Você está na página 1de 24

ENFERMAGEM EM CLÍNICA

MÉDICA

ENFª ANDRÉA CRISTINA SILVA


REVISÃO
O que é a Clínica Médica?
É um setor hospitalar onde acontece o atendimento integral do indivíduo
com idade superior a 12 anos que se encontra em estado crítico ou semi-
crítico, que não são provenientes de tratamento cirúrgico e ainda àqueles
que estão hemodinamicamente estáveis, neste setor é prestada
assistência integral de enfermagem aos pacientes de média
complexidade.
É importante distinguir os conceitos de doença
aguda, crônica e crônico-degenerativa:
1. Doença aguda é aquela que têm um curso acelerado, terminando com convalescença
ou morte em menos de três meses. A maioria das doenças agudas caracteriza-se em
várias fases.
2. Doença crônica é uma doença que não é resolvida num tempo curto. As doenças
crônicas são doenças que não põem em risco a vida da pessoa num prazo curto, logo
não são emergências médicas. No entanto, elas podem ser extremamente sérias, As
doenças crônicas incluem também todas as condições em que um sintoma existe
continuamente, e mesmo não pondo em risco a saúde física da pessoa, são
extremamente incomodativas levando à perda da qualidade de vida e atividades das
pessoas. Muitas doenças crônicas são assintomáticas ou quase assintomáticas a maior
parte do tempo, mas caracterizam-se por episódios agudos perigosos e/ou muito
incomodativos.
3. Doença crônico-degenerativa predomina na idade adulta, e sua
incidência, prevalência e mortalidade se elevam à medida que aumenta a
vida média da população. São caracterizadas por uma evolução lenta e
progressiva, irreversível, por um longo período de latência assintomático,
exigindo constante supervisão, observação e cuidado.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ÀS
AFECÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR
Úlcera por pressão é uma lesão localizada na pele e/ou no tecido ou
estrutura subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea,
resultante de pressão isolada ou de pressão combinada com fricção e/ou
cisalhamento. Inúmeros fatores contribuintes ou fatores de confusão
podem também estar associados às úlceras por pressão; o significado
desses fatores, no entanto, ainda deve ser elucidado.
ULCERA DE PRESSÃO
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA: SINTOMAS:
• Pressão interrompe fluxo sanguíneo e • CLASSIFICAM-SE POR ESTÁGIOS;
apele fica sem oxigenação;
• Inicialmente fica avermelhada e
inflamada;
• Fricção e outro tipo de dano na
camada externa da pele pode causar
ulcera;
Estágio I (Hiperemia):
Decorrente de alterações da epiderme e derme intactas que se
encontram lesadas, mas não destruídas.
Estágio II (Isquemia):
 Ocorrem quando a epiderme e a derme são rompidas. A pele está
avermelhada e inflamada.
Estágio III (Necrose):
Corresponde a perda total da espessura da pele, atinge o tecido
subcutâneo, deixando expostas as camadas mais profundas.
Estágio IV (Ulceração): 
Surge uma extensa destruição da pele, atingem músculos e estruturas
ósseas.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Realizar mudança de decúbito a cada 2 horas;
• Colocar travesseiros macios embaixo dos tornozelos para elevar os calcanhares;
• Promover exercícios para aumentar a circulação;
• Manter alimentação rica em vitaminas e proteínas;
• Manter hidratação;
• Hidratar a pele com óleos ou cremes a base de vegetais;
• Realizar curativos diários;
• Estar atento aos resultados de exames laboratoriais;
• Proporcionar bom acolchoamento nas áreas de maior pressão.
• As saliências ósseas podem ser protegidas com materiais moles, como o algodão ou a lã esponjosa.
...
• Implementar o plano de intervenções prescrito pelo enfermeiro.
• Identificar a LPP precocemente e comunicar ao enfermeiro.
• Registrar as ações de intervenção e de monitoramento;
Smaniotto et al. (2010) separou cada tipo de curativo
comumente utilizado no mercado brasileiro.
1. Coberturas (curativos passivos):
Nome Composição Mecanismos de Ação Indicações Contra indicações

Queimaduras de
Tela de acetato de celulose profundidade parcial, áreas Feridas infectadas e com
Curativo aderente (Raynon) Livre fluso de exsudato.
com vaselina ou SF. doadoras e receptoras de grande volume de exsudato
enxerto e lacerações.

Cobertura permeável a gases


Feridas com fechamento por
Polímero de poliuretano, e impermeável à água e
primeira intenção sem
Filme transparente com adesivo de acrílico em microorganismos. Feridas com exsudação.
exsudato e áreas doadoras de
uma das faces. Manutenção do leito úmido.
enxerto.
Alívio da dor.
2. Curativos passivos

Nome Composição Mecanismos de Ação Indicações Contra indicações

Absorção de pouco
Poliuretano Proteção de
exsudato. Mantém meio
semipermeável (ext.) e proeminência óssea Feridas com grande
Hidrocolóide úmido. Alívio da dor.
celulose, gelatina e (lesões de pressão) e exsudação e infectadas.
Estimula a granulação
pectina (int.). lesão parcial da pele.
do tecido.

Álcool de polivinil, Ambiente hidrófilo. Lesão parcial de pele e


Hidrogel poliacrilamidas e Retem umidade. feridas com tecidos Feridas infectadas.
polivinil. Liquifação de necrose. desvitalizados.

O cálcio induz
hemostasia. Absorção de
Feridas Lesões superficiais com
Fibras de algas marinhas exsudatos. Mantém o
Alginato de cálcio abertasexsudativas, pouca exsudação e
impregnadas com cálcio. meio úmido
cavitárias e sangrantes. limpas.
(debridamento
autolítico)
3. Curativos com princípio ativo

Nome Composição Mecanismos de Ação Indicações Contra indicações

Ação de cisteína em
Enzima proteolítica do dissolver seletivamente Hipersensibilidade à
Tecido desvitalizado,
Papaína látex do Carica substratos necróticos formulação ou dor.
necrose úmida ou seca.
papaya. (debridante Feridas limpas e secas.
enzimático).
Enzima
Degrada colágeno da Tecido desvitalizado,
Colagenase proteolítica Clostridiop Feridas limpas e secas.
ferida. necrose úmida ou seca.
eptidase.
5. Curativos biológicos
Nome Composição Mecanismos de Ação Indicações Contra indicações

Agrega sinalizadores, que


Colágeno bovino ou suíno Feridas crônicas e anérgicas
coordenam a ativação de
Matriz de colágeno decelularizado com celulose (ex: diabéticos, úlceras, Experiência clinica limitada
fatores de crescimento
oxidada. venosas).
endógenos.
Membrana de celulose
produzida por Acinetobacter Manutenção da umidade da
Área doadora de enxerto e Feridas muito exsudativas e
Matriz de celulose xylinum desidratada, ferida e ativação de fatores de
feridas superficiais. infectadas.
acrescida de poros crescimento.
artificialmente.

Grande queimado, feridas


Lâmina de pele humana de Substituto temporário da pele Limitação de bancos de
Pele alógena complexas com perdas
doador decelularizada. humana. tecido
extensas.
Infecção hospitalar ou Infecção Relacionada à Assistência em Saúde
(IRAS) é a contraída após o ingresso do paciente no hospital ou depois de
sua alta, desde que esteja relacionada à sua internação ou passagem
pelo estabelecimento. Um exemplo são as infecções adquiridas após a
realização de procedimento cirúrgico.
Tipos de infecção hospitalar
As infecções relacionadas com o ambiente de saúde podem ser classificadas em alguns tipos de acordo
com o microrganismo e forma de entrada no corpo. Assim, as IRAS podem ser classificadas em:
 Endógena, em que a infecção é causada pela proliferação de microrganismos da própria pessoa, sendo
mais frequente em pessoas com sistema imune mais comprometido;
 Exógena, em que a infecção é causada por um microrganismo que não faz parte da microbiota da pessoa,
sendo adquirido através das mãos dos profissionais de saúde ou como consequência de procedimentos,
medicamentos ou alimentos contaminados;
 Cruzada, que é comum quando existem vários pacientes na mesma UTI, favorecendo a transmissão de
microrganismos entre as pessoas internadas;
 Inter-hospitalar, que são infecções levadas de um hospital a outro. Ou seja, a pessoa adquire infecção no
hospital em que teve alta, mas foi internada em outro.
CCIH
O controle das IRAS é feito pela Comissão de Controle de
Infecção Hospitalar (CCIH), que corresponde a um grupo
formado por profissionais da saúde que têm como
função elaborar estudar as características
epidemiológicas do hospital e elaborar um programa de
controle de infecção hospitalar com o objetivo de reduzir
o máximo o número de infecções adquiridas no hospital,
bem como a taxa de microrganismos multirresistentes.
A CCIH é adequada de acordo com as características do hospital e suas necessidades, sendo as principais
atividades realizadas por essa comissão:

 Elaboração de normas e rotinas para a limpeza e desinfecção dos ambientes, estabelecendo a frequência, tipo de
desinfetante e de desinfecção, especialmente em áreas críticas, como berçários, centros cirúrgicos ou UTI, por exemplo;
 Determinação de regras para pacientes, visitantes e profissionais, para diminuir o risco de infecções, como limitar
o número de visitantes, estabelecimento de normas e treinamentos para higiene, coleta de exames, aplicação de
medicações, realização de curativos ou preparo dos alimentos, por exemplo;
 Estimulação de medidas de higiene, principalmente das mãos, que são um dos principais veículos de transmissão de
microrganismos, com a lavagem frequentes, ou com uso do álcool gel. As medidas de lavagem das mãos devem ser
implantadas tanto para os acompanhantes dos pacientes, quanto para a equipe médica, sendo importante a
monitorização dessa prática;
 Orientações para uso correto de antibióticos, evitando que os pacientes sejam tratados com antibióticos sem
necessidade ou por antimicrobianos de amplo espectro, impedindo, assim, o desenvolvimento de bactérias
multirresistentes;
 Orientação sobre o uso de produtos químicos para eliminar microrganismos, como germicidas, desinfetantes,
antissépticos, agentes de limpeza;
 Realização da vigilância de casos de infecção, para entender as causas e elaborar formas de prevenção.
ASSEPSIA E ANTISSEPSIA
O significado de assepsia é “ausência de germes, entre eles bactérias, vírus
e outros microrganismos que podem causar doenças”. É claro que é
impossível manter um ambiente como uma sala de operação totalmente
livre de germes, absolutamente estéril, por isso, a ideia da assepsia é
prevenir a infecção reduzindo esses microrganismos a uma quantidade
insuficiente para causar alguma complicação.
Já a antissepsia é o processo que visa reduzir ou inibir o crescimento de
microrganismos na pele ou nas mucosas. Os produtos usados para fazer a
antissepsia são chamados de antissépticos.
Classificação dos antineoplásicos conforme
as reações dermatológicas locais
• Quimioterápicos vesicantes: provocam irritação severa com formação de
vesículas e destruição tecidual quando extravasados.
• Quimioterápicos irritantes: causam reação cutânea menos intensa quando
extravasados (dor e queimação sem necrose tecidual ou formação de
vesículas); porém, mesmo que adequadamente infundidos, podem
ocasionar dor e reação inflamatória no local da punção e ao longo da veia
utilizada para aplicação.
• Quimioterápicos não vesicantes/irritantes: não causam reação cutânea
quando extravasados e não provocam dor e queimação durante a
administração.
Os quimioterápicos antineoplásicos podem ser administrados pelas vias:
• oral,
• intramuscular,
• subcutânea,
• endovenosa,
• intrarterial,
• intrapleural,
• intravesical,
• intra-retal,
• intratecal e intraperitoneal.

Você também pode gostar