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Historia daodontologia

o termo “dentista” só começou a ser usado em 1363, E que até 1700,


os consultórios dentários eram as praças públicas dos mercados Ou, ainda,
que a primeira cadeira odontológica feita em metal data de 1871
Sim, a história da Odontologia acompanha a evolução da civilização, desde
a Idade Média. É, de fato, fascinante constatar o quanto a Odontologia
evoluiu até chegar ao patamar atua

Manuscritos egípcios de 3.700 a.C. citam problemas bucais, entre os quais


dor de dente e feridas gengivais. Além disso, foi descoberta uma mandíbula
com vestígios de procedimentos cirúrgicos, quase 3000 anos antes da era
cristã,

Até que surgiu Pierre Fauchard (1678-1761), considerado o pai da


Odontologia Moderna. O médico francês escreveu, então, o livro “Tratado
dos dentes para os Cirurgiões-Dentistas“, que foi uma evolução para a
especialidade.

A partir dessa época, começaram a surgir novos instrumentos que


substituíram os boticões, responsáveis por frequentes fraturas nas coroas
dentárias.

O século XVIII foi pródigo em inovações na área da Odontologia.


A modelagem em gesso passou a ser usada e próteses começaram a ser
confeccionadas. No final do século surgiram os primeiros dentes de
porcelana, bastante avançados para aquela época.

Os atendimentos no século XIX eram na residência do dentista, e, logo


depois, em consultórios montados com essa finalidade. As cadeiras também
foram evoluindo, a princípio fixas e feitas em madeira, depois produzidas
em metal e mais confortáveis.

Em seguida, as alavancas vieram para substituir as manivelas e


incorporaram-se as bandejas de instrumentos.
Entretanto, a iluminação era natural, provinda das janelas para as quais
ficavam voltadas as cadeiras.
Outros instrumentos foram sendo criados, para facilitar os procedimentos e
diminuir os incômodos do paciente.

Desde 1882, por exemplo, o sugador de saliva faz parte das bancadas usadas
pelos dentistas.

Paquistão

Esse é o local onde muitos acreditam ser, de fato, “o começo” das Artes
Dentárias.

Durante uma escavação no Paquistão foram encontrados nove indivíduos


com um total de 11 dentes que receberam escavações com o que seriam os
equipamentos manuais ancestrais das brocas em peças de mão.

A conclusão dos cientistas é que foram realizadas nos pacientes em vida – e


que os mesmos sobreviveram!

Os restos humanos datam de mais de 9000 anos. Embora as cavidades


tenham resistido, o mesmo não aconteceu com o material restaurativo.

Egito
O Egito é conhecido por suas contribuição na medicina e seus estudos com
o corpo humano. Sua interação com a história da odontologia não deixa a
desejar.

As primeiras referências à odontologia no Egito datam de 3.700 a.C. Em


manuscritos, foram encontradas citações sobre problemas bucais, como
dores de dente e feridas gengivais.

É no Egito que temos, também, o registro do que seria o primeiro dentista.


Resy-Ra foi o primeiro a receber o título de profissional do cuidado dentário.
Sua morte é datada em 2600aC.

Mesopotâmia
Aqui, encontramos o que seria as primeiras teorias em cima das doenças
bucais.
Em documentos de cerca de 3500 a.C., é possível observar uma menção ao
verme dentário. Ele era considerado o responsável pela destruição da
estrutura dentária – provavelmente, o que hoje chamamos de cárie.

Grécia
A Grécia é o berço de várias ciências. Seus filósofos se dedicavam a estudar
e registrar as mais diversas descobertas e conhecimentos da época. A
odontologia não ficou de fora!

Hipócrates, o “pai da medicina”, descreveu em seus estudos aspectos da


odontologia, como a cárie dentária, má-oclusão, abscessos e outros.

China
Na China, encontramos mais teorias sobre as doenças bucais.

Achados antropológicos mostram que os chineses acreditavam que a cárie


dentária era causada pelo verme dental – uma teoria muito parecida com
aquela da Mesopotâmia.

As terapêuticas e diagnósticos eram baseados em rituais mágico-religiosos.

O famoso “verme dentário”


Como podemos perceber, uma teoria recorrente na história da odontologia
foi a do verme dentário – que nada mais era do que a cárie!

Como já vimos aqui, a cárie sem tratamento pode levar a perda total do dente,
causando dores fortes e orifícios na estrutura dentária.

Ao ver tais buracos nos dentes, a “teoria do verme dentário” se tornou a mais
sensata para pensadores de diversas regiões.

Os tais vermes dentários podem ser encontrados em registros de pensadores


sumérios, poetas e filósofos gregos e até mesmo nas culturas indiana,
japonesa, chinesa e egípcia.

Esse pensamento durou muito mais do que se imagina. Há registros que esse
pensamento permaneceu na Europa até meados de 1300 d.C.

Quando surgiram os primeiros dentistas.


Como vimos, Resy-Ra foi o primeiro homem na história da odontologia a
levar o título de profissional do cuidado dentário. Podemos considerá-lo o
primeiro dentista, mas o termo dentista só foi criado muito tempo depois.
Guy de Chauliac, em 1363, introduz ao mundo o termo “dentista”. O francês
também foi o primeiro a recomendar que a extração dentária fosse realizada
apenas por esses “dentistas”.

A partir daí, a figura dos “tiradentes” ficou extremamente conhecida até


meados de 1700. Essa prática não era realizada em consultórios, podendo
acontecer até em praças públicas.

Muitos tiradentes praticavam sua profissão em locais públicos justamente


por ser algo que atraía multidões – seja para realizar o procedimento ou para
assistir o “show”.

O Pai da Odontologia Moderna


Nós já vimos que 1700 foi uma data importante para a odontologia – e muito
se deve a ele. Pierre Fauchard é considerado o Pai da Odontologia
Moderna por sua contribuição simbólica para a ciência da saúde bucal.

O francês publicou em 1728 o “Tratado dos dentes para os cirurgiões


dentistas”.

A obra foi a primeira a descrever a anatomia oral, sintomas de doenças


bucais, técnicas para remoções de cáries e restaurações, além de falar sobre
implantes dentários.

É um marco que permitiu que a odontologia se desenvolvesse a partir de um


estudo e não apenas dos resultados de suas práticas, como era até então.

Os instrumentos na história da odontologia


Tão importantes quanto o dentista, os instrumentos são o que definem a
qualidade dos procedimentos e o quanto o profissional pode ajudar seus
pacientes.

É por isso que, a partir de 1700, começam a surgir mais instrumentos


odontológicos que respondiam as necessidades dos dentistas.

Como a maior função do dentista era a de retirar dentes, as primeiras


ferramentas a serem melhoradas foram as alavancas de remoção, que
ganharam melhores formatos para o uso mais seguro.

Até então, você poderia encontrar profissionais que realizavam a extração


dentária com alavancas rudimentares ou com o famoso Pelicano.
O Pelicano era uma ferramenta não-anatômica que tinha que ser usada com
extrema cautela pelos dentistas.

Alguns registros apontam que o uso errado do Pelicano poderia levar a


extração de três dentes saudáveis na tentativa de retirar um dente cariado.

Conforme a ciência evoluiu e o entendimento sobre a estrutura da boca


cresceu, os instrumentos passaram a ser mais adequados e complexos.

As técnicas e procedimentos na história da odontologia

Essa era a maior preocupação dos profissionais, que realizavam esse


procedimento sem anestesia (e com o uso dos instrumentos citados
anteriormente). Ou seja, o paciente sofria não só com a dor de dente, como
a dor de removê-lo.

Infelizmente, a anestesia demorou para ser aderida nos procedimentos


odontológicos, sendo aplicada apenas depois de 1884. Antes dela, chegaram
as restaurações.

Essas foram feitas por anos com chumbo – e colocadas sobre tecidos cariados
ou comprometidos! Obviamente, a maior parte dessas restaurações resultava
em problemas ainda maiores para o paciente.

As primeiras próteses eram bem rudimentares, como você pode imaginar. Os


dentes eram esculpidos em osso ou marfim e sua fixação era feita com fios
amarrados aos restos do dente que ficavam na boca.

Já as próteses totais eram esculpidas em marfim ou osso utilizando-se dentes


humanos e de animais. Sua fixação era feita a partir de molas entre uma
arcada e outra.

Um exemplo famoso de prótese total é a do presidente dos Estados Unidos,


George Washington. Suas próteses estão expostas no Museu de Odontologia
de Baltimore.

As coroas dentárias de porcelana surgiram apenas em 1794. No entanto, elas


não foram prontamente aderidas em todo o mundo, e as próteses primitivas
continuaram sendo usadas por um tempo.

Os consultórios e as cadeiras odontológicas


Os consultórios só passaram a se estabelecer como o “lugar dos dentistas”
quando os equipamentos e procedimentos foram aumentando. A profissão já
não se limitava a arrancar dentes e precisava de uma estrutura para ser
exercida.

Um dos fatores que mais contribuiu para fixar o dentista no consultório foi o
surgimento das cadeiras odontológicas. A mais antiga que temos registro foi
utilizada de 1790 a 1812 pelo dentista Josiah Flagg, nos Estados Unidos.

A cadeira possuía um suporte fixo e almofadado para a cabeça, duas gavetas


para os instrumentos (que ficavam sob o assento). Ela foi feita inteiramente
de nogueira, e Josiah utilizava apenas a iluminação que vinha da janela.

Não muito tempo depois da cadeira de Josiah, por volta de 1810, surgem
poltronas mais confortáveis. O maior diferencial fica com a bandeja
acoplada, modelo que encontramos nas cadeiras até hoje.

A cadeira metálica surgiu apenas em 1870. Já os usos de alavanca para a


movimentação da cadeira surgiram apenas em 1892.

A odontologia como conhecemos hoje


A história da odontologia, a partir de 1700, passa por uma evolução
constante, como vimos. A cada década, mais e mais inovações tornavam a
ciência estruturada e com resultados eficientes.

Relatamos aqui os mais marcantes, mas muito teve que ser deixado de fora
– a história completa caberia apenas em um livro!

Prevenção e saúde preventiva


É a partir de 1950 que a odontologia passa a ter os moldes que conhecemos
hoje. Claro, muito se evoluiu de lá para cá, tanto em equipamentos quanto
no entendimento de doenças e práticas.

No entanto, é no século XX que a odontologia passa a se dividir em


especialidades e estruturar medidas de prevenção social, por exemplo.

Odontologia no Brasil
A história da odontologia no Brasil, infelizmente, é mais conhecida após a
colonização portuguesa. Muito pouco se sabe sobre a história da odontologia
dos povos nativos, pela falta de registros.
No entanto, muitas tribos apresentavam técnicas evoluídas de odontologia,
que não foram absorvidas pelos portugueses.

Os tiradentes chegaram ao Brasil junto aos portugueses, aplicando técnicas


muito mais bárbaras do que as utilizadas por muitas tribos em 1500.

Somente a partir de 1629 o governo português passou a exigir que os


profissionais que atuassem na área tivessem “conhecimento na Arte
Dentária“.

É apenas com a chegada da família real portuguesa no Brasil, que D João VI


nomeia um responsável para fiscalizar a profissão no país.

O escolhido foi o cirurgião-mor do exército José Correia Picanço que passou


a controlar o exercício das funções realizadas pelos sangradores, dentistas,
parteiras e outros.

Depois dele, chegaram ao Brasil outros dentistas franceses, trazendo o que


de melhor havia na odontologia mundial. A partir de 1840, começaram a
chegar os dentistas dos Estados Unidos que pouco a pouco superaram os
franceses.

Quando surgiu o primeiro curso de odontologia


Finalmente, no dia 25 de outubro de 1840 foi criado no Brasil o primeiro
curso de odontologia (por isso o dia do dentista é 25 de outubro).

O curso tinha a duração de três anos e estava ligado à faculdade de Medicina


do Rio de Janeiro. Ao concluir o curso, o aluno recebia o título de cirurgião-
dentista.

Em 1911, o curso de odontologia se separou da Faculdade de Medicina do


Rio de Janeiro. O Brasil passou a oferecer um curso único de três anos.

A duração como conhecemos hoje só foi implementada em 1947, quando o


curso de formação de dentistas passou a ter quatro anos, formando sua
primeira turma em 1951.

Editado por : Laurindo Daniel Camossi

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