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Lesões dentoalveolares e de tecidos moles

CONTAMINAÇÃO DAS FERIDAS Tratamento:

 Limpas  Se não houver fratura – não requer tratamento cirúrgico


o Sem sinais de contaminação e menos de 6h
Aplicação de gelo/curativo compressivo – pode ajudar a diminuir o
até o atendimento.
hematoma nas primeiras horas, pois causa uma vasoconstrição,
o Suturar precocemente por fechamento
diminuindo o fluxo sanguíneo e consequentemente causa menos
primário (em até 24h)
extravasamento de sangue na região.
 Contaminadas
o Sem indícios de infecção e tem mais de 6h até Após 48h, pode-se fazer compressa morna, pois vai auxiliar no
o atendimento. aumento do fluxo sanguíneo, e vai ajudar drenar aquele edema.
o Suturar precocemente por fechamento
primário (em até 24h)
ABRASÃO
 Infectadas
o Intenso processo inflamatório e infeccioso.  Fricção entre um objeto e uma superfície de tecido mole
o Fechamento primário tardio (após 24h)
Porque a abrasão dói tanto?
MICROBIOTA DA PELE
 Porque tira a proteção do epitélio, expõe as terminações
Temos de 10 a 15 vezes mais microbiota na pele do que células, nervosas.
toda ferida na nossa pele está contaminada.
(A lógica da afta é bem parecida)
 Staphylococcus spp.
Porque dói tanto no início e de repente para de doer?
Sabendo o grupo microbiano que eu tenho na região, consigo
determinar qual tipo de antibiótico vou usar.  Porque tem a exposição, iniciação do processo
inflamatório, inflamação, começa a depositar tecido, até
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS DE TECIDO a hora que é coberta as fibras nervosas.
© Fernanda Fritzen Ferrazzo

MOLE
A nossa principal barreira de defesa é a pele, quando tiramos essa
 Contusão barreira temos um potencial de contaminação muito grande.
 Abrasão Mais tratadas por nós
 Laceração
 FAF (FERIMENTO POR ARMA DE FOGO)
 Lesões avulsivas
 Mordeduras de animais

CONTUSÃO
 Rompimento no interior dos tecidos, podendo ter uma Tratamento:
hemorragia subcutânea/ equimose.
 Áreas abrasionadas devem ser limpas
o Degermação (clorexidina 2%)
o Lava com soro fisiológico
 Remoção de corpos estranhos
 Aplicação tópica de pomada antibiótica
 Curativo não compressivo (abrasão mais profunda)

(Quando possível pode sedar o paciente para que ele não


sinta tanta dor)
Causas:
O ferimento vai sarar por segunda intenção.
 Trauma por objeto rombo
 Concomitante ao trauma dentoalveolar/fraturas faciais
LACERAÇÃO
Deve-se investigar se há fraturas ósseas.
 Rasgamento ou corte por objeto afiado (faca, facão)
 Tipo de ferida mais comum em tecido mole chamamos de espaço morto. Ali vai se formar fibrose, infecção, o
 Profundidade pode variar que não queremos.
 Pode ocorrer rompimento de músculos, nervos, vasos...
 Em gengiva e assoalho de boca fazemos uma sutura de
um único plano, então, unimos as estruturas e
suturamos.
 Lábio e língua fazemos sutura por planos, pois tem mais
estruturas envolvidas.
 Espessura total do lábio, fechamento em 3 camadas
(fechando de dentro para fora)
Fazemos um ponto de referência.

© Fernanda Fritzen Ferrazzo


 Cobrir a ferida com pomada antibiótica.

o Terapia de suporte

Tratamento: Antibiótico sistêmico, controle de dor e infecção.

 Fechamento primário precoce (24h)  Avaliação do grau de imunidade ao tétano


o Atenção cuidadosa  Remoção de suturas e proservação (4 a 6 dias)
o Debridamento
As feridas de tecido mole são tratadas depois do tratamento
Remoção de tecidos desvitalizados; nos tecidos duros. A não ser em casos mais severos de
politrauma, faz um tratamento inicial naquelas feridas de
E remoção de glândulas salivares menores (em região de lábio)
tecido mole.
para impedir o surgimento de mucoceles.

Uma vantagem é que a maxila é uma região muito rica em LESÕES DENTOALVEOLAR ES
suprimento sanguíneo, e evita que tenha algumas áreas de
Causas comuns:
necrose.
 Quedas
o Limpeza completa do ferimento
 Acidentes automobilísticos
Realizada com sabão degermante cirúrgico + escova  Acidentes desportivos
 Brigas
Irrigação salina abundante em jatos.
O que precisa ser feito para identificar:
(Esfrega + soro + esfrega + soro + esfrega + soro)
 Anamnese
o Hemostasia - Cuidar para que não forme o Quem é o paciente (adulto/idoso/criança) para
coágulos. ter uma noção dos dados demográficos
o Quando aconteceu a lesão? – IMPORTANTE,
Pode ser feita com compressão direta em casos de vasos
pois quanto menor o tempo da lesão, maior
menores, ou em casos de vasos maiores pode ser feito uma
a taxa de sucesso no tratamento
ligadura de vaso com fio reabsorvível.
o Onde que essa lesão ocorreu? – Determinar o
Um recurso usado também é o eletrocautério usado em vasos nível de contaminação (tétano)
menores. o Como a lesão ocorreu? – para saber se tem
algum tipo de trauma oculto, convulsão,
o Fechamento negligência, agressão
o Foi realizado algum tipo de tratamento? –
Fazer um posicionamento adequado, evitar ESPAÇO MORTO. como esse dente foi armazenado?
o No local sobrou algum fragmento de dente?
Espaço morto – É quando temos um ferimento extenso, e faço
o Qual o estado geral do paciente? – alergias,
somente a sutura superficial, vai ficar estruturas abertas, o que
doenças sistêmicas...
oNáusea, vomito, amnésia? – trauma - A polpa está envolvida e o dente é restaurável?
neurológico?!
o Existe alguma alteração na oclusão? – pode Se sim, é feito tratamento endodôntico.
indicar fraturas de mandíbula/maxila, luxação
Se não, é feito exodontia.
dentária
 Exame clínico
o Ferida extra ou intraoral de tecido mole?
o Fratura dos maxilares ou processo alveolar
o Exame das coroas dentárias – fraturas,
exposição pulpar
o Deslocamento dentário

© Fernanda Fritzen Ferrazzo


o Mobilidade dentária
o Na percussão dentária tem algum som, ou
mobilidade diferente
FRATURA HORIZONTAL DA RAÍZ
o Teste de vitalidade pulpar principalmente nas
áreas radiográficas  Avaliar posição da fratura em relação à margem gengival
 Exame radiográfico o ACIMA DA MARGEM – remover fragmento
o Presença de fratura radicular coronário + endodontia
o Grau de extrusão ou intrusão o ENTRE 1/3 MÉDIO E APICAL DA RAIZ –
o Presença de doença periapical/periodontal reposicionamento e imobilização rígida por 2 a
pré-existente 3 meses
o Estágio de desenvolvimento radicular
o Tamanho da polpa e canal radicular Quando é feito o teste de concussão e o paciente apresenta
o Presença de fratura nos maxilares sensibilidade é feito:
o Fragmentos de dentes/corpos estranhos em
 Alívio sintomático – tirando o dente de oclusão
tecidos moles
 Acompanhar para ver como vai ficar o periodonto
O mais importante de tudo para lesões dentoalveolares é
E quando tiver algum grau de mobilidade:
determinar – QUAL É, O QUE CAUSOU, HÁ QUANTO TEMPO
OCORREU.  Leve – Retirar dente do contato oclusal
 Médio – Esplintagem aos dentes adjacentes
FRATURA CORONARIA
A profundidade de termina qual o tratamento

 Limitadas ao esmalte – normalmente nenhum tratamento


é indicado, somente alisamento das extremidades
pontiagudas.
 Em dentina – proteção pulpar
 Em polpa – preservar a saúde e vitalidade pulpar

INTRUSÃO:
 Alvéolo dentário apresenta fratura compressiva
 À PERCUSSÃO – som metálico (dente anquilosado)
 Pior prognóstico

Muito comum em dentes decíduos.

 Aguardar de 4 a 6 semanas para ver se ocorre algum


FRATURA CORONÁR IO-RADICULAR grau de erupção
 Caso esteja em contato com permanente, remove o
Localização e variação anatômica determinam o tratamento
dente
Avaliar:

 A coroa está em posição?


Se necessário pode remover a coroa para avaliar a profundidade


da fratura
Dente permanente com raíz incompleta:

 Aguardar re-erupção por até 3 meses


 Dispositivo para extrusão ortodôntico
 Esplintagem não rígida
 Se houver necrose pulpar – endodontia

Dente permanente com raíz completa:


E o sucesso vai ser determinado por quanto tempo esse dente
está fora do alvéolo, o estado do dente e dos tecidos periodontais,
 Reposição atraumática + esplintagem não rígida
e como esse dente foi condicionado antes do reimplante.
 Tratamento endodôntico (10 a 14 dias após trauma)
 Nesses casos não limpa o dente com gaze, somente
EXTRUSÃO lava ele com soro para não remover as fibras do
ligamento periodontal
 Dente manualmente reposicionado de volta em seu

© Fernanda Fritzen Ferrazzo


alvéolo – esplintagem de 1 a 3 semanas Métodos de armazenagem do dente:
 Em seguida faz tratamento endodôntico
o Água – menos desejável, pois a água tem muitas
substâncias em sua composição
o Saliva – Ph incompatível para a raiz, degradando a
célula do ligamento periodontal; bactérias
o Soro fisiológico – preferível
o Meios especiais de cultura celular – ideal (hanks)
o Leite – ideal na falta da solução de Hanks, tem Ph mais
estável, é um meio proteíco...
LUXAÇÃO LATERAL Dente reimplantado e em posição – radiografar e esplintar por 7 a
 Deslocamento mesial/distal/lingual/vestibular 10 dias. Após faz endodontia.
o Quando está pouco deslocado, tem menor
deslocamento das paredes alveolares. Faz Quando tiver o dente fora do alvéolo a mais de 20 minutos –
reposicionamento manual + esplintagem 2 a 3 enxaguar com solução salina e reimplanta. Não é preciso remover
semanas. todo o coágulo do alvéolo, pois ele está cheio de fibras, células
o Quando está significativamente deslocado, inflamatórias, então ele vai ajudar na primeira estabilidade, não
tem fratura do processo alveolar, laceração deve-se curetar todo ele.
gengival. Faz reposicionamento manual +
o Uso de antibiótico por 7 a 10 dias
esplintagem + sutura.
Dente avulsionado não deve ter:

 Doença periodontal

 Alvéolo deve estar razoavelmente intacto

 Não deve haver contra-indicação ortodôntica

 Período de mais de mais de 2 horas fora do alvéolo, o


prognostico não é muito bom

 Até 30 minutos tem prognóstico positivo


AVULSÃO
FRATURA ALVEOLAR
 De todas é a mais grave, pois o dente sai do alvéolo

O problema da avulsão é que a saúde da polpa e dos tecidos


 Podem ocorrer de forma independente
periodontais estão em risco severo.  Geralmente 1 ou mais dentes presentes no segmento
ósseo
Tratamento é reposicionar o segmento e estabilizar a fratura

o Remover irregularidades ósseas – pode


precisar de tratamento cirúrgico
o Dentes com ápices dentro da fratura –

© Fernanda Fritzen Ferrazzo


tratamento endodôntico deve ser realizado (1 a
2 semanas), isso vai prevenir reabsorção
radicular inflamatória e infecção.
 Segmento dento-ósseo estabilizado por 4 semanas –
conectar uma barra aos dentes (mesial e distal ao
seguimento da fratura)

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