Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................3
10 QUEIMADURAS.............................................................................................................. 48
1
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................ 60
2
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
3
2 ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA
Fonte: rduirapuru.com.br
Para organizar uma rede que atenda aos principais problemas de saúde dos
usuários na área de urgência e emergência de forma resolutiva, é necessário consi-
derar o perfil epidemiológico e demográfico brasileiro, no qual se evidencia, segundo
dados da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), uma
alta morbimortalidade relacionada às violências e aos acidentes de trânsito entre jo-
vens até os 40 anos e, acima desta faixa, uma alta morbimortalidade relacionada às
doenças do aparelho circulatório, como o infarto agudo do miocárdio (IAM) e o aci-
dente vascular cerebral (AVC). Soma-se a isso o acentuado e rápido envelhecimento
da população, com aumento significativo da expectativa de vida nas últimas décadas.
De acordo com o Censo de 2010, 10% da população brasileira contava com mais de
60 anos, o que significa mais de 20 milhões de pessoas (IBGE, 2010 apud SAÚDE,
2013).
A Política Nacional de Atenção Básica tem sido concebida como a estratégia
voltada para responder de forma regionalizada, contínua e sistematizada à maior parte
das necessidades de saúde, integrando ações preventivas e curativas, bem como a
atenção a indivíduos e a comunidade. Todavia, o esforço no incremento das ações
básicas de saúde ainda não tem sido suficiente para resolver um grande contingente
4
de problemas de saúde no nível primário de atenção. Assim, o sistema hospitalar con-
tinua recebendo um grande número de consultas especializadas, exames diagnósti-
cos, procedimentos de alto custo e internações (JESUS, 2016).
Com isso, refere o autor acima a qualidade desses serviços prestados é dimi-
nuída, comprometendo assim a integralidade da assistência, além disso, houve um
aumento da procura desses serviços devido ao crescente número de casos oriundos
de acidentes de trânsito e da violência urbana, gerando aumento dos gastos com in-
ternações hospitalares, com o uso de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) além da alta
taxa de permanência hospitalar destes pacientes.
Fatores como esses tornam visível a necessidade de reestruturação do sis-
tema de saúde diante disso algumas medidas são essenciais para que os Serviços de
Emergência Médica seja de fato, eficaz, como a melhoraria da infraestrutura e ade-
quação para o atendimento da emergência unidades básicas de saúde e os hospitais
secundários, para não congestionar as instituições de nível terciário. Áreas como a
de atenção neonatal, de trauma, unidade de tratamento intensivo e semi-intensivo,
necessitam de mais recursos para funcionarem efetivamente além da melhoria da or-
ganização desses serviços para atender à demanda (JESUS, 2016).
Apesar disso, para garantir o acesso de todos em hospitais de urgência emer-
gência visando a equidade, a solução é priorizar os casos mais graves, contudo para
que as pessoas com urgência menores serem atendidas na atenção primária, è ne-
cessário que o sistema se organizasse de modo voltado às necessidades das doenças
crônicas pois assim seria possível atender esses casos que suscitam menos urgência,
reduzindo a longo e médio prazo a procura por esses serviços emergenciais (GUIMA-
RÃES, 2020).
Sabe-se que grande parte dos atendimento nos serviços de emergência e ur-
gência poderiam ser resolvidos na atenção básica, por isso quanto melhor for o
atendimento e o acesso a esses serviços de saúde , isso refletirá em uma melhoria
5
da qualidade da assistência hospitalar e emergencial, já que diminuiria a sobrecarga,
também é necessário conscientizar a população sobre a verdadeira finalidade des-
ses serviços, outra ferramenta que pode ser utilizada para reorientar ao modelo de
assistência na urgência e emergência é ampliar as funções do enfermeiro dentro
dessas unidades também para áreas gerenciais e administrativas, de modo a incor-
porar seus conhecimentos técnicos, científicos na busca pelo aperfeiçoamento da
assistência na urgência e emergência (GUIMARÃES , 2020).
Visando da organização não só desses serviços, conceitua Azevedo et al.
(2010) mas sim de todos dos sistemas regionalizados, foi lançada em 2003 a portaria
1863 / MG, que regulamenta a Política Nacional de Atenção às Urgências primando
pela universalidade, equidade e integralidade do atendimento, como ainda existia
a necessidade de reorganizar sistema de referência e contra referência e também de
articular os serviços de urgência hospitalar com os demais níveis de atenção, foi lan-
çada a portaria de 1828/GM de 2004 que propôs atribuições gerais e específicas das
Centrais de Regulação Médica de Urgências suporte técnico para estruturar e opera-
cionaliza-las. Essa reorganização além de ser barata bastante rápido em comparação
com as outras ações que o SUS precisa realizar para garantia tentar solucionar seus
problemas assistenciais no caso relacionados à urgência e emergência.
Fonte: victorbarboza
2. Via oral: Sempre que possível, os analgésicos devem ser administrados pela
via oral. Deve-se evitar a via intramuscular por ser uma via dolorosa e estar mais re-
lacionada a complicações de absorção errática (FERREIRA et al., 2020).
3. Intervalos fixos: Os analgésicos devem ser administrados em intervalos re-
gulares, a dose subsequente precisa ser administrada antes que o efeito da dose an-
terior tenha terminado e estar adequada à dor do paciente, ou seja, inicia-se com do-
ses pequenas, que são aumentadas progressivamente até o alívio satisfatório da dor.
Alguns pacientes usuários crônicos de opioides necessitam além das doses regulares,
doses de resgate para as dores incidentais ou súbitas. As doses de resgate usual-
mente correspondem de 10 a 30% da dose total diária estabelecida após ao menos
24 horas de uso regular (período em que se estabelece um nível sérico estável para
a maioria dos opioides) (FERREIRA et al., 2020).
4. Individualização: Não existem doses padronizadas para os opioides. A dose
correta é a que causa alívio da dor com o mínimo de efeitos colaterais. Os AINES e
9
os opioides fracos, entretanto, apresentam efeito teto, ou seja, dose diária máxima
recomendada, acima da qual não há efeito analgésico adicional, mas apenas efeitos
colaterais em excesso (FERREIRA et al., 2020).
Fonte: www.drogariaminasbrasil.com.br
São preconizados no tratamento da dor fraca e podem ser associados aos opi-
oides nos demais degraus da escada analgésica (WATSON, 2020).
Paracetamol:
Seu mecanismo de ação ainda não é claro, mas apresenta ações centrais
agindo sobre a ciclooxigenase 3 (COX-3) e atividade anti-inflamatória periférica fraca.
A dosagem não deve ultrapassar quatro gramas diários para minimizar o risco de he-
patotoxicidade. Este fármaco deve ser utilizado com cautela em pacientes com hepa-
tite ativa, disfunção hepática, alcoolismo ou icterícia (WATSON, 2020).
Dipirona:
10
(COX-3), a dipirona, entretanto, não está associada ao mesmo risco de hepatotoxici-
dade do paracetamol, o risco de agranulocitose vem sendo desmistificado e atual-
mente é considerado como extremamente pequeno, variando de 0,2 a 2 casos por
milhão de pessoas ao ano. Sendo assim, pode-se afirmar que a dipirona se constitui
em uma opção analgésica segura e eficaz, ocupando lugar de destaque no primeiro
degrau da escada analgésica da Organização Mundial de Saúde (WATSON, 2020).
Tal como acontece com os anti-inflamatórios não esteroides (AINE) orais, re-
fere SIMÓN (2020) os AINE aplicados topicamente na pele produzem analgesia atra-
vés da inibição da ciclo-oxigenase (COX), mas atuam apenas na área de aplicação,
aliviando a dor e reduzindo a inflamação nas articulações e nos músculos da área
afetada. A pele forma uma barreira entre o organismo e o meio ambiente. Entre as
suas funções fisiológicas principais estão a regulação da temperatura corporal e a
eliminação de água e substâncias, a camada superior, o estrato córneo, forma a bar-
reira principal à absorção na epiderme, com um alto teor de lipídios e um conteúdo de
água baixíssimo. Para que um fármaco aplicado topicamente seja eficaz, as moléculas
devem ser pequenas, de modo a difundir-se através do estrato córneo e penetrar no
local de ação.
Existem grandes variações na permeabilidade da pele às diferentes substân-
cias a penetração através da pele e a acumulação do fármaco nos tecidos-alvo dese-
jados são importantes para a eficácia dos AINE tópicos, as concentrações plasmáticas
máximas de AINE tópicos não atingem mais de 15% das alcançadas após a adminis-
tração oral de uma dose semelhante, as concentrações nas áreas inflamadas e, em
particular, no líquido sinovial das articulações também são inferiores (mas não na
mesma proporção), após a aplicação tópica, as concentrações atingidas nos meniscos
ou na cartilagem podem ser 4 a 7 vezes maiores do que após a administração oral e
as alcançadas nas bainhas dos tendões são várias centenas de vezes superiores às
plasmáticas, as formulações tópicas podem proporcionar concentrações analgésicas
no local da inflamação, enquanto minimizam as concentrações sistémicas, a absorção
de formulações tópicas pode variar acentuadamente, mesmo entre diferentes formu-
lações do mesmo medicamento, dependendo do fármaco, da patologia em causa e
11
do local de aplicação. Portanto, é essencial considerar o doente, o medicamento, e o
mecanismo de penetração do fármaco ao selecionar uma preparação tópica de AINE
(SIMÓN, 2020).
São vários os efeitos colaterais associados ao uso dos opioides. Alguns efeitos
adversos, como constipação, náusea e sedação são bastante comuns. Outros como
prurido, mioclonias, disfunção cognitiva, delírio, retenção urinária e hiperalgesia são
menos frequentes e correlacionam-se diretamente com a presença de fatores de risco
individuais, como idade avançada, déficit cognitivo prévio, desidratação e presença
de insuficiência renal, por outro lado, a presença de alergia verdadeira e depressão
respiratória (com exceção nos casos de franca overdose) é extremamente rara (TRI-
VEDI et al., 2018, p. 1).
Sedação: presente na maioria dos pacientes, especialmente após a dose ini-
cial. Esse efeito adverso resolve-se geralmente em 3 a 4 dias pelo mecanismo de
tolerância.
Constipação: efeito adverso praticamente universal, o efeito dos opioides no
plexo mioentérico causa redução na propulsão das fezes e aumento do tempo de
transito intestinal, causando aumento da absorção hídrica e consequente resseca-
mento das fezes, este mecanismo associado a outros fatores comuns em pacientes
oncológicos como fraqueza, diminuição da ingesta e mobilidade reduzida entre outros,
pode tornar a constipação um grande problema, para a constipação não existe tole-
rância, o tratamento deve ser preventivo e todos os pacientes em uso de opioides
devem receber laxativo estimulante como senna ou bisacodil associado a laxativo os-
mótico como a lactulose ou leite de magnésia (TRIVEDI et al., 2018, p. 1).
Náusea e vômito: aproximadamente 70% da população pode desenvolver náu-
sea relacionada ao uso de opioide, particularmente no início do uso, novamente, a
abordagem deve ser preventiva, pacientes orientados sobre a possibilidade de náusea
geralmente toleram melhor e tem menor solicitação de antieméticos. Antieméticos que
agem em receptores dopaminérgicos (como o haloperidol, clorpromazina e metoclo-
pramida) são mais efetivos que agentes anti-histamínicos como o dimenidrato, a náu-
sea e vômito prolongados são raros, geralmente o sintoma regride após alguns dias,
13
podendo recorrer após aumento da dose, em pacientes com náusea e vômito refratá-
rios pode-se optar pela via parenteral ou transdérmica de administração ou adotar
doses menores com titulação lenta e gradual (TRIVEDI et al., 2018, p. 1).
14
Já quanto à 10ª edição do ATLS (Advanced Life Trauma Support), de 2018, a
nomenclatura ‘’ao estímulo de dor’’ foi substituída por ‘’ao estímulo de pressão’’, tal
mudança foi feita não só pela dificuldade da definição de dor, mas também pelo ques-
tionamento da necessidade de submeter o paciente a essa sensação. (ATLS, 2018)
Fonte: glasgowcomascale.org
15
O TCE é classificado em leve, moderado e grave, de acordo com a pontuação
do nível de consciência, mensurado pela ECG, O TCE leve é definido como um déficit
neurológico transitório resultante das forças de aceleração e desaceleração, o paci-
ente apresenta história de náusea, vômito, cefaleia ou tontura, acompanhados de al-
teração ou perda da consciência, amnésia pós-traumática com duração inferior a 15
minutos (MELO et al., 2019, p. 1).
Os pacientes com TCE moderado, que representa aproximadamente 75% dos
TCE, obedecem a ordens simples, porém estão confusos ou sonolentos, podendo
apresentar déficit neurológico focal como hemiparesia, cerca de 10% a 20% dos pa-
cientes com TCE moderado evoluem para coma e devem ser tratados como potencial
TCE grave, o protocolo de avaliação e tratamento para o grupo de pacientes com TCE
é considerado controverso, durante muito tempo o TCE era classificado em leve se
apresentasse escore entre 15 e 13 na ECG; os pacientes com escore entre 12 a 9
eram classificados como TCE moderado; os pacientes com TCE grave apresentavam
escore de nível de consciência abaixo de 9 (MELO et al., 2019, p. 1).
Nos últimos anos, alguns autores propuseram que pacientes com pontuação
na ECG igual a 13 fossem incluídos como portadores de trauma moderado, em virtude
de apresentarem prognóstico e risco de lesões intracranianas semelhantes aos apre-
sentados pelos pacientes acometidos por trauma moderado, assim, a interpretação
da escala muda para 15 a 14 em TCE leve, 13 a 9 em TCE moderado e 8 a 3 em TCE
grave (MELO et al., 2019, p. 1).
A evolução após o TCE está intimamente relacionada com a identificação pre-
coce e precisa dos pacientes de alto risco, no entanto a avaliação do nível de consci-
ência realizada por diferentes examinadores pode estabelecer um julgamento pes-
soal, difícil de ser controlado, pesquisas internacionais compararam a interação dos
escores da ECG realizada por diversos especialistas do setor de emergência, os re-
sultados mostraram que grandes divergências são frequentes no que se refere à pa-
ridade dos escores Rowley e Fielding perceberam que profissionais mais experientes
fizeram medições mais precisas, o estudo concluiu que o grupo experiente e bem
treinado pode usar a ECG com nível extremamente alto de confiabilidade e precisão.
Os autores recomendaram treinamento e uso contínuo da escala para garantir a con-
fiabilidade e precisão esperadas (SANTOS et al., 2013).
16
Ao contrário dessas pesquisas, outro resultado mostrou altos índices de con-
cordância entre observadores com diferentes experiências no uso da escala, demons-
trando que a ECG tem boa confiabilidade entre observadores, apesar de ser ampla-
mente utilizada, a ECG apresenta falhas ou limitações, entre elas a impossibilidade
de avaliar a pontuação verbal em paciente intubado ou afásico, e exclui a avaliação
dos reflexos do tronco cerebral, segundo Fischer et al., a escala possui confiabilidade
interavaliador inconsistente. Para Muniz et al., a maior dificuldade é diferenciar os itens
padrão flexor, retirada inespecífica e localiza estímulos, durante a avaliação da res-
posta motora (SANTOS et al., 2013).
Fonte: www.fisiocti.com
17
5 ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
Fonte: g1.globo.com
19
obrigatórios, inicialmente, realiza-se a TC para excluir hemorragia intracerebral, he-
matoma subdural ou epidural e um tumor de crescimento rápido, hemorrágico ou re-
pentinamente sintomático (ROLIM; MARTINS, 2011).
Na visão de Giraldo (2017) cerca de 50% dos pacientes com hemiplegia mode-
rada ou grave e a maioria com déficits mais brandos podem cuidar de suas próprias
necessidades básicas, possuem uma percepção sensorial definida e, com o tempo,
podem caminhar de modo adequado, a recuperação neurológica completa ocorre em
cerca de 10% dos pacientes, o uso do membro afetado pode ser limitado e a maioria
dos déficits que permanecem após 12 meses é permanente, com frequência, ocorrem
AVC subsequentes, e estes tendem a piorar a função neurológica, cerca de 20% dos
pacientes morrem no hospital; a taxa de mortalidade aumenta com a idade.
A prevenção da hipóxia é de grande importância, sendo indicado O2 suplemen-
tar quando a oximetria for < 92% ou presença de hipoxemia, pacientes com rebaixa-
mento do nível de consciência ou sinais de comprometimento de tronco são candida-
tos a intubação orotraqueal, deve-se obter 2 acessos venosos periféricos e hidratação
adequada com cristaloides, evitando-se o uso de soluções glicosadas na ausência de
hipoglicemia é indicada monitorização cardíaca contínua e da PA não invasiva pelo
período mínimo de 24 h, com correções de eventuais arritmias, pode haver um au-
mento transitório da PA na fase aguda do AVE isquêmico, na tentativa de manter a
pressão de perfusão cerebral, não sendo recomendado tratamento para redução da
PA, exceto em pressões extremamente elevadas ou nas emergências hipertensivas
(GIRALDO, 2017).
20
Fonte: circuitomt.com.br
21
acetilsalicílico/200 mg de dipiridamol de liberação prolongada, 2 vezes/dia, em paci-
entes que fazem uso de varfarina, as drogas antiplaquetárias aumentam ainda mais o
risco de hemorragia e, portanto, em geral são evitadas; entretanto, às vezes o ácido
acetilsalicílico é usado concomitante à varfarina em certos pacientes de alto risco.
Evita-se a combinação de clopidogrel e ácido acetilsalicílico por não apresentar van-
tagem sobre este último isoladamente na prevenção secundária do AVC, além de re-
sultar em mais complicações hemorrágicas (GIRALDO, 2017, p. 1).
22
Na visão de Chong (2020) apresenta-se comumente como hemiparesia súbita
com rebaixamento do nível de consciência devido à hipertensão intracraniana, po-
dendo estar associado ou não à cefaleia, o diagnóstico é feito por meio da realização
de exames de neuroimagem, como tomografia de crânio ou ressonância magnética,
logo diante da suspeita clínica, ou seja, imediatamente na chegada ao hospital, no
serviço de emergência, estes exames demonstram a localização e o tamanho da he-
morragia.
O tratamento pode ser cirúrgico ou clínico, dependendo do volume da lesão, da
localização e da condição clínica do paciente, mesmo os pacientes tratados cirurgica-
mente recebem todo o suporte clínico e de reabilitação, o tratamento cirúrgico visa a
retirar o sangue de dentro do cérebro, em alguns casos, coloca-se um cateter para
avaliar a pressão dentro do crânio, que aumenta por conta do inchaço do cérebro após
o sangramento. Em algumas situações, o tratamento cirúrgico é decidido por esta me-
dida e não realizado logo na entrada do paciente no hospital, principalmente porque
alguns têm um novo sangramento poucas horas depois do primeiro (CHONG, 2020).
O tratamento clínico tem o objetivo de controlar a pressão arterial, complica-
ções como crises convulsivas e infecções, o cliente deve receber monitorização con-
tínua, 02 suplementar se Sp 02 < 92%, controle glicêmico entre 80 – 140 mg/dl, con-
trole da temperatura < 37,5°C, correção dos distúrbios metabólicos, controle da PA,
analgesia e sedação se necessário, cabeceira elevada 30°, profilaxia para TVP a partir
de 2 – 4 dias, o profissional médico deverá avaliar a necessidade de monitoramento
da pressão intracraniana e terapias para a sua redução, os clientes sintomáticos de-
vem receber medicações anticonvulsivante (CHONG, 2020, p. 1).
A reabilitação deve ser iniciada tão logo a condição do paciente permita e é
uma parte do tratamento no dizer de Chong (2020) como seu início depende das con-
dições do paciente, somente deve ser feita quando não há perigo de piorar o estado
neurológico ou clínico, um bom programa de reabilitação conta com uma equipe de
fonoaudiologia, fisioterapia, enfermagem e terapia ocupacional, que deverá traçar um
plano terapêutico individualizado, baseado nas sequelas neurológicas, garantindo a
qualidade de vida do paciente.
23
6 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
Fonte: cmosdrake
24
Segundo Machado et al. (2020) com o objetivo de reverter este colapso foi de-
senvolvido o método de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) que se refere às ten-
tativas de recuperar a circulação espontânea, sendo sua aplicação universal (o que
independe da causa base da PCR), com atualizações protocolares sistemáticas, ape-
sar das atualizações serem algo mais recente, a RCP consiste em métodos contem-
porâneos, o relato mais antigo sobre sua utilização está descrito no Velho Testamento,
que descreve Eliseu, seguidor do profeta Elias, ressuscitando uma criança que estava
aparentemente morta ao fazer ventilações em sua boca. A modernização da RCP ini-
ciou-se em 1960 com os estudos de Kouwenhoven, Jude e Knickerbocker, que esti-
pularam uma combinação de compressão fechada do tórax, respiração boca a boca
e a desfibrilação externa, a partir desse momento, a RCP e as técnicas de Suporte
Básico de Vida (SBV) salvaram muitas pessoas.
Fonte: opalert.com.au
26
6.2 Suporte Avançado de vida cardiovascular para adultos
27
• O tratamento da PCR na gravidez é focado em ressuscitação maternal,
com a preparação para uma cesariana de emergência, se necessário,
para salvar o bebê e melhorar as chances de ressuscitação bem-suce-
dida da mãe.
28
7 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
Fonte: t1.uc.ltmcdn.com.pt.images
29
Conforme SANTOS et al. (2019) a dor torácica é o sinal principal de um IAM,
ela é tipicamente de pressão, lacerante ou compressiva, em regiões precordial, retro-
esternal ou epigástrica, que pode irradiar-se para o braço esquerdo ambos os braços
e maxila inferior, queixas atípicas como dor epigástrica, indigestão, entre outras são
frequentemente observadas em pacientes idosos, diabéticos, mulheres, jovens, por-
tadores de insuficiência renal crônica e demência.
Para firmar o diagnóstico faz-se necessário analisar o eletrocardiograma, enzi-
mas cardíacas, radiografia de tórax, hemograma, glicemia, ureia e creatinina.
Terapia de suporte:
Oxigenioterapia 2 a 4 L/minuto por cateter nasal, recomendada principalmente
se a saturação arterial de oxigênio for < 90%, podendo manter mesmo sem hipoxemia
por até 2-3 horas ou até omitida, instalação de monitor cardíaco e acesso venoso.
Deve-se verificar os sinais vitais frequentemente, o estado neurológico e a dor (SAN-
TOS et al., 2019).
Terapia medicamentosa:
Morfina 1-5 mg IV se não melhorar com nitrato. Pode repetir em 5-30 minutos.
Nitrato sublingual (0,4 mg nitroglicerina ou 5 mg de isossorbida), máximo de 3 com-
primidos em intervalos de 5 minutos. Contraindicações: bradicardia, hipotensão arte-
rial e uso prévio de sildenafil e outros inibidores de fosfodiesterase nas últimas 24
horas (SANTOS et al., 2019).
AAS 200 – 300 mg macerado por via sublingual. Contraindicação: hipersensi-
bilidade à droga, úlcera péptica grave, hepatopatia grave.
Clopidogrel 300 mg de ataque e 75 mg/dia. Pacientes acima de 75 anos não
devem receber dose de ataque.
Heparina não fracionada bolus de 60 UI/kg IV, máximo 4000 UI, em bomba de
infusão contínua IV 12 UI/kg/h, máximo de 1000 UI/h conforme prescrição médica.
Inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA), como captopril, ena-
lapril, lisinopril e ramipril, frequentemente são prescritos após um ataque cardíaco.
Eles ajudam a prevenir a morte e o desenvolvimento de insuficiência cardíaca, parti-
cularmente em pessoas que tiveram um ataque cardíaco fulminante ou com insufici-
ência cardíaca.
30
8 TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO (TCE)
Fonte: 1.bp.blogspot.com
32
gravidade do estupor são aproximadamente proporcionais à gravidade da lesão, po-
rém não são específicas, alguns pacientes podem apresentar náuseas, vômitos, san-
gramento e visão embaçada, a depender do tipo de TCE (BORGES, 2020, p. 1).
Vômito pode indicar aumento de PIC, mas não é específico, o aumento mar-
cante de PIC se manifesta classicamente como uma combinação de hipertensão (ge-
ralmente com aumento da pressão arterial de pulso), bradicardia e depressão respi-
ratória (tríade de Cushing); a respiração é normalmente lenta e irregular. Lesão cere-
bral difusa grave ou PIC marcadamente aumentada podem produzir postura descorti-
cada ou descerebrada. Ambas apresentam mau sinal de prognóstico (BORGES,
2020, p. 1).
A Escala de Coma de Glasgow (ECG) consiste em um sistema de pontuação
rápida e reprodutível para ser usado durante o exame inicial para estimar a gravidade
do TCE, é baseada na abertura do olho, resposta verbal e melhores respostas moto-
ras, uma pontuação de três pontos indica potencialmente uma lesão fatal, principal-
mente se ambas as pupilas falharem ao responder às respostas de luz e as respostas
oculovestibulares não existirem, pontuações iniciais maiores tendem a prever melhor
recuperação, por convenção, a gravidade da lesão cerebral é inicialmente definida
pela ECG (BORGES, 2020, p. 1).
• Pontuação de 14 a 15 consiste em TCE leve;
• Pontuação de 9 a 13 consiste em TCE moderada;
• Pontuação de 3 a 8 consiste em TCE grave.
No entanto, gravidade e prognóstico são previstos mais precisamente conside-
rando-se também descobertas em TC e outros fatores, alguns pacientes com início
de TCE moderada pioram e alguns pacientes com início de TCE leve deterioram, para
bebês e crianças jovens, utiliza-se a Escala de Coma Modificada de Glasgow para
Bebês e Crianças, como a hipóxia e hipotensão podem diminuir o escore da ECG, os
valores após a ressuscitação de lesão cardiopulmonar são mais específicos para dis-
função cerebral do que valores determinados antes da ressuscitação, da mesma
forma, drogas sedativas podem diminuir os valores do ECG e devem ser evitadas
antes da avaliação neurológica completa (BORGES, 2020, p. 1).
O diagnóstico é feito por meio da tomografia computadorizada, escala de coma
de Glasgow e avaliação geral e rápida do trauma.
33
8.1 Tratamento:
Fonte: slideshare.net
35
O tratamento para pacientes PIC aumentada inclui;
• Intubação orotraqueal em sequência rápida;
• Ventilação mecânica;
• Monitoramento de PIC e PPC;
• Sedação contínua conforme necessário;
• Manutenção da euvolemia e osmolaridade sérica de 295 a 320
mOsm/kg.
36
matomas intracerebrais pequenos raramente requerem cirurgia, os pacientes com he-
matomas subdurais pequenos podem, com frequência, ser tratados sem cirurgia, os
fatores que sugerem a necessidade de cirurgia incluem mudança da linha mediana do
cérebro de > 5 mm, compressão das cisternas basais e piora nos achados do exame
neurológico. Hematomas subdurais crônicos podem necessitar de drenagem cerebral,
porém com muito menos urgência que os hematomas subdurais agudos. Hematomas
epidurais grandes ou arteriais são tratados cirurgicamente, porém hematomas epidu-
rais venosos pequenos podem ser acompanhados por TC em série.
Fonte: febrasgo,com.br
37
Como descrito por Martins et al. (2019) a associação com drogas anti-inflama-
tórias não hormonais (AINHS) é de aproximadamente 55% dos casos de úlceras san-
grastes, é dose dependente e ocorre geralmente no primeiro mês de uso do medica-
mento, sendo a grande curvatura do estômago o local mais frequente. Além dos AI-
NHS, a associação de úlceras gástricas e duodenais com Helicobacter pylori está bem
estabelecida. Aproximadamente 90 a 100% dos pacientes com úlcera duodenal, e 70
a 90% dos pacientes com úlcera gástrica apresentam Helicobacter pylori no estô-
mago. Está comprovado que o paciente com infecção por Helicobacter pylori não tra-
tado e com antecedente de úlcera péptica hemorrágica tem maior risco de ressangra-
mento do que o paciente tratado e com erradicação da bactéria.
Deve-se inicialmente excluir uma possível fonte extra digestiva, bem como
questionar a possibilidade de uma falsa hemorragia digestiva, como ocorre na evacu-
ação de fezes pretas por ingestão de ferro, bismuto, carvão ou espinafre, outra condi-
ção que pode ser confundida com hematêmese é o vômito de secreção de estase
(MARTINS et al., 2019, p. 1).
Confirmada a sua ocorrência, a avaliação clínica inicial e aferição do grau de
sangramento são fundamentais na condução do tratamento da hemorragia digestiva.
Quanto mais rápido o diagnóstico e o adequado tratamento, menor a mortalidade.
Pela imprevisibilidade da evolução do quadro hemorrágico, todo paciente com hemor-
ragia digestiva e instabilidade hemodinâmica deve ser considerado como tendo uma
doença de risco alto e hospitalizado em regime de urgência, o primeiro passo e o mais
importante na hemorragia digestiva aguda é equilibrar hemodinamicamente o paciente
e só então preocupar com o diagnóstico e terapêutica específica posteriormente
(MARTINS et al., 2019, p. 1).
Segundo o autor acima o doente que se apresenta em choque (palidez cutane-
omucosa, sudorese fria, pressão arterial sistólica menor que 80 mmHg, frequência
cardíaca maior que 120 bpm) teve uma perda volêmica maior que 30%, a conduta
imediata deve incluir a punção de uma veia calibrosa, infusão de solução cristaloide
(soro fisiológico ou Ringer lactato) e colocação em posição de Trendelenburg, na ten-
tativa de manter boa perfusão cerebral. Nestes casos, deve-se administrar fluidos até
que seja atingida pressão sistólica de 100 mmHg. Se a hipotensão persistir após 2
litros de solução salina, a transfusão sanguínea deve ser imediatamente considerada.
A restauração da pressão sanguínea não necessariamente implica na correção do
38
choque, podendo persistir a má perfusão tecidual. Sinais de vasoconstricção periférica
devem ser pesquisados.
Quando o sangramento for grave ou o paciente for portador de outras patolo-
gias de risco (insuficiência renal crônica, insuficiência coronariana, etc.) deve-se já de
início repor sangue através de concentrado de hemácias. Na ausência de sangra-
mento ativo, cada 300 ml de concentrado de hemácias (uma unidade) deverá elevar
cerca de 3% o hematócrito, e caso isto não ocorra possivelmente o sangramento per-
manece. O objetivo é manter o paciente clinicamente estável e o hematócrito entre 25
e 30%, tendo em mente que nem sempre este valor traduzirá a perda sanguínea real,
ao menos nas primeiras 24 horas (devido à hemoconcentração associada) (MARTINS
et al., 2019, p. 1).
Fonte: www.enfermeiroaprendiz.com.br
39
Os benefícios da endoscopia digestiva alta superam em muito os riscos asso-
ciados com este procedimento, como depressão respiratória, broncoaspiração e arrit-
mia cardíaca (OLIVEIRA, 2019).
41
9.4 Epistaxe
Epistaxe (do grego, epi = sobre e stag = gotejar) é uma alteração da hemostasia
nasal. Trata-se da mais frequente urgência Otorrinolaringológica apresentando preva-
lência entre 10% e 12%. Estima-se que cerca de 60% das pessoas no mundo apre-
sentaram ou apresentarão epistaxe ao menos uma vez na vida, sendo que a grande
maioria dos episódios é autolimitada, não necessitando intervenção médica. Apenas
6% dos episódios de epistaxe necessitam auxílio médico para conter o sangramento
e, destes, somente 1% necessita internação hospitalar. Mesmo assim, cerca de 4%
dos casos atendidos em serviços de alta complexidade de urgência e emergência são
epistaxes, representando a principal causa de sangramento e um dos dez diagnósti-
cos mais comuns em urgência e emergência otorrinolaringológica (GOTO; ABDO,
2008 apud., BRAGANÇA, 2016).
Na visão de Goto e Abdo (2008) citado por Bragança (2016), a vascularização
nasal tem como principais características o suprimento de dois sistemas vasculares
(carotídeo externo e interno) e as múltiplas anastomoses existentes entre estes siste-
mas na mucosa nasal, o sistema da artéria carótida externa é o principal responsável
pelo fluxo sanguíneo no nariz, via artéria maxilar, que entra na fossa pterigopalatina e
termina como artéria esfenopalatina, e da artéria facial, que dá o ramo labial superior
que penetra na cavidade nasal e se distribui na parte anterior do nariz.
O tratamento pode variar de acordo com a gravidade e localização do sangra-
mento. Mas a experiência do médico é fundamental na tomada de conduta, principal-
mente nos casos mais graves, o ABC básico é sempre a avaliação inicial, garantir a
via aérea com intubação orotraqueal ou traqueostomia pode ser necessário nos casos
de choque hemorrágico, oxigenação é importante principalmente nos cardiopatas.
Acesso venoso calibroso é fundamental nos pacientes com sangramento ativo in-
tenso, ao puncionar a veia, colhe-se sangue para hemograma, coagulograma e tipa-
gem sanguínea e se inicia hidratação vigorosa quando há repercussão hemodinâmica
(GOTO; ABDO, 2008).
Sempre que possível, manter o paciente sentado, para evitar deglutição de co-
águlos, aspiração nasal cuidadosa dos coágulos melhora bastante a visualização da
cavidade nasal, mas é fundamental a utilização de cotonoides embebidos em solu-
ções tópicas vasoconstritoras (adrenalina 1:100.000, fenilefrina 1% ou oximetazolina
42
0,05%) associadas a anestésicos (lidocaína 2% ou neotutocaína 2%). O paciente com
epistaxe costuma estar extremamente ansioso, com hipertensão arterial secundária à
ansiedade, o que piora o sangramento. Manter a calma e tentar acalmar o paciente
são ações necessárias. Compressas geladas sobre o dorso nasal auxiliam, pois têm
efeito vasoconstritor. Compressão digital com o polegar e o indicador se constitui na
primeira medida a ser tomada, enquanto outras medidas são preparadas, ao menos
cinco minutos de compressão devem ser efetuadas para tentativa de hemostasia
(GOTO; ABDO, 2008).
A cauterização nasal na opinião de BRAGANÇA (2016), pode ser usada para
tratamento de sangramentos anteriores quando o ponto de sangramento é visível pela
rinoscopia anterior. Porém, com o uso do endoscópio nasal, sangramentos posteriores
também podem ser abordados com a cauterização. A cauterização pode ser química,
com ácido tricloroacético ou nitrato de prata, ou elétrica, com eletrocautério mono ou
bipolar, e sempre se faz necessário o uso das soluções anestésicas-vasoconstritoras
Fonte: http://www.lookfordiagnosis.com
43
O abdome pode ser lesionado em muitos tipos de trauma; exemplifica Van
(2018) a lesão pode ser confinada ao abdome ou acompanhada de trauma grave em
vários sistemas. A natureza e gravidade das lesões abdominais variam amplamente,
dependendo do mecanismo e das forças envolvidas; assim, generalizações acerca da
mortalidade e da necessidade de reparo cirúrgico tendem a ser equivocadas.
• Parede abdominal;
• Órgãos sólidos (fígado, baço, pâncreas, rins);
• Cavidades (estômago, intestino delgado, cólon, ureter, bexiga);
• Vascularidade.
Traumas rombos podem envolver um golpe direto (p. ex., chute), um impacto
com um objeto (p. ex., queda de bicicleta) ou desaceleração súbita (p. ex., queda de
altura, acidente de carro), o baço é o órgão mais frequentemente lesionado, seguido
do fígado e de cavidades (tipicamente o intestino delgado), lesões penetrantes podem
ou não penetrar no peritônio e, se o fizerem, podem não causar lesão ao órgão. Feri-
mentos por faca são menos propensos que ferimentos a bala a lesionar estruturas
intra-abdominais; em ambos, qualquer estrutura pode ser afetada Ferimentos pene-
trantes no tórax inferior podem atravessar o diafragma e lesar estruturas abdominais
(VAN, 2018, p. 1).
Trauma rombo ou penetrante pode lacerar ou romper estruturas intra-abdomi-
nais, lesões rombas podem, alternativamente, causar apenas um hematoma em um
órgão sólido ou na parede de uma cavidade, lacerações sangram imediatamente. He-
morragia decorrente de lesão de órgão sólido de baixo grau, pequena laceração vas-
cular ou laceração de cavidade costuma ser de baixo volume, com consequências
psicológicas mínimas, lesões mais sérias podem causar hemorragia massiva com
44
choque, acidose e coagulopatia, a hemorragia é interna (exceto para quantidades re-
lativamente pequenas de hemorragia externa decorrentes de alguns traumas pene-
trantes). A hemorragia interna pode ser intra ou retroperitoneal, a laceração ou ruptura
de uma cavidade permite que conteúdos gástricos, intestinais ou vesicais penetrem
na cavidade peritoneal, causando peritonite (VAN, 2018, p. 1).
Complicações:
Hematomas tipicamente se resolvem espontaneamente no decorrer de dias a
meses, dependendo do tamanho e da localização. Hematomas esplênicos e, menos
frequentemente, hepáticos podem romper-se, em geral nos primeiros dias após a le-
são (embora, às vezes, até meses mais tarde), às vezes causando, mais tarde, he-
morragia significativa. Hematomas de parede intestinal às vezes são perfurados, tipi-
camente após 48 a 72 horas da lesão, liberando conteúdo intestinal e provocando
peritonite, mas sem ocasionar hemorragia significativa. Hematomas de parede intes-
tinal raramente provocam compressão intestinal, em geral meses a anos mais tarde,
embora haja relatos de casos de constipação intestinal tão cedo quanto 2 semanas
após trauma rombo (MENDES; HIRANO, 2018).
Abscesso intra-abdominal costuma resultar de perfuração de cavidade indetec-
tada, segundo MENDES e HIRANO (2018) mas pode ser uma complicação de lapa-
rotomia, a frequência de formação de abscesso varia de 0 após laparotomias não
terapêuticas a até 10% depois de laparotomias terapêuticas, embora possa atingir
50% após cirurgia para reparar graves lacerações hepáticas, extravasamento biliar ou
biloma é uma complicação rara de lesão hepática e ainda menos frequente de lesão
do ducto biliar. A bile pode ser excretada da superfície ferida de uma lesão do fígado
ou de um ducto biliar lesionado, ela pode disseminar-se pela cavidade peritoneal ou
emparedar-se em uma coleção líquida distinta, o biloma, o extravasamento biliar pode
provocar dor, uma resposta inflamatória sistêmica e/ou hiperbilirrubinemia.
Geralmente há dor abdominal; contudo, a dor costuma ser branda e facilmente
disfarçada por lesões mais dolorosas (p. ex., fraturas) e alteração dos sentidos (p. ex.,
devido a lesão cerebral, abuso de substâncias, choque), a dor decorrente de lesão
esplênica às vezes irradia para o ombro esquerdo, a dor provocada por perfuração do
intestino delgado costuma ser inicialmente mínima, mas piora gradativamente ao
longo das primeiras horas. Pacientes com lesão renal podem observar hematúria
(MENDES; HIRANO, 2018).
45
Ao exame, os sinais vitais podem mostrar evidência de hipovolemia (taquicar-
dia) ou choque (p. ex., cor escura, diaforese, alteração dos sentidos, hipotensão).
Fonte: 4.bp.blogspot.com
47
10 QUEIMADURAS
Fonte: segredosdomundo
Queimaduras são lesões da pele ou outros tecidos causados por contato tér-
mico, radioativo, químico ou elétrico. Classificam-se por profundidade (1º grau, espes-
sura parcial e espessura total) e porcentagem da área de superfície corporal (ASC)
acometida, queimaduras térmicas podem resultar de qualquer fonte externa de calor
(chama, líquidos, objetos sólidos ou vapor), o fogo também pode causar inalação tó-
xica (Inalação de fumaça e Intoxicação por Monóxido de Carbono) (SALVI, 2020).
Queimaduras e inalação de fumaça frequentemente ocorrem juntas, embora
possam ocorrer separadamente. Quando a fumaça é inalada, produtos tóxicos da
combustão e, às vezes, calor lesam os tecidos das vias respiratórias. Em geral, o calor
queima somente as vias respiratórias superiores, pois a entrada do gás normalmente
libera todo o calor nas vias respiratórias superiores (SALVI, 2020).
Queimaduras por radiação resultam mais comumente de exposição prolongada
aos raios ultravioleta (queimadura solar), embora também possam resultar de exposi-
ção intensa a outras fontes de radiação ultravioleta (p. ex., bronzeamento artificial),
radiografia ou outras radiações não solares (Ingestão de Cáusticos) (SAÚDE, 2015).
48
Queimaduras químicas resultam de ácidos fortes, álcalis fortes (p. ex., lixívia e
cimento), fenóis, cresóis, gás mostarda, fósforo e certos produtos derivados de petró-
leo (p. ex., gasolina, tíner), a necrose da pele ou de tecidos mais profundos devido a
tais agentes pode progredir por diversas horas (SAÚDE, 2015).
Queimaduras elétricas são causadas por geração de calor e eletroporação de
membranas celulares associada a corrente maciça de elétrons. Tais queimaduras
ocasionam extenso e profundo dano tecidual, como músculos e nervos, a despeito de
lesão cutânea aparentemente mínima (SAÚDE, 2015).
Eventos associados a queimaduras (p. ex., pular de prédio que está se incen-
diando, ser atingido por escombros, colisão de automóvel) podem causar outros da-
nos, maus tratos devem ser levados em consideração, no caso de crianças pequenas
e idosos com queimaduras, a queimadura causa desnaturação das proteínas e, por-
tanto, necrose de coagulação, ao redor do tecido queimado coagulado, agregam-se
plaquetas, vasos se contraem e o tecido marginal perfundido (conhecido como zona
de estase) pode se necrosar, ao redor da zona de estase há hiperemia e inflamação
do tecido (SALVI, 2020).
Dano à barreira epidérmica normal permite invasão de bactérias e perda ex-
terna de líquidos; estes tecidos danificados tornam-se frequentemente edematosos,
acentuando-se depois perda de volume, a perda de temperatura pode ser significante,
já que a termo regulação da derme danificada é prejudicada, principalmente em feri-
mentos expostos (SALVI, 2020).
A queimadura de 1 grau é limitada à epiderme.
49
Fonte: drfernandorodrigues.com.br
50
Fonte:bp.blogspot.com
Fonte: atlasdasaude
51
As queimaduras causam complicações sistêmicas e locais. Os principais fato-
res que contribuem para complicações sistêmicas são rompimento da integridade da
pele e perda de líquidos. Complicações locais incluem escaras, contraturas e cicatri-
zação (SALVI, 2020).
As complicações sistêmicas mais comuns são hipovolemia e infecção:
A hipovolemia, causando hipoperfusão nos tecidos queimados e, às vezes,
choque, pode resultar da perda de líquidos devido a queimaduras mais profundas ou
que acometem grandes partes da superfície corporal; edema no corpo todo por perda
de volume intravascular para o interstício e célula também ocorre, a hipoperfusão do
tecido afetado também pode ser resultante do dano direto aos vasos sanguíneos ou
da vasoconstrição secundária à hipovolemia (SALVI, 2020).
A infecção, refere SAÚDE (2015) mesmo em pequenas queimaduras, é causa
comum de sepsia, complicações locais e morte. Invasão e crescimento bacteriano são
acentuados quando as defesas orgânicas estão prejudicadas e os tecidos desvitaliza-
dos. Os patógenos mais comuns são estreptococos e estafilococos durante os primei-
ros dias e bactérias Gram-negativas após 5 a 7 dias; contudo, a flora é sempre mista.
Anormalidades metabólicas podem englobar hipoalbuminemia, que é, em
parte, decorrente da hemodiluição (secundária à reposição de fluidos) e, parcialmente,
decorrente da perda de proteínas para o espaço extravascular através dos capilares
danificados, deficiências de eletrólitos pela diluição podem se desenvolver, incluindo
hipomagnesemia, hipofosfatemia e hipopotassemia, a acidose metabólica pode resul-
tar do choque, enquanto que rabdomiólie ou hemólise podem ser resultantes das quei-
maduras térmicas ou elétricas profundas de músculos ou da isquemia muscular de-
vido às cicatrizes constritivas. A necrose aguda tubular pode ser resultante da rabdo-
miólie, a qual, por sua vez, causa mioglobinúria, ou da hemólise, que origina hemo-
globinúria (SALVI, 2020).
Hipotermia pode resultar da grande quantidade de líquidos frios intravenosos
(IV) e de prolongada exposição da superfície corporal ao ambiente frio do serviço de
emergência, particularmente em pacientes com queimaduras extensas
Íleo é comum após queimaduras extensas.
Os sintomas e sinais dependem da profundidade da queimadura, classificada
em:
52
Queimaduras de 1 grau: avermelhadas, dolorosas e frágeis, embranquecem
acentuadamente e amplamente à leve pressão não havendo o desenvolvimento de
bolhas ou vesículas, queimaduras de espessura parcial superficial: dolorosas, frágeis
e embranquecendo com pressão, caracterizam-se, também, pela formação, em 24h,
de vesículas e bolhas de base rósea, que dão lugar ao exsudato fibrinoso (SAÚDE,
2015).
Queimaduras de espessura parcial profunda: podendo ser avermelhadas, es-
branquiçadas ou matizadas em vermelho e branco, não embranquecem e são menos
dolorosas e frágeis que queimaduras mais superficiais, uma alfinetada é frequente-
mente interpretada como pressão, em vez de picada, tais queimaduras são, em geral,
secas, e com possível formação de bolhas e vesículas (SALVI, 2020, p. 1).
Queimaduras de espessura total: sem formação de bolhas ou vesículas, podem
ser esbranquiçadas e maleáveis, negras e carbonizadas, marrons e coriáceas ou ver-
melho-brilhantes devido à fixação da hemoglobina na região subdérmica, queimadu-
ras de espessura totalmente descorada podem simular pele normal, exceto pelo fato
de esta não embranquecer à pressão. Queimaduras de toda espessura são, em geral,
hipoanestésicas ou anestésicas. Pelos podem ser facilmente tracionados de seus fo-
lículos. Vesículas e bolhas não costumam se desenvolver. Às vezes, as característi-
cas que diferenciam a queimadura de espessura parcial profunda da de espessura
total demoram alguns dias para se desenvolver (SALVI, 2020).
10.1 Tratamento
53
O tratamento local da lesão, conta com coberturas de ação bactericidas ou
bacteriostáticas e de debridamento de tecidos desvitalizados. Entre os agen-
tes tópicos destacam-se a sulfadiazina de prata 1% e os ácidos graxos es-
senciais (AGE). Entre os produtos naturais destacam-se a papaína e o mel e
entre as soluções, o nitrato de prata, o gluconato de clorexidina e o iodopovi-
dona, embora pouco utilizado nos dias atuais. Outra alternativa é o uso dos
substitutos temporários de pele indicados para proteger a lesão até a cicatri-
zação caso não haja infecção. Os substitutos podem ser de origem animal
como enxerto homólogo, membrana aminiótica, e o colágeno; sintéticos como
silicone e poliuretano (MONTES, 2011 apud., FELIPE, 2018).
Queimaduras superficiais
Segundo PINHEIRO, (2021) as primeiras providências após uma queimadura
são esfriá-la e limpá-la. Comece com água corrente fria na lesão por até 15 minutos.
A água deve ser fria, não gelada. Nunca coloque gelo nas lesões, pois o mesmo
também pode queimar a pele e agravar o quadro.
Primeiramente não é preciso nenhum produto de limpeza característico, basta
água e sabão simples. Não aplique nenhuma substância sobre a lesão, principalmente
manteiga, óleos, pasta de dente, café, etc.
Queimaduras mais profundas
Se a pele estiver danificada, envolva a lesão com compressas ou gazes úmidas
(estéreis de preferência). Não use materiais que possam ficar aderidos à pele, como
algodão, por exemplo. Se precisar usar ataduras, tome cuidado para que ela não faça
compressão sobre a queimadura. Sempre procure proteger a pele sem pressioná-la.
Retire qualquer tipo de roupa ou objeto que esteja sobre a lesão. Se os mesmos
estiverem aderidos, não force para não lesionar ainda mais a pele; Se houver bolhas,
nunca as estoure; se houver pele pendurada, não a arranque, procure atendimento
médico.
Se não houver contra-indicações, o paciente pode tomar um analgésico, como
paracetamol ou dipirona para o controle da dor. Queimaduras de 1º grau ou 2º grau
superficiais são muito dolorosas. Se a queimadura for grande, muitas vezes é
necessário um analgésico opioide para alívio da dor, como tramadol, por exemplo.
Em caso de trauma elétrico identifique se o trauma foi por fonte de alta tensão,
por corrente alternada ou contínua e se houve passagem de corrente elétrica com
ponto de entrada e saída.
Avalie os traumas associados (queda de altura e outros traumas).
54
Avalie se ocorreu perda de consciência ou parada cardiorrespiratória (PCR) no
momento do acidente.
Avalie a extensão da lesão e a passagem da corrente.
Faça a monitorização cardíaca contínua por 24h a 48h e faça a coleta de san-
gue para a dosagem de enzimas (CPK e CKMB).
Queimadura química
Fonte: c1.staticflickr.com
Para Pinheiro (2019) a equipe responsável pelo primeiro atendimento deve uti-
lizar proteção universal para evitar o contato com o agente químico.
Identifique o agente causador da queimadura: ácido, base ou composto orgâ-
nico.
Avalie a concentração, o volume e a duração de contato.
Lembre-se que a lesão é progressiva, remova as roupas e retire o excesso do
agente causador.
Remova previamente o excesso com escova ou panos em caso de queimadura
por substância em pó.
Interne o paciente e, na dúvida, entre em contato com o centro toxicológico
mais próximo.
55
cálcio iônico, aplique gluconato de cálcio a 2,5% na forma de gel sobre a
lesão, friccione a região afetada durante 20 minutos (para atingir planos pro-
fundos) e monitore os sintomas dolorosos. Caso não haja melhora, infiltre o
subcutâneo da área da lesão com gluconato de cálcio diluído em soro fisioló-
gico a 0,9%, na média de 0,5ml por centímetro quadrado de lesão, com o uso
de agulha fina de 0,5cm, da borda da queimadura com direção ao centro (as-
sepsia normal) (PINHEIRO, 2019).
56
Fonte: mdsaude.com/dermatologia/queimaduras/
De acordo com PINHEIRO (2021), O diagrama não tem valor para queimaduras
de 1º grau ou queimaduras solares. Não é preciso entrar em pânico se após um dia
de sol você ficar com mais de 50% do corpo queimado.
Se as queimaduras não acometem um região inteira do corpo, um modo
simples de calcular a extensão da lesão é usar a área de uma palma da mão como
equivalente a 1% da superfície corporal.
A classificação de gravidade é feita da seguinte forma:
Queimadura leve:
• Menos de 10% da superfície corporal de um adulto com queimaduras de 2º
grau.
• Menos de 5% da superfície corporal de um idoso ou uma criança com
queimaduras de 2º grau.
• Menos de 2% da superfície corporal com queimaduras de 3º grau.
57
Queimadura moderada:
Queimadura grave
• Mais de 20% da superfície corporal de um adulto com queimaduras de 2º grau.
• Mais de 10% da superfície corporal de uma criança ou idoso com queimaduras
de 2º grau.
• Mais de 5% da superfície corporal com queimaduras de 3º grau.
• Queimaduras elétricas por alta voltagem.
• Queimaduras comprovadas do trato respiratório por inalação de ar quente.
• Queimaduras significativas na face, olhos, orelhas, genitália ou articulações.
• Outras graves lesões associadas a queimadura, como fraturas e traumas.
58
do paciente deve ser solicitada à UTQ de referência após a estabilização hemodinâ-
mica e as medidas iniciais, envie sempre relatório com todas as informações colhidas,
as anotações de condutas e os exames realizados (PINHEIRO, 2019).
59
BIBLIOGRAFIA
60
BRASIL. Cartilha para tratamento de emergência das queimaduras. Ministério da
saúde. Série F. Comunicação e Educação em Saúde. Brasília DF. 2012.
FREIRE A.B. et al. Serviços de urgência e emergência: quais os motivos que le-
vam o usuário aos pronto-atendimentos? Revista Saúde (Santa Maria), Vol.41, n.1,
jan. /Jul. 2015.
GÓIS A.F.T. de et al. Guia de Bolso de pronto-socorro. São Paulo: editora Atheneu,
2013.
61
GOTO, Elder Y.; ABDO, Tatiana Regina Teles. Medicinanet. Epistaxe, São Paulo, p.
1-3, 15 dez. 2008.
GUERRA Z.F. et al. Avaliação da capacidade funcional pós acidente vascular ce-
rebral (AVC). Rev. Bras. Cien. Med. Saúde 2017.
LIMA, Ana Carolina Maria Araújo Chagas Costa et al. Scielo. Diagnósticos de enfer-
magem em pacientes com acidente vascular cerebral, Fortaleza, p. 1-8, 23 mar.
2016.
MARTINS, Angelica Arêa Leão et al. Prmjournal. Hemorragia digestiva alta diag-
nóstico e tratamento: uma revisão de literatura, Belém, p. 1-1, 2 maio 2019.
ROLIM, Cristina Lúcia Rocha Cubas; MARTINS, Monica. Scielosp. Qualidade do cui-
dado ao acidente vascular cerebral isquêmico no SUS, [S. l.], p. 1-7, 19 set. 2011.
SALVI, Elenir Salete Frozza. Portalperiodicos. Manejo de curativo para pacientes
queimados, Santa Catarina, p. 1-1, 28 maio 2020.
SANTOS, Vitorino Modesto dos et al. Publisher. Síndrome coronariana aguda sem
obstrução significativa: relato de caso, Brasília, p. 1-3, 8 out. 2019.
63
SAÚDE, MINISTÉRIO DA. Saúde. Manual Instrutivo da Rede de Atenção às Ur-
gências e Emergências no Sistema Único de Saúde, Brasília, p. 1-86, 14 out. 2013.
SAÚDE, MINISTÉRIO DA. Saúde. Queimaduras, [S. l.], p. 1-1, 10 jun. 2015.
VAN, Philbert Yuan. Msdmanuals. Visão geral do trauma abdominal, [S. l.], p. 1-3,
14 jun. 2018.
WATSON, James C. Msdmanuals. Tratamento da dor, [S. l.], p. 1-4, 14 out. 2020.
WEISER, Thomas G. Msdmanuals. Visão geral dos traumas torácicos, [S. l.], p. 1-
2, 1 nov. 2018.
64