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Resenha Crítica sobre o cirurgião dentista no SUS.

Em 1988 o Sistema Único de Saúde tornou-se um sistema universal público e gratuito,


sendo um dos objetivos principais o alcance do cuidado integral no SUS, foi inserida a
saúde bucal, por meio do Brasil Sorridente ou Política Nacional de Saúde em 2004,
onde o governo federal criou linhas de financiamento específicos para criação de novas
equipes de saúde bucal (eSB), para construção e implantação de Centros de atenção
secundária e terciária. O Cirurgião-dentista no SUS, tem o papel tanto de
gerenciamento do ambulatório odontológico como na promoção a saúde da população.
Hoje devido à saturação do campo de trabalho privado principalmente nos grandes
centros o trabalho na área de saúde bucal coletiva no setor público tem sido uma nova
oportunidade no mercado de trabalho. Porém devemos levar em consideração, a
grande responsabilidade que esse cargo leva ao profissional cirurgião-dentista. O
cirurgião dentista age na Estratégia Saúde da Família (ESF), considerando o princípio
da integralidade, ele pode participar das visitas domiciliares e estimula a ações de
promoção à saúde, no entanto, a prática não é hegemônica e varia conforme a
organização da unidade.

Ele tem a responsabilidade de gerenciar unidades que muitas das vezes não se
encontram disponíveis nem os materiais básicos aos cuidados dos pacientes, além de
serem responsáveis pela coordenação, orientação e treinamento da sua equipe. Além
disso ele tem a responsabilidade de desenvolver políticas públicas saudáveis, como
ações de vigilância à saúde, de produtos fluorados, vigilância ambiental de resíduos
tóxicos, vigilância epidemiológica de cárie e doença periodontal e a organização de um
sistema de informação que permita o monitoramento da situação de saúde bucal, além
de séries históricas, visando à avaliação epidemiológica da região de atuação.

Segundo Gonçalves, 2009, foi realizado uma pesquisa onde se analisou o trabalho do
cirurgião-dentista na Estratégia de Saúde da Família em Florianópolis, SC, analisando
o o cotidiano de suas atividades com base na sua percepção, onde a principal
discussão foi como as atividades estão potencializando e ou limitando a concretização
da proposta da Estratégia em suas diretrizes e pressupostos, foram entrevistados um
representante da gestão municipal e 17 cirurgiões-dentistas, divididos nas cinco
regionais de saúde, os potenciais e limites apontados pelos entrevistados foram
agrupados em três categorias: o olhar sobre o profissional e seu papel social; o olhar
sobre o trabalho no espaço da unidade de saúde; o olhar sobre a gestão da política no
espaço do município. Onde se conclui que identificar os potenciais e limites permitiu
vislumbrar caminhos para concretizar o novo modelo e superar dificuldades na
construção da consciência sanitária de trabalhadores, gestores e usuários. Identificar
esses potenciais e limites percebidos pelos cirurgiões-dentistas no seu trabalho
cotidiano tornou possível, em primeiro lugar, saber o que pensam esses profissionais,
que, de acordo com eles mesmos, quase nunca têm oportunidade de expressarem
suas frustrações e expectativas.

Referências Bibliográficas

O trabalho do cirurgião-dentista na estratégia de saúde da família: potenciais e limites


na luta por um novo modelo de assistência, Evelise Ribeiro Gonçalves, Flávia Regina
Souza Ramos, 2009.
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epidemiologia da saúde bucal. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2006.  PEREIRA,
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