através de consulta a artigos científicos
selecionados através de busca no banco de dados do scielo e
da bireme, a partir das fontes Medline e Lilacs. Resultados e
Discussão: A importância do pré-natal odontológico como
forma de tentar prevenir e solucionar os problemas que estão
relacionados com a gestação. Conclusão: O pré-natal
odontológico é de extrema importância para a prevenir e
solucionar os problemas relacionados com a gestação.
55
Pulpotomia com Pasta CTZ: Uma Alternativa na
Terapia Pulpar de Dentes Decíduos em Saúde Pública
Lília Raquel Silva Sousa, Marcia Regina Soares Cruz Ferraz,
Simony dos Santos Saraiva, Camila Mariana Portela de
Macêdo, Aline Mayara Silva Lima
Introdução: A dentição decídua é de fundamental
importância para estética, fonação, mastigação, bem-estar
psicossocial da criança, além da função de manter o espaço
favorável para erupção dos sucessores permanentes, devendo
ser mantida até sua época normal de esfoliação. Para evitar a
perda precoce de dentes decíduos com envolvimento pulpar
tem sido preconizada a pulpotomia utilizando a pasta CTZ, a
qual foi sugerida em 1959 por Soller e Cappiello, tendo como
vantagem uma técnica simplificada, que não necessita de
instrumentação dos condutos radiculares. Essa pasta é
composta por: uma medida de Tetraciclina, uma medida de
Cloranfenicol e duas de Óxido de Zinco Tipo I. O Eugenol é
adicionado no ato operatório. Objetivo: Este trabalho
objetiva descrever a importância e a efetividade da utilização
da pasta CTZ na dentição decídua no setor público de saúde.
Metodo: Foi realizada uma revisão de literatura, a partir de
artigos científicos pesquisados na Bireme, Lilacs, Pub Med e
Ebesco, entre os anos de 2003 e 2013, cujos descritores
utilizados foram: pasta CTZ, tratamento endodôntico, dente
decíduo, programa saúde da família. Resultados: A partir da
leitura dos artigos consultados observou-se que a técnica de
pulpotomia utilizando a pasta CTZ é fácil, simples, apresenta
baixo custo, pode ser realizada em uma única sessão tanto
em dentes decíduos com polpa viva como necrótica, e
possibilita manter os dentes decíduos com envolvimento
pulpar até a época da esfoliação ou, pelo menos, retarda sua
perda precoce. Conclusão: Desta forma, a pulpotomia com
pasta CTZ é um procedimento efetivo, viável e de grande
importância para uso na saúde pública, onde muitas vezes a
exodontia é o procedimento de escolha por não ser possível o
tratamento endodôntico tradicional.
p.45
 56 Tratamento Restaurador Atraumático (ART)
como uma Estratégia de Tratamento de Lesões Cariosas
no Serviço Público
Morgana Marielle de Almeida Costa e Layane Maria de Sousa
Apesar das inúmeras inovações na área da tecnologia
odontológica na prevenção e tratamento da doença cárie e de
suas sequelas, grande parte da população mundial ainda
apresenta extensas lesões cariosas e não possuem acesso ao
tratamento adequado. Devido à falta de tratamento, a cárie se
mantém hoje como a maior causadora de perdas dentárias
mundialmente. Este problema da saúde pública atinge grande
parte da população dos países em desenvolvimento, mas não
se restringe apenas a eles. Segundo FRENCKEN, J. E. et al,
2001, o tratamento restaurador atraumático surgiu como
método para a preservação dos dentes cariados em pessoas
de diferentes idades, tanto em países em desenvolvimento
quanto em comunidades carentes, onde os recursos são
escassos. Sem essa intervenção conservadora os dentes
apresentariam lesões cariosas cada vez maiores até serem
perdidos por extração. Atualmente, a técnica visa a remoção
do tecido cariado não passível de remineralização por meio de
instrumentos manuais e a utilização de cimento de ionômero
de vidro quimicamente ativado para restaurá-las, já que esse
material apresenta biocompatibilidade, adesividade,
coeficiente de expansão térmica próximo ao do dente e a
capacidade de liberação de flúor para o meio bucal e para o
dente, promovendo a remineralização de áreas afetadas
reversivelmente pela cárie, além de não necessitar da
utilização de aparelhos para que o material tome presa. As
vantagens da utilização dessa forma de tratamento são
inúmeras. Primeiramente, as restaurações ART diminuem o
desconforto dos pacientes no momento do tratamento se
comparado com as restaurações convencionais que utilizam
brocas para o preparo cavitário. Outros pontos relevantes são
a sensibilidade pós-operatória diminuída, a aceitação do
tratamento pelo paciente aumentada e o menor custo-
benefício tanto para o paciente quanto para o serviço público
de saúde. Esse trabalho visa avaliar se a técnica ART é uma
alternativa viável para a saúde pública.
58 Revisão Sistemática: Relação entre o Fumo e as
Lesões Cancerizáveis
Jézlia Chris da Silva Galdino, Ana Letícia Teixeira Ribeiro,
Bruna Laís Lins Gonçalves, Márcia Valeria Martins Jézlia Chris
da Silva Galdino
O tabagismo se apresenta como um dos mais significativos
problemas de saúde pública, característico apenas da espécie
humana. Além disso, deve-se levar em consideração que o
uso do cigarro está relacionado com mais de 50 tipos de
doenças, assim sendo, o cirurgião-dentista deve levar ao
conhecimento da população os malefícios causados pelo fumo.
O profissional também deve focar que o tabagismo afeta os
tecidos da boca e estar relacionado com lesões pré-
cancerizáveis. As lesões cancerizáveis ou precursoras do
câncer são alterações teciduais que podem assumir o caráter
de tumor maligno. Portanto, torna-se necessária a criação de
ações educativas e motivadoras para que o paciente usuário
deixe o hábito de fumar, visto que a lesão pode regredir,
porém, se esse fator etiológico não for retirado a lesão poderá
evoluir para um quadro clínico mais grave. Entre as principais
estão: a leucoplasia e eritroplasia. O seguinte estudo consiste
em uma revisão de literatura, com o objetivo de buscar
evidências quanto ao papel do fumo como um dos principais
fatores de risco para as lesões pré-malignas e o papel do
cirurgião-dentista frente ao desafio de ser um promotor da
saúde bocal do seus pacientes. Foi feita uma pesquisa
bibliográfica na base de dados Scielo, do portal de periódicos
da CAPES, entre os anos 2002 e 2012. Os dados foram
coletados e analisados. Após a coleta de dados foi possível
concluir que mais de 80% dos pacientes com leucoplasia são
fumantes e que é necessário à intervenção do cirurgião-
dentista para que haja uma estagnação no quadro clínico e
uma completa restauração da área lesionada. Essa
intervenção deve ser feita através de ações educativas,
visando a educação e conscientização sobre os malefícios do
fumo.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
57 Promoção de Saúde Bucal em Crianças de
Escolas Públicas: Relato de Experiência
João Marcos Borba Leal, Camila Mariana Portela de Macêdo,
Jessica de Oliveira Lima, Marina Mírian Oliveira da Cunha,
Márcia Regina Soares Cruz Ferraz
A experiência em promoção de saúde foi realizada em uma escola
pública de Teresina no período de 29 de janeiro a 19 de fevereiro de
2014, com encontros periódicos semanais. Característica do
Problema Apesar do declínio da doença cárie ocorrido nos últimos
anos em crianças brasileiras, verifica-se a concentração de grande
atividade da doença em uma pequena parcela de crianças. Este
fenômeno, conhecido como “Polarização da Cárie” vem destacar a
influência dos fatores socioeconômicos na etiologia da cárie, Desta
forma, é importante estudar a cárie dentária numa população de
crianças de baixa renda familiar e pouco acesso ao atendimento
odontológico e métodos de prevenção de cárie. Descrição da
Experiência A metodologia empregada foi através de palestras
educativas apresentadas por alunos do 8º período de odontologia,
voltadas às crianças de 4 a 10 anos, nas quais foram demonstrados os
meios de prevenção: técnicas adequadas de escovação e uso do fio
dental, tipos de alimentos cariogênicos e não cariogênicos. As
crianças receberam kits de higiene bucal e foram realizadas
escovações supervisionadas, aplicações tópicas de flúor e
restaurações atraumáticas (ART). O objetivo desta ação foi melhorar a
saúde bucal das crianças através da promoção e educação em saúde
na escola. Efeitos Alcançados Foram notórios os efeitos alcançados
mediante esse processo de promoção e educação em saúde bucal. As
crianças mostraram-se interessadas no assunto, tornando o processo
de mais fácil execução. Algumas perguntas foram lançadas durante as
palestras e a maioria respondida com exatidão pelas crianças,
mostrando assim entendimento por parte delas. Todas as crianças
passaram por uma calibração sobre a técnica de escovação, e a
maioria demonstrou ter um adequado manuseio da escova e fio dental
após a calibragem. O tratamento restaurador atraumático realizado
em algumas crianças, permitiu a melhoria das condições bucais dos
escolares e, associado a aplicação tópica de flúor, contribuiu para
redução da atividade de cárie nas crianças atendidas.
Recomendações A experiência realizada nesta escola foi exitosa,
entretanto pode-se afirmar que o processo de promoção e educação
em saúde bucal em escolas deve ser contínuo, e deve ser adotado por
seus dirigentes, a fim de transmitir cada vez mais conhecimentos
sobre o assunto e permitir a melhoria das condições bucais dos
escolares.
59 Experiência de Cárie: Autopercepção de
Crianças sobre os Impactos para sua Qualidade de
Vida
Gondinho BVC, Silva JBS, Ferreira DLA, Carvalho RB, Matos
CV, Medeiros GIS
A qualidade de vida relacionada à saúde bucal é de
fundamental importância já que a mesma é um componente
indissociável da saúde geral, devido à correlação e
consequências que os problemas orais podem acarretar na
vida das pessoas. Por essas razões, a presente pesquisa tem
por objetivo avaliar o impacto na qualidade de vida e no
comportamento social e psicológico das crianças com a
experiência de cárie instalada, assim como, verificar a
autopercepção dessas crianças quanto à fonação,
mastigação e estética. É um estudo descritivo, do tipo
transversal, no qual foi utilizado um questionário com
perguntas objetivas. Neste estudo foram avaliadas 51
crianças atendidas em uma Faculdade Privada de Teresina –
PI, entre 7 a 12 anos. Os resultados da pesquisa mostraram
que quanto ao aspecto estético 65% das crianças revelaram
possuir vergonha dos seus dentes, já quanto ao aspecto
funcional apenas 8% das crianças revelaram apresentar
dificuldade na fala e em relação ao fator social constatou-se
que 4% das crianças entrevistadas afirmaram ter dificuldade
de fazer amizades com outras crianças por causa de seus
dentes, Assim, o presente estudo demonstrou que a doença
cárie não causou impacto na qualidade de vida com relação
aos aspectos sociais, psicológicos e funcionais, ao passo que,
houve autopercepção das crianças nos aspectos relacionados
à estética e a dor.
p.46
 60 Saúde Bucal e Impacto na Qualidade de Vida do
Idoso
Isnayra Kerolaynne Carneiro Pacheco, Thalisson Saymo de
Oliveira Silva, Urias Silva Vasconcelos, Luciana Correia Aragão
de Vasconcelos, Carmem Dolores Vilarinho Soares de Moura
Introdução: A qualidade de vida está fortemente relacionada
à condição de saúde do indivíduo. Sendo a saúde bucal
inserida nesse contexto, torna-se relevante quantificar as
consequências de uma doença sobre a rotina de seu portador.
Objetivo: Investigar o impacto das condições de saúde bucal
na qualidade de vida de idosos assistidos pela Estratégia
Saúde da Família do município de Parnaíba, Piauí. Método:
Trata-se de um estudo observacional, analítico e transversal,
que teve como população-alvo idosos com idade entre 65 e 74
anos. A amostra foi constituída por 71 idosos, na qual exames
epidemiológicos foram realizados para a verificação das
condições bucais, assim como o Oral Health Impact Profile
(OHIP-14) foi aplicado aos idosos para mensuração do
impacto da saúde bucal na qualidade de vida e três perguntas
foram utilizadas para avaliação da autopercepção da saúde
bucal. Resultados: Os idosos apresentaram precárias
condições de saúde bucal, com média CPOD de 27,33 (dp= ±
5,73) e peso de 86,6% para os dentes perdidos. A elevada
percentagem de perda dentária influenciou o CPI, com grande
prevalência de sextantes excluídos. A autopercepção da saúde
bucal foi considerada positiva. O OHIP-14 apresentou média
de 2,88, demonstrando fraco impacto das condições de saúde
bucal sobre a qualidade de vida. As dimensões do OHIP com
maior impacto foram Dor, Incapacidade Física e Limitação
Funcional. Conclusão: As incoerências entre os achados
clínicos e os subjetivos demonstram que a saúde bucal está
menos associada às situações clínicas apresentadas e mais
ligada à subjetividade atribuída à saúde perdida.
62 Promovendo Sorrisos: Relato de Experiência de
Educação em Saúde Bucal para Crianças e Adolescentes
com Autismo
Juliana Borges Gomes; Mara Kelly Oliveira Silva; Moacir
Tavares Martins Filho
O Projeto de Extensão Promovendo Sorrisos foi pensado e criado por
acadêmicos do curso de odontologia da Faculdade de Farmácia,
Odontologia e Enfermagem da Universidade Federal do Ceará e atua
na Fundação Casa da Esperança desde janeiro de 2012 até o presente
ano. Tal ação assiste diretamente 47 crianças e adolescentes com
transtorno do espectro autista. O Autismo ou espectro autista
representa alterações no desenvolvimento neurológico, que se
caracterizam de maneira geral pelo comprometimento da interação
social, desvios de comunicação e comportamentos restritos e
estereotipados. O indivíduo autista tem retardo no desenvolvimento
de habilidades físicas, sociais e de aprendizado, além de ritmo
imaturo de fala, com limitação na compreensão de ideias, uso de
palavras sem sentido, ecolalia e maneiras anormais de se relacionar
com pessoas e objetos. Esse tipo de paciente geralmente apresenta a
saúde bucal precária, devido principalmente a uma ineficaz higiene
bucal, por apresentarem alterações de coordenação e pouca
cooperação para a realização de tarefas, como a escovação. Além
disso, para os pacientes especiais o acesso aos cuidados de saúde
bucal é limitado. Portanto, a necessidade de assistência odontológica
voltada à prevenção caracteriza-se como principal intervenção nesses
indivíduos, objetivando a melhoria do autocuidado e da higiene bucal.
Desse modo, tal projeto atua com um programa de educação em
saúde bucal através de atividades lúdicas, escovação supervisionada,
evidenciação de placa bacteriana, levantamento das necessidades
odontológicas e instruções de autocuidado bucal. Utiliza-se materiais
audiovisuais, desenhos educativos, macromodelos, escovas de
dentes, creme dental fluoretado e evidenciador de placa líquido,
buscando assim, construir possibilidades de aprendizagem e de
desenvolvimento humano para pessoas com autismo. A criação de
vínculo com os autistas, cooperação nas atividades e melhoria no
autocuidado bucal foram observados, no entanto, Índices de placa
bacteriana não reduziram significativamente, ocorrendo de forma
pontual. Tal fato pode ser consequência da falta de tratamento
odontológico, como a remoção de cálculo já instalado, além de falta
de incentivo de pais e cuidadores no momento da higiene bucal.
Portanto, programas de educação em saúde bucal, com foco na
prevenção, que englobe tanto os pacientes autistas como os pais e
cuidadores destes, podem gerar resultados positivos na melhoria da
saúde bucal dos indivíduos com autismo.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
61 Avaliação do Uso de Creme Dental por Crianças e
Relação Com Desenvolvimento de Fluorose Dentária
Camila Siqueira Silva Coelho, Milena Andrade Furtado Silva,
Natalia Sousa Leite Brito, Priscila Ferreira Torres, Lúcia de
Fátima Almeida de Deus Moura, Marina de Deus Moura de
Lima e Marcoeli Silva de Moura
Introdução: Para controlar a cárie dentária a medida mais efetiva, sem
dúvida, é a escovação dos dentes, que além de remover ou pelo menos
desorganizar o biofilme, leva o fluoreto à cavidade bucal interferindo no
processo de des/remineralização dentária. Para incentivar esse bom
hábito, que deve fazer parte da rotina de higiene de qualquer indivíduo,
a indústria tem fabricado dentifrícios infantis com sabor adocicado para
conquistar o público infantil aumentando o risco de ingestão e
consequentemente o desenvolvimento de fluorose em crianças durante a
fase de calcificação dos dentes permanentes (entre 1 e 5 anos de
idade). A ingestão de dentifrícios está relacionada com alguns fatores
tais como: escolha do dentifrício, frequência da escovação, quantidade
de dentifrício colocada na escova, fatores socioeconômicos dentre
outros. Objetivos: Avaliar os hábitos de higiene bucal de crianças em
idade de risco para o desenvolvimento de fluorose dentária. Metodo:
Este estudo longitudinal prospectivo foi realizado com crianças com
idade de 12 a 36 meses e seus pais ou responsáveis que assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As crianças freqüentavam
escola particular da cidade de Teresina, Piauí. Os pais responderam um
questionário relativo aos hábitos de higiene bucal da criança com
perguntas abertas e fechadas. Resultados: Nos primeiros anos os pais
tendem a utilizar dentifrício infantil sem fluoreto (86,27%), contudo
quando as crianças atingem os 2 anos e 6 meses 50,49% já utilizam o
dentifrício infantil fluoretado, sendo que em sua maioria a indicação foi
feita por um dentista (39,22%). 43,02% dos pais colocam ½ de
dentifrício em relação ao tamanho da escova e em sua minoria colocam
a quantidade que é recomendada (4,65%). Foi relatado pelos pais que
49,50% das crianças apresentam o hábito de engolir dentifrício, e na
tentativa de reduzir essa ingestão 80,70% pedem para cuspir e apenas
7,01% relataram colocar pouca pasta. Conclusão: Diante do exposto,
pôde-se compreender a necessidade da difusão do conhecimento
científico para o publico em geral e até mesmo cirurgiões-dentistas. O
dentifrício fluoretado deve ser recomendado para crianças desde a
erupção dos primeiros dentes, tendo em vista seu potencial anticárie e o
fato desse benefício ser superior aos eventuais riscos de fluorose
dentária, desde que seguidas as orientações de usar pequena
quantidade, não molhar a escova, incentivar a criança a cuspir e
supervisionar a escovação.
63 Saúde Bucal Relatada por uma População de
Hipertensos e Diabéticos de um Serviço de Saúde da
Zona Norte de Porto Alegre, RS
Maiara Mundstock Jahnke, Idiana Luvison, Júlio Baldisserotto
Introdução: O envelhecimento da população vem
acompanhado de um aumento da prevalência de doenças
crônicas, destacando-se a Hipertensão e Diabetes. O Serviço
de Saúde Comunitária (SSC) do Grupo Hospitalar Conceição
(GHC) organiza seu processo de trabalho a partir das
condições sensíveis à Atenção Primária à Saúde, através das
ações programáticas. Dentre elas, a atenção ao paciente com
Hipertensão e Diabetes (Hiperdia) é uma das prioritárias.
Dessa forma, a equipe de saúde bucal (ESB) deve trabalhar
de forma integrada com o objetivo de conhecer e atender
estes pacientes. Objetivo: O objetivo deste trabalho é
descrever características relacionadas à saúde bucal de
pessoas cadastradas no Hiperdia. Metodo: É um estudo
descritivo transversal e faz parte de um estudo maior que
investigou outros desfechos (protocolo de aprovação no CEP-
GHC 10-261). A população alvo foi composta por pessoas
acima de 18 anos cadastradas no Hiperdia. A amostragem foi
aleatória e a entrevista foi realizada no domicílio, após o
consentimento do paciente. Os dados foram digitados e
analisados no programa SPSS 16.0. Resultados: O número
total de entrevistados foi de 2482 pessoas usuárias. Dentre
esses, 60% consideravam sua saúde bucal como sendo
positiva, 64% referiram ter menos de 20 dentes e 77%
afirmaram não ter dificuldade de mastigar alimentos. Apenas
11% já foram encaminhados ao dentista por um médico ou
enfermeiro. O número de dentes presentes esteve relacionado
com escolaridade, renda e idade. Conclusão: Estes
resultados denotam a necessidade de ampliação e qualificação
do trabalho das ESB em conjunto com os demais responsáveis
pelo cuidado destes usuários, para que o acesso a SB
realmente favoreça a integralidade do cuidado desta
população.
p.47
 64 Saúde Bucal no Dia Mundial de Luta contra à
AIDS
Afonso Ribeiro Alves Filho
Transformar o 1º de dezembro em Dia Mundial de Luta Contra
a AIDS foi uma decisão da Assembléia Mundial de Saúde, em
outubro de 1987, com apoio da Organização das Nações
Unidas - ONU. A data serve para reforçar a solidariedade, a
tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas
infectadas pelo HIV/AIDS. A escolha dessa data seguiu
critérios próprios das Nações Unidas. No Brasil, a data passou
a ser adotada a partir de 1988 (MS, 2009). Segundo o
Programa Nacional de DST e AIDS do Ministério da Saúde o
preconceito e a discriminação contra as pessoas vivendo com
HIV/AIDS são as maiores barreiras no combate à doença:
adequado apoio, assistência, tratamento e ao seu diagnóstico
da AIDS. Ao discutir preconceito e discriminação, o Ministério
da Saúde espera aliviar o impacto da AIDS no País. O principal
objetivo é prevenir, reduzir e eliminar o preconceito e a
discriminação associados à AIDS. É fundamental que o
preconceito seja combatido e o aumento da prevenção devem
se tornar hábitos diários de nossas vidas (MS, 2009). A saúde
bucal é uma importante alternativa no conjunto de esforços de
humanização e inclusão do soropositivo no que se refere à
assistência a saúde na atenção básica. Somar esforços e
participação efetiva da saúde bucal do Centro de Saúde da
Vila Irmã Dulce, por meio das Equipes 50, 219 e 222, na
oficina que ocorre todos os anos no Dia Mundial e Combate à
AIDS na Praça do Bairro Esplanada em parceria com o Posto
de Saúde Esplanada, Centro da Juventude Santa Cabrini e
Associação das Prostitutas do Piauí – APROSPI.
66 A Importância da Territorialização em Saúde
Nággila Fernanda Figueiredo Lima, Priscilla Raquel Negreiros
dos Santos, Raiany Rodrigues de Carvalho, Danyége Lima
Araújo Ferreira
Introdução: A implantação de programas de saúde que possuem
uma hierarquização desde o nível federal ao municipal tem
permitido tanto a elaboração de projetos que promovam o
desenvolvimento local, quanto à utilização de conceitos e
ferramentas inerentes à geografia no sentido de planejar a
territorialidade de políticas públicas, de equipamentos e ações.
Esse foi o modo encontrado para se resolver a questão da
definição das áreas de atuação dos serviços de atenção primária,
ou seja, territorializando os serviços e cadastrando (adscrição de
clientela, como é chamada) a população no seu interior.
Objetivos: Trata-se de uma revisão de literatura que tem como
objetivo analisar a importância e aplicabilidade do processo de
territorialização como ferramenta para o desenvolvimento da
Estratégia Saúde da Família (ESF). Metodo: A reflexão teórica foi
embasada na análise de 15 artigos científicos referentes ao tema
abordado, publicados entre 2006 e 2013, Utilizaram-se os
descritores “ESF”, “Territorialização” e “Atenção Primária”.
Resultados: A territorialização se constitui a partir da demarcação
de áreas para o desenvolvimento das ações da ESF, bem como o
reconhecimento das necessidades da população e os fatores que
constituem barreiras de acessibilidade ao serviço. Esse processo
permite a criação de vínculos entre os usuários e profissionais para
que possam ter uma visão holística do espaço onde atuam e
trabalham para a promoção da saúde. Embora a territorialização
seja um dos eixos norteadores da ESF, observa-se que não tem
sido operacionalizada com toda sua resolubilidade ou tem sido feita
de maneira superficial, devido a uma provável desvalorização por
parte dos profissionais ou da própria complexidade de sua
concretização. Conclusão: A partir dessa análise, pode-se concluir
que o olhar multiterritorial, a compreensão da problemática local, a
programação das ações e a efetivação da promoção da saúde,
enquanto objetivos primordiais da ESF podem ser consolidados
através do processo de territorialização.
Palavras Chaves: ESF. Territorialização. Atenção Primária.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
65 Participação da Saúde Bucal no Projeto de
Intensificação contra Dengue na Grande Vila Irmã Dulce
Afonso Ribeiro Alves Filho
A comunidade da grande Vila Irmã Dulce, inclui-se Esplanada,
Angelim e inúmeras áreas de invasão que teoricamente
estariam descobertas; necessita de urgente e constante ações
de educação em saúde e promocionais de saúde. Há
gravíssimos problemas de saneamento básico e irregular
coleta de lixo doméstico, comercial, podas de árvores e
resíduos de construção civil. Assim, há condições propícias ao
surgimento de criatórios do mosquito da dengue em água
parada e matéria orgânica deteriorada - principalmente no
período das chuvas. O poder público, principalmente o
municipal, deve criar políticas públicas de inclusão dos todos
profissionais de estratégia saúde da família nas campanhas de
educação e prevenção da dengue. Isso perpassa por ações de
estímulo e valorização deste segmento profissional para que
todos em conjunto trabalhem para minimizar essa epidemia
de dengue. É certo que a tarefa de combater uma epidemia
não é fácil, educar para saúde envolve uma série de condições
e fatores, algumas vezes que fogem da alçada do profissional
da atenção básica. A participação de todos é fundamental na
luta contra o mosquito da dengue, pois ninguém está isento
de ter algum familiar, amigo ou mesmo a si próprio de
contrair uma dengue. O dentista, outros profissionais e
usuários de saúde são atores que têm fundamental papel de
prevenir e combater os focos de dengue.
67 Principais Morbidades Encontradas no Território
Piçarreira- PI
Luana Silva Sousa, Sabrina Silva Ibiapino; Carla Janaína
Rodrigues Silva, Danyege Lima Araújo Ferreira, Conceição de
Maria Probo de Alencar Batista
A delimitação de áreas e microáreas de atuação é uma etapa
essencial para implantação e avaliação da Estratégia Saúde da
Família, pois a partir deste processo é possível o
conhecimento de dados demográficos, epidemiológicos e de
condições de vida (PEREIRA e BARCELLOS, 2006). Assim, a
territorialização é uma etapa de grande importância para a
ESF por permitir aos profissionais a caracterização da
população, determinando os problemas de saúde e permitindo
com isso um posterior planejamento de ações. A análise
territorial possibilita ainda identificar vulnerabilidades,
populações expostas e a seleção de problemas prioritários
para as intervenções. (GONDIM et. al., 2009) A prática de
campo realizada no período de 09 a 16 de setembro de 2013
propõe-se a relatar, a partir de processo de territorialização,
as morbidades que caracterizam uma população adscrita em
microárea da Unidade Básica Félix Pereira. A experiência
aconteceu por contato inicial ao ACS responsável pela
microárea observada, visita à microárea, aplicação de
questionário respondido pelo ACS, registro fotográfico
evidenciando a microárea e a UBS, e por fim, análise dos
dados obtidos. Através desta experiência, foi possível o
conhecimento da situação de saúde da população analisada
destacando as principais morbidades que acometem os
moradores e a partir disto subsidiar o planejamento das
ações. Portanto, sugere-se que a territorialização faça parte
da implementação da ESF como ferramenta indispensável no
processo saúde-doença. Além disso, é necessária a
conscientização dos profissionais quanto à importância deste
instrumento no planejamento de ações voltadas para a saúde
da população.
p.48
 68 Territorialização como Ferramenta para o
Diagnóstico em Saúde na Estratégia Saúde da Família
Luana Silva Sousa, Sabrina Silva Ibiapino, Natércya Brenda de
Araújo Cavalcante, Danyege Lima Araújo Ferreira, Conceição
de Maria Probo de Alencar Batista
A territorialização pode ser entendida como um processo de
criação de territórios para atuação de unidades de atenção
primária à saúde. Por meio dela é possível se resolver a
questão da definição das áreas de atuação dos serviços de
atenção primária, territorializando os serviços e cadastrando a
população (FARIA, 2013). O reconhecimento do território se
torna, portanto, um passo básico para integrar ensino, serviço
e comunidade e posteriormente ser possível a avaliação do
impacto dos serviços sobre a saúde da população. É
necessário que as equipes de saúde da família conheçam bem
a história das pessoas que moram na sua área de
abrangência, sendo assim o processo de territorialização
precisa estar em permanente construção e reconstrução.
(DIAS e DIAS, 2010) Este trabalho propõe-se a relatar uma
prática de campo realizada por alunos da disciplina Saúde
Coletiva III da FACID no período de 09 a 16 de setembro de
2013. A visita foi realizada na área de abrangência da Unidade
Básica de Saúde (UBS) Dr. Félix Pereira no bairro Piçarreira,
Teresina-PI. Foram coletados dados através do Formulário de
Demandas e do Formulário para Equipamentos Sociais por
meio de entrevista com o ACS correspondente a microárea
visitada. Para finalizar foi realizado o registro fotográfico da
área de abrangência do ACS e também da Unidade Básica de
Saúde. Por meio dessa experiência foi possível conhecer as
famílias que frequentavam a Unidade Básica, determinando
suas limitações e necessidades, e por meio disto integrar a
população aos serviços de saúde. Recomenda-se assim, a
realização da territorialização, pois ela se torna ferramenta
crucial para o conhecimento da área a fim de se estabelecer
prioridades na intervenção, prevenção e manutenção da saúde
do local mapeado.
70 Contexto Geral da Atenção Primária à Saúde No
Brasil
Amanda de Sousa Araújo, Anderson da Silva dos Anjos, Igor
Nogueira Nascimento, Danyege Lima Ferreira, Antonio
Wallyson Daywyds Bezerra
Contexto Geral da Atenção Primária à Saúde no Brasil
Introdução: Em 1990 instituiu-se o Sistema Único de Saúde
(SUS), através do qual lançou-se o desafio de reformular as
prioridades do ministério da Saúde em relação à Atenção
Primária à Saúde (APS), vislumbrada na Década de 70.
Passou-se, então a organizá-la com base na integração da
unidade de saúde e a comunidade ou entre profissionais da
saúde e usuários, dentro de dado território, tendo por
referência o Programa Saúde da Família (PSF), criado em
1994. (MENDONÇA; VASCONCELOS; VIANA, 2012). Define-se
a APS brasileira como um conjunto de ações de saúde no
âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e
proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico,
tratamento, reabilitação e manutenção da saúde (BRASIL,
2007). Objetivo: Realizar um levantamento bibliográfico
acerca do contexto geral da atenção primária à saúde no
Brasil. Método: Trata-se de uma revisão de literatura com a
utilização dos descritores “saúde coletiva”, “atenção primária
à saúde” e “saúde da família”, conforme verificado no DECS
(Descritores em Ciências da Saúde), em que se buscou
artigos científicos no banco de dados SCIELO, cujo recorte
histórico foi de 06 anos (publicados de 2007 a 2012), sendo
encontrados 754 artigos, dentre os quais utilizou-se de 5, que
tratavam especificamente da temática em questão. A coleta
dos dados se deu entre os meses de fevereiro e março de
2014. Conclusão: Por contribuir para organização e
reordenamento do SUS, estando inserida da ESF, a APS é
porta de entrada para o sistema de saúde, mesmo com todos
os avanços observados no decorrer do anos, muitos são os
desafios a serem enfrentados, tais como a consolidação da
APS como ordenadora do sistema, a instituição da formação e
educação permanente e o maior aporte de recursos.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
69 Cobertura em Saúde Bucal Associada à
Escovação e Exodontias no Nordeste
Cynnara Luanna Wercklose Garcia, Sarah Sálua Lima Costa,
Célio da Silva Almendra
Introdução: A Cobertura de Saúde Bucal refere-se ao
percentual da população coberta pelas equipes. A Escovação
Supervisionada estima o acesso à escovação com orientação
de um profissional. A Proporção de exodontias mede o
percentual de exodontias em relação aos procedimentos
preventivos e curativos, selecionados num local e período.
Objetivos: Analisar o perfil assistencial dos estados
nordestinos, quanto à cobertura populacional das equipes de
saúde bucal, comparado à influência na média da ação de
escovação supervisionada e as consequências quanto à
proporção de exodontias realizadas. Metodo: Trata-se de um
estudo quantitativo descritivo de corte transversal, com dados
coletados no DATASUS, referentes a 2012. Após
agrupamento, organização em tabelas e gráficos. O
ordenamento deu-se por ordem crescente de Cobertura de
Saúde Bucal. Dispensa avaliação do Comitê de Ética, por
tratar-se de dados secundários. Resultados: Os quatro
maiores estados tem baixa cobertura de saúde bucal,
enquanto os outros cinco, melhoram na cobertura de saúde
bucal. Quanto à escovação supervisionada, destaque para o
Rio Grande do Norte, com boa cobertura e baixo quantitativo
de escovação; a Paraíba com a melhor cobertura não
apresenta bom quantitativo de escovação supervisionada.
Considerando as exodontias, nos cinco primeiros estados
verificou-se relativo decréscimo e uma média aproximada nos
outros quatro. Conclusão: Demonstra-se aí a influência
positiva que o procedimento escovação supervisionada exerce
na proporção de exodontias. No Rio Grande do Norte, verifica-
se que, baixa quantidade de procedimentos preventivos,
refletem em altas taxas de exodontias.
71 Compras Públicas de Insumos Odontológicos na
Prefeitura de São Paulo
Coelho-Ferraz MJP, Della Nina EB, Silva RP
A importância das atividades de compra no setor público tem
aumentado nos últimos anos com a adoção de novas práticas
de gestão institucional com o devido amparo legal (Lei
8666/1993). Este estudo abordou o comportamento da
aquisição de alguns bens odontológicos para abastecimento da
rede municipal do município de São Paulo no triênio 2011 a
2013. Os dados apontados foram fornecidos pelo Grupo
Técnico de Compras- GTC/ODONTO da Secretaria Municipal da
Saúde contemplando uma análise descritiva dos CONSUMOS
MÉDIOS MENSAIS – CMMs dos principais insumos
odontológicos adquiridos: amálgama, anestésico, agulha,
resina fotopolimerizável, fios de sutura, brocas, escovas
dentais, creme dental, fio dental, ionômero de vidro. Por meio
dos dados coletados, constatou-se a importância da função
administrativa da compra, bem como seus aspectos éticos e
concluiu-se que a organização estudada necessita fazer um
controle de entrada e saída de materiais para realizar
planejamento de compras de materiais odontológicos.
Palavras Chave: gestão das compras públicas; ética do
comprador público; aquisição de materiais.
p.49
 72 Análise dos Dados do Estudo Epidemiológico
Nacional (Projeto SB Brasil 2010): Uma Revisão Crítica
sobre a Prevalência de Oclusopatias e suas
Consequências Relacionados a Hábitos Deletérios e a
Interferência da Atenção Básica SUS na Prevenção
Islan Ritallo da Silva Paulo, Wannescla Zinglayara Amorim
Silva, Luciana Reinaldo Lima
Em 2010, com o projeto SB Brasil 2010, o Ministério da Saúde
realizou um novo levantamento epidemiológico sobre a
condição bucal brasileira em diferentes faixas etárias. O
projeto, integrante de um vasto processo, busca a construção
de uma base de dados permanentemente relativa dos
principais indicadores de saúde bucal. Este trabalho tem como
objetivo pesquisar na literatura sobre a prevalência de
oclusopatias e suas consequências na sua relação a hábitos
deletérios e para tanto foi realizada uma pesquisa bibliográfica
livre, porém, direcionada na literatura nacional, de modo a
firmar a importância do aleitamento materno exclusivo, como
influente ambiental de maior significância na oclusão dentária.
Os dados obtidos apontam índice de oclusopatias entre jovens
de 15 a 19 anos chegando a 35% acometendo cerca de 1,7
milhões de adolescentes. Na literatura foi revelado que este
elevado percentual revela a deficiência da atenção básica
quanto ao tratamento da má oclusão, que dentre seus fatores
determinantes, encontra-se a substituição do aleitamento
materno exclusivo pelo uso de mamadeiras, que incita a
instalação do uso de dispositivos mecânicos para satisfazer a
ânsia de sucção na infância, e é grande precursor ambiental
do comprometimento da oclusão dentária. Pode-se concluir
que a utilização persistente de mamadeiras confere o
agravamento da oclusopatia, podendo este, se estender a
adolescência, gerando mal desenvolvimento físico, já que
afeta o crescimento ósseo da face. Nesse sentido sugere-se
uma urgência na interferência da atenção básica SUS junto a
equipe de saúde bucal da ESF na prevenção de oclusopatias e
suas consequências, através da promoção em saúde bucal.
74 Relato de Experiência sobre a Realização de
Levantamento de Necessidades em Saúde Bucal
Juliana Ribeiro Francelino Sampaio, RailaneCléia dos Reis
Félix, Gisele Maria de Araújo Feitosa, Rebeca Carvalho
Albuquerque, Alana Kelly Maia Macedo Nobre de Lima
Relato de experiência sobre a realização de Levantamento de
Necessidades em Saúde Bucal Os levantamentos epidemiológicos
servem como instrumento para definição, implementação e avaliação
de ações coletivas e individuais, preventivas e assistenciais, portanto
não deve ser um fim em si mesmo, mas uma forma de conhecer a
realidade epidemiológica de determinada população, devendo ser
realizada periodicamente. Conhecer a metodologia básica para
realização de um levantamento epidemiológico em saúde bucal é
especialmente útil para os técnicos dos serviços de saúde. Para os
dentistas que trabalham no planejamento e na avaliação de
programas de saúde bucais, as informações epidemiológicas têm um
valor fundamental para monitorar as oscilações dos níveis de saúde
bucal da população e o impacto das ações extra e intra- setor saúde.
É a partir dessas informações que o grau de eficácia das ações de
promoção da saúde bucal pode ser avaliado. A saúde bucal é um
importante aspecto da saúde das pessoas e significa melhor
convivência social, comunicabilidade, melhores condições de
mastigação, que proporcionam prazer na degustação de diversos
tipos de alimentos, autoconfiança social, ou seja, qualidade de vida.
Por isso, realizar um levantamento epidemiológico em saúde bucal é
de grande importância, já que conhecendo a estatística envolvida
nele, é possível fazer um melhor planejamento das necessidades
odontológicas de um bairro, cidade, estado e até mesmo de um país.
A necessidade de realizar um levantamento de necessidades em
saúde bucal partiu da própria equipe de saúde bucal nº20 localizada
no bairro Triângulo em Juazeiro do Norte-CE quando assumiu as
atividades em agosto de 2013 e tinha como realidade uma população
adstrita de aproximadamente 7000 pessoas. Foi então realizada uma
capacitação com os agentes comunitários de saúde em parceria com
os docentes do sexto período do curso de odontologia para que
fossem qualificados sobre aspectos gerais da saúde bucal. Com isso a
equipe de saúde bucal elaborou um instrumento de coleta de dados
para que os agentes de saúde ao visitarem as residências pudessem
identificar necessidades. Os resultados permitiram o conhecimento
das condições de Saúde Bucal atual da população em questão através
das quais tornou-se possível a priorização dos casos mais urgentes de
forma equânime.
Palavras-chave: Epidemiologia; Saúde Bucal; Planejamento.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
73 Estrategia de Aumento a Adesão a Profilaxia de
Anemia Ferropriva em Menores de Dois anos em
Unidade Básica de Saúde
Carlos Alberto Macêdo Secundo Filho/ Alana Kelly Maia
Macedo Nobre de Lima/ Juliana Ribeiro Francelino Sampaio/
Wilma Francisca da Silva
A anemia ferropriva é a carência nutricional mais prevalente
no mundo, e apesar de na maioria das vezes estar
acompanhada da escassez de outros micronutrientes, tem na
deficiência de ferro sua base. Muitos fatores, como um acesso
difícil a uma dieta de qualidade, baixo nível sócio-econômico,
parasitoses intestinais, prematuridade e abandono precoce do
aleitamento materno exclusivo figuram como causas ou
fatores contribuintes para essa afecção. Por isso, no Brasil o
Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de
Suplementação de Ferro (PNSF), que oferece ferro oral
profilático para menores de 2 anos e maiores de 6 meses de
idade. O presente trabalho relata a experiência de uma ação
de educação em saúde que foi capaz de aumentar o número
de crianças cujas mães aderiram ao uso da profilaxia, bem
como estabelecer o primeiro passo de um seguimento
ambulatorial das mesmas. Tendo como objetivos: aumentar o
número de crianças que fazem uso da profilaxia primária para
anemia ferropriva com ferro elementar; orientar as mães
sobre a importância do combate à anemia para o bom
crescimento e desenvolvimento da criança; capacitar os
agentes de saúde para identificarem e fazer busca ativa das
crianças que ainda não fazem uso do ferro profilático; manter
as crianças em uso da profilaxia sob acompanhamento
agendado de puericultura. Para a execução do projeto de
intervenção, inicialmente foi feita uma breve capacitação
sobre o tema “Anemia Ferropriva na Infância”, com agentes
comunitários de saúde, técnico enfermagem e auxiliar de
farmácia. Palavras-chave: Anemia Ferropriva; deficiência de
ferro; crianças; profilaxia.
75 Condições do Ambiente de Trabalho do
Cirurgião-Dentista em Escolas Públicas Estaduais de
São Luís e a Utilização de EPIs
Ana Paula Soares Fernandes Lamha, Mariana Carvalho Batista,
Jairton Costa Filho
Este trabalho teve como objetivo verificar as condições do
atendimento odontológico em escolas públicas estaduais de
São Luís – MA. Tratou-se de um estudo descritivo com
pesquisa de campo e abordagem quantitativa dos dados. A
pesquisa foi feita em 10 escolas públicas estaduais de São
Luís, utilizando-se um questionário abordando sobre:
funcionamento do consultório, realização da manutenção dos
equipamentos odontológicos, como cadeiras, mocho,
compressor, refletor e se o Cirurgião Dentista utiliza os
equipamentos de proteção individuais (EPI) adequadamente
durante a realização dos atendimentos às crianças. Durante as
visitas houveram algumas dificuldades de acesso às escolas,
como por exemplo:- Distância;- Consultório fechado;-
Profissionais que temiam passar informação. Observou-se que
apesar das dificuldades encontradas no decorrer da pesquisa,
a situação não está muito a desejar e que em todas as escolas
visitadas, o sistema funciona bem, mas com algumas
ressalvas que podem ser melhoradas, como por exemplo,
climatização, reformas e liberação de mais materiais
necessários para o bom andamento dos serviços
odontológicos.
p.50
 76 10ª Região de Saúde do Ceará na Busca da
Precisão dos Dados de Saúde Bucal
Márcia Lúcia de Oliveira Gomes, Helmo Nogueira de Sousa,
Virgínia Maria Moura Remígio Peixôto
Conhecer a situação de saúde é uma das atribuições dos gestores e
profissionais do SUS. Os indicadores de saúde são produzidos de
dados válidos, sendo utilizados como parâmetros, com o objetivo de
avaliar e fornecer subsídios ao planejamento em saúde, visto que
contêm informação relevante, atributos e dimensões do estado de
saúde, assim como desempenho do sistema de saúde. A qualidade de
um indicador depende, além de outros atributos, da precisão dos
sistemas de informação empregados, como registro, coleta e
transmissão dos dados. Trata-se de um grande desafio melhor
aproveitar as informações em saúde na gestão do SUS. Diante de
toda a relevância das informações em saúde, a 10ª Coordenadoria
Regional de Saúde do Ceará (10ª CRES – Limoeiro do Norte),
objetivando contribuir para uma maior exatidão dos indicadores de
saúde bucal e, indiretamente, auxiliando na tomada de decisão da
gestão no que se refere à saúde bucal, desenvolveu oficinas
itinerantes, buscando calibrar o registro dos dados de saúde bucal no
Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) e Sistema de
Informação Ambulatorial (SIA). Foi realizada uma avaliação dos
dados de 2012 e 2013, onde se verificou inconsistência de
informações em todos os municípios da Região, no que se refere aos
dados de saúde bucal no SIAB e SIA, apresentando diferenças de
valores identificados a partir do cruzamento de dados de ambos os
sistemas. As oficinas foram realizadas de forma itinerante, tendo
como participantes cirurgiões-dentistas (CD), auxiliares de saúde
bucal (ASB) e técnicos em saúde bucal (TSB) das Equipes de Saúde
Bucal dos municípios e a cirurgiã-dentista da 10ª Coordenadoria
Regional de Saúde, que atuou como facilitadora do processo.
Metodologicamente, o evento foi dividido em três etapas:
Apresentação dos dados encontrados e debate a respeito das
possíveis causas; Aplicação de pré-teste, para que baseado no
conhecimento prévio dos participantes, fossem retiradas as dúvidas
cabíveis; Exposição sobre o registro de dados e cálculos de
indicadores. O pré-teste foi elaborado baseado em situações clínicas
presentes na rotina das Equipes de Saúde Bucal (ESB), onde cada
profissional CD responderia como registraria o dado, diante de cada
situação apresentada, e em qual sistema. Durante o ano de 2013
foram visitados 73% dos municípios com treinamento de 92
profissionais, sendo 39 CD, 38 ASB e 17 TSB, representando 70%
dos profissionais das ESB da Região.
78 Necessidade e Alocação dos Laboratórios
Regionais de Prótese Dentária no Brasil: Um Estudo
Ecológico
Violeta Rodrigues Aguiar, Roger Keller Celeste
Introdução: O edentulismo representa a 3° condição de saúde
bucal com maior Carga Global das Doenças. No Brasil, os resultados
do inquérito nacional de saúde bucal (SB Brasil) ratificaram que o
acréscimo da necessidade reabilitadora, aumenta com a idade.
Diante do exposto, houve um grande incremento na implantação e
financiamento dos Laboratórios de Prótese Dentária (LRPD) no
Sistema único de Saúde (SUS) no país. Dessa forma, torna-se
oportuna a realização de estudos que avaliem o processo de
implantação de políticas de saúde, investigando quais fatores estão
sendo utilizados nesse decurso. Método: Estudo ecológico de
caráter exploratório tendo as macrorregiões brasileiras como
unidade de análise. Os dados de produção de prótese dentária, e do
número de LRPS das 5 regiões foram coletados dos sistemas de
informação em saúde do Ministério da Saúde, os dados
epidemiológicos foram obtidos do SBBrasil de 2003, e o Índice de
Desenvolvimento Humano(IDH) foi obtido a partir do Atlas de
Desenvolvimento de 2000. A análise estatística foi realizada com
software R. Utilizou-se o teste Qui-quadrado para aferir a
necessidade de prótese e de edêntulos. E para verificar a relação
entre as médias de LRPD e entre as taxas médias de próteses
(ambos por 100.000habitantes), foi utilizado o Kruskal-Wallis.
Resultados: O maior percentual de edêntulos e com necessidade
reabilitadora concentraram-se no Sudeste 27,8%, ao passo que, a
região Norte foi a que apresentou menor percentual de edêntulos
(18,7%) e a Sul a menor necessidade protética (7,5%). A maior
concentração de estabelecimentos (p=0,29) foi encontrada na região
Nordeste, com média de 3,33 (DP±0,67) LRPD, e a menor na Norte
com 1,71(DP±0,22) de LRPD. A produção ambulatorial de prótese
total (p=0,44.) região Norte foi a que apresentou a menor produção
de 38,13 (DP±5,30) e a Nordeste a maior 65,99(±). Em
contrapartida, o maior IDH mostrou-se nas regiões Sul (0,77) e o
pior no Nordeste (DP±0,61). Conclusões: Os resultados sugerem
que não é o critério epidemiológico, nem de desenvolvimento
humano que guiam a implantação dos LRPD. Dessa forma, é possível
que outros fatores contribuam para a decisão, tais como: influência
local política, organização administrativa, entre outros fatores, que
podem ser investigados futuramente com foco na implantação dos
serviços da atenção especializada no âmbito municipal e/ou
estadual.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
77 CEO Regional de Limoeiro do Norte: Acesso de
Qualidade ao Serviço Odontológico Especializado na 10ª
Região de Saúde do Ceará
Márcia Lúcia de Oliveira Gomes; Marizângela Lissandra de
Oliveira Santiago
O Estado do Ceará tem se destacado na adoção de políticas públicas
inovadoras para a saúde, onde a Saúde Bucal é parte integrante deste
processo. O Sistema Único de Saúde do Ceará apresentou uma
grande evolução na saúde bucal, com um aumento de 587 Equipes de
Saúde Bucal (ESB) implantadas em janeiro de 2004 para 1.533 em
janeiro de 2014, representando um avanço na cobertura de 24% para
60%. O estado avançou também na organização da rede integral de
serviços com o processo de regionalização da saúde, buscando
garantir a integralidade da assistência e acesso da população à
assistência à saúde nos níveis de média e alta complexidade,
lançando o Programa de Expansão e Melhoria da Assistência
Especializada à Saúde do Estado do Ceará, objetivando contribuir para
a ampliação do acesso e da qualidade dos serviços especializados de
saúde. Diante da dívida social apresentada pelo setor odontológico no
país e do difícil acesso da população aos procedimentos especializados
odontológicos, foi incluída no escopo do Programa a construção de 16
Centros de Especialidades Odontológicas (CEO), que possuem 11
consultórios atendendo as seguintes especialidades odontológicas:
Pacientes Portadores de Necessidades Especiais, Endodontia,
Ortodontia, Periodontia, Cirurgia Buco Maxilo Facial e Prótese, além
do serviço de radiologia odontológica e laboratório de prótese. O CEO
Regional de Limoeiro do Norte foi um dos CEOs comtemplados pelo
programa. Ofertando um serviço de qualidade e um acesso facilitado à
população da 10ª Região de Saúde do Ceará, com aproximadamente
220.000 habitantes. A região possuía 02 CEOs Municipais tipo I que
prestava assistência à população dos municípios de Alto santo e
Limoeiro do Norte (33% da população da região de saúde). O CEO
Regional de Limoeiro do Norte, tipo III, iniciou seus atendimentos em
agosto de 2012 e apesar do pouco tempo de funcionamento, já vem
mostrando grandes avanços no que se refere à utilização do serviço,
com um aumento de 52% em 2012 para 82% da utilização do que foi
ofertado, além do impacto dos procedimentos odontológicos
especializados realizados na região quando comparado à períodos
anteriores, com um aumento de 72% nos procedimentos
endodônticos, 77% nas próteses dentárias, 38% nos procedimentos
periodontais, 89% exames radiográficos odontológicos em relação à
ano de 2011, além da implantação do serviço de ortodontia e DTM,
até então não ofertado na região pelo Sistema único de Saúde.
79 Capacitação de Servidores Públicos em
Odontologia Hospitalar: Uma Realidade em São Luís
Maranhão
Marcia Cuenca Campos Mendes, Clarissa Vieira Lopes, Erika
Pereira Martins, Melaine Almeida Lawall, Cyrene Piazera Silva
Costa
Em 2013, a Secretaria do Estado de Saúde do Maranhão
identificou a necessidade de ampliar a atuação do Estado na
saúde bucal. Para tanto, colocou a Odontologia Hospitalar
como uma prioridades na área de saúde. Como medida
imediata, a Secretaria do Estado de Saúde do Maranhão,
ainda em 2013, recrutou uma equipe Referência em
Odontologia Hospitalar, com o objetivo de elaborar uma
Capacitação de Odontologia Hospitalar, Secretaria do Estado
de Saúde do Maranhão indicaram doze cirurgiões-dentistas
servidores públicos para compor o grupo de acadêmicos. Eles
já trabalhavam em hospitais, mas nunca se capacitaram. Este
projeto inovador começará em maio de 2014. A realização
desse projeto será de extrema importância, contribuindo para
a melhoria da qualidade de vida de pacientes internados e
portadores de doenças crônicas. Futuramente, a Secretaria do
Estado de Saúde do Maranhão tem planos para a criação e
ampliação da Odontologia Hospitalar. Como meta pretende-
se, de forma gradual, instalar o programa em todos os
hospitais públicos estaduais que tiverem necessidade.
p.51
 80 Vantagens da Prática de Ginástica Laboral em
Consultório Odontológico da Clínica Integrada da
Faculdade NOVAFAPI
GeysonIgo Soares Medeiros, Brunna Verna Castro Gondinho,
Camilla do Vales Matos, Danyege Lima Araújo Ferreira,
Reyjanne Barros de Carvalho, José Wilson Vieira dos Santos,
Franciléia Nogueira Albino Calland
Segundo Gomes (2011) o trabalho odontológico requer do cirurgião-
dentista ações que exigem apurada coordenação motora, bom
raciocínio, discernimento, paciência, segurança, habilidade, delicadeza,
firmeza e objetividade , ações em conjunto que exigem muito do
profissional . A qualidade de vida do cirurgião-dentista, bem como as
habilidades de que ele necessita pra realizar seu trabalho tendem a ser
comprometidas pela forma com que o profissional executa suas
atividades, geralmente através de uma postura inadequada e
monótona, com excesso de esforço físico, de ritmo e de horas de
execução; não cumprimento das pausas durante o trabalho ;
incidências de movimentos bruscos; posição em pé por tempo
prolongado; posição sentada em flexão ou torção do corpo por tempo
prolongado e desgaste mental, como constata Regis Filho, Michels e Sell
(2005). Esta pesquisa tem como objetivo avaliar a influência de um
programa de ginástica laboral na qualidade de vida de um grupo de 20
acadêmicos do curso de odontologia, atuantes na clinica odontológica
da faculdade NOVAFAPI. O programa de ginástica laboral teve duração
de dois meses, sendo implementado por um educador físico na própria
clinica odontológica, durante a jornada de trabalho em pausas de 8 a 10
minutos. Observou-se que antes do inicio do programa 75% da amostra
apresentou algum tipo de sintomatologia dolorosa; 60% relataram
sentir dor leve; 33.3% dor moderada e apenas 6.7% relataram dor
intensa; estando a dor presente em frequência constante em apenas
20% dos casos. Em relação à localização da dor: 40% dos sujeitos
relataram sentir dor nos membros superiores e nas costas; 26.7 %
relataram sentir dor apenas nos membros superiores; 13.3% apenas
nos membros inferiores; 13.3% relataram sentir dor no pescoço e nas
costas e 6.7% relataram sentir dor nos membros inferiores e
superiores. Ao término do programa, 70% dos participantes relataram
uma melhora na sintomatologia dolorosa; 85% sentiram-se motivados
a adotar a prática de exercícios físicos e 95% declararam estarem mais
conscientes da importância da adoção de uma postura corporal
adequada. Conclui-se que a ginástica laboral influenciou de forma
positiva seus praticantes, na medida em que promoveu uma mudança
de suas rotinas proporcionando-lhes um bem estar físico, mental e
melhoria na qualidade de vida no trabalho e fora dele.
82 Percepção Negativa do Sorriso por Motivos
Oclusais em Adolescentes Brasileiros
Diobson Gonçalves de Lima, Lorena de Sousa Silva, Cristiano
Moura, Fabiana Torres Cavalcante Moura, Flávia Torres
Cavalcante
Introdução: As oclusopatias são alterações que podem
impactar de maneira negativa na qualidade de vida das
pessoas, devido a baixa auto-estima, estigmatização,
dificuldade de inserção no mercado de trabalho,
constrangimento e timidez. Objetivo: O objetivo desta
pesquisa foi estimar a prevalência de autopercepção negativa
do sorriso referida por motivos oclusais e verificar sua
associação com as oclusopatias presentes a partir de critérios
clínicos normativos. Método: A amostra foi composta por
1290 adolescentes brasileiros, de 12 a 16 anos de idade, da
cidade de Campina Grande, Paraíba, Brasil. A variável
desfecho, insatisfação ao sorrir por motivos oclusais, foi
obtida a partir de um questionário. As oclusopatias foram
avaliadas através do Dental Aesthetic Index (DAI). As
variáveis exploratórias foram o sexo, idade e utilização de
serviços odontológicos. Teste qui-quadrado e análise
multivariável por regressão de Poisson foram utilizados para
análise estatística. Resultados: A prevalência de insatisfação
ao sorrir por motivos oclusais foi de 69,2%. Na análise
ajustada, permaneceram associadas ao desfecho as seguintes
variáveis: dentes perdidos no segmento anterior, diastema
incisal, desalinhamento maxilar anterior, desalinhamento
mandibular anterior, mordida aberta vertical, com medidas
iguais ou superiores a 2mm. Conclusão: Conclui-se que a
autopercepção negativa do sorriso esteve associada de
maneira estatisticamente significativa com a severidade das
oclusopatias mensurada pelos escores do DAI.
Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53
81 O Uso de Metodologias Ativas na Formação de
Técnicos em Saúde Bucal
Judith Rafaelle Oliveira Pinho, Mariana Batista Carvalho da
Silva, Marcela Daniel Vilas Bôas
O objetivo desse trabalho é apresentar um relato da
experiência vivida na formação de Técnicos em Saúde Bucal
no município de Caxias - Ma. Historicamente as metodologias
cartesianas tem embasado a formação de profissionais da
saúde em todo país, isso fragmenta o ensino e de certo modo
o cuidado em saúde também. O curso Técnico em Saúde
Bucal desenvolvido em parceria da Secretaria Municipal de
Saúde de Caxias - Ma e ESTSUS/MA é voltado para
trabalhadores do serviço de saúde bucal, que ainda não
possuem formação específica e traz uma nova proposta
pedagógica: a problematização, isso faz com que o aluno
possa refletir sobre sua realidade de trabalho. A turma é
formada por 24 alunos, todos trabalhadores do SUS e a área
do conhecimento objeto do relato é processo de trabalho em
saúde, os conhecimentos teóricos mobilizados foram
agrupados em: políticas de saúde, processo saúde-doença,
biossegurança, mercado de trabalho. Todo o conteúdo
trabalhado compreendia momentos de concentração e
dispersão e os alunos eram estimulados a identificar
problemas inerentes ao seu processo de trabalho, buscar
causas para os problemas (empíricas e teóricas), propor
hipóteses viáveis de solução e aplicá-las com o intuito de
modificar ou minimizar as dificuldades apontadas. A
experiência permitiu conhecer as particularidades de cada
aluno, como cada um aprende de maneiras diferentes e como
o docente pode usar conhecimentos e experiências prévias
para trabalhar os conteúdos propostos.
83 Hábitos de Higiene Bucal em Crianças
Relacionados ao Nível Socioeconômico
Helleny Alves Santana Neta, Josué Junior Araujo Pierote,
Carolina Veloso Lima, Lúcia de Fátima Almeida de Deus
Moura, Marina de Deus Moura Lima, Marcoeli Silva de Moura
Introdução: Dentifrícios com sabor agradável, a quantidade de
dentifrício colocada na escova de dente no momento da escovação, a
idade da criança e fatores socioeconômicos podem contribuir para uma
maior ingestão de fluoretos a partir do dentifrício. A associação entre o
consumo de água fluoretada e dentifrício fluoretado pode ultrapassar a
dose limite de ingestão recomendada, aumentado o risco de
desenvolvimento de fluorose dentária, definida como uma
hipomineralização do esmalte resultante da ingestão de fluoretos
durante o desenvolvimento do dente, em crianças na fase de calcificação
dentária (1 a 5 anos). Objetivo: Este estudo teve por objetivo avaliar
os hábitos de higiene e saúde bucal de crianças e sua relação com a
condição socioeconômica. Método: Este estudo foi conduzido com
crianças na faixa etária de 3 a 4 anos, de escolas pública e privada de
Teresina, Piauí, Brasil. Após cálculo amostral, obteve-se o número
mínimo de 124 participantes, distribuídos de maneira uniforme entre os
grupos, permitindo comparações. A coleta de dados consistiu em:
aplicação de questionário aos pais ou responsáveis, simulação da
escovação para avaliação da ingestão de fluoretos e exame dos dentes
da criança para avaliação da presença de cárie dentária. RESULTADOS:
As crianças de baixo nível socioeconômico possuíam renda mensal entre
um e dois salários mínimos e as de alto nível socioeconômico renda
mensal superior a dez salários mínimos. Crianças com menor nível sócio
econômico apresentaram uma baixa frequência diária de escovação
(1X/dia - 60%), utilizam grande quantidade de dentifrício na escova de
dente (Em toda a escova - 63,4%), optando na maioria das vezes por
um dentifrício infantil com concentração padrão (56,5%) ou adulto
(87,0%). Esses fatores tiveram associação com a maior ingestão de
fluoreto pelos dentifrícios no momento da escovação em crianças de
menor nível socioeconômico (0,045 mgF/kg/dia) que nas de maior nível
(0,023 mgF/kg/dia). Conclusão: Crianças com maior nível
socioeconômico apresentam maior frequência e tempo médio de
escovação, utilizam dentifrício infantil com concentração reduzida de
fluoreto, possuem o hábito de cuspir durante esse momento e engolir
menos dentifrício durante a escovação, além de apresentam melhor
saúde bucal e maior frequência de visitas ao Cirurgião-Dentista quando
comparadas com crianças de menor nível socioeconômico.
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 84 Prevalência da Cárie Dentária em Crianças de 5 85 Levantamento Epidemiológico em Saúde Bucal
anos no Estado do Rio Grande do Norte 2010/2012

Jeanny Guedes Silva Freire de Souza, Isa do Vale de Morais,
Lides Simei Pessoa de Oliveira
Introdução: A cárie dentária ainda representa um problema
de saúde bucal coletiva do Brasil. A dentição decídua
permanece um período relativamente curto na cavidade oral,
porém estes são de grande importância na função
mastigatória, articulação, fonação, oclusão como também
guiam a erupção dos dentes permanentes. Para tanto estudos
epidemiológicos se fazem necessários para produzir
diagnósticos a fim de termos subsídios para planejamento nos
serviços de saúde. Objetivos: Apresentar a prevalência de
cárie das crianças de 5 anos dados SB RN 2010, analisar as
variáveis que tem associação com a variável ceo-d, conhecer
e correlacionar o perfil epidemiológico afim de se obter
informações que possam melhorar a saúde bucal de nossas
crianças. Método: Foram utilizados dados do levantamento
epidemiológico do SB RN 2010 o ceo-d na faixa etária de 5
anos e análise e a associação entre as seguintes variáveis em
estudo: sexo, renda familiar, prevalência de dor de dente, uso
de serviço de saúde, avaliação de serviço de saúde bucal.
Resultados: Através de análises e teste Qui-quadrado para
avaliar a associação existente entre as variáveis em estudo
obteve-se o seguinte resultado: as variáveis sexo, e
frequência de uso de serviços de saúde bucal não
apresentaram associação com a variável ceo-d, as demais
variáveis foram bastantes significativas. Conclusão: Os dados
do presente estudo retratam a condição da saúde bucal das
crianças de 5 anos do RN mostraram que é necessária e
urgente a implementação de estratégias coletivas em saúde
bucal em uma faixa etária precoce, demonstram evidências de
desigualdades em saúde, ou uma maior susceptibilidade às
doenças em um dado setor da população. O aumento da
frequência de consultas corresponde à redução da historia de
cárie de forma estatisticamente significante, ou seja, de
alguma forma o cuidado constante repercute na menor
frequência de agravos à saúde bucal.
Isa do vale de Morais, Jeanny Guedes Silva Freire de Souza,
Lides Simei Pessoa de Oliveira, Alcides Caramel, Cicero Romão
Gade Neto, Maria da Conceição Honório de Melo, Maria do
Socorro de Almeida Medeiros, Thayanne Menezes G. de
Medeiros Freitas, Me Isa do Vale de Morais
Introdução: A Política Nacional de Saúde Bucal – Brasil Sorridente –
se constitui num marco na história das Políticas Públicas no Brasil na
medida em que incorpora uma agenda em discussão desde o
Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira e traduz, em seus
pressupostos operacionais, os princípios do Sistema Único de Saúde.
Dentre os pressupostos dessa política, que visam à reorientação do
modelo de atenção à saúde bucal, destacam-se: (a) “utilizar a
Epidemiologia e as informações sobre o território subsidiando o
planejamento” e (b) “centrar a atuação na Vigilância à Saúde,
incorporando práticas contínuas de avaliação e acompanhamento dos
danos, riscos e determinantes do processo saúde doença”. Esta é a
primeira experiência em inquéritos epidemiológicos em Saúde Bucal
de abrangência estadual realizada em nosso estado. Objetivo: O
Projeto SBBrasil-RN 2010 tem como objetivo principal conhecer a
prevalência dos principais problemas bucais da população do estado
do Rio Grande do Norte, além de subsidiar o planejamento e a
avaliação das ações e serviços junto ao Sistema Único de Saúde.
Método: A manutenção de uma base metodológica uniforme é um
requisito importante quando se considera a realização de estudos
seccionais como um componente de destaque nas estratégias de
vigilância da saúde bucal. Além dos índices tradicionais para aferição
dos agravos bucais, também foi aplicado, aos indivíduos examinados,
um questionário contendo questões relativas à caracterização
socioeconômica, utilização de serviços odontológicos e morbidade
bucal autoreferida e autopercepção de saúde bucal. RESULTADOS: Os
dados apresentados apontam para importantes aspectos que devem
ser levados em conta no estabelecimento de políticas públicas de
saúde bucal para o Estado do Rio Grande do Norte. Foi possível
perceber que, embora o perfil de declínio nos principais agravos como
a cárie dentária pareça estar ocorrendo também em nosso Estado.
Conclusão: Finalmente, espera-se que estes resultados sejam
importantes para compor um primeiro grande diagnóstico que, ao
mesmo tempo, possam nortear o dimensionamento das ações e
serviços de saúde bucal e também constituir um primeiro ponto em
uma série histórica de dados que possam contribuir para um modelo
de vigilância em saúde.

86 Consumo de Água Mineral e Conhecimento sobre

a Fluoretação da Água de Teresina –PI

Marcoeli Silva de Moura, Anaide Melo Portela, Ana Vitoria

Soares Pacheco

Introdução: A fluoretação da água é um método reconhecido na

prevenção da cárie dentária (Rugg-Gunn& Do, 2012), quando
utilizada na concentração ideal para cada região, segundo as
médias das temperaturas máximas locais. Embora haja inúmeras
formas de utilização de fluoretos, a fluoretação das águas ainda é
uma medida efetiva na prevenção da cárie, indispensável no
contexto brasileiro (CECOL, 2012). Objetivo: avaliar o
percentual da população que consome água mineral e o
conhecimento sobre fluoretação da água pela população de
Teresina e se a mesma é a favor da fluoretação. Método:
Realizou-se este estudo que foi delineado como observacional
transversal e inclui chefes de famílias das classes A1, A2, B1, B2
e C1 (Critérios Brasil – Associação Brasileira de Empresas de
Pesquisa – ABEP), residentes em Teresina, zona urbana. Foram
entrevistados 300 chefes de famílias, com amostragem em
domicílios, de forma aleatória por cotas de gênero, faixa etária, e
classe econômica. As entrevistas foram domiciliares e face a face,
individuais, ou seja, cada domicilio será pesquisado apenas uma
vez. Em cada bairro o sorteio do domicilio foi através de
amostragem sistemática cujo intervalo de sistematização (K)
obedeceu ao quociente entre o número de domicílios existentes
no bairro pelo tamanho da amostra desse bairro. Resultados: O
presente trabalho mostra os resultados parciais de 173
entrevistas realizadas em 47 bairros, sendo o percentual da
população que consome água da agespisa de 84,8%, 12,6%
consome água mineral e apenas 2,6% água de poço, desses
entrevistados 68,2% declarou utilizar filtro, 30,48% utiliza
purificador e 1,32% não faz uso de nenhum dos dois citados
anteriormente. Quando questionados a respeito do conhecimento
que tinham sobre o tratamento da água de abastecimento 49%
declarou saber da utilização do cloro, 42,4% não soube
responder e 8,6% respondeu flúor e cloro. Destes todos eram a
favor da fluoretação, mas 33,3% não souberam responder sobre
a importância do flúor na água. Conclusão: A partir desses
resultados pretende-se contatar o poder público para melhorar a
comunicação entre a empresa de fornecimento de água e a
população e despertar na população a importância da fluoretação
da água.

Pesqui. bras. odontopediatria clín. Integr. 2014; v14 (Supl. 4): 3-53 p.53