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Desde o descobrimento da penicilina em 1929, os antibióticos têm sido aplicados na medicina

veterinária , inclusive em grandes quantidades quando se trata da produção animal. Dentre as várias
justificativas para seu uso, podemos considerar como principais: a prevenção da propagação
epidêmica de doenças infecciosas, a segurança dos produtos de origem animal e a prevenção da
transferência de zoonoses. Os agentes antibióticos são utilizados de quatro maneiras na medicina
veterinária: metafilática, terapêutica, promotores de crescimento em animais de produção e
profilática. O grande problema em questão, tem sido esse uso de forma indiscriminada, não apenas
para tratamento mas também de forma preventiva. Boa parte dessas moléculas não são completamente
metabolizadas no organismo animal, dessa forma esses resíduos têm sido encontrados em amostras de
solo e águas, até mesmo nos lençóis freáticos. A ocorrência desses resíduos no ambiente tem
favorecido a resistência desses microrganismos aos antimicrobianos. O que também tem contribuído
para essa resistência tem sido a falha terapêutica. Quando algumas classes de antimicrobianos são
utilizados em animais e também aplicados em humanos para tratamento de doenças, há uma
passagem de bactérias e genes de resistentes pela cadeia alimentar.
O que também gera preocupação é o fluxo de determinantes de resistência a partir do
ambiente de fazenda. Sendo essa resistência uma realidade nos animais de produção, os grupos com
maior contato à essas bactérias resistentes são os próprios agricultores, os médicos veterinários que
trabalham nas fazendas e os trabalhadores de abatedouros que tem contato com esses animais. Esses
determinantes se dão principalmente por um manejo inadequado, quando há manipulação de subdoses
de antibióticos ou até mesmo diagnósticos errôneos gerando uma prescrição inadequada das doses. E
essa disseminação da resistência acontece devido a circulação de pessoas e ao comércio de animais e
de seus produtos, sendo ela por contato direto ou não, por cadeia alimentar ou por água e afins, o fato
é que essa propagação acontece entre os homens, os animais e o meio ambiente.
Entre os fatores bacterianos que favorecem o surgimento e disseminação de resistências
podemos citar a pressão seletiva, a qual as bactérias alcançam a resistência por mutações voluntárias
ou por obtenção de genes de resistência provenientes de outras bactérias. Podemos citar também
alguns mecanismos bacterianos que contribuem, como por exemplo: a modificação do alvo de ligação
do agente antimicrobiano, as mudanças na permeabilidade da parede celular bacteriana que restringe o
acesso do agente antimicrobiano ao alvo, o aumento da atividade das bombas de efluxo ativo gerais
ou específicas e a obtenção de uma via metabólica alternativa àquela inibida pelo antimicrobiano
precisou explorar mais os mecanismos de recombinação genética.
Por fim, os impactos que esse fenômeno traz para as três saúdes. Bom, na saúde animal e
humana podemos destacar a elevação nos custos de tratamentos, uma vez que a bactéria é resistente a
determinado antimicrobiano há a necessidade de um novo tratamento. Além de prolongar a estadia
desses pacientes sejam em clínicas ou hospitais favorecendo o aumento no índice de mortalidade.
Quanto a saúde ambiental, o meio ambiente tem recebido resíduos tanto de antibióticos como de
genes de resistência, o que pode influenciar na população de microrganismos do mesmo. Além de que
alguns antimicrobianos não serem biodegradáveis e por isso permanecem por longos períodos de
tempo no ambiente. Uma área mais estudada tem sido a aquicultura, que já afirmam a contaminação
da água e do solo.

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