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Procedimentos Coletivos de Saúde Bucal:

gênese, apogeu e ocaso


Set of Procedures in Oral Health: origin, apogee and decline

Luís Antonio Cherubini Carvalho Resumo


Mestre em Odontologia.
Endereço: Av. Dr. Arnaldo, 715, CEP 01246-904, São Paulo, SP, Descreve-se o surgimento e o que significaram para
Brasil. a política nacional de saúde bucal os procedimentos
E-mail: luischerubini@yahoo.com.br coletivos (PC) de saúde bucal, introduzidos em 1992 e
Luiz Felipe Scabar extintos em 2006. Realizou-se pesquisa bibliográfica e
Mestre em Odontologia. Docente da Universidade Paulista - UNIP. análise documental. Criados no governo Collor (1990-
Doutorando na Faculdade de Saúde Pública da USP. 1992) como elemento central da sua política de saúde
Endereço: Rua Pensilvânia, 1110, CEP 04564-003, São Paulo SP
bucal, os PC pretendiam reverter o modelo assistencial
Brasil.
E-mail: luizfelipescabar@yahoo.com.br cirúrgico-restaurador e extinguir o TC (tratamento
completado) como instrumento para remuneração do
Djalmo Sanzi Souza
setor, visando a possibilitar que estados e municípios
Mestre em Saúde Coletiva. Grupo Hospitalar Conceição - Serviço
de Saúde Comunitária. fossem remunerados por ações preventivas. Durante
Endereço: Av. Caí nº 303/114, CEP 90810-120, Porto Alegre, RS, os anos 1990, os PC ocuparam lugar de destaque nas
Brasil. ações de saúde bucal no SUS, impulsionando, sob
E-mail: sdjalmo@ghc.com.br apoio financeiro, as ações de promoção e prevenção
Paulo Capel Narvai em centenas de municípios. Mas a sua vinculação
Professor titular da Faculdade de Saúde Pública da Universidade com os mecanismos de transferência de recursos,
de São Paulo - FSP/USP. tida inicialmente como um avanço, foi tirando a sua
Endereço: Av. Dr. Arnaldo, 715, CEP 01246-904, São Paulo, SP,
característica de instrumento potente para mudar o
Brasil.
E-mail: pcnarvai@usp.br modelo de atenção. Não obstante as dificuldades e li-
mitações, sua criação e amplo emprego representaram
um esforço para alterar substancialmente o modelo de
prática odontológica predominante no setor público,
redirecionando-o para ações preventivas e de promoção
da saúde, o que se tornou seu principal legado.
Palavras-chave: Saúde bucal; Promoção da saúde;
Odontologia preventiva; Política de saúde.

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Abstract Introdução
In order to analize the significance to the oral health No período entre janeiro de 1992 e março de 2006, os
national policy of the set of procedures in oral health, serviços públicos odontológicos brasileiros se envolve-
introduced in 1992 and extinguished in 2006, a bi- ram com um tipo inusitado de ação: os procedimentos
bliographic research and a documental analysis were coletivos (PC) criados na Tabela de Procedimentos do
carried out. Created in Collor’s government as the cen- Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) do Sis-
tral element of the oral health policy, which intended tema Único de Saúde (SUS), por meio da Portaria 184,
to reverse the surgical-restorative socialized model de 9/10/1991 (Brasil, 1991). O documento, assinado por
and extinguish the so-called ‘finished treatment’ as Ricardo Ackel, então Secretário Nacional de Assistên-
an instrument for remuneration in the area, the set cia à Saúde do Ministério da Saúde (MS), foi publicado
of procedures aimed at enabling states and towns to no Diário Oficial da União (DOU) no dia seguinte, para
be remunerated for preventive actions. During the 90s produzir efeitos a partir de 1/1/1992.
the set of procedures occupied an important position Os PC foram planejados com a finalidade de subs-
among the oral health actions of the ‘SUS’ (National tituir os Tratamentos Completados (TC), nos meca-
Health System), thus stimulating, under financial sup- nismos de repasse de recursos federais para estados e
port, promotional and preventive actions at hundreds municípios. Com os PC, os Procedimentos Individuais
of towns. However, its connection with the mechanisms (PI) passaram, desde então, a substituir os TC nas su-
of resource transfer, which was initially regarded as a cessivas edições de atualização da Tabela SIA-SUS.
step forward, gradually removed its characteristic of Em 9 de janeiro de 1992, o DOU publicou a Ordem de
being instrumental in changing the kind of treatment. Serviço n° 198, do Controle de Serviços Assistenciais,
In spite of difficulties and limitations, its creation and órgão do Instituto Nacional de Assistência Médica
widespread use did represent an effort to substantially da Previdência Social (INAMPS), regulamentando “a
modify the model of dentistry practice prevailing in the aplicação dos novos procedimentos constantes da
public health area, redirecting it to health preventive Tabela do SIA-SUS referente aos procedimentos odon-
and promotional actions – which became its major tológicos” (Brasil, 1992).
legacy. Naquele contexto, os PC se destacavam como um
Keywords: Oral Health; Health Promotion; Preventive dos instrumentos estratégicos para mudar o modelo
Dentistry; Health Policy. de atenção em saúde bucal, que desde a 7ª Conferência
Nacional de Saúde vinha sendo questionado (Conferên-
cia..., 1980). As conclusões da 1ª Conferência Nacional
de Saúde Bucal (Conferência..., 1986) representaram
um aprofundamento desses questionamentos, que
estavam a exigir respostas do Ministério da Saúde.
Os PC foram, de modo geral, bem recebidos, e de-
finidos em três tipos, sendo que, segundo consta dos
documentos analisados, “críticas vindas de algumas
especialidades odontológicas não foram suficiente-
mente embasadas para alterar a proposta”.
Werneck (1994) assinalou que, com os PC, “intro-
duziu-se o ‘paciente coletivo’ pela primeira vez na
história de uma profissão tradicionalmente voltada
para o atendimento individual.”
Em 1998, por meio da Portaria 3.925, de 13/11/98,
essas três modalidades se fundiram em um tipo único
de PC que passou a integrar, com um código específico

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e único, as Ações de Atenção Básica da Tabela SIA-SUS, Resultados
dirigidas a Grupos Específicos da População, como um
subgrupo das Ações Básicas em Odontologia (Brasil, Houve registros pertinentes a PC apenas nas bases
1999). eletrônicas Literatura Latino-Americana e do Caribe
Mas, a Portaria 95, de 14/2/06, do Ministério da Saú- em Ciências da Saúde (Lilacs) e Bibliografia Brasileira
de, extinguiu o PC da Tabela SIA-SUS (Brasil, 2006). de Odontologia (BBO). Foram encontradas, em março
O que teria levado o MS a criar os PC em 1991 e a de 2007, 10 referências na base Lilacs e 7 na BBO
extingui-los em 2006? O que foram os PC? O que sig- para a busca “Procedimentos coletivos”. Uma tese e
nificaram para a política nacional de saúde bucal no uma dissertação foram localizadas na base Higeia, da
período em que estiveram em vigência? FSP-USP. Assim, destaque especial teve de ser dado
Tendo em vista a escassa literatura científica sobre aos documentos legais relacionados ao tema, como
tema tão relevante, este artigo se ocupa dessas ques- um esforço de recuperação de suas características e
tões, procurando descrever aspectos do contexto do da forma de sua implementação.
seu surgimento e registrar fatos relacionados com o Descrição do PC
período em que esteve em vigência na política nacional
A Portaria 184, de 9/10/1991 (Brasil, 1991), criou três
de saúde bucal. Além disso, são feitas considerações
tipos de procedimentos coletivos de saúde bucal, defini-
sobre o PC enquanto um indicador de desempenho dos
dos e compostos como segue: “a) Procedimentos Coleti-
serviços públicos de saúde do SUS e, portanto, como
vos I (PC-I) – Conjunto de procedimentos de promoção e
uma ferramenta que se admitiu como útil e válida para
prevenção em saúde bucal, de baixa complexidade, dis-
o processo de tomada de decisão.
pensando equipamentos odontológicos, desenvolvidos
integralmente em grupos populacionais previamente
Material e Método identificados. Componentes: 1) Exame Epidemiológico
Realizou-se pesquisa bibliográfica e análise documen- – Levantamento epidemiológico realizado anualmente
tal, abrangendo o período de 1991 a 2006, tendo como com objetivo de medir modificações no quadro epide-
foco os PC, de modo a compreender e analisar sua tra- miológico das doenças bucais no grupo atendido; 2)
jetória no sistema de saúde brasileiro. Com esse fim, Educação em Saúde – Atividades educativas realizadas
o PC foi considerado tanto como ação coletiva quanto trimestralmente, enfatizando os cuidados com a saúde
como indicador de saúde. bucal (dieta, desenvolvimento orofacial, aleitamento
Para identificar a bibliografia sobre PC foram feitas materno etc.); 3) Bochechos Fluorados – Realizados se-
buscas, empregando o descritor “procedimentos cole- manalmente, com solução de fluoreto de sódio a 0,2%,
tivos”, na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da ao longo do ano (mínimo de 25 aplicações); 4) Higiene
Universidade de São Paulo (USP) e nas bases Higeia, da Bucal Supervisionada – Compreende evidenciação de
Faculdade de Saúde Pública da USP, “Acervo ENSP”, e placa bacteriana e escovação supervisionada com pasta
“Teses Fiocruz” da Fundação Instituto Oswaldo Cruz fluoretada, realizadas, no mínimo, a cada três meses,
(Fiocruz), e nas bases de dados disponíveis no portal ao longo do ano, fornecendo a cada participante uma
Biblioteca Virtual de Saúde (http://www.bvs.br) do escova de dentes e um tubo de pasta fluoretada de 100
Ministério da Saúde. ou 90 g a cada três meses. b) Procedimentos Coletivos
Ademais, documentos e registros dos arquivos II (PC-II) – Consiste no conjunto de procedimentos
pessoais de dois membros do Grupo de Trabalho criado constantes no PC-I acrescidos de: 1) Exame Clínico
no âmbito Divisão Nacional de Saúde Bucal (DNSB) do para Diagnóstico; 2) Terapêutica Intensiva com Flúor.
MS para propor ações que resultariam na criação dos c) Procedimentos Coletivos III (PC-III) – Componentes:
PC, gentilmente cedidos aos autores, foram utilizados Consiste no conjunto de procedimentos constantes nos
para que se pudesse empreender a análise apresentada códigos anteriores (PC-I e PC-II) acrescidos de: 1) Re-
neste estudo. moção de Cálculo e Polimento Dentário; 2) Escariação
e Selamento de Cavidade, com Cimento Provisório; 3)
Aplicação de Selantes; 4) Remoção de Raízes Residuais;
5) Aplicação de Cariostático”.

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Os PC foram definidos, na Ordem de Serviço n° 198 No Estado de São Paulo, a Secretaria da Saúde pu-
(Brasil, 1992), como “um conjunto de procedimentos blicou, em 9/1/92 (São Paulo, 1992), a Resolução SS-13
a serem desenvolvidos com todos os participantes de assinalando que, embora o MS deixasse de considerar
grupos populacionais previamente definidos (crianças o Tratamento Completado “como forma de remunera-
de uma creche, alunos de uma pré-escola, clientes ma- ção”, o TC deveria “ser registrado, para efeito estatísti-
triculados em uma unidade básica de saúde ou outros co, com vistas à avaliação da resolutividade e qualidade
grupos em determinados espaços sociais e que possam do programa de atenção à saúde bucal”.
ser acompanhados durante o programa) visando ao Alguns anos depois, ainda no Estado de São Pau-
controle epidemiológico de todo o grupo, em programa lo, a Secretaria da Saúde publicou, em 16/03/99, a
de ciclo anual, realizado exclusivamente pelos serviços Resolução SS-39 (São Paulo, 1999), por meio da qual
públicos através de suas unidades devidamente cadas- reafirmou que os Procedimentos Coletivos (PC) eram
tradas junto ao gestor local do SUS. Os PC poderão ser estratégicos para a promoção, prevenção e controle
realizados utilizando os espaços das Unidades Básicas das principais doenças bucais. O documento também
de Saúde, das Creches, das Escolas etc.”. destacou que a concentração de PC era um dos únicos
Quando os PC foram unificados em um único pro- indicadores de gestão dos municípios pactuados atra-
cedimento, a Portaria 3.950, de 25/11/98 (Brasil, 1998), vés das programações pactuadas integradas (PPI), com
descreveu-os como um “conjunto de procedimentos de metas de ampliações contínuas, para a população de
promoção e prevenção em saúde bucal, de baixa com- 0 a 14 anos.
plexidade, dispensando equipamentos odontológicos, A Norma de Organização da Assistência à Saú-
desenvolvidos integralmente em grupos populacionais de (NOAS 1/2002) reiterou essa prioridade (Brasil,
previamente identificados”, composto por: 1) exame 2002).
epidemiológico; 2) educação em saúde; 3) bochechos
A Gênese do PC
fluorados; 4) higiene bucal supervisionada.
No início do governo do presidente Fernando Collor
O PC como indicador de desempenho de Mello, o professor Sérgio Carvalho Wayne assumiu
Desde sua criação, o PC foi amplamente utilizado pelos a Divisão Nacional de Saúde Bucal do Ministério da
serviços públicos odontológicos como indicador de Saúde, em substituição a Vitor Gomes Pinto.
desempenho dos serviços públicos odontológicos e, Como forma de estruturação do trabalho da DNSB,
também, como um indicador do modelo de atenção. Wayne formou grupos técnicos (GT) de assessoramen-
Como indicador de desempenho, prestava-se à avalia- to. Entre esses GT havia o da temática da “Promoção e
ção da produtividade de um determinado profissional Prevenção em Saúde Bucal” e o GT sobre “Organização
ou de uma equipe. Possibilitava, portanto, empreender de Serviços em Saúde Bucal”, composto por Djalmo
análises mais gerais do que se fazia, por exemplo, no Sanzi Souza, ex-coordenador de Saúde Bucal da SES/
conjunto de unidades básicas de saúde de um muni- RS; José Paulo G. Toledo, ex-coordenador de Saúde
cípio, indicando onde e quando se realizava esse tipo Bucal da SES/SP; e Sylvio Gevaerd, então coordenador
de procedimento. Prestava-se, em consequência, a de Saúde Bucal da Secretaria Municipal de Saúde de
caracterizar o modelo de atenção em desenvolvimento Curitiba-PR.
quanto à ênfase que se dava às ações coletivas nessa A proposta inicial do Grupo sobre Organização de
área. Lamentavelmente, porém, não há registro de Serviços em Saúde Bucal era desenvolver uma política
publicações qualificadas sobre essa utilização do PC de saúde bucal para o país, estimulando as Secretarias
como indicador de desempenho. Estaduais de Saúde (SES) a implantá-la. Várias SES
Em 2002, a Portaria 1.121, de 17/6/2002 (Brasil, ainda eram responsáveis pelas ações de saúde bucal
2002), estabeleceu o Pacto da Atenção Básica e, no por meio de grandes redes de Unidades Básicas de
âmbito da saúde bucal, foram definidos três indica- Saúde (UBS) e Ambulatórios, visto que, na época, a
dores que passaram a ser obrigatórios na execução municipalização da saúde era ainda incipiente.
das ações de saúde dos municípios, sendo um desses Wayne acreditava que o projeto desenvolvido na
indicadores a razão entre os PC e a população de 0 a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, sob a
14 anos de idade. responsabilidade do professor Ruy Opperman, denomi-

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nado de PROESA (Programa Odontológico Escolar de Saúde Bucal, realizado em 1986 pelo Ministério da
Saúde), em que se definiam grupos prioritários de es- Saúde, estimou que aos 12 anos o índice CPOD médio
colares a partir do risco biológico à cárie dentária, bus- chega a 6,6 dentes afetados e que de cada quatro bra-
cando-se reduzir e controlar a doença com o emprego sileiros adultos na faixa etária entre 50 e 60 anos, três
de uma técnica denominada “fluorterapia intensiva”, necessitam de prótese dental total [...]. Esse quadro
poderia ser, com ajustes, expandido para todo o País, extrapola a simples assistência odontológica, não
constituindo-se na principal tecnologia de intervenção eximindo os serviços de encaminharem soluções que
individual de um programa nacional. contribuam para a sua reversão, visto que supera as
Em 31 de dezembro de 1990, entrou em vigor a esferas de atuação, contribuindo para sua manutenção
Portaria nº 1.481 (Brasil, 1990) estabelecendo que “en- o modelo da prática odontológica atual, eminentemen-
quanto não for regulamentada a aplicação dos critérios te curativo, paliativo e mutilador, sem incorporar os
previstos no Art. 35 da Lei 8.080, de 19 de setembro de últimos avanços científicos”.
1990, será utilizado exclusivamente o critério popula- Relatou, ainda, o mencionado GT que “contribuem
cional, ficando o INAMPS incumbido de implantar a para a baixa resolutividade do setor e a sua reduzida
nova política de financiamento do SUS para 1991, den- cobertura populacional a embrionária organização do
tro dos recursos financeiros alocados ao seu orçamento setor em níveis de atenção e em sistemas de referência
para aplicação nos serviços de saúde [...]”. e contrarreferência, assim como escassez de progra-
Cabe assinalar, para melhor compreensão daquele mas preventivos de amplo alcance social, já que não são
contexto institucional, que o INAMPS ainda se manti- remunerados pelo sistema”, sugerindo “para a reversão
nha como órgão estratégico e ocupava papel central na do atual modelo assistencial cirúrgico-restaurador, a
institucionalidade da saúde brasileira de então. Ricar- extinção da figura do Tratamento completado (TC)”, que
do Akel, que à época acumulava as funções de Secretá- tinha “cunho exclusivamente curativo, sendo utilizado
rio Nacional de Assistência à Saúde e de presidente do como forma preferencial do financiamento do setor”.
INAMPS, aprovou a Norma Operacional Básica/SUS nº O documento prosseguia pedindo “garantias através
01/91, por meio da Resolução nº 258, de 7/1/1991 (Brasil, de remuneração que assegure o desenvolvimento de
1991a), fixando uma nova política de financiamento do ações, aos prestadores públicos do SUS, que contem-
SUS, que vigoraria a partir de 1991. plem atividades de caráter educativo e de proteção
Em 7/1/1991, o DOU publicou a Portaria nº 16, do específica à saúde bucal, garantindo, entre outras: 1)
INAMPS (Brasil, 1991b), definindo a Tabela SIA-SUS, o acesso da população aos fluoretos através de boche-
onde se fazia menção aos procedimentos odontoló- chos, escovação orientada com pasta dental com flúor
gicos. Contudo, segundo o documento de discussão e o uso de gel ou verniz com flúor, observados os seus
interna e, então, de distribuição restrita ao GT sobre requisitos técnicos e sua continuidade; 2) incluir em
“Organização de Serviços em Saúde Bucal”, havia di- suas programações o desenvolvimento de atividades de
vergências sobre a Tabela SIA-SUS, pois “os constantes caráter educativo onde se busque a desmonopolização
questionamentos e observações dirigidos à Divisão dos conteúdos de prevenção das doenças e promoção
Nacional de Saúde Bucal, tanto de dirigentes quanto de da saúde bucal, dando ênfase ao aleitamento materno,
outros segmentos da profissão odontológica, levaram desenvolvimento orofacial, dieta e outros cuidados em
a propor alterações constantes neste documento [a saúde bucal”.
Tabela SIA-SUS], especialmente no que se refere aos Propunha que, na produção de ações odontológicas
procedimentos que assegurem a promoção de saúde de caráter individual, o atendimento clínico contem-
da população [...]. Houve grande preocupação desta plasse “procedimentos de natureza preventiva, educati-
Divisão na compatibilização entre as Diretrizes Gerais va e reabilitadora, com um modelo assistencial dentro
elaboradas para o desenvolvimento de ações e serviços de uma proposta integral”.
de saúde bucal no SUS e a proposta consubstanciada Relatava ainda que, em função do processo de mu-
no presente documento”. nicipalização da saúde, “torna-se necessário garantir
Ainda segundo o GT sobre ‘Organização de Serviços os mecanismos essenciais para sua concretização,
em Saúde Bucal’, “o levantamento epidemiológico em já que os serviços desenvolvidos pelos municípios

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ganham maior significado”. Assim, “o repasse dos nos programas de saúde bucal em todo o país (Lemos,
recursos financeiros, do nível federal para os estados 2002; Barros e Chaves, 2003; Junqueira, 2007). Os es-
e municípios, representa uma parcela significativa do tados que mais investiram em PC (mais de 50%), nos
financiamento global destinado à saúde pública, o que, anos 1990, foram Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
por si só, justifica essa proposta que busca assegurar Minas Gerais e Santa Catarina. O maior percentual
coerência entre a política de saúde bucal preconizada médio de cobertura da população alvo no período, em
e o financiamento necessário a ela”. mais de 50%, ocorreu em Mato Grosso do Sul e Santa
Em síntese, o GT sobre “Organização de Serviços Catarina (Lemos, 2002).
em Saúde Bucal” propôs as seguintes alterações na
Tabela SIA-SUS: “1) Extinção da figura do Tratamento
O ocaso do PC
Completado (TC) como forma privilegiada de repasse; Conforme referido, em 2006 o MS extinguiu o PC da
2) A inclusão de remuneração dos Procedimentos Tabela SIA-SUS. De acordo com o então Secretário de
Coletivos (PC) a serem desenvolvidos pelos serviços Atenção à Saúde, José Gomes Temporão, a decisão foi
públicos; 3) Dar ênfase aos tratamentos endodônticos tomada considerando-se o processo de permanente
como estratégia para a conservação de dentes que revisão e atualização da Tabela SIA-SUS, a necessidade
apresentam um grau de destruição mais extenso, mas de aprimorar os mecanismos de controle quanto aos
que possam ser recuperados com restaurações, e como registros referentes à assistência odontológica pres-
parte integrante do nível de complexidade secundária, tada no âmbito do SUS, a necessidade de aprimorar os
em um sistema de referência e contrarreferência; 4) indicadores de saúde bucal no Pacto da Atenção Básica,
Incluir a prótese total para o atendimento às necessi- e também a importância das informações da atenção
dades de reabilitação em saúde bucal, em sistema de à saúde para o planejamento e acompanhamento das
referência e contrarreferência; 5) A revisão dos valores ações em odontologia.
dos procedimentos radicais/mutiladores (extração Seus sucedâneos na Tabela SIA-SUS receberam
de dentes decíduos e permanentes), e a consequente códigos específicos sob as denominações de: a) ação
valorização dos procedimentos preventivos/restaura- coletiva de escovação dental supervisionada; b) ação
dores/reabilitadores”. coletiva de bochecho fluorado; c) ação coletiva de exa-
me bucal com finalidade epidemiológica; d) atividade
PC: início e apogeu coletiva de educação em saúde por profissional de
Pretendeu-se que o processo de implantação dos PC nível superior na comunidade; e) atividade coletiva por
se daria com o desenvolvimento de uma fase inicial profissional de nível médio na comunidade, sendo que
sendo que “alguns municípios desenvolveriam um as atividades ‘d’ e ‘e’ não são exclusivas para o grupo
trabalho piloto”. Cumprida essa fase, o MS disponibili- saúde bucal, na referida Tabela (Brasil, 2006).
zaria, através da Associação Brasileira de Odontologia
Preventiva (ABOPREV), técnicos para capacitação de
dentistas nos estados e municípios. Todavia, a queda
Discussão
do ministro Alceni Guerra, acusado de realizar compras Inexistente em qualquer outro país, o PC foi concebido
irregulares, impediu esse trabalho. com a finalidade de substituir, nos mecanismos de re-
Como tal capacitação não ocorreu, o MS publicou passe de recursos federais para estados e municípios,
a Portaria nº 16, de 8/1/1991 (Brasil, 1991b), e os muni- os Tratamentos Completados (TC), tidos como anacrô-
cípios se apropriaram dos PC utilizando-os conforme nicos e inadequados, pois seriam inerentes ao denomi-
suas realidades e necessidades. nado sistema incremental e, portanto, estimuladores
Os PC “foram normatizados pelo MS em 1992 e de um tipo de prática odontológica baseada em ações
incluídos nos Procedimentos de Atenção Básica (PAB) curativo-restauradoras e não em ações preventivas.
pela Portaria nº 166, de 31/12/1997, e Portaria nº 18, de Contudo, a manutenção do registro dos TC em vários
21/1/1999, da Secretaria de Assistência à Saúde” (São estados, como São Paulo, indica a permanência desse
Paulo, 2006). instrumento para a organização e avaliação de serviços
Ao longo dos anos 1990, os PC foram gradativa- odontológicos, em razão de sua consistência e utilidade
mente se expandindo e ocupando lugar de destaque para a gestão na área.

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A criação dos PC produziu efeitos positivos e nega- epidemiológica mais sólida. Seguindo-se a máxima de
tivos no desenvolvimento de ações de saúde bucal no que, no Brasil, o modelo é definido pela tabela oficial
SUS. Não obstante essa sua reconhecida importância e do Sistema Nacional de Saúde, até que esta tabela, de
seu impacto, é escassa, conforme assinalado, a produ- certa forma, pode funcionar como potencializadora de
ção científica sobre o tema e, sobretudo, a que analisa um programa de Saúde Bucal Coletiva. Mas seu maior
sua efetividade ou influência sobre a ação programá- efeito é o de permitir, aos municípios, que organizem
tica setorial. Esta é, em decorrência, uma importante seus programas de Saúde Bucal segundo o que preco-
limitação deste estudo. nizam o PC-I e o PC-II, um razoável aumento de arre-
Dentre os aspectos positivos, ressalta o impulso, cadação mensal. Aumento capaz de, ao médio prazo,
sob apoio financeiro, que as ações de promoção e possibilitar investimentos em equipamentos, política
prevenção em saúde bucal tiveram em centenas de de RH, instrumental etc. Não raro, esta arrecadação é
municípios brasileiros. A coincidência com um período empregada em outros setores pelos Secretários de Saú-
de intensificação do processo de municipalização das de.” O autor cita entrevista que lhe foi concedida por
ações e dos serviços de saúde por certo potencializou Renato Cesar Ferreira, em 1994, para relatar o exemplo
esse efeito. de Belo Horizonte, em 1993, quando a implantação do
Campos (1999) assinala que “a implantação de PC-II no programa de saúde bucal “rendeu aos cofres
ações preventivas e educativas nas escolas é um recur- da Secretaria Municipal de Saúde o correspondente a
so de grande abrangência [...] constituindo-se, assim, 30%, em média, da sua arrecadação mensal. Segundo
em uma atividade de primordial relevância, principal- o Sistema de Informação da SMS/PBH, os recursos
mente se for levada em consideração a importância destinados ao programa de Saúde Bucal não atingem,
da mudança do enfoque preventivo de individualista, em nenhum mês, este percentual”.
profissional e monopolista, para um contexto coletivo, Com relação aos valores definidos para os PC, Le-
com caráter abrangente, geral e apropriado, respeitan- mos (2002) comenta que “pode-se pensar que exista
do as características sociais, econômicas e culturais uma insatisfação generalizada por parte dos admi-
das comunidades envolvidas”. nistradores locais com relação aos valores recebidos,
Mas a vinculação dos PC aos mecanismos de mas, em contrapartida, uma satisfação por tê-los agora
transferência de recursos federais para estados e remunerados, o que não acontecia no passado”.
municípios, vista inicialmente como um avanço, foi se Barros e Chaves (2003) destacam, quanto às limita-
revelando uma característica que, contraditoriamente, ções do SIA-SUS, que este foi implantado para fins de
acabou por contribuir para descaracterizá-los como pagamento dos procedimentos realizados, o que pode
instrumentos úteis nos esforços para mudar o modelo interferir no registro dos dados, uma vez que quanto
de atenção em saúde bucal. maior a produção de serviços, maior o repasse, poden-
Sobre a remuneração de procedimentos coletivos, do-se supor que houve sobrerregistro de procedimentos
Pinto apud Lemos (2002), afirma que “... essa maneira nos primeiros anos da série histórica.
de remunerar é uma maneira incorreta e continua Com a edição da Norma Operacional Básica (NOB)
sendo errada”. Para Lemos, “o pagamento por ato é em 1996, e o advento do Piso da Atenção Básica (PAB),
compatível com a produção de atividades clínicas, um valor per capita para o custeio das ações e dos
que podem ser identificadas uma a uma, mas não se serviços da atenção básica foi estabelecido. Admite-se
aplicam a serviços de prevenção e educação onde as que a criação do PAB contribuiu para conferir maior
medidas são coletivas e produzem resultados também confiabilidade aos dados, uma vez que o registro da
coletivos, devendo ser avaliados nesta base e não em produção ambulatorial passou a não mais interferir no
base individual”. repasse de recursos federais. Com efeito, constata-se
Para Werneck (1994), a introdução dos PC na Tabela que os dados da produção odontológica mais tradi-
SIA-SUS “cria, ainda que pela via dos recursos a serem cional, como consultas, exodontias e restaurações,
repassados, a possibilidade de um modelo assisten- apresentam um padrão característico, de relativa
cial com maior ênfase em trabalhos preventivos de constância ao longo do tempo, o que não ocorre com
maior abrangência e fundamentados em uma base os procedimentos coletivos.

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Um aspecto a considerar, nesse sentido, como no âmbito do SUS, em todo o país, corresponderam a
um problema para a consolidação dos PC como ação um esforço para alterar substantivamente o modelo de
estratégica nos programas de saúde bucal, é o fato de prática odontológica predominante no setor público,
não serem, propriamente, “um” procedimento, mas um redirecionando-o para ações preventivas e de promo-
conjunto de ações, agrupadas sob uma única denomina- ção da saúde. Esse é, sem dúvida, o principal aspecto
ção. A rigor, não eram nem “um”, nem “procedimento”, positivo e legado dos PC, cujo impacto e potência para
uma vez que certas ações coletivas não podem ser efetivamente alterar o modelo resta como desafio aos
consideradas propriamente “procedimento”, tal como pesquisadores, uma vez que, nesta pesquisa, não fo-
o termo é rotineiramente utilizado em ambulatórios ram encontradas publicações que se ocuparam desses
e serviços de saúde. Ao igualar ações diferentes, cria- aspectos do tema.
vam-se embaraços e dificuldades até mesmo para os A extinção formal do PC, com sua exclusão da
registros necessários à mensuração e avaliação do Tabela SIA-SUS por meio da Portaria 95/06 (Brasil,
trabalho realizado. 2006), tem levado alguns especialistas a negar sua
Lemos (2002) pondera que é necessário “repensar extinção sob o argumento de que o ato administrativo
as formas de remuneração das ações preventivas de do Ministério da Saúde não teria extinguido o Proce-
forma que as mesmas beneficiem um maior número dimento Coletivo, mas, simplesmente, produzido uma
de pessoas e realmente alcancem seu objetivo final, mudança na denominação dos códigos. Segundo esse
que é a melhoria ou manutenção da saúde bucal da ponto de vista, teria havido evolução para uma melhor
população”. definição acerca dos PC, evitando-se que quaisquer
As oscilações nas séries históricas sobre os PC, re- procedimentos fossem considerados PC.
feridas em alguns estudos, indicam muitos problemas Sobre essas considerações é pertinente mencionar
de registro, chegando mesmo a comprometer-lhes a cre- que o termo “procedimento”, com origem nos afazeres
dibilidade. O fato de gestores não conseguirem dispor cirúrgicos e em ambientes da clínica (onde corresponde
de dados confiáveis e úteis aos processos avaliativos, a determinados passos de tarefas, ações e operações),
parece decorrer de dificuldades que os profissionais de não é apropriado para designar “ações coletivas”. Esse
saúde bucal encontram para fazer registros adequados. foi um “erro de origem” criticado desde os primeiros
Como tais dificuldades, recorrentes na literatura e nos momentos em oficinas, reuniões técnicas, encontros
debates sobre os PC, não podem ser atribuídas apenas a e congressos de profissionais de saúde pública, la-
supostas incompreensões ou dificuldades no preenchi- mentavelmente não documentado oportunamente na
mento dos instrumentos de registro de atividades, ou literatura científica. O erro consistiu em “deslocar”
a falhas dos sistemas de informação, parece razoável um termo do contexto da assistência individual para
admitir que na origem dessas dificuldades está o pró- o contexto das ações coletivas de saúde. É possível
prio conceito de “procedimentos coletivos”. que isso tenha sido feito com o objetivo de valorizar as
Ao analisar o significado da exposição a procedi- ações coletivas (em termos financeiros, tendo em vista
mentos coletivos na infância sobre os níveis de cárie as características do financiamento da saúde à época),
dentária em adolescentes, Junqueira (2007) concluiu equiparando-as às ações individuais. As críticas a esse
que os PC não foram efetivos para impactar a média do “deslocamento” mencionavam ser um equívoco consi-
CPOD de beneficiados, uma vez que este valor foi esta- derar ações coletivas como meros “procedimentos”,
tisticamente igual ao CPOD de não beneficiados. O es- dada sua natureza completamente distinta. Contudo,
tudo foi conduzido numa cidade (Embu-SP) onde a água não obstante essa reconhecida inadequação, a difusão
é fluoretada. Para a autora, “neste contexto, os PC não do uso da sigla PC acabou por consolidá-la. Assim, ao
foram suficientes para superar os efeitos produzidos extinguir formalmente o PC, a Portaria 95/06 fez mais
por outros determinantes do processo saúde-doença e do que uma simples mudança na denominação dos
causar impacto favorável em geração futura”. códigos, passando a denominar de modo adequado
Não obstante dificuldades e limitações, e até mes- cada uma das ações coletivas que, até então, agrupadas
mo a possibilidade de não serem efetivos em determi- sob a sigla PC, criavam dificuldades tanto ao registro
nados contextos, a criação e o amplo emprego dos PC quanto à análise de dados do SIA-SUS. Um bloco hete-

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rogêneo de ações coletivas, com a Portaria 95/06, foi BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria no 3.925.
desdobrado em várias ações específicas, tornando-se Aprova o Manual para Organização da Atenção
possível avaliá-las separadamente, em cada contexto, Básica no Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da
conforme a necessidade, o que não era possível antes. União, Brasília, DF, 10 nov. 1998. p. 23-30.
Cabe reconhecer, contudo, que na maioria das vezes Brasil. Ministério da Saúde. Portaria no 3.950.
em que se fala em procedimentos coletivos atualmen- Estrutura de codificação da Tabela de Procedimentos
te (começo do século XXI), a expressão é empregada do Sistema. Diário Oficial da União, 25 dez 1998.
com outro significado: não mais como “um procedi-
mento”, mas como sinônimo plural de ações coletivas, BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 373.
em analogia com o sinônimo plural “procedimentos Norma Operacional de Assistência à Saúde 01/2002
individuais” para ações assistenciais individuais. Da - NOAS-SUS. Amplia as responsabilidades dos
mesma forma que a expressão “procedimentos indivi- municípios na Atenção Básica. Diário Oficial
duais” não permite definir a que ações individuais se da União, Brasília, DF, 28 fev. 2002. Disponível
refere, “procedimentos coletivos”, com esse significado, em: <http://siops.datasus.gov.br/Documentacao/
também não permite definir a que ações coletivas se NOAS%2001%20de%202002.pdf>. Acesso em: 8 set.
refere, prestando-se tão somente para uma classifica- 2008.
ção genérica das respectivas ações. Como recurso co- Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 95.
municativo tal solução é válida. Mas não se presta, por Exclui, da tabela de procedimentos do Sistema de
certo, ao registro de dados num sistema de informação Informação Ambulatorial do Sistema Único de Saúde
de saúde, quando se busca produzir informações mais – SIA/SUS, o procedimento de código 03.011.01-1-
detalhadas sobre as ações realizadas. Procedimentos Coletivos. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 15 fev. 2006. p. 37-8.
Referências Brasil. Ministério da Saúde. Portaria SNAS/MS nº
16. Definição da Tabela SIA-SUS. Diário Oficial da
Barros, S. G.; Chaves, S. C. L. A utilização do
União, Brasília, DF, 7 jan. 1991b.
sistema de informações ambulatoriais (SIA-SUS)
como instrumento para caracterização das ações Brasil. Ministério da Saúde. Resolução no 258.
de saúde bucal. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Aprova a Norma Operacional Básica/SUS nº 01/91.
Brasília, v. 12, n. 1, p. 41-51, mar. 2003. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 jan. 1991a.
Brasil. Ministério da Saúde. Ordem de serviço Campos, J. Procedimentos coletivos de promoção de
nº 198. Regulamenta a aplicação dos novos saúde bucal - PC-I nas escolas de ensino fundamental
procedimentos constantes da tabela do SIA/SUS da rede pública do Distrito Federal - 1997. Ação
referente aos procedimentos odontológicos. Diário Coletiva, Brasília, v. 2, n. 2, p.47-51, abr./jun. 1999.
Oficial da União, Brasília, DF, 9 jan. 1992.
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Recebido em: 31/08/2008


Reapresentado em: 02/01/2009
Aprovado em: 30/01/2009

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