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FACULDADE DE ENFERMAGEM E MEDICINA NOVA ESPERANÇA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

JHENNIFER ALYCIA COSTA SANTOS

SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUE


ATUAM NOS SERVIÇOES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

JOÃO PESSOA
2023
JHENNIFER ALYCIA COSTA SANTOS

SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUE


ATUAM NOS SERVIÇOES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Projeto de Trabalho de Conclusão do Curso


apresentado à Faculdade de Enfermagem Nova
Esperança – FACENE, como exigência parcial para
obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem.
Orientador(a): Profª Dra. Camila Abrantes Cordeiro
Morais

JOÃO PESSOA
2023
JHENNIFER ALYCIA COSTA SANTOS

SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUE


ATUAM NOS SERVIÇOES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado pela aluna Jhennifer Alycia
Costa Santos, do Curso de Bacharelado em Enfermagem, tendo obtido o conceito
de________________, conforme apreciação da Banca Examinadora constituída pelos
professores:

Aprovado em________de_______________________de 2023.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________________

Profª. Dra. Camila Abrantes Cordeiro Morais (ORIENTADORA)


(Faculdade de Enfermagem Nova Esperança - FACENE)

________________________________________________________________

Profª. XXXXXXXXXXXX (MEMBRO)


(Faculdade de Enfermagem Nova Esperança - FACENE)

_______________________________________________________________

Profª. XXXXXXXXXXXX (MEMBRO)


(Faculdade de Enfermagem Nova Esperança - FACENE)
RESUMO

Nas últimas décadas, é crescente a ampliação das discussões sobre temáticas relativas
à saúde mental dos profissionais de saúde. Esses trabalhadores têm se mostrado suscetíveis ao
sofrimento psíquico, ao desenvolverem suas atividades assistenciais com exposição
prolongada a estressores ambientais e situacionais, além de vivenciar diversas situações
permeadas por preocupações, incertezas e angústia, com repercussões diretas na qualidade dos
serviços prestados. O presente estudo tem como objetivo analisar as evidências científicas
acerca da Síndrome de Burnout em enfermeiros que trabalham nos serviços de urgência e
emergência. Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura que será executada nas bases
de dados: MEDLINE, LILACS, BDENF e IBECS por meio da BVS e para melhor seleção
dos artigos também será utilizado o banco de periódicos SCIELO. Para a seleção dos artigos
serão adotados os seguintes critérios de seleção: publicações na modalidade de artigo, texto
completo, que abordam a temática, sem recorte temporal, disponibilizados nos idiomas
português, espanhol e inglês. Para a coleta de dados, será utilizado um instrumento contendo
as seguintes informações: ano de publicação, título, autores, periódico, tipo de
estudo/abordagem, objetivos e principais resultados. A análise, apresentação dos resultados e
discussão final serão realizadas de forma descritiva com o uso de estatística simples por
porcentagem sob a forma de gráficos, tabelas e quadros considerando os dados representativos
da amostra, assim como os achados pertinentes na literatura.

Palavras-chaves: Esgotamento profissional, Saúde do trabalhador, Enfermagem


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………….. 06
2 OBJETIVO…………………………………………………………………… 08
3 REVISÃO DE LITERATURA………………………………………………. 09
3.1 Síndrome de Burnout.........…………………………………………………... 09
3.2 Síndrome de Burnout em profissionais de enfermagem.....................……….. 11
4 METODOLOGIA……………………………………………………………... 18
4.1 TIPO DE ESTUDO..…………………………………………………………… 18
4.2 LOCAL DA PESQUISA………………………………………………………. 18
4.3 ESTRATÉGIAS DE BUSCA….………………………………………………. 18
4.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA..………………………………………………… 19
4.4.1 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DA AMOSTRA…..…………………………….. 19
4.5 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS..………………………… 19
4.6 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS……………………...………….. 19
4.7 ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DE DADOS..………………………………. 20
5 CRONOGRAMA………………………………………………………………. 21
6 PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA……………………………………………... 22
REFERÊNCIAS……………………………………………………………….. 23
APÊNDICES....................................................................................................... 27
1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, é crescente a ampliação das discussões sobre temáticas relativas
à saúde mental dos profissionais de saúde. Esses trabalhadores têm se mostrado suscetíveis ao
sofrimento psíquico, ao desenvolverem suas atividades assistenciais com exposição
prolongada a estressores ambientais e situacionais, além de vivenciar diversas situações
permeadas por preocupações, incertezas e angústia, com repercussões diretas na qualidade dos
serviços prestados (ESPERIDIÃO; SAIDEL; RODRIGUES, 2020).

Os profissionais de enfermagem sofrem influência constante de diversos estressores no


ambiente laboral, tais como a baixa remuneração, conflitos interpessoais, exigências de
produtividade e eficiência, falta de recursos pessoais e materiais, além das condições de
trabalho inadequadas que podem impactar negativamente a saúde mental dos trabalhadores
(RIBEIRO et al., 2021).
No ambiente de trabalho, apesar de algum estresse ser até mesmo positivo enquanto
elemento motivador no ambiente laboral, este é considerado fator significativo que afeta a
qualidade de vida dos profissionais, ocasionando o adoecimento do trabalhador, elevados
índices de absenteísmo e às licenças para tratamento de saúde (ROCHA et al., 2019).
Nesse cenário, o estresse ocupacional, desencadeado por múltiplos fatores, está
diretamente associado ao estresse crônico, sendo consequência da relação entre o profissional
e o seu ambiente de trabalho. A exposição contínua a esse estresse pode ocasionar a síndrome
de esgotamento mental relacionado ao trabalho, também conhecida como Síndrome de
Burnout (SB) (LLAPA-RODRIGUEZ et al., 2018).
Atualmente, a SB representa um dos maiores problemas psicossociais, sendo
constituída pelas seguintes dimensões: exaustão emocional, despersonalização e realização
pessoal. A exaustão emocional refere-se a presença de sentimentos de esgotamento físico,
emocional e sobrecarga. A despersonalização caracteriza-se pelo distanciamento emocional a
vários aspectos do trabalho, enquanto que a diminuição da realização pessoal constitui-se
como uma propensão à autoavaliação negativa do processo de trabalho e insatisfação
profissional (TOMAZ et al., 2020).
Os sintomas da SB surgem a longo prazo, como um mecanismo de defesa,
mesmo que impróprio, à cronificação do estresse ocupacional. Estudos mostram que a SB é
mais elevada em enfermeiros, quando comparado a outros profissionais da saúde, uma vez
que normalmente estão expostos a uma carga emocional intensa, visto que a todo momento
estão submetidos a circunstâncias de dor e sofrimento por particularidades dos pacientes a
quem prestam assistência (LUZ et al., 2017; COSTA et al., 2020; RIBEIRO et al., 2021).
A SB pode ocorrer com maior frequência em profissionais de
enfermagem que atuam na área de urgência e emergência, diante da existência de fatores de
risco como superlotação dos serviços, o cuidado direto a pacientes críticos, intenso ritmo de
trabalho, condições inapropriadas das instalações, além da necessidade de escolhas e decisões
profissionais que podem salvar a vida dos pacientes em curto período de tempo, o que lhes
confere extrema responsabilidade (OLIVEIRA et al., 2017).

Diante do exposto, considerando a SB como um problema de saúde pública que


apresenta importante repercussão na saúde do trabalhador, faz-se necessário o
desenvolvimento de pesquisas sobre a SB em enfermeiros, especialmente os que atuam em
serviços de urgência e emergência, uma vez que estão comumente expostos aos fatores
desencadeantes do estresse. Com o intuito de contribuir com a ampliação dos conhecimentos
acerca do tema e refletir sobre aspectos voltados para a prevenção do estresse ocupacional e
promoção da saúde dos trabalhadores, o presente estudo tem como objetivo analisar as
evidências científicas acerca da SB em enfermeiros que trabalham em serviços de urgência e
emergência.
2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 SÍNDROME DE BURNOUT

O trabalho é uma atividade realizada pelo indivíduo, com um determinado propósito.


Desde o início esteve presente no cotidiano da comunidade, porém com o decorrer dos
séculos ele vem passando por alterações no contexto social, sendo considerado fonte de prazer
e alegria. Vale salientar que, muitas vezes, o trabalho não proporciona uma satisfação
pessoal ao indivíduo, podendo ocasionar sentimentos de decepção e fadiga. Diversas vezes,
no instante em que o trabalho se torna insignificante, ele acarreta no indivíduo impactos que
resultam em patologias relacionadas ao trabalho. No momento em que o indivíduo sofre a
ação de elementos psicossociais no trabalho, e tais se tornam prejudiciais à sua capacitação
profissional, pode ocasionar no crescimento do estresse ocupacional, que mais à frente, pode
resultar no surgimento da Síndrome de Burnout (VASCONCELOS et al., 2020).

O termo Burnout é proveniente do latim que se expressa como “queimar-se” ou


“consumir-se”, sendo indicada posteriormente como uma conexão entre o sentimento de
perda junto com a fadiga e o desgaste emocional. (REIS et al., 2021) ok
A SB foi descrita pela primeira vez em 1953, em um estudo de caso de
Schwartz e Will, chamado como “Miss Jones”, que descreve a vida de uma enfermeira que
andava frustrada com seu trabalho. Os primeiros estudos surgiram na década de 1960, com
destaque para uma publicação chamada “A Burn Out Case”, que relata o caso de um arquiteto
que abandona sua profissão devido a sentimentos de insatisfação com o trabalho. No Brasil,
as pesquisas tornaram-se mais numerosas e SB é identificada como doença relacionada ao
trabalho desde a década de 1970 (JARRUCHE; MUCCI, 2021).

Nesse contexto, a partir de meados dos anos 70 que a doença começava tornar-se mais
conhecida ao público, por motivos econômicos, históricos e sociais. Por volta de 1974 o
psicanalista norte-americano Herbert Freudenberger, por meio de suas pesquisas, ampliou o
conceito de Burnout, ao destacar que muitos dos muitos dos voluntários com quem trabalhava
apresentavam perda progressiva das suas emoções, motivação e desempenho.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a SB constitui-se
como uma das doenças com maior prevalência, em conjunto com as doenças cardiovasculares
e diabetes. Compreende-se que a SB é capaz de acarretar prejuízos à saúde do trabalhador
baseando-se nos riscos em que os funcionários estão expostos, especialmente profissionais
que atuam na área da saúde (GLINA; ROCHA, 2010; BRAGA; DE PAULA, 2018).

A SB é representada como uma síndrome psicológica tridimensional. Primeiramente


inicia-se pela Exaustão Emocional; manifestação mais perceptível da síndrome; causa a
atenuação dos recursos emocionais, que engloba sentimentos de desânimo, solidão,
irritabilidade, baixa empatia e falta de energia; em seguida tem a Despersonalização
(comportamentos negativos), estado de insensibilidade; por fim, possui o terceiro estágio onde
expressa a Falta de Realização Pessoal, sensação de incapacidade e decepção com o trabalho,
qualquer conquista será sem valor algum (LA CRUZ et al., 2019).

Caracteriza-se por um conjunto de sintomas físicos e psicossociais, expressando-se por


quadros de depressão, hipertensão arterial, cefaleia, dificuldades de produtividade, distúrbio
do sono, redução da motivação, alterações no comportamento no ambiente laboral. A
evolução de burnout decorre de forma vagarosa, progressiva e, frequentemente, impercebível
pela pessoa afetada, sendo capaz de passar meses e até anos para vir à possuir um diagnóstico
correto, dado que seus sintomas são capazes de ser confundidos com outras doenças
psíquicas, tal como a depressão (ROCHA et al., 2019; PATRÍCIO et al., 2021).

O termo “burnout” certifica-se que o esgotamento prejudica características físicas e


psicológicas do indivíduo. Geralmente, os profissionais que atuam diretamente com pessoas
são os mais vulneráveis a desenvolver a síndrome. Tendo como exemplo os profissionais das
áreas de educação, saúde, recursos humanos, polícia e advogados (SANTOS et al., 2019).

A maioria das pesquisas aponta a importância de os gestores promoverem ações


interventivas e de prevenção. Concluem também que é preciso diagnosticar a síndrome
precocemente, que muitos profissionais apresentam risco elevado de desenvolvê-la, associado
a alto risco de depressão, e que dificuldade nas relações hierárquicas e recursos físicos e
humanos insuficientes são fatores estressantes, relacionando ainda fatores psicossociais e
idade jovem. (JARRUCHE; MUCCI, 2021).

O Maslach Burnout Inventory (MBI) é a ferramenta mais útil a ser empregada para
mensurar burnout e dispõe-se a identificar a síndrome ou a sua probabilidade através do
reconhecimento de seus efeitos. Consiste em 15 questões subdivididas em três subgrupos:
exaustão emocional, apontada como carência de energia e sensação de esgotamento
emocional; a despersonalização, sinalizada como ausência de empatia ao próximo e falta de
eficiência profissional. As respostas se diferem de “nunca” a “todos os dias”, e sua frequência
é quantificada. A média de apurações evidencia elevada para exaustão emocional e
despersonalização e baixa para falta de eficácia profissional, que indicaria síndrome de
burnout (Maslach C, Schaufeli WB, Leiter MP).

2.2 SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

É incontestável que assuntos referentes a saúde mental vem sendo enfoque na


população e instituições, ligando-se ao estresse ocupacional, sendo resultante da relação entre
o trabalhador e o ambiente laboral, e considerado como um importante fator relacionado a
saúde pública. Um excessivo nível de estresse ocupacional se torna um precedente para
determinadas doenças, assim como a depressão, insônia, lesão por esforço repetitivo (LER),
além da SB (ESTEVES; LEÃO; ALVES, 2019; ESPERIDIÃO; SAIDEL; RODRIGUES,
2020; RIBEIRO et al., 2021).

De acordo com a Health Education Authority, a enfermagem é considerada a quarta


profissão com maior número de fatores estressantes. Além disso, dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS), o efeito negativo da SB na condição econômica global é
estabelecido em 280 bilhões de dólares. (OPAS – OMS BRASIL. Aumenta o número de
pessoas com depressão no mundo. 201).
Ressalta-se que a atuação da equipe de enfermagem, especialmente no
ambiente hospitalar, envolve diversos fatores como lidar de maneira contínua com pacientes e
familiares em situações de dor, sofrimento e/ou morte, desafios diante do trabalho em equipe
multidisciplinar, superlotação dos serviços, com consequente sobrecarga de trabalho, recursos
materiais e humanos insuficientes, além de baixos salários (PATRÍCIO et al., 2021).
A condição do cuidado de enfermagem percorre uma rotina de extremo esgotamento,
ao lado da baixa remuneração, altas exigências, cargas horárias desumanas, além da extrema
depreciação da profissão. A elevada complexidade que esses profissionais são expostos
auxiliam no aumento do desgaste mental, colaborando para angústia no local de trabalho.
Enfatiza-se que, além do enfermeiro conviver com a aflição de pacientes internados, necessita
ser responsável pelo acolhimento dos familiares, que se encontram em tamanha fragilidade.
Todos esses aspectos se tornam impactos no trabalho que afetam a saúde física e mental dos
profissionais, assim provocando a insatisfação e o cansaço extremo, abalando a qualidade dos
serviços que estão sendo prestados pelos mesmos. Nessas circunstâncias, se torna mais
oportuno o aparecimento de agravos psicossociais, iniciando com sintomas de estresse e
evoluindo para o surgimento da Síndrome de Burnout (SB) ou “esgotamento profissional”,
que caracteriza-se como uma síndrome psíquica, que associa-se a estresse crônico e torna-se
um esgotamento geral, que altera a efetividade do trabalhador, junto com o sentimento de
incapacidade (SANTOS et al., 2022).

A avaliação do Burnout entre os profissionais de enfermagem torna-se fundamental


pela sua influência nos resultados para o paciente, profissional e instituição. As consequências
do Burnout envolvem o desempenho profissional reduzido com alta possibilidade de impacto
direto na segurança do paciente e qualidade da assistência (DUTRA et al., 2019).

Na área da saúde, um local que é apontado como um dos mais estressantes é a Unidade
de Emergência, pois trata-se de uma parte que proporciona atendimento de risco imediato ao
paciente necessitado. Houve um aumento significativo nos estudos relacionados ao stress
entre enfermeiros no setor de urgência e emergência, considerado de relevância eminente o
desgaste permitido por cada profissional que depende do convívio direto com ambiente de
trabalho (OLIVEIRA et al., 2019).

Entre os profissionais de enfermagem, um avançado nível de Burnout gera um número


de casos de doenças relacionadas, como as lesões ocupacionais, uso de álcool e drogas,
distúrbios musculoesqueléticos, além da insatisfação do trabalho, evoluindo negativamente na
assistência prestada por esses profissionais, podendo levar a depressão, ansiedade, baixa
autoestima e sentimentos negativos (LA CRUZ et al., 2019).
Estudo realizado com o objetivo de analisar as dimensões envolvidas na
Síndrome de Burnout em enfermeiros de um serviço de emergência no município do Rio de
Janeiro, apresentou números significativos para exaustão emocional e despersonalização. Em
relação a jornada de trabalho, contatou-se que 72,97% dos trabalhadores exercem carga
horária acima de 50 horas, tonando-se exorbitante o esgotamento físico e mental, em conjunto
com as atividades diárias do lar, sua saúde, família e lazer (OLIVEIRA et al., 2017).

Uma nova pesquisa procurou apresentar a viabilidade para a Síndrome de Burnout na


equipe de Enfermagem no Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), constatou que a maior
parte dos profissionais possuem um grau baixo para Exaustão emocional, moderado para
Despersonalização e um grau mais elevado para a Redução da realização profissional, o que
leva esses profissionais a terem uma predisposição para SB e ressaltando que sua fase inicial
pode ser confundida com outras ocorrências, pelo fato de suas manifestações clínicas serem
corriqueiras (SILVA et al., 2019).
Com a finalidade de entender em que extensão os resultados da fadiga e do estresse
ocupacional resultam na Síndrome de Burnout em um estudo, participaram nele 181
profissionais, sendo 80,7% mulheres, de instituições públicas e privadas de diferentes estados.
Evidenciou-se que que 69,5% indicaram a prevalência de baixa SB e 20,6% perfil deteriorado
da SB. Por fim constatou-se a fadiga como a única preditora das proporções da SB
(ESTEVES; LEÃO; ALVES, 2019).

É estudada a idealização pelo qual o Burnout não se desenvolve pelo estresse em si,
mas sim do estresse sem a capacitação de solução, aquele que não vem de um momento único
de estresse, mas sim de uma sequência, que manifesta-se como estresse crônico. Entretanto,
uma condição que pode atenuar o impacto da SB na rotina desses profissionais é a maneira do
enfrentamento. Pode-se optar pelo enfrentamento ativo ou de adaptação, utilizando-se das
condições de sua enfermidade como elemento para alterações, em busca de soluções. Por
outro lado, tem-se o passivo ou desadaptativo quando a circunstância da doença torna-se
permanente (SILVA; MELO; ENETÉRIO, 2019; LA CRUZ et al., 2019).
4 METODOLOGIA

4.1 Tipo de estudo

Trata-se de uma Revisão Integrativa da literatura, método que oferece, como resultado,
a situação atual acerca do conhecimento sobre o tema investigado e a prática de intervenções
efetivas na assistência à saúde realizada por profissionais de Enfermagem. Consiste em um
método amplo de pesquisa baseada em evidências, onde permite a combinação de dados da
literatura empírica e teórica e a inclusão de estudos experimentais e não experimentais, que
estão relacionados à sistematização e publicação dos resultados de uma pesquisa
bibliográfica. Tem como principal objetivo a integração entre a pesquisa científica e a prática
profissional (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
Para tanto, para conferir rigor metodológico, serão percorridas as seguintes etapas para
a realização deste estudo: identificação de problema, com a definição da questão de pesquisa;
estabelecimento de critérios para inclusão e/ou exclusão de estudos para a busca de literatura
científica; definição das informações a serem extraídas dos estudos; avaliação dos estudos;
interpretação dos resultados e apresentação da revisão/síntese do conhecimento (SOUSA;
SILVA; CARVALHO, 2010).

4.2 Local da pesquisa

A busca será realizada em quatro bases de dados e em um banco de dados: Medical


Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Literatura Latino-Americana
do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Bases de Dados de Enfermagem (BDENF) e
Índice Bibliográfico Espanhol de Ciências da Saúde (IBECS) por meio do Portal da
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Para melhor selecionar os arquivos, também será
utilizado o banco de periódicos Scientific Electronic Library Online (SCIELO).

4.3 Estratégias de busca

A busca em diversas bases de dados tem como finalidade ampliar o número de


publicações e minimizar vieses, sendo operacionalizada a partir da utilização de termos
identificados no vocabulário na base dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e no
Medical Subject Headings (MeSH). Assim, serão utilizados os seguintes descritores para a
seleção dos artigos: “Esgotamento profissional”, “Saúde do Trabalhador”, e “Enfermagem”.
Tais descritores serão combinados com o operador booleano “AND” entre si, nos idiomas em
português e inglês, com o objetivo de selecionar criteriosamente os estudos que abordassem a
temática, dentro das bases de dados selecionadas.

4.4 População e amostra

Serão selecionados artigos científicos indexados nas bases acima referidas. A busca e a
seleção dos artigos serão realizadas por dois revisores de forma independente, no intuito de
conferir maior rigor metodológico, sendo as discordâncias solucionadas no devido instante da
ldetecção, a fim de não comprometer o prosseguimento metodológico.

4.4.1 Critérios de seleção da amostra

Serão adotados os seguintes critérios de seleção: publicações na modalidade de artigo,


texto completo, que abordam a temática, no período de 2013 a 2023, disponibilizados nos
idiomas português, espanhol e inglês. Serão excluídas publicações como: teses, dissertações,
monografias, trabalhos de conclusão de curso, relatos de caso, relatos de experiência,
manuais, resenhas, notas prévias, artigos que não contenham resumos disponíveis, que não
tratassem da temática.

4.5 Procedimentos para coleta de dados

A busca de dados seguirá os procedimentos de leitura de títulos, resumos e artigos


completos, para identificar se os mesmos contemplavam a questão norteadora deste estudo. É
fundamental certificar-se que a totalidade dos dados relevantes seja extraída, reduzir o risco
de erros na transcrição e que a análise das informações seja precisa.

4.6 Instrumento de coleta de dados

Para análise e posterior síntese dos artigos que compuseram o corpo amostral, será
utilizado um instrumento (APÊNDICE A) construído pelo pesquisador, que será preenchido
para cada artigo selecionado, codificando-os para melhor visualização dos referidos estudos.
O instrumento irá conter informações sobre: ano de publicação, título, autores, periódico, tipo
de estudo/abordagem, objetivos e principais resultados.

4.7 Análise e apresentação de dados

Esta etapa é semelhante à análise dos dados em uma pesquisa convencional, em que
serão utilizadas ferramentas apropriadas para analisar detalhadamente os estudos
selecionados, com o objetivo de garantir a validade da revisão. Logo a análise deve ser
realizada de forma crítica, procurando explicações para os resultados (MENDES; SILVEIRA;
GALVÃO, 2008).
Em seguida, a partir da interpretação e síntese dos resultados, comparam-se os dados
apresentados na análise dos artigos com o conhecimento teórico, identificação de conclusões e
inferências resultantes da revisão integrativa, além de também identificar possíveis lacunas do
conhecimento e delimitar prioridades para estudos futuros (SOUSA; SILVA; CARVALHO,
2010).
Neste estudo, a análise, apresentação dos resultados e discussão final serão realizadas
de forma descritiva, com o uso de estatística simples por porcentagem, sob a forma de
gráficos, tabelas e quadros considerando os dados representativos da amostra, assim como os
achados pertinentes na literatura.
5CRONOGRAMA

ETAPAS Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Delimitação X
do tema
Elaboração do X X X
projeto
Apresentação X
do Projeto à
Banca
Examinadora
Levantamento X X
dos dados
Análise e X X X
discussão dos
Resultados
Correção X
morfossintátic
a do TCC e
Abstract
Entrega do X
projeto na
Coordenação
do curso da
FACENE
Apresentação X
do TCC à
Banca
Examinadora
6PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA

MATERIAL DE CONSUMO
Itens Quantidade Valor unitário Total
Pendrive 01 R$40,00 R$40,00
Cartucho para impressora
01 R$ 50,00 R$ 50,00
Canetas esferográficas 06 R$ 2,00 R$ 12,00
Papel A4 01 resma R$ 27,00 R$ 27,00
SERVIÇOS TERCEIRIZADOS
Itens Quantidade Valor unitário Total
Tradução Abstract 01 R$30,00 R$30,00
Correção ortográfica 01 R$ 45,00 R$45,00
TOTAL R$

Em relação ao orçamento descrito acima, todas as despesas serão custeadas pela


pesquisadora.
REFERÊNCIAS
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