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Biotecnologia

Profª Natália Faria Romão


Bióloga / Mestre em genética e toxicologia
Doutoranda: Biotecnologia - UFAM
Coord. De Atividades: C. Biológicas, Biomedicina e Enfermagem
Organismos Genéticamente Modificados
(OMG)

Estudos das estruturas dos genes

Criação de modelos animais

Obtenção de proteínas heterólogas


Organismos
Geneticamente
Modificados
Organismos Genéticamente Modificados

• Organismos geneticamente modificados


(OMG) ou transgênicos, são aqueles que
recebem e incorporam genes de outras
espécies, através da técnica do DNA
recombinante.
Organismos Geneticamente Modificados

Objetivos
 A geração de transgênicos visa à obtenção de
características específicas por um organismo de
interesse.

 Resultados na área de transgenia já são


alcançados desde a década de 70, época na qual
foi desenvolvida a técnica do DNA recombinante.

 O primeiro transgênico foi a bactéria Escherichia


coli, que sofreu adição de genes humanos para a
produção de insulina na década de 1980.
Alimentos transgênicos

 Os alimentos transgênicos são


modificados geneticamente em
laboratórios com o objetivo de conseguir
melhorar a qualidade do produto.

 Os genes de plantas e animais são


manipulados e muitas vezes combinados.

 Os organismos geneticamente
modificados, depois da fase laboratorial,
são implantados na agricultura ou na
pecuária.
Alimentos transgênicos

Na agricultura, por exemplo, uma


técnica muito utilizada é a introdução
de genes que conferem tolerância a
herbicidas.
Alimentos transgênicos

Primeira Geração
 Nas culturas transgênicas que atualmente estão sendo
comercializadas foram incorporadas características da
chamada primeira geração (input traits), capazes de
conferir vantagens agronômicas simples, ou seja,
dependentes de genes únicos ou de alguns poucos
genes, dirigidas para a solução de estresses
ambientais.

 Essas incluem, em primeiro lugar, a tolerância a


herbicidas, seguida pela resistência a insetos e alguns
produtos resistentes a vírus. Neste grupo de plantas
transgênicas incluem-se, ainda, aquelas que
incorporaram vantagens como a tolerância a metais
tóxicos do solo, ao frio e a outros estresses abióticos.
Alimentos transgênicos

Primeira Geração
 A alta taxa de adoção de culturas com tais
características reflete a satisfação dos agricultores
com produtos que oferecem benefícios
significativos, como manejo mais flexível, menor
trabalho e mais alta produtividade, além de
benefícios econômicos e ambientais, pelo
decréscimo no uso de agroquímicos.
Alimentos transgênicos

Primeira Geração
 Exemplos:
 o mamão papaia (vírus da mancha anelar),
 o milho,
 soja
 e algodão que são fortalecidos contra insetos que
devoram as plantações.
 a batata que resiste a pragas e reduz absorção de
óleo durante o processo de fritura.
Alimentos transgênicos

Primeira Geração
 A empresa Monsanto recebeu parecer favorável da
CTNBio à produção em escala comercial da
semente de soja transgênica Roundup Ready
resistente à aplicação de herbicida à base de
Glifosate da mesma empresa, em dezembro de
1998.

 O parecer técnico-científico baseia-se na conclusão


de que a soja geneticamente modificada não oferece
riscos a saúde humana ou animal, e nem ao meio
ambiente.
Alimentos transgênicos

Segunda Geração
 A segunda geração de características introduzidas
em culturas transgênicas inclui aquelas capazes de
conferir a melhoria na qualidade do produto. Tais
características resultam em benefícios que serão
mais evidentes para os consumidores.

 A primeira característica de qualidade introduzida


numa cultura transgênica foi o amadurecimento
retardado no tomate Longa Vida, aprovado para
comercialização nos Estados Unidos em 1994.
Alimentos transgênicos

Segunda Geração
 A cenoura mais doce e contendo doses extras de
betacaroteno;

 O arroz com mais proteínas;

 A batata com retardo de escurecimento;

 A soja com genes de castanha-do-pará que


aumenta seu valor nutritivo.
Alimentos transgênicos

• O alimento pode ser enriquecido com um componente


nutricional essencial.
• Pode prevenir, reduzir ou evitar riscos de doenças,
através de plantas geneticamente modificadas para
produzir vacinas, ou iogurtes fermentados com
microorganismo geneticamente modificados que
estimulem o sistema imunológico.
• Resistência ao ataque de insetos, seca ou geada.
• Aumento da produtividade agrícola – plantas
resistentes à herbicidas.
• Uso de menos pesticidas.
• Plantas com maior vida comercial.
Alimentos Transgênicos

• Abacaxi: aumento no teor de açúcares


• Ameixa, mamão, melão, morango, pêra: amadurecimento
retardado
• Alface: menos deterioração pós-colheita
• Arroz: enriquecido com vitamina A
• Brócolis: maior tempo de vida útil
• Café: redução no teor de cafeína
• Feijão: com inserção de gene da castanha-do-pará para produzir
mais metionina.
• Girassol: melhor qualidade protéica
• Maçã: aumento de carboidratos e alteração no amadurecimento
• Mandioca: melhor composição nutricional
• Tomate: alteração no perfil de açúcares, elevação na proporção de
licopeno, aumento de enzimas antioxidantes
• Trigo: melhor digestibilidade e melhor qualidade protéica
• Uva: incremento de sabor.
DESVANTAGENS
Organismos Transgênicos

• Resistência das bactérias existentes no organismo


humano a antibióticos.
• Incerteza sobre os riscos à saúde humana.
• Alergias alimentares.
• Pode ter ação cancerígena.
• Perca da diversidade genética na agricultura.
• Variedades de plantas susceptíveis ao ataque de pragas
e doenças.
• Surgimento de superpragas.
• Extermínio de insetos benéficos para a agricultura.
• Mudanças na vida microbiana do solo.
Problemas Éticos
• Manipulação da herança genética com fins
eugênicos (depuração da espécie);

• Obtenção de microorganismos com


características antes inexistentes (resistência
a antibióticos; produção de toxinas,
doenças).
Problemas Éticos

• Foi enxertado no milho, gene de bactéria


Bacillus thuringiensis (Bt), com instruções
para fabricar substância tóxica para insetos,
mas não para o homem. A planta tornou-se
um inseticida;

• Em 1999 foi feita experiência com pólen de


milho transgênico e 44% das borboletas
monarca (não alvo) morreram.
Problemas Éticos

• Colocou-se gene da castanha-do-pará no


feijão para corrigir a proteína, pobre em
Metionina (aminoácido essencial).

• O novo feijão (PGM), acabou fugindo do


controle e, ao assumir mais metionina,
assumiu também as substâncias
alergênicas presentes na castanha-do-pará.
Alimentos transgênicos

Terceira Geração

Vacinas comestíveis

Animais Transgênicos

Proteínas recombinantes
Alimentos transgênicos

Vacinas Comestíveis
 A grande vantagem é que não necessitam ser
refrigeradas, pois o alimento protege as proteínas
da degradação. E, dentro das células vegetais, as
vacinas encontram-se protegidas do suco gástrico,
sendo liberadas gradativamente já no intestino
delgado.

 Desde o início das pesquisas com vacinas em


alimentos, os pesquisadores desconfiavam que
estas vacinas também teriam ação sobre a
imunidade mucosal.
Alimentos transgênicos

Vacinas Comestíveis
 Muitos agentes patológicos entram no corpo via
nariz, boca ou órgãos genitais;
 A primeira defesa do organismo é uma série de
membranas mucosas, localizadas nestas regiões.
 As vacinas injetáveis, em geral, não estimulam a
defesa mucosal;
 As vacinas comestíveis, teoricamente, deveriam ser
mais ativas nesta imunidade, pois entra em
contato íntimo com a mucosa do intestino.
 Deveriam, portanto, serem capazes de ativar a
imunidade mucosal e sistêmica.
Alimentos transgênicos

Vacinas Comestíveis
 A maior parte dos cientistas envolvidos com
vacinas comestíveis está pesquisando formas de
combater a diarréia, que é provocada por vários
agentes, como o Norwalk virus, o Vibrio cholerae e
Escherichia coli.

 A única terapia disponível é a re-hidratação, mas


algumas vezes não é suficiente. Não existe vacina,
ainda, de alcance mundial para a doença. No
Brasil, a morte por diarréia é, infelizmente, muito
comum em várias regiões.
Alimentos transgênicos

Vacinas Comestíveis
 Em 1995, William H. R. Langridge da Loma Linda
University obteve tomates e batatas com vacinas
para as três principais causas da diarréia.

 Alimentando animais (ratos, coelhos e macacos)


com estas frutas ou tubérculos, conseguiram
resultados excelentes: as cobaias tiveram respostas
positivas de imunidade mucosal e sistêmica, e não
contraíram a doença quando expostas aos agentes
patológicos reais.
Alimentos transgênicos

Vacinas Comestíveis
 Em 1997, vinte voluntários comeram batatas não
cozidas, contendo a sub-unidade B da toxina da E.
coli.
 Todos apresentaram estímulos das imunidades
sistêmica e mucosal.
 O mesmo grupo comeu outras batatas, contendo
vacina contra o Norwalk virus; 19 dos vinte tiveram
resultados positivos.
 No ano seguinte, Hilary Koprowski do Thomas
Jefferson deu alface geneticamente modificada
para conter um antígeno da hepatite B para três
voluntários; dois ficaram imunes a doença.
Alimentos transgênicos

Vacinas Comestíveis
 Estes resultados parecem deixar claro que as
vacinas comestíveis são, de fato, eficazes.

 A comunidade científica vê com bons olhos e vários


órgãos de saúde pública, como a NIH e a Unicef, já
investem bastante dinheiro nesta área.

 Entretanto, várias questões ainda devem ser


respondidas, e vários problemas precisam ser
resolvidos, antes da liberação em massa destas
vacinas.
Alimentos transgênicos

Vacinas Comestíveis
 Dentre os obstáculos, está a escolha das
plantas corretas - e cada planta apresenta seu
próprio desafio.

 As batatas são ideais: se propagam


rapidamente e podem ser estocadas por longos
períodos.

 A desvantagem é que devem ser ingeridas sem


cozimento, o que não é uma prática comum.
Alimentos transgênicos

Vacinas Comestíveis
 As folhas de tabaco, extensivamente estudadas,
não fazem parte da dieta de nenhuma população.

 As bananas não precisam ser cozidas, mas suas


árvores levam anos para dar frutos, e estes são
sazonais. Além disso, após colhidas as bananas
apodrecem rapidamente.

 Por isso, mais plantas tem sido testadas, como


alface, cenouras, amendoins, trigo, milho arroz e
soja.
Alimentos transgênicos

Vacinas Comestíveis
 Outra questão: o consumo cotidiano de vacinas
poderia causar um fenômeno conhecido como
tolerância oral - o organismo pode simplesmente
passar a desligar suas defesas contra estas
proteínas, se tornando suscetível ao ataque do
agente patológico real.

 Além disso, alguns cientistas advertem para o fato


de que a mãe que come o alimento com vacina
estaria indiretamente vacinando o seu filho, quer
seja o feto, através da placenta, ou o bebê, pela
amamentação.
Animais Transgênicos

 Em 1997, o primeiro bovino transgênico, a vaca


Rosie, produzia leite enriquecido com a proteína
humana lactoalbumina.

 Esse leite transgênico é mais nutritivo para


humanos que o leite natural, e poderia ser
introduzido na alimentação de crianças com
carência de nutrientes específicos.

 Há também pesquisas em curso voltadas para a


produção de leite transgênico contendo as
proteínas necessárias para o tratamento de
doenças como fenilcetonúria, enfisema hereditário
e fibrose cística.
Animais Transgênicos
 Recentemente foi aprovada pela Agência Européia de
Medicina a produção pioneira de antitrombina humana
pela empresa americana GTC Biotherapeutics, valendo-
se de cabras transgênicas como biorreatores.

 O novo medicamento se chama Atryn e será


comercializado no próximo ano na Grã-Bretanha e em
outros países europeus.

 A antitrombina é uma proteína presente no sangue com


propriedades anti-coagulantes e antiinflamatórias, que
pode ser utilizada no tratamento de portadores de uma
doença genética rara conhecida como deficiência
hereditária de antitrombina.
Animais Transgênicos

 A tecnologia utilizada para o desenvolvimento


de animais trangênicos, conduz de alguma
forma a dois grandes problemas cruciais: a
eficiência e a velocidade com que um produto
comercial pode ser produzido.

 Os métodos em andamento, levam à baixa


natalidade e pouco sucesso de vida (10%) dos
animais transgênicos. A eficiência da
transferência nuclear é baixa e muitos embriões
sofrem anomalias e são inviáveis.
Animais Transgênicos

Suínos alterados
geneticamente
em laboratório produzem
gordura Mosquito Transgênico
que faz bem para o coração! Incapaz de transmitir a
dengue!
Animais Transgênicos
Criado no EUA, o
primeiro primata
geneticamente modificado
do mundo, teve um gene
do animal marinho inserido
em seu DNA.

Nova cobaía transgênica


–muito mais semelhante
ao homem do que os
tradicionais ratos
modificados de laboratório.
Animais Transgênicos
Porcos

Conquista de
importância – porcos
poderão ser fornecedores
geneticamente potenciais
de órgãos

Inglaterra – uma porca de 100 kg gerou 5 porquinhas


idênticas.
Animais Transgênicos
Porcos
Geração de modelos animais para estudos biomédicos e
xenotransplantes
Objetivos Científicos:
• Simular doenças humanas por meio de pesquisas
biomédicas, usando animais geneticamente modificados.
Ex: ratos, coelhos e macacos
Animais Transgênicos
Países Produtores de Transgênicos
 A soja geneticamente modificada foi a principal
lavoura de transgênicos em 2005, ocupando
54,4 milhões de hectares (60% da área GM
global).

 Seguida pelo milho (21,2 milhões de hectares


com 24% da área GM global).

 Algodão (9,8 milhões hectares com 11%)

 Canola (4,6 milhões de hectares com 5,0% da


área global semeada com lavouras GM).

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