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INSTITUTO DE SAÚDE AVICENNA

Curso: Enfermagem de Saúde Materno Infantil

Cadeira: Farmacologia

Tema: Antifúngicos

Nampula

2021
Discentes

Delça Jorge Charupo

Lucia Ayuba

Maimuna Amade Salimo

Safilia Nordino

Tema: Antifúngicos

Trabalho de carácter avaliativo a ser


entregue na instituição de ensino na
cadeira de Farmacologia, leccionada
pelo Docente: Issufo Mamudo Daud

Instituto de Saúde Avicenna

Nampula

2021

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Índice
Introdução ....................................................................................................................................... 4

Antifúngicos .................................................................................................................................... 5

Evolução histórica dos fármacos antifúngicos. ............................................................................... 6

Classificação dos Antifúngicos ....................................................................................................... 7

Antifúngicos Sistêmicos ................................................................................................................. 7

Antifúngicos de Uso Tópico ........................................................................................................... 8

Interacções Medicamentosas ........................................................................................................ 10

Efeitos Colaterais .......................................................................................................................... 10

Contra Indicações.......................................................................................................................... 10

Conclusão...................................................................................................................................... 11

Bibliografía ................................................................................................................................... 12

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Introdução

O Presente trabalho subordinado a Cadeira de Farmacologia que iremos abordar sobre


Antifúngicos. De salientar que os antifúngicos são moléculas que permitem combater fungos,
causadores das micoses. Microscópicas, as micoses infectam a pele, mucosas, cabelos e unhas. A
maioria dos fungos prefere áreas quentes e húmidas para se desenvolver. Por isso, costumam
surgir entre os dedos, nas dobras da pele e no aparelho digestivo. Determinados antifúngicos são
de aplicação local em forma de cremes, pomadas, xampus ou pós, quando a superfice afectada é
acessível, como a boca, pele e cabelos. O modo de administração dos remédios também pode ser
oral, especialmente em casos de fungos no aparelho digestivo.

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Antifúngicos

Os antimicóticos ou antifúngicos são agentes que previnem ou inibem a proliferação dos fungos
ou os destrói. Dizendo melhor, é um agente que previne o aumento da célula dos fungos ou até
mesmo destrui-los. Os agentes antifúngicos são classificados em várias categorias: agentes
antifúngicos sistémicos para tratamento de infecções sistémicas, agentes antifúngicos orais para
infecções mucocutâneas e agentes antifúngicos tópicos para infecções mucocutâneas. Na
membrana celular os antifúngicos podem agir por diferentes mecanismos.

Nas últimas décadas, a taxa de incidência, de gravidade e de agressividade das infecções


fúngicas nos seres humanos tem aumentado de forma surpreendente. Este aumento deve-se
principalmente aos avanços na medicina, nomeadamente no campo da cirurgia, da oncologia e
nos cuidados intensivos, bem como ao agravamento dos casos de Vírus de Imunodeficiência
Humana (HIV), os quais foram acompanhados com um crescente uso de medicamentos
antimicrobianos de largo espectro. Estas mudanças reflectiram-se no consequente aumento no
número de pacientes com risco de adquirir infecções fúngicas, bem como no aumento de
infecções nosocomia. Os doentes imunocomprometidos são maioritariamente afectados por
Candida spp., Cryptococcus spp., Arpergillus spp.

E outros fungos oportunistas. Candida albicans é várias vezes associada com infecções fúngicas
invasivas graves, mas as outras espécies de Candida e outros organismos (Trichosporon,
Blastoschizomyces e Malassezia) têm surgido como agentes etiológicos de micoses severas
(Carrillo-Muñoz et al., 2006).O tratamento de infecções fúngicas é bastante limitado por
problemas relacionados com a segurança do fármaco, resistências e eficácia. Actualmente, a
terapia usada no tratamento de micoses invasivas recorre a um número limitado de fármacos
antifúngicos, como a anfotericina B, o fluconazol e o itraconazol (Carrillo-Muñoz et al. 2006).

Várias desvantagens têm sido retratadas, como as reacções adversas, actividade fungistática ao
invés de fungicida e resistências a certos derivados azólicos e a outros antifúngicos. Além disso,
os polienos apresentam uma falta de selectividade para o hospedeiro e uma elevada toxicidade.
As equinocandinas apresentam um curto espectro de actividade contra alguns fungos (Carrillo-
Muñoz et al, 2006; Gupta & Tomas, 2003).

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Nas últimas décadas, assistimos a um aumento exponencial das infecções fúngicas. Esta
evolução deve-se a vários factores: avanço nas ciências médicas, aumento do número de
pacientes imunodeprimidos e aparecimento de resistências aos antifúngicos. Durante muitos anos
a classe médica possuía um número limitado de fármacos antifúngicos a que recorrer: a
anfotericina B, o fluconazol e o itraconazol. Estes fármacos apesar de eficazes contra grande
parte das infecções fúngicas apresentavam inconvenientes como toxicidade e limitação do uso
devido ao desenvolvimento de mecanismos de resistências pelos fungos. Com o progresso da
indústria farmacêutica, assim como da investigação, novos fármacos têm vindo a ser estudados e
introduzidos no mercado, como é o caso do voriconazol, o posaconazol, a caspofungina e a
micafungina. Outras novas moléculas encontram-se em fase de ensaio, esperando-se ser
introduzidos na clínica em breve, como o albaconazol e o ravuconazol. O futuro dos compostos
antifúngicos passa pela descoberta de alvos mais selectivos, de uma redução na toxicidade,
efeitos adversos e interacções medicamentosas e no desenvolvimento de técnicas de diagnóstico
mais rápidas e eficazes.

Evolução histórica dos fármacos antifúngicos.


A anfotericina B, desde a sua descoberta em 1955, foi o antifúngico de eleição no tratamento das
infecções fúngicas graves, principalmente das infecções invasoras. Mas, devido à sua toxicidade,
principalmente a nível renal, a indústria farmacêutica viu-se obrigada a desenvolver diferentes
formulações de anfotericina B com melhor tolerância e menos efeitos adversos, assim como
novas famílias de antifúngicos mais eficazes. Os azóis e outras famílias de fármacos antifúngicos
são cada vez mais usados no tratamento de candidemia e cryptococcoses. Mas, a baixa
susceptibilidade dos novos patogénicos fúngicos, principalmente os filamentosos, para os azóis
clássicos, como o fluconazol e o cetoconazol, tem levado a um aumento na pesquisa de outros
compostos com melhores perfis microbiológicos. Os inibidores da síntese de ergosterol foram
descobertos no final dos anos 60 e como tal eram usados comercialmente no tratamento de
fungos ergosterol-dependentes. Os inibidores de síntese de ergosterol actuam pela interferência
na produção de ergosterol e na homeostase dos organismos patogénicos (Song & Nes, 2007;
Carrillo-Muñoz et al, 2006).

Na década de 90, a farmacoterapia das doenças fúngicas foi revolucionada pela


introdução dos azóis e da caspofungina, que apresentam maior eficácia e

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segurança clínica, comparativamente com a anfotericina B (Boucher et al., 2004;
Carrillo-Muñoz et al., 2006; Catalán & Montejo, 2006; Herbrecht et al., 2005;
Ostrosky-Zeichner.

Os novos agentes antifúngicos, que provêm de antigas e novas famílias de fármacos, como o
voriconazol, o posaconazol, o ravuconazol, a caspofungina e a micafungina, têm vindo a ser
introduzidos no armamento do controlo das infecções fúngicas. Outras moléculas, como o
albaconazol e a anidulafungina começam agora a ser usadas a nível clínico. Os alvos moleculares
dos antifúngicos são diversificados e inibem, por exemplo, a 14 alfa-desmetilase no caso dos
azóis, a molécula do ergosterol no caso dos polienos e a beta-1,3-glucano sintetase no caso das
equinocandinas . Além disso, têm sido investigados os inibidores do Ácido Desoxirribonucleico
(DNA) e da mitose, como as sordarinas, os péptidos antimicrobiológicos e di-catiões aromáticos.
O antifúngico ideal do futuro deve apresentar um largo espectro de actividade fungicida,
possuindo um mecanismo de acção que limite a toxicidade no hospedeiro. Para se encontrar um
novo antifúngico de referência, é necessário encontrar um alvo eficaz. É, por isso necessário
descobrir um antifúngico capaz de eliminar as células fúngicas, sem que ataque, ou prejudique as
células humanas. Comparativamente com o desenvolvimento de agentes antibacterianos, a
produção de novos antifúngicos está ainda bastante atrasada.

Classificação dos Antifúngicos

De acordo com indicações clínicas ou estruturas químicas:

Antifúngicos Sistêmicos

 Anfotericina;
 Flucitosina;
 Imidazólicos diazólicos( Clotrimazol, Miconazol, cetoconazol, Econazol,Butoconazol);
 Imidazólicos triazólicos( Terconazol, Intraconazol, Fluconazol,Gliseofulvina).

Anfotericina B ( Química)

Pertence ao grupo de antibióticos poliênicos produzidos por bactérias que vivem no solo. Menor
efeito de toxidade que a Anfotericina A.

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Farmacocinética

Difícil absorção oral, aplicada por via intravenosa sob a forma de suspensão. Distribui-se
amplamente a todos os tecidos. Excretada pelos rins, bile, etc.

Mecanismo e espectro de acção

Os polienos lesam a membrana da célula fúngica. Ligam-se intensamente a esteroides. A


anfotericina B persiste como o agente mais eficaz para infecções fúngicas sistémicas.

Imidazólicos triazólicos-Tiaconazol

Actua inibindo a biossíntese de ergosterol na membrana citoplasmática dos fungos, usado no


Tratamento de dermatofitoses e candidíase vaginal.

Reacções adversas: irritação local, dor vaginal, edema vulvar, disúria e redução das excreções
vaginais.

Azóis

Os azóis constituem um grupo de agentes fungistáticos sintéticos, com amplo espectro de


actividade.

Principais fármacos: Fluconazol, Itraconazol, Cetoconazol, Miconazol e Econazol.

Mecanismo e espectro de acção

Inibem as enzimas P450 fúngicas (por exemplo, a esterol desmetilase) responsáveis pela síntese
do ergosterol. Alteração da fluidez da membrana. Inibição da replicação. Inibição da
transformação das células da levedura cândida em hifas.

Novos triazóis: voriconazol, posaconazol e ravuconazol apresentam maior potência e espectro


de acção mais amplo do que os antigos azóis.

Antifúngicos de Uso Tópico

 Imidazólicos (Clotrinazol, Econazol, Miconazol, Butoconazol)


 Triazólicos (Terconazol) Ciclopirox

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 Alinaminas ( Naftifina, terbinafina)
 Haloprogina
 Tolnaftato
 Poliênicos (Nistatina, anfotericina B tópica)
 Ácido undecilênico

Clotrimazol

É um antifúngico do grupo imidazolico diazolico quimicamente relacionado com o miconazol;

Farmacocinética

Aplicado em infecções superficias, absorção inferior a 0,5%. Na vagina a absorção é de 3 a 10%.


A pequena parte absorvida é excretada pela bile.

Mecanismo de acção

Afecta a permeabilidade da membrana fúngica, pois interfere na biossíntese do ergosterol.

Terbinafina

Fármaco de escolha para o tratamento da dermatofitose. É mais bem tolerada, a duração do


tratamento é menor.

Farmacocinética

É activa por via oral, embora sua biodisponibilidade seja só 40% devido à biotransformação de
primeira passagem.

Mecanismo de acção

Inibe a esqualeno-epoxidade do fungo, diminuindo, assim, a síntese de ergosterol, o que,


juntamente com o acúmulo de quantidade tóxicas de escaleno, determina a morte da célula
fúngica.

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Interacções Medicamentosas

Anfotericina B (Desoxicolato) uso concomitante com aminoglicosídeos, ciclosporina e tenofovir


aumentam o risco de nefrotoxicidade. Aumenta a chance de hipocalemia com corticosteróides.
Aumenta risco de intoxicação com digitálico devido a hipocalemia. Aumenta a actividade de
neuromusculares. Antagonismo de acção com derivados imidazólicos (cetoconazol e miconazol).

Efeitos Colaterais

 Toxicidade, Desconforto abdominal, Náusea, Diarreia e Erupções cutâneas. (Alilaminas–


Terbinafina).
 Os efeitos indesejáveis raros consistem em hepatite, hipocalcemia e impotência.
(Itraconazol).
 Reações sistêmicas imediatas (tempestade de citocinas), efeitos renais (toxicidade renal)
e efeitos hematológicos (anemia secundária à diminuição da produção de eritropoietina
pelos rins). (Anfotericina).

Contra Indicações

 Anfotericina B:

Na insuficiência renal e em pacientes que tenham demonstrado hipersensibilidade


à Anfotericina B.

Gravidez e Lactação: Atravessa a barreira placentária; Devido ao fato de que muitas drogas são
excretadas no leite humano e considerando-se a toxicidade potencial da Anfotericina b, é
prudente aconselhar as mães a suspenderem a lactação.

 Fluconazol

Gravidez e lactação: Categoria C na gestação. o Fluconazol é encontrado no leite materno em


concentrações similares às do plasma, e desta maneira seu uso em mulheres lactantes não é
recomendado. A co-administração de Fluconazol, em doses menores que 400 mg por dia, com
terfenadina deve ser cuidadosamente monitorada (vide Interações Medicamentosas). Em raros
casos, assim como com outros azólicos, anafilaxia tem sido relatada com o uso de Fluconazol.

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Conclusão

Chegando ao fim do presente trabalho concluímos que a Anfotericina B é activa contra a maioria
dos agentes causadores de micoses profundas. Seu espectro de acção inclui fungos patogénicos e
oportunistas, mas não é eficaz nas dermatofitoses superficiais. Sua principal indicação é o
controle de infecções fúngicas sistémicas graves. Tem como desvantagens dificuldades de
administração, reacções transfusionais e nefrotoxicidade. Apesar disso, a preparação
convencional continua sendo a primeira escolha, devido à reconhecida eficácia e baixo custo.
Preparações lipídicas, especialmente a lipossomal, têm eficácia e perfil de toxicidade mais
favoráveis, mas seu alto custo impede o uso rotineiro na maioria dos serviços de saúde. Para seu
emprego exigem-se critérios muito claros de indicação. Além disso, anfotericina B convencional
também pode ter sua toxicidade reduzida quando administrada em circunstâncias óptimas.

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Bibliografía

COSTA, T. D., et al. Farmacocinética dos novos antifúngicos de uso sistêmico utilizados em
pacientes Imunocomprometidos Rev. Bras. Farm., 90(1): 86-94, 2009. Arquivo PDF,

FINKEL, Richard, et al. Farmacologia Ilustrada. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2010, p. 407- 416.

RABITO, M. F., TRUITI, M. C. T. Antifúngicos de uso tópico no tratamento de micoses


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RANG H. P. Farmacologia. 6.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007, p. 692-697.

SILVA, Penildon. Farmacologia. 5.ed. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 1998, p. 1081- 1089.

TORTORA, Gerard J. et al., Microbiologia 10.ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.

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