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FAVENI

VALÉRIA DA SILVA TEIXEIRA

A IMPORTÂNCIA DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE PARA A ESTRATÉGIA


DE SAÚDE DA FAMÍLIA.

CARATINGA-MG
2023
FAVENI

VALÉRIA DA SILVA TEIXEIRA

A IMPORTÂNCIA DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE PARA A ESTRATÉGIA


DE SAÚDE DA FAMÍLIA.

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em Estratégia de
Saúde da Família.

CARATINGA-MG
2023
A IMPORTÂNCIA DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE PARA A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA
FAMÍLIA.

Valéria da Silva Teixeira

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO
O Agente Comunitário de Saúde é um profissional muito importante para as equipes de Saúde da Família
e também para a comunidade. Por ser um morador da comunidade assistida pela equipe, e realizar
visitas domiciliares que permitem o contato direto com os pacientes, eles detém o maior conhecimento
sobre as características e particularidades de cada pessoa residente na comunidade atendida
compartilhando informações e conhecimentos essenciais para promoção da saúde. A forma como este
profissional atua, contribui no fortalecimento do vínculo entre equipe e comunidade. Tendo em vista a
importância deste profissional, este trabalho objetiva explicar a contribuição trabalho dos agentes
Comunitários de Saúde e suas práticas educativas nos domicílios para melhoria na saúde pública e de
forma geral, mostrar a contribuição destes profissionais para o sistema de saúde. A metodologia utilizada
para este estudo consiste na pesquisa bibliográfica através da leitura de artigos e livros na área
estratégia de saúde da família. A partir das pesquisas, foi possível constatar que o trabalho dos Agentes
Comunitários de saúde vem evoluindo, pois atualmente os profissionais vêm sendo valorizados e cada
dia mais estão sendo capacitados através de Curso Técnico e outros cursos de capacitação profissional
para a realização deste trabalho tão relevante para a saúde publica.

PALAVRAS-CHAVE: Agente Comunitário de Saúde. Estratégia de Saúde da Família. Atenção Básica.

valeriacordeiroleh3@gmail.com

Email do autor:
1 INTRODUÇÃO

O Agente Comunitário de Saúde (ACS) é um personagem muito importante na


implementação do Sistema Único de Saúde, fortalecendo a integração entre os serviços
de saúde da Atenção Primária à Saúde e a comunidade. Este profissional representa
um componente chave no cenário da atenção básica à saúde no Brasil, pois atua
diretamente na organização da assistência, uma vez que assume uma posição
bidirecional, ao mesmo tempo em que é morador da comunidade em que trabalha, é
integrante da equipe de saúde. Eles são os olhos dos profissionais de saúde dentro da
comunidade, lidando com o sofrimento humano e acompanhando de perto as
demandas e carências de sua comunidade, sendo pessoas que sabem sobre questões
sociais e humanas no seu dia a dia identificando, em todos os sentidos, com sua
própria comunidade, principalmente na cultura, linguagem e costumes.
A profissão de agente Comunitário de Saúde foi criada pela Lei n°10.507, de 10
de julho de 2002 (Brasil, 2002), que define seu exercício como exclusivamente no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele realiza atividades de prevenção de
doenças e promoção de saúde, mediante ações domiciliares ou comunitárias,
individuais ou coletivas.
Falar sobre o trabalho destes profissionais é de grande importância para a
valorização do trabalho e dos serviços da Estratégia de saúde da Família, pois em meio
às crises econômicas, globalização e diante do aumento no adoecimento da pessoas, é
importante aprimorar o atendimento básico de saúde para que possa garantir maior
qualidade de vida para a população.
Assim, é necessário cada vez mais valorizar e qualificar este profissional que
faz tanto pela sua comunidade, pois serve como intermediador entre a população local
e os profissionais de saúde que atuam na unidade de saúde da família, é através dos
ACS que as ações de promoção, proteção e prevenção à saúde acontecem.
O presente artigo tem como objetivo geral, compreender a importância do agente
na promoção, proteção e prevenção de saúde da comunidade. Tendo como objetivo
específico analisar a importância do trabalho deste profissional dentro da atenção
básica.
Este tema é importante devido à relevância do trabalho do ACS para a
população e também para a efetividade dos serviços de saúde. Apesar de ser um
profissional conhecido pela comunidade, muitas pessoas ainda não conhecem a
importância do trabalho deste profissional. A falta de conhecimento sobre a trabalho do
ACS faz com que muitas pessoas o conheçam apenas pela visita domiciliar e não
conseguem perceber a importância do trabalho desses profissionais para que haja
continuidade dos demais serviços ofertados.
A metodologia utilizada para este estudo consiste na pesquisa bibliográfica
tendo por procedimento a leitura de livros e outros trabalhos acadêmicos desenvolvidos
na área Estratégia de Saúde da Família.
O trabalho foi dividido em cinco seções, sendo a primeira, sobre a criação do
Sistema Único de Saúde (SUS) e o surgimento da ESF e do Agente Comunitário de
Saúde; a segunda fala sobre a composição e o funcionamento da ESF, a terceira
destaca a importância do trabalho do Agente Comunitário de Saúde dentro da ESF; a
quarta versa sobre a evolução do trabalho do Agente Comunitário de saúde, a quinta
fala sobre O agente de Saúde como elo entre a população e o a Unidade Básica de
Saúde, a sexta é a conclusão do estudo e a quinta são as referencias que embasaram
o estudo.
2 DESENVOLVIMENTO

De acordo com (Gil 1991) a Revisão bibliográfica busca problematizar um projeto


de pesquisa a partir de Produção cientifica sobre o tema estudado, analisando e
discutindo as contribuições culturais e cientificas (GIL 1991).
Este tipo de pesquisa é uma técnica eficiente para fornecer conhecimento
científico que habilitam a produção do trabalho acadêmico, pois abrange o
reconhecimento das produções sobre um determinado tema e a identificação de
lacunas de pesquisa que oferecem maior compreensão de uma determinada realidade
além de possibilitar o contato do estudante com situações semelhantes já pesquisadas
e apresentar, conceitos já trabalhados ou mesmo complementares para os estudos.
Este trabalho foi realizado a partir de uma revisão de bibliográfica, realizada por
meio da consulta materiais e estudos que abordavam o funcionamento do Sistema
Único de saúde bem como a divisão do trabalho das equipes da Estratégia saúde da
Família, tendo como foco o trabalho dos Agentes Comunitários de saúde. Para a
realização das buscas, foram utilizados os seguintes descritores: As funções do Agente
Comunitário de saúde, A Evolução do Trabalho dos agentes de Saúde na Estratégia
Saúde da Família, A Importância do Agente de Saúde na Atenção Básica.

2.1 A criação do Sistema Único de Saúde, o surgimento da Estratégia de


Saúde da Família e do Agente Comunitário de Saúde.

O Sistema Único de Saúde, teve sua origem na década de 1980, e é


considerado um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, sendo o único a
‘garantir assistência integral e completamente gratuita’.
Em 1991, o Ministério da Saúde, em parceria com as secretarias estaduais e
municipais, institucionalizou o Programa Nacional de Agentes Comunitários de Saúde,
com o objetivo de unir as várias ações que existiam espalhadas pelo país sob uma
única orientação, posteriormente em 1992 virou Programa de Agentes Comunitários de
Saúde.
A Constituição Federal Brasileira de 1988 foi o primeiro documento a colocar o
direito à saúde definitivamente no ordenamento jurídico brasileiro. De acordo com a
mesma, a saúde passa a ser um direito do cidadão e um dever do Estado.
De acordo com o artigo 196 da Constituição Federal, “a saúde é direito de todos
e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
A Estratégia Saúde da Família foi oficialmente implantada em 1994, pelo
Ministério da Saúde como um programa e posteriormente em 1997, alçada à condição
de estratégia de reorganização do modelo assistencial.
A ESF destaca-se como estratégia de organização dos serviços na Atenção
Primaria á Saúde, fortalecendo a rede de saúde e colaborando para a reorientação do
modelo assistencial. Tem como um de seus objetivos acompanhar, através de ações de
cura, reabilitação, prevenção e promoção da saúde, a população pertencente a sua
área de abrangência.
Para atingir seus objetivos, a Estratégia de Saúde da família busca desenvolver
um cuidado integral, baseando-se no conceito ampliado de saúde e de promoção da
saúde, no trabalho em equipe e na busca pela qualidade da assistência prestada ao
usuário, construindo um novo modelo de atenção à saúde. Para que o cuidado seja
efetivo, é necessário que haja uma integração efetiva e contínua entre as políticas
públicas para que a assistência prestada ocorra de maneira integral e que assegure o
direito ao atendimento dos usuários em suas necessidades de saúde. Todo o trabalho
previsto para a ESF apresenta vinculação direta com o conceito de intersetorialidade,
entendida como a integração contínua desde o planejamento, a execução e a avaliação
das ações desenvolvidas entre as instituições e serviços dos diferentes setores.
2.2 A composição e o funcionamento da ESF.

A Estratégia Saúde da Família é o modo preferencial de se organizar a Atenção


Primária à Saúde no Brasil. Muitos conhecem o escopo de sua atuação nas Unidades
Básicas de Saúde através das equipes de Saúde da Família; cada equipe atendendo
um território adscrito com uma população delimitada pela qual se tem responsabilidade
sanitária. A ESF trabalha sobre os princípios de (acesso, longitudinalidade,
coordenação do cuidado, integralidade, orientação familiar e comunitária e competência
cultural.
A ESF fundamenta-se no trabalho de equipes multiprofissionais e desenvolve
ações de saúde a partir do conhecimento da realidade local e das necessidades de sua
população. Busca favorecer a aproximação da unidade de saúde com as famílias,
promover o acesso dos usuários, possibilitar o estabelecimento de vínculos entre a
equipe e os usuários, a continuidade do cuidado e, por meio da corresponsabilização
da atenção, aumentar a capacidade de resolutividade dos problemas da saúde mais
comuns, produzindo maior impacto na situação de saúde local (BRASIL, 2006).
A ESF é composta por equipe multiprofissional que possui, no mínimo, médico
generalista ou especialista em saúde da família ou médico de família e comunidade,
enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar ou técnico de
enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS). Pode-se acrescentar a esta
composição, como parte da equipe multiprofissional, os profissionais de saúde bucal
(ou equipe de Saúde Bucal (eSB), cirurgião-dentista generalista ou especialista em
saúde da família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal. O número de ACS deve ser
suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas
por agente e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família, não ultrapassando o limite
máximo recomendado de pessoas por equipe. Cada equipe de Saúde da Família deve
ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas de uma determinada área, que passam
a ter corresponsabilidade no cuidado com a saúde (BRASIL, 2006).
Quanto ao funcionamento da ESF, deve acontecer de forma que atenda as
necessidades da população adscrita, desde que funcione com carga horária mínima de
40 horas/semanais, no mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 meses do ano,
possibilitando acesso facilitado à população. Quanto aos horários , estes podem ser
estabelecidos através das instâncias de participação social, desde que atendam
expressamente a necessidade da população e cumprindo sempre a carga horária
mínima estabelecida. Para garantir a coordenação do cuidado, ampliando o acesso e
resolutividade das equipes que atuam na Atenção Básica, recomenda-se que a cada
equipe atenda a uma determinada população adscrita com 2.000 a 3.500 pessoas,
localizada dentro do seu território, garantindo os princípios e diretrizes da Atenção
Básica.

2.3 A importância do trabalho do Agente Comunitário de Saúde


dentro da ESF.

O Agente Comunitário de saúde, é um dos profissionais que mais contribuem


para o funcionamento da ESF, assim, é importante ressaltar o papel apresentado pelo
ACS para alcançar os objetivos da equipe. Sua importância se dá não apenas pelo fato
de ser um profissional atuante, pois além de profissional da USF é também morador da
comunidade atendida. Assim, esse trabalhador se torna um articulador das estratégias
que une o saber científico e o saber popular.
O trabalho do Agente de Saúde(ACS) é também de educação em saúde, sendo
desenvolvido de forma externa à Unidade, nos domicílios das famílias sob sua
responsabilidade. Para os pacientes, o ACS trabalha para facilitar o acesso divulgando
ações e serviços da Unidade, estreitando vínculos da população com a equipe,
levantando demandas em saúde e, desenvolvendo um trabalho de prevenção e
promoção da saúde. Na medida em que o ACS atua como elemento integrador entre a
comunidade e o serviço de saúde torna-se fundamental refletir sobre o seu papel na
equipe e na mudança do modelo de atenção. O fato de esse profissional residir na
mesma comunidade em que trabalha permite o desenvolvimento de uma integração
muito forte entre a comunidade e a equipe de saúde. Ao vivenciar a realidade da
comunidade em que trabalha consegue fazer uma leitura ampla desta e levar até a
equipe as questões percebidas. Ao estar próximo à comunidade permite construir
vínculos e processos de co-responsabilização em que todos se responsabilizam pelo
cuidado em saúde.
Assim, é possível apontar a importância do ACS junto aos demais membros das
equipes de saúde da família na mudança do modelo assistencial. Ao assumir a função
de “laço” entre a comunidade e a equipe, este profissional contribui para a construção
de uma nova cultura, de um modo novo de olhar e compreender os serviços de saúde.
Do mesmo modo, o trabalho do ACS pode contribuir também na perspectiva de
estimular a participação popular no planejamento e avaliação dos serviços ofertados
criando um envolvimento da comunidade na construção do Sistema de Saúde, podendo
favorecer até mesmo que a comunidade avance no exercício da cidadania e do controle
social.
No que tange às competências dos ACS, destaca-se: integração da equipe com
a população adscrita; planejamento e avaliação das ações em saúde com a equipe;
promoção da saúde, prevenção e monitoramento de risco ambiental e sanitário;
prevenção e monitoramento a grupos específicos e morbidades (BRASIL, 2012).

2.4 A evolução do trabalho do Agente Comunitário de Saúde

As primeiras experiências de trabalho e de formação informal de agentes


comunitários de saúde começaram nas décadas de 1970 e 1980, principalmente por
iniciativa de entidades religiosas e ONGs. Sendo os primeiros profissionais de saúde
conhecidos como Visitadores Sanitários e Inspetores de Saneamento.
A implantação oficial de Agentes Comunitários de Saúde foi iniciada pelos
estados do Nordeste, mais preciso no Ceará em 1987. Foram contratados exatamente
6.113 trabalhadores, a maioria dos contratados eram mulheres, de 118 municípios
diferentes dentro do Ceará.
Logo depois, em 1988, houve a criação do SUS pela Constituição Federal
Brasileira de 1988. Seguido pela Lei 8.080/1990.
Em 1997 aconteceu à publicação da portaria nº 1.886 pelo Ministério da Saúde,
estabelece o número de 750 pessoas e 150 famílias a serem acompanhadas pelos
ACSs. A portaria define que o ACS deve ser morador da área em que atua há pelo
menos dois anos.
Com o tempo esse profissional tornou-se um importante elemento na promoção
de mudanças no modelo assistencial e fortalecimento da atenção básica.
Há aproximadamente 3 décadas, a experiência com Agentes Comunitários de
Saúde (ACSs) tem sido inserida no Sistema Único de Saúde (SUS) e amplamente
disseminada no Brasil.
Atendendo às demandas políticas e econômicas, o Agente Comunitário de
Saúde tornou-se profissão em 2002, perante a lei nº 10.507 em relação à formação,
estabelece a necessidade de conclusão do Ensino Fundamental. Já em 2004 é criado o
Curso Técnico de ACS, elaborado pelo Ministério da Saúde em conjunto com o
Ministério da Educação. Com carga horária mínima de 1.200 horas, dividida em três
etapas. Ao final do processo formativo, os educandos que concluíram o ensino médio
receberão o diploma de Técnico ACS. Em 2006 ele teve suas funções ampliadas e é
criado o processo seletivo público para os ACSs e ACEs estabelecendo que os
profissionais somente possam ser contratados diretamente pelos estados, pelo Distrito
Federal ou pelos municípios.
Em 2007 cria-se a lei nº 11.585, que institui o dia 4 de outubro como o Dia
Nacional do ACS, profissional tão importante, para desenvolver atividades de
promoção da saúde, de prevenção das doenças e agravos e de vigilância à saúde, por
meio de visitas domiciliares e de ações educativas individuais e coletivas nos domicílios
e na comunidade.

2.5 O agente de saúde como elo entre a população e o a Unidade


básica de saúde.

Como ressaltado anteriormente, o Agente Comunitário de Saúde é um


profissional de extrema importância dentro da comunidade, tanto para a população
quanto para a Unidade de Saúde. Na medida em que ele faz as buscas ativas ele
atende a população em seus anseios na busca pela resolução dos problemas
identificados. Ao apresentar as soluções através do encaminhamento do paciente ate a
unidade de saúde, o profissional faz com que a saúde realmente aconteça na vida de
quem necessita de alguma intervenção. Através das visitas, é possível agir de forma
preventiva na vida de pessoas que encontram em bom estado de saúde e auxiliar no
tratamento daqueles que estão debilitados tanto fisicamente como mentalmente.
Sobre o trabalho dos Agentes comunitários na visita domiciliar, CUNHA; SÁ,
2013, p 67 nos diz que:

“As Visitas Domiciliares permitem conhecer: as condições de vida e habitação


das famílias, as relações que estabelecem no ambiente doméstico, as
condições de adoecimento daquela família, e, conseqüentemente, podem
facilitar o planejamento e o direcionamento das ações visando à promoção da
saúde e o fortalecimento do autocuidado (CUNHA; SÁ, 2013, p 67)”.

A visita domiciliar e uma das etapas mais importantes no trabalho do ACS, pois é
através dela que o profissional passa a conhecer o paciente. Durante a visita, é
possível ver de perto a situação de cada paciente, desde condições de saúde, moradia,
condições sanitárias, psicológicas entre outros fatores importantes que contribuem ou
prejudicam a saúde da população.
De acordo com (CUNHA; SÁ, 2013), a visita domiciliar é uma atividade que tem
por intenção, além de prover cuidados domiciliar, ser um instrumento de diagnóstico
local e programação das ações a partir da realidade. De forma geral, os problemas com
que os membros da ESF, em especial os ACS, se deparam durante as visitas
domiciliares englobam situações que extrapolam as questões orgânicas da saúde. São
situações relacionadas ao contexto social e cultural em que vivem as famílias, para as
quais os serviços de saúde tradicionais tem pouco a ofertar para a sua resolução. São
necessárias intervenções articuladas com outros saberes e setores para o
enfrentamento das realidades vivenciadas (CUNHA; SÁ, 2013).
Ao atender a população nas visitas, os profissionais criam um vínculo maior
gerando mais confiança nos pacientes de forma que eles utilizem os serviços ofertados
pela unidade sem temer a constrangimentos, pois a relação muitas das vezes
ultrapassa os limites profissionais transformando os agentes de saúde em cuidadores
de confiança que se colocam como linha tênue frente à exposição que as famílias
passam de seus hábitos no momento da visita.
Elencada como prática essencial para todos os profissionais que atuam junto a
ESF, a Visita Domiciliar tem claro potencial de transformação, pois contribui para o
fortalecimento do autocuidado, assegura a participação e o controle social, além de
fortalecer os vínculos entre usuários e equipe. Com o provimento de informações
precisas, numa abordagem dialógica e interacional entre ACS e família visitada é
possível o alcance mais propositivo dos resultados das ações de saúde (FONSECA et
al., 2012).
É importante ressaltar que o trabalho dos Agentes de Saúde não se resume a
visitas. Apesar de a visita constituir uma etapa muito importante, as funções do ACS
vão muito alem. E através dos dados coletados pelo Agente de Saúde que a ESF se
mantém. Todos os eventos e atendimentos realizados dentro da Unidade de saúde
passam pelas mãos do agente de saúde, pois o mesmo é o profissional que detém
maior conhecimento sobre a vida e as necessidades dos pacientes. E importante
ressaltar que o ACS também é o executor do cadastramento populacional, é através do
cadastro feito pelo ACS junto ao Sistema do SUS que os cidadãos garantem a
facilidade no atendimento. Mesmo nos atendimentos de demanda espontânea, onde
não necessita de agendamento prévio, os pacientes que são cadastrados pelo ACS no
sistema tem maior agilidade, pois o cadastramento populacional feito pelo ACS mostra
todas as informações relevantes sobre o paciente sem que haja necessidade
preenchimento novo.
Assim, podemos dizer que o Agente Comunitário é um forte elo entre população
e serviços de saúde, pois é através dele que o atendimento acontece de forma eficiente
para o município e para a população. O profissional e capaz de ouvir os relatos da
comunidade, identificar os problemas e agravos de saúde e informar a demanda da
população à equipe do programa Estratégia de Saúde da Família para que os anseios e
necessidade da população sejam atendidos garantindo que o direito a saúde garantido
pela lei, de fato seja efetivado.
3 CONCLUSÃO

O trabalho do ACS é de fundamental importância para a concretização da


Estratégia de Saúde da Família. Ao realizar suas atividades, este profissional promove
a saúde, com atividades de prevenção das doenças e agravos e de vigilância à saúde,
por meio das visitas em domicílios e educação em saúde, individual e coletiva. O
trabalho do ACS funciona como articulador para que os serviços de saúde funcionem
conforme a necessidade da população.
Assim, podemos concluir que o ACS pode ser considerado a “alma” da ESF, pois
esses profissionais são os responsáveis por lutar e aglomerar forças em sua
comunidade na defesa dos serviços públicos de saúde e educação, e da melhoria dos
determinantes sociais de saúde sendo os agentes de mudanças e de incentivo à
participação comunitária nos serviços de saúde.
Enfim, é necessário que haja sempre a valorização dos profissionais e a garantia
da educação permanente e capacitação para que estes profissionais desenvolvam
plenamente suas capacidades, estimulando-os a realizar um trabalho comunitário
participativo, reflexivo e transformador, pois eles estão na linha de frente para que a
saúde aconteça.
4 REFERÊNCIAS

BRASIL Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília, DF:


Ministério da Saúde, 2002

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília, DF:


Ministério da Saúde, 2006.

BRASIL. Constituição Federal (1988).Constituição da Republica Federativa do


Brasil. Brasília;senado,1988.

BRASIL. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política


Nacional de Atenção Básica / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Brasília : Ministério da Saúde, 2012.

BRASIL. Portaria GM nº. 1.886 de 18 de dezembro de 1997. Aprova as Normas e


Diretrizes do Programa de Agentes Comunitários de Saúde e do Programa de
Saúde da Família. Brasília, DF, 1997. Disponível em: Acesso em: 14 jan. 2023

Brasil. Ministério da Saúde. Lei nº 10.507 de 10 de julho de 2002. Cria a profissão de


Agente Comunitário de Saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União. 10
Jul 2002.

CARLA, Carla. A história da saúde pública no Brasil e a evolução do direito à saúde.


Disponível em: https://www.politize.com.br/direito-a-saude-historia-da-saude-publica-no-
brasil/. Acesso em: 14 jan. 2023.

CUNHA, M.S.; SA, M.C. A visita domiciliar na estratégia de saúde da família: os


desafios de se mover no território. Interface (Botucatu). v.17, n.44, pp. 61-73, 2013.

FONSECA, A.F. et al. Avaliação em saúde e repercussões no trabalho do agente


comunitário de saúde. Texto contexto - enfermagem. v.21, n.3, p.519-527, 2012.

Gil, Antônio Carlos, 1946- Como elaborar projetos de pesquisa/Antônio Carlos Gil. -
4. ed. - São Paulo : Atlas, 2002

https://estrategiasaudedafamilia.comunidades.net/funcionamento Acesso em: 14 jan.


2023.

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