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GESTÃO DO PROGRAMA
DE CONTROLE DE
INFECÇÕES RELACIONADAS
À ASSISTÊNCIA À SAÚDE
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1.1 Estratégias do Plano de ação da Vigilância Sanitária em Resistência aos
Antimicrobianos
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1.2 Diretriz nacional para elaboração de programa de gerenciamento do
uso de antimicrobianos em serviços de saúde
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A publicação da Anvisa (Anvisa, 2017b, p. 13) que define a Diretriz Nacional
para Elaboração de Programa de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos em
Serviços de Saúde aponta que o
TEMA 2 – FARMACOVIGILÂNCIA
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desses produtos – o forte suporte da mídia faze com que seja fantasiado o poder
sacralizado da ciência e da tecnologia sobre a vida dos mortais (Rocha 2014).
A OMS conceitua a farmacovigilância como ciência e atividade relativa à
identificação, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou
quaisquer problemas relacionados ao uso de medicamentos. Com essa definição,
a farmacovigilância passa a ter cobertura maior, envolvendo não apenas reações
adversas, mas, sim, todo e qualquer evento adverso relacionado aos
medicamentos (OMS, 2002). Pode-se perceber que a farmacovigilância protege
as pessoas de agravos causados por produtos comercializados, por meio da
identificação antecipada do risco e intervenção oportuna (Rocha, 2014).
A farmacovigilância inicia já na pesquisa clínica de registro do
medicamento, passando para seu uso, comercialização, administração e logística.
Podemos resumir que o sistema de farmacovigilância deve ser capaz de identificar
possíveis problemas relacionados ao uso de medicamentos de forma efetiva e
oportuna, a fim de prevenir ou minimizar eventuais danos à saúde dos indivíduos.
O Conselho Federal de Farmácia (CFF, 2021) explica que a
farmacovigilância garante que benefícios relacionados ao uso dos medicamentos
sejam maiores que riscos que eles podem causar, porque a atuação da
farmacovigilância analisa eventos adversos causados por desvios da qualidade
de medicamentos, inefetividade terapêutica, erros de medicação, uso de
medicamentos para indicações não aprovadas no registro, uso abusivo,
intoxicações e interações medicamentosas.
2.1 Notificação
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Vale lembrar que o Núcleo de Segurança do Paciente dos serviços de
saúde cadastrados na Anvisa efetuam a notificação de evento adverso na
Notivisa. Cabe à Comissão de Controle de Infecções Hospitalares, também
previamente cadastrada, proceder à notificação de infecções relacionadas à
assistência à saúde e resistência microbiana. O profissional liberal deve fazer a
notificação de incidentes e eventos adversos, obtendo o Cadastro do Profissional
Liberal no site da Anvisa.
A Rede Nacional de Investigação de Surtos e Eventos Adversos em
Serviços de Saúde (Reniss) contém cadastrados os colaboradores que notificam
agregados de casos e surtos em serviços de saúde, considerando que o surto de
determinado agravo pode ser definido quando existe um aumento estatístico
significativo de determinado evento adverso, acima dos valores máximos
esperados ou do limite superior endêmico, ou quando há confirmação da
ocorrência de um caso ou agregado de casos de infecção ou colonização por
micro-organismo que não havia sido anteriormente isolado no serviço de saúde.
Outra notificação importante que envolve os medicamentos é a de queixas
técnicas. Elas correspondem à alteração ou irregularidade de um produto ou
empresa relacionada a aspectos técnicos ou legais e que poderão, ou não, causar
danos à saúde individual e coletiva. Qualquer cidadão ou profissional de saúde,
liberal ou de instituição pública ou privada, pode notificar uma suspeita de queixa
técnica de medicamento.
A Anvisa aponta que se deve notificar suspeitas de irregularidade sanitária,
seja por afastamento dos parâmetros de qualidade de um produto, exigidos no
processo de registro do medicamento junto à Anvisa, ou por outras práticas
ilegais, tais como empresas clandestinas, produtos falsificados ou sem registro,
venda de medicamentos a empresas sem autorização de funcionamento. A
notificação é sigilosa e só pode ser divulgada fora do âmbito da vigilância sanitária
em caso de risco à comunidade, respeitando o direito de anonimato dos cidadãos.
A RDC n. 04, de 10 de fevereiro de 2009, refere-se à notificação de eventos
adversos relacionados ao uso de medicamentos e passou a ser compulsória a
todos os detentores do registro de medicamentos em território nacional. São
considerados eventos adversos nessa RDC: suspeita de reações adversas a
medicamentos; desvios da qualidade de medicamentos, decorrentes do uso não
aprovado de medicamentos; interações medicamentosas; inefetividade
terapêutica, total ou parcial; intoxicações relacionadas a medicamentos; uso
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abusivo de medicamentos; e erros de medicação, potenciais e reais (Anvisa,
2009). Os detentores de registro de medicamentos devem realizar suas
notificações no Notivisa.
Também em 2009 é publicada a Portaria n. 1.660, de 22 de julho de 2009,
que institui o Sistema de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária
(Vigipos), no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), como
parte integrante do Sistema Único de Saúde (SUS), para monitoramento, análise
e investigação dos eventos adversos e queixas técnicas relacionados aos serviços
e produtos sob vigilância sanitária na fase de pós-comercialização/pós-uso.
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Em 2009, a Anvisa publicou a primeira norma específica de
farmacovigilância destinada aos detentores de registro de medicamentos, a
RDC n. 04, de 10 de fevereiro, bem como seus desdobramentos de
regulamentação: Instrução Normativa n. 14, de 27 de outubro de 2009 e os Guias
de Farmacovigilância para Detentores de Registro de Medicamentos. Nessa
direção, a Anvisa vem editando e fortalecendo as bases legais da
farmacovigilância no Brasil, inclusive nas ações de vigilância pós-comercialização
de medicamentos, como exemplo aos medicamentos: oseltamivir (RDC 45/2009),
à talidomida (Resolução MS 11/2011) e sibutramina (RDC 50/2014).
Em 2001, o Ministério da Saúde publica a Portaria n. 696, de 7 de maio,
que institui o Centro Nacional de Monitorização de Medicamentos (CNMM),
sediado na Unidade de Farmacovigilância da Anvisa, diante da necessidade de
implementar a Política Nacional de Medicamentos para desenvolvimento das
ações de farmacovigilância, visando assegurar o uso racional de medicamentos.
Em 2013, a Anvisa publicou a RDC n; 36/2013, que institui ações para
segurança do paciente em serviços de saúde e torna compulsória a notificação de
eventos adversos pelo Núcleo de Segurança do Paciente. A RDC n. 44, de 17 de
agosto de 2009, estabeleceu que o farmacêutico das farmácias e drogarias deve
contribuir para a farmacovigilância, notificando ocorrência ou suspeita de evento
adverso ou queixa técnica às autoridades sanitárias. Em 2009, foi instituído o
Sistema de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária (Vigipos), por meio
da Portaria n. 1.660, de 22 de julho de 2009, visando monitorar, analisar e
investigar eventos adversos e queixas técnicas relacionados aos serviços e
produtos sob vigilância sanitária na fase de pós-comercialização/pós-uso.
Para finalizar vamos apontar ainda duas RDCs: a RDC n. 47, de 8 de
setembro de 2009, que determina que a Anvisa pode exigir alterações nos textos
de bulas, sempre que julgar necessário, com base em informações provenientes
da farmacovigilância; e a RDC n. 60, de 26 de novembro de 2009, que estabelece
que procedimentos adotados para notificações de eventos adversos a
medicamentos devem ser os mesmos para as amostras grátis. Destacamos que
normativas, regulamentações e orientações estão em constante aprimoramento e
atualização, necessitando que o gestor seja proativo em manter seu grupo e sua
instituição atualizada; vale também utilizar a estratégia de benchmarking.
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TEMA 4 – CONTROLE DE MEDICAMENTOS À BASE DE SUBSTÂNCIAS
CLASSIFICADAS COMO ANTIMICROBIANOS
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de saúde (Anvisa, 2017, p. 8). O gestor deve estra ciente que as consequências
diretas das infecções causadas por microrganismos resistentes aos
antimicrobianos são graves, incluindo aumento da morbidade e mortalidade,
aumento do período de internação, redução ou perda da proteção para pacientes
submetidos a diversos procedimentos (como cirúrgicos, quimioterápicos e
transplantes), redução do arsenal tecnológico ou falta de opção terapêutica para
tratamento diante de alguns microrganismos causadores da infecção. Autores
apontam que se a eficácia dos antibióticos for perdida, não haverá alternativas
confiáveis e rápidas para tratar infecções bacterianas, incluindo pneumonias
bacterianas, doenças transmitidas por alimentos e Infecções relacionadas à
assistência à saúde.
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REFERÊNCIAS
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NUNES, A. M. C. Conceitos básicos de farmacovigilância. In: CASTRO, C. G. S.
O. (coord.). Estudos de utilização de medicamentos: noções básicas. Rio de
Janeiro: Editora Fiocruz, 2000, p.106-126.
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