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COMUNICAÇÃO EM SAÚDE:

O ELO ENTRE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM E


USUÁRIOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
PROJETO DE INTERVENÇÃO

NOVA IGUAÇU
2024

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Claudia Aparecida de Motta Barbosa

COMUNICAÇÃO EM SAÚDE:
O ELO ENTRE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM E
USUÁRIOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
PROJETO DE INTERVENÇÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado como


requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Enfermagem na Universidade Iguaçu
(UNIG). Sob orientação da Profª

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NOVA IGUAÇU
2024

SUMÁRIO

Página
Introdução 6
Objetivo Geral 8
Objetivos específicos 8
Metodologia 9
Cronograma 11
11
Referências
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INTRODUÇÃO

A Atenção Primária à Saúde se orienta pelas diretrizes e leis de políticas


públicas organizadas pelo SUS, seguindo alguns princípios como: universalidade,
acessibilidade, vínculo, continuidade do cuidado, integralidade da atenção. Nesse
contexto podemos observar que o setor da saúde tem se destacado gradualmente e
de forma efetiva, trazendo mudanças inovadoras para que a população seja
assistida de forma contínua (BRASIL, 2016).

A Atenção Primária – e de maneira especial, a ESF, para sua consecução –


necessitam de diretrizes que apoiem as diferentes atividades a elas relacionadas. A
definição de território adstrito, tão cara à sua organização, coloca-se como estratégia
central, procurando reorganizar o processo de trabalho em saúde diante operações
intersetoriais e ações de promoção, prevenção e atenção à saúde (MONKEN;
BARCELLOS, 2015), permitindo a gestores, profissionais e usuários do SUS
compreender a dinâmica dos lugares e dos sujeitos (individual e coletivo),
desvelando as desigualdades sociais e as iniquidades em saúde (GONDIM, 2013).

A Saúde da Família (SF), criada em 1994, consolidou-se como a estratégia de


organização da Atenção Primária do Sistema Único de Saúde (SUS) propondo uma
mudança de modelo e contribuindo para a efetiva melhoria das condições de vida da
comunidade. Em 2006, no bojo do Pacto de Gestão acordado entre as três esferas
de governo - Ministério da Saúde, Secretárias Estaduais e Secretarias Municipais de
Saúde a Saúde da Família é considerada como a estratégia prioritária para o
fortalecimento da atenção Básica e seu desenvolvimento deve considerar as
diferenças loco-regionais (BRASIL, 2016).

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A consolidação desse processo traz vertentes positivas no que se refere a
saúde comunitária, podendo trabalhar de forma preventiva a algumas patologias,
tendo a participação de uma equipe multiprofissional formada por médico,
enfermeiro,
auxiliar/técnico de enfermagem, agente comunitário de saúde, dentista,
auxiliar/técnico em saúde bucal, entre outros profissionais (BRASIL, 2016).

Em 2006, foi aprovada, por sua vez, a Política Nacional de Atenção Básica
que estabelece a revisão das diretrizes e normas para a organização da APS no
País, ao mesmo tempo em que estabelece o Pacto pela Vida2. Dessa forma,
considerando os princípios e diretrizes propostos no Pacto pela Vida e a expansão
do PSF, o Ministério da Saúde assume o referido programa como estratégia
prioritária para a reorganização da APS no Brasil.

De acordo com Andrade, Barreto e Bezerra (2016), o PSF não foi implantado
somente para organizar temporariamente a APS no SUS, e sim para estruturar esse
sistema público de saúde, a partir do redirecionamento das prioridades de ação em
saúde, reafirmação de uma nova filosofia de atenção e consolidação dos princípios
organizativos do SUS. Os mesmos autores acrescentam que o PSF representa uma
oportunidade de expandir o acesso à APS para a população, de consolidar o
processo de municipalização da organização da atenção à saúde, de facilitar a
regionalização pactuada entre os municípios, e de coordenar a integralidade da
assistência à saúde.

A Equipe de Saúde da Família (ESF) tem responsabilidade sobre a saúde de


uma população composta por seiscentas a mil famílias, não excedendo o total de
quatro mil pessoas moradoras de uma área geográfica definida (BRASIL, 2017). A
equipe que era composta, no mínimo, por um médico generalista, uma enfermeira,
uma auxiliar de enfermagem, seis agentes comunitários de saúde, incluem agora um
dentista, um auxiliar em saúde bucal e um técnico em saúde bucal.

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O campo de atuação das equipes deve ser o das unidades básicas de saúde
(UBS) e a população de sua área de referência (BRASIL, 2017), estabelecendo com
esta relações de familiaridade que possibilitem melhores condições para o manejo
dos problemas de saúde e, consequentemente, maior efetividade das ações
(MEDINA, 2016).

Assim, a UBS é caracterizada como porta de entrada de um sistema


hierarquizado e regionalizado de saúde por ter território definido, com uma
população delimitada e sob a sua responsabilidade; por intervir sobre os fatores de
risco aos quais a comunidade está exposta; devendo prestar assistência integral,
permanente e de qualidade e realizar atividades de educação e promoção da saúde.

Giovanella et al. (2018, p. 748) afirmam que o PSF, inicialmente voltado à extensão
de cobertura, com foco em áreas de maior risco social e implantado como um
programa “limitado, bom para os pobres e pobre como eles”, adquiriu, aos poucos,
relevância na agenda do governo, convertendo-se em estratégia para organização
dos sistemas municipais de saúde e modelo de APS.

No entanto, de acordo com Schimith e Lima (2014), o PSF vem revelando uma
forma
excludente de atendimento, no qual a prioridade para atenção é de quem chega
primeiro. O acesso ainda é uma dificuldade e o processo de trabalho das equipes
continua reproduzindo procedimentos fragmentados e mecânicos que não permitem
a superação do modelo assistencial tradicional. As ações são focalizadas em grupos
prioritários ou para os que revelam um maior risco de adoecer, com ênfase para o
caráter curativo e assistencial da atenção à saúde. Por outro lado, o controle social é
inexistente ou incipiente em quase todos os municípios.

Os profissionais das equipes devem estar atentos para perceber as múltiplas


oportunidades de aproximação existentes entre eles e usuários adscritos às suas
áreas de abrangência, apropriando-se dos espaços existentes para estabelecer um

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primeiro contato e, a seguir, estabelecer um processo mais efetivo de comunicação
entre eles. Em ações de promoção da saúde o ambiente deve ser construído como
um meio de comunicação para a educação em saúde. Em especial os espaços
coletivos, destacando- se a sala de espera na atenção primária a saúde,
considerando-se que circulam milhares de brasileiros carentes de informação e que
ali permanecem ociosos por horas, aguardando atendimento (BRASIL, 2017).

Para planejar e direcionar as ações de saúde é necessário conhecer a


realidade, a dinâmica e os riscos a que a população/comunidade está submetida e
também a forma como estão organizados os serviços e as rotinas das unidades
básicas de saúde e das equipes de ESF.

Nos serviços de saúde, os encontros entre os trabalhadores e os usuários do


Sistema Único de Saúde (SUS) são intermediados pela comunicação, objeto de
análise deste trabalho. Muitas barreiras dificultam a comunicação, que gera
significados relevantes tanto para o trabalhador de saúde como para o usuário.
Essas dificuldades decorrem de linguagens e saberes diferentes, nem sempre
compartilhados entre os interlocutores, limitações orgânicas do receptor ou emissor
(afasias, déficit auditivo, déficit visual), imposição de valores e influência de
mecanismos inconscientes ( MARINUS et. al, 2014).

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OBJETIVO GERAL

Construir um modelo de comunicação para melhorar a comunicação/informação


entre profissionais de saúde e usuários da UBS do Rio de Janeiro.

Quadro 03- Modelo de Cronograma

Nov/Dez Jan/Mar Abr/Jun Jul/Set Set/Out


ATIVIDADE
2022 2023
Elaboração/ Escolha de tema
para o TCC

Pesquisa sobre o tema

Reunião de equipe

Montagem e entrega da parte


inicial do TCC

Fonte: UNIG 2016

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da saúde. Manual de Estrutura Física das Unidades Básicas de


Saúde: saúde da família. Brasília, 2016.

BRASIL. Ministério da saúde. Política Nacional Atenção Básica. Brasília, 2017.

CORIOLANO-MARINUS, Maria Wanderleya de Lavor et al. Comunicação nas práticas


em saúde: revisão integrativa da literatura. Saúde e Sociedade, v. 23, p. 1356-1369,
2014. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v23n4/0104-1290-sausoc-23-4-
1356.pdf>. Acesso em: Março 2024.

OLIVEIRA, V. C. A comunicação midiática e o Sistema Único de Saúde. Interface


Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 4, n. 7, p. 71-80, 2020.

GONDIM, G. M. M.; MONKEN, M. Territorialização em Saúde. Escola Nacional de Saúde


Pública. Fundação Osvaldo Cruz, p. 32. Disponível em:
<http://www.epsjv.fiocruz.br/upload/ArtCient/25.pdf>.Acesso em: jan.2024.

MONKEN, M.; BARCELLOS, C. Vigilância em saúde e território utilizado: possibilidades


teóricas e metodológicas. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, p. 898-906,
mai./jun. 2015.

GIOVANELLA, L. et al. Saúde da família: limites e possibilidades para uma abordagem


Integral de atenção primária à saúde no Brasil. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.
14, n. 3, jun. 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S141381232009000300014&lng=pt&nrm=isso>. Acesso em:
15 ,março. 2024

SCHIMITH, M. D; LIMA, M. A. D. S. Acolhimento e vínculo em uma equipe do Programa


Saúde da Família. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 6, nov. 2014.
Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
11X2004000600005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 15, março. 2024.

MEDINA, M. G. O contexto local, a organização da atenção primária e a implementação de


redes integradas de atenção à saúde: resultados da avaliação de dois estudos de caso. 2016.
269 f. Tese (Doutorado) - Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal da Bahia,
Salvador, 2016.

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