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República de Moçambique

Plano Nacional de Acção Contra a


Resistência Antimicrobiana
2019 - 2023

Moçambique

2019
FICHA TÉCNICA

Autor: Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar


Título: Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana 2019-2023
1ª Edição
Maputo, 2019
Tiragem: 100 exemplares
Maquetização e Impressão: LEIMA IMPRESSÕES ORIGINAIS,LDA
Com apoio de: Organização Mundial da Saúde (OMS)

Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana


Moçambique
ÍNDICE
PREFÁCIO ...............................................................................................................................................4

DEFINIÇÕES E ABREVIATURAS ...........................................................................................................5

1. ANTECEDENTES DA RESISTÊNCIA ANTIBIÓTICA EM MOÇAMBIQUE ........................................9

2. ABORDAGEM INTEGRADA “ONE HEALTH” E PRINCIPAIS INTERVENIENTES


NO PLANO NACIONAL DE ACÇÃO CONTRA A RESISTÊNCIA ANTIBIÓTICA ................................13

2.1 Gestão e Monitoria do Plano Nacional de Acção ..........................................................................14

2.2 Objectivos e Visão do Plano Nacional de Acção ...........................................................................16

2.3 Conteúdo do Plano Nacional de Acção .........................................................................................17

PARTE A: INTERVENÇÕES ESTRATÉGICAS PARA CONTROLAR A


RESISTÊNCIA ANTIBIÓTICA .........................................................................................................19

Melhorar a Consciencialização e a Compreensão da Resistência Antimicrobiana e Educar os


Profissionais de Saúde, os Fazedores de Políticas e o Público no Uso Adequado ...................................21

Reduzir a Incidência de Infecções por Meio de Medidas Eficazes de Saúde Pública - Vacinação,
Saneamento do Meio, Higiene, Biossegurança e Medidas de Prevenção e Controlo da Infecção ...................23

Reforçar o Conhecimento por Meio da Vigilância da Resistência Antimicrobiana, Assegurar a


Sustentabilidade Através do Financiamento, Pesquisa e Desenvolvimento .............................................24

Reforçar a Gestão da Cadeia de Abastecimento Farmacêutica,


para Assegurar um Acesso Adequado aos Antimicrobianos para Tratar Infecções ..................................27

Optimizar a Utilização dos Antimicrobianos em Seres Humanos e Animais ...........................................29

Rever os Factores que Promovem o Uso Excessivo de


Antimicrobianos e Assegurar o Uso Racional no País .........................................................................32

PARTE B: PLANOS E PROCESSOS DE IMPLEMENTAÇÃO .................................................................35

Actividades Prioritárias para a Implementação - Saúde Humana ........................................................36

Actividades Prioritárias para a Implementação - Saúde Animal ..........................................................38

Actividades por Objectivo Estratégico ................................................................................................41

ANEXOS ................................................................................................................................................57

ANEXO 1 – PRINCIPAIS ACTORES ENVOLVIDOS NO PLANO NACIONAL DE ACÇÃO .................58

ANEXO 2 – MEMBROS DO GRUPO DE TRABALHO PARA A


RESISTÊNCIA AOS AGENTES ANTIMICROBIANOS .....................................................................60

ANEXO 3 – MENSAGENS CHAVE PARA A SENSIBILIZAÇÃO DO PÚBLICO ...............................63

ANEXO 4 – ACÇÕES QUE NECESSITAM DE FINANCIAMENTO


E ASSISTÊNCIA TÉCNICA DOS PARCEIROS ................................................................................64

Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana


Moçambique
Prefácio

A resistência antimicrobiana (RAM) não é um fenómeno recente. As bactérias responsáveis pelas


infecções comuns tornaram-se resistentes a cada novo antibimicrobiano desenvolvido, com consequente
evolução da Resistência Antimicrobiana para uma ameaça à medicina moderna e a todo o investimento
global e nacional para travar todas as doenças infecciosas que afectam a saúde pública, incluído as de
grande impacto como HIV, TB e Malária. Factores agravantes para a situação global da resistência
antimicrobiana são o dobro de número de mortes por infecções resistentes em relação às infecções
por microoganismos sensíveis; o custo elevado do tratamento das infecções resistentes e o número
extremamente limitado de antimicrobianos na linha de desenvolvimento.

O uso excessivo e inadequado de antimicrobianos na saúde humana, animal e na produção de alimentos


é o maior condutor da resistência antimicrobiana. Estas fazem parte dos vários sectores de intervenção
na contenção da resistência antimicrobiana, a qual exige uma acção cada vez mais urgente.

O Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana (PNA), foi elaborado segundo a
abordagem “One Health” e ele atesta o compromisso de Moçambique, para promover e facilitar acções
para conter a resistência antimicrobiana e garantir que antibióticos eficazes estejam disponíveis no
futuro.

A responsabilidade da sua implementação deve ser compartilhada e a coordenação das diferentes


contribuições necessárias exige uma liderança firme, recursos adicionais e um compromisso sólido dos
vários intervenientes.

Este PNA está dividido em 2 partes, nomeadamente, a primeira com 6 intervenções estratégicas e a
segunda com o respectivo plano de implementação e algumas intervenções chave.

O plano é resultado do trabalho do GARP, um grupo multissectorial que envolveu as áreas de saúde
humana, animal, ambiente, pescas, agricultura, instituições académicas e de pesquisa, associações
profissionais e parceiros de cooperação, os quais saúdo pelo notável trabalho realizado e por terem
contribuído com o seu saber e esforço para que o mesmo se tornasse uma realidade.

Maputo, de Dezembro de 2018

A Ministra da Saúde O Ministro da Agricultura e Segurança Alimentar

Dra. Nazira Karimo Vali Abdula Dr. Higino Marrule

Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana


Moçambique
DEFINIÇÕES E
ABREVIATURAS
Definições biológico para identificar os agentes patogénicos e
orientar a decisão terapêutica através da promoção
Antibiótico: é qualquer medicamento capaz de da selecção apropriada e atempada e recolha de
combater uma infecção causada por microrga- amostras, testagem, e reporte dos resultados.1
nismos que causam infecções a outro organismo.
Trabalhadores ou profissionais de saúde: inclui
Agente Antimicrobiano: é uma substância natu- Médicos, Enfermeiros, Farmacêuticos, Técnicos
ral, semi-sintética ou sintética, com capacidade e agentes de saúde, e os trabalhadores comu-
de matar ou inibir o crescimento de microrga- nitários da saúde, tais como Agentes Polivalen-
nismos. Por exemplo: antifúngicos, antibióticos, tes Elementares. Para além disso, inclui outros
anti-parasitários, etc. Portanto, os antibióticos agentes, mesmo sem serem profissionais de saú-
são agentes antimicrobianos, mas nem todos os de mas que o sistema nacional de saúde reco-
agentes antimicrobianos são antibióticos. nhece o seu papel e são integrados no sistema de
saúde, nomeadamente as parterias tradicionais e
Gestão dos antimicrobianos: é um programa que agentes e praticantes de medicina tradicional.
promove o uso adequado de antimicrobianos (in-
cluíndo antibióticos), melhora os resultados dos Infecção associada aos cuidados de saúde: trata-se
pacientes, reduz a resistência aos agentes anti- de uma infecção que é adquirida ou contraída numa
microbianos, e diminui a propagação das infec- unidade sanitária ou que ocorre como resultado di-
ções causadas por organismos multirresistentes. recto de uma intervenção em saúde. Deve haver evi-
dências de que a infecção não estava a ser incubada
Resistência antimicrobiana (RA): é a capacidade no momento do primeiro internamento numa unida-
de um agente microbiano sobreviver à acção de de sanitária. Também são referidas como infecções
uma substância, antibiótico ou agente antimicro- nosocomiais ou adquiridas no hospital.
biano (quando administrado em doses adequa-
das e em intervalos de tempo apropriados). Higiene: são condições e práticas que ajudam um
indivídio a manter a saúde e prevenir a aquisição
Biossegurança: Conjunto de medidas voltadas e a propagação de doenças. Por exemplo, sanea-
para prevenção, minimização ou eliminação de mento do meio ambiente, desinfecção ou esteri-
riscos inerentes às actividades de pesquisa, pro- lização de equipamentos, a higiene das mãos e
dução, ensino, desenvolvimento tecnológico e eliminação segura de resíduos médicos.
prestação de serviços, que podem comprometer a
saúde do homem, dos animais, do meio ambiente Vigilância: é um processo que envolve a colheita,
ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. gestão e análise dos dados até à produção de re-
latórios neste caso, sobre infecções que ocorrem
Prevenção e controlo da infecção: é um progra- nas unidades sanitárias. A vigilância à resistência
ma abrangente que engloba todos os aspectos antimicrobiana ou agentes antimicrobianos, inclui
desde a educação e formação, vigilância, gestão dados sobre a resistência a agentes patogénicos
do ambiente, gestão de resíduos, investigação de bacterianos específicos, integrado com uma disse-
surtos, elaboração e actualização de políticas de minação rápida de resultados para o uso na pla-
prevenção e controlo de infecção, directrizes e nificação, implementação e avaliação do peso da
protocolos, limpeza, desinfecção e esterilização, resistência aos antimicrobianos e para fornecer
até à saúde dos funcionários e gestão da qualida- informações necessárias para apoiar as estratégias
de no controlo da infecção. locais e nacionais.
Manejo do diagnóstico: é a intervenção para melho-
1
OMS, Projecto de Manual de Implementação sobre Vigilância Global da Resistência
rar e medir o uso adequado de diagnóstico micro- Antimicrobiana (GLASS) Junho de 2015
http://www.fao.org/biosecurity/

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Moçambique
ABREVIATURAS
APE Agente Polivalente Elementar
BPF Boas Práticas de Farmácia
CDC Centros de Controlo e Prevenção de Doenças
CDDEP Centro para Dinâmica, Economia e Política das Doenças
CHTF Comité Hospitalar de Terapêutica e Farmácia
CISM Centro de Investigação em Saúde de Manhiça
CMAM Central de Medicamentos e Artigos Médicos
CMCM Conselho Municipal da Cidade de Maputo
DNAM Direcção Nacional de Assistência Médica
DNF Direcção Nacional de Farmácia
DNSP Direcção Nacional de Saúde Pública
DINAV Direcção Nacional de Veterinária
FAO Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura
FAVET Faculdade de Veterinária da Universidade Eduardo Mondlane
GARP Parceria Global de Resistência aos Antibióticos
Hib Haemophilus influenzae Tipo b
INS Instituto Nacional de Saúde
ISCISA Instituto Superior de Ciencias de Saúde
M&A Monitoria e Avaliação
MASA Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar
MEF Ministério da Economia e Finanças
MIMAIP Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas
MINED Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano
MISAU Ministério da Saúde
MITADER Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural
MOPHRH Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos
OIE Organização Mundial da Saúde Animal
OMS Organização Mundial da Saúde
PAG Plano de Acção Global
PAV Programa Alargado de Vacinação
PCI Programa de Prevenção e Controlo da Infecção
PGA Programa de gestão de antimicrobianos
PMA Programa de Manejo de Antimicrobianos
PNA Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
RA Resistência Antimicrobiana
SMI Saúde Matero e Infantil
USAID Agência Internacional de Desenvolvimento do Governo Americano (missão em
Moçambique)

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Moçambique
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Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
1
ANTECEDENTES
DA RESISTÊNCIA
ANTIMICROBIANA
EM MOÇAMBIQUE

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Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
A resistência antimicrobiana (RA) é uma amea- sional que presta cuidados de saúde pri-
ça global da saúde pública, especialmente em mários e do clínico geral é fundamental
países de rendimento baixo e médio como Mo- para a implementação do uso racional dos
çambique, onde a carga da doença infecciosa é medicamentos. Serão ainda fundamentais
elevada especialmente para as crianças menores as intervenções de apoio à prestação de
de 5 anos de idade e tem um impacto significati- cuidados através de normas de tratamento
vo sobre a esperança de vida à nascença. para doenças comuns, uma disponibilida-
de de antibióticos a nível dos cuidados de
O sistema de saúde de Moçambique é frágil e saúde primários, e uma educação de alta
enfrenta enormes desafios que precisam ser con- qualidade dos profissionais de saúde com a
siderados no desenvolvimento de intervenções criação da consciência sobre a resistência
contra a RA. Esses desafios incluem: antibiótica;
• Elevada mortalidade em menores de cinco • O país é vasto e tem desafios significativos
anos de idade, devido às infecções agudas em termos de recursos - unidades sanitá-
do aparelho respiratório, doenças bacte- rias, laboratórios, profissionais de saúde
rianas invasivas e infecções entéricas, que e medicamentos. Medidas efectivas para
são responsáveis por uma grande propor- controlar a resistência antibiótica devem
ção da mortalidade em Moçambique e, contribuir para fortalecer o sistema de
portanto, a ênfase nas intervenções contra saúde em geral, e melhorar o acesso a es-
a resistência antibiótica neste grupo etário tes recursos de saúde e aos medicamentos;
pode ter um grande impacto. Guias de tra-
tamento para essas infecções comuns tam- • As políticas e legislação que regulam a
bém precisarão de ser actualizadas para utilização de medicamentos em seres hu-
reflectir os padrões locais de resistência a manos e na saúde animal / agricultura são
antibióticos, detectados através da vigilân- obsoletas e mal aplicadas. Para implemen-
cia à resistência antibiótica; tar efectivamente o PNA em Moçambique
é necessário actualizar ou desenvolver re-
• A disponibilidade dos testes rápidos e me- gulamentos de gestão dos medicamentos
dicamentos de malária contribui de uma para ter um sistema de saúde que esteja
maneira significativa e directa para a incentivado para o uso de antibióticos de
redução da mortalidade. Contudo, o uso forma adequada e racional.
destes testes rápidos no manejo de casos
de febre associado à ausência de um teste Em Julho de 2015, foi publicada uma análise da
para exclusão das infecções bacterianas, situação de uso e perfil da resistência antibiótica
concorre para o aumento do uso indiscri- em Moçambique2. A análise da situação faz re-
minado dos antibióticos no tratamento das comendações gerais sobre intervenções no país
“febres não maláricas”. Portanto, a malá- que irão “preservar a eficácia dos antibióticos,
ria é uma doença que deve ser monitorada garantindo simultaneamente a sua utilização efi-
como parte do programa de vigilância à caz contra a doença”.
resistência antibiótica e deve ser incluída
na implementação efectiva do plano PNA; Este PNA surge em resposta às recomendações
da análise situacional de resistência antibiótica
• As infecções adquiridas na comunidade e do movimento internacional liderado pela Or-
são mais prevalentes do que as infecções ganização Mundial da Saúde (OMS), Organi-
hospitalares; portanto, o papel do Agente zação das Nações Unidas para a Alimentação
Polivalente Elementar (APE), do profis- 2
Análise Situacional e recomendações: Uso e Resistência aos Antibióticos em
Moçambique, CISM, CDDEP, Ministério da Saúde, Julho 2015

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Moçambique
e Agricultura (FAO) e Organização Mundial da propõe estratégias fundamentais que são neces-
Saúde Animal (OIE) que recomendou que os sárias para uma intervenção eficaz contra a RA
países membros desenvolvessem os seus PNA’s em particular, e o fortalecimento do Sistema de
até Maio de 2017, em resposta ao aumento da Saúde no geral, em todo o país.
resistência antimicrobiana no mundo. O Plano

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Moçambique
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Moçambique
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ABORDAGEM
INTEGRADA
“ONE HEALTH”
E PRINCIPAIS
INTERVENIENTES
NO PLANO
NACIONAL DE
ACÇÃO CONTRA
A RESISTÊNCIA
ANTIMICROBIANA

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Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Como está descrito no Plano de Acção Global da • Ministério da Agricultura e Segurança Ali-
OMS, FAO e OIE, a luta contra a RA em qual- mentar (MASA);
quer país deve seguir uma abordagem intergra-
da comumente designada de abordagem “One • Ministério da Terra, Ambiente e Desenvol-
Health” - um esforço de integração de várias dis- vimento Rural (MITADER);
ciplinas e vários sectores do governo e parceiros
• Ministério do Mar, Águas Interiores e Pes-
de trabalho a nível local, nacional e global, para
cas (MIMAIP);
alcançar a saúde ideal para as pessoas, animais
e meio ambiente. Juntos, os três formam a tríade • Ministério da Economia e Finanças
da abordagem integrada “One Health“, onde a (MEF);
saúde de cada um está intimamente ligada aos
outros na tríade, ou seja, a saúde das pessoas • Ministério das Obras Públicas, Habitação
está correlacionada com a saúde dos animais e e Recursos Hídricos (MOPHRH);
as condições do meio ambiente. Por esta razão, o
• Ministério da Educação e Desenvolvimen-
PNA em Moçambique envolveu os principais in-
to Humano (MINED);
tervenientes na
​​ saúde humana, animal e ambien-
tal, conforme descrito no Anexo 1, bem como Por outro lado, o grupo técnico, composto por
parceiros-chave que apoiam a saúde em todos vários sub-grupos em função das especificações,
os sectores. Esta lista de participantes foi sendo deverá incluir:
ampliada à medida que mais intervenientes fo-
ram sendo identificados e envolvidos no processo • Académicos e especialistas clínicos abran-
de desenvolvimento do PNA de Moçambique. gendo as seguintes especialidades:

o Microbiologia,
2.1 Gestão e Monitoria do Plano Nacional o Farmácia,
de Acção
o Farmacologia clínica,

Para assegurar que as acções deste plano serão o Pediatria e Medicina interna,
levadas a cabo com a supervisão necessária e
uma boa gestão, terá que ser implementada uma o Controlo de infecção,
estrutura de governação ou gestão nacional do
o Doenças infecciosas,
PNA. Na composição da mesma devem constar
representantes de cada uma das principais ins- o Veterinários,
tituições implementadoras e de parceiros-chave,
incluíndo os sectores de saúdes humana e animal, o Saúde Pública
agricultura, pescas e ambiental uma estrutura de
gorvenação com composição multissectorial. Os o Fortalecimento de Sistemas de Saúde,
membros do grupo técnico, que participaram na
o Saneamento do meio,
elaboração deste PNA, podem actuar como se-
cretariado da estrutura governativa do PNA. o Laboratórios públicos e privados,

Portanto, os membros da estrutura de governa- • Ordem dos Médicos Veterinários,


ção para a gestão do PNA, deverão incluir os
seguintes representantes: • Ordem dos Médicos e associações profis-
sionais
• Ministério da Saúde (MISAU);

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Moçambique
• Ordem dos Enfermeiros, e veterinários, nos currícula de formação e
na educação contínua desses profissionais
• Associação de Farmacêuticos, e de outros utilizadores, bem como daque-
les que prescrevem e dispensam antibió-
• Instituições de pesquisa,
ticos;
• Instituições de educação e formação, fa-
c) Criar uma base de evidência através do
culdades de ciências de saúde e veteriná-
estabelecimento de um sistema nacional
rias,
de vigilância e comunicação do uso de an-
• Inspecção Nacional, timicrobianos, resistência e níveis de resí-
duos nos seres humanos, e nos produtos de
• Representantes de produtores de alimen- agricultura, meio ambiente, carne e peixe;
tos e associações de criadores de gado,
comerciantes, proprietários de farmácias e d) Promover estratégias de prevenção da RA
de laboratórios, com foco na prevenção e controlo das in-
fecções, melhoria dos programas de vaci-
• Representantes de Associações de doentes nação em seres humano e aninais, fortale-
e da sociedade civil, cimento dos programas de biossegurança e
de higiene ambiental;
• Doadores e parceiros como a OMS, FAO,
USAID, OIE e Centros de Controlo e Pre- e) Institucionalizar sistemas eficazes de ges-
venção de Doenças (CDC). tão de antibióticos a nível nacional, provin-
cial e institucional, tanto no sector público
O papel principal da estrutura de gestão será o
como privado, usando a abordagem inte-
de fornecer a orientação estratégica, monitorar e
grada “One Health”;
supervisionar a implementação do plano, apoiar
a avaliação e mobilizar fundos nacionais e inter- f) Implementar mecanismos de controlo de
nacionais para permitir que as várias actividades registo e importação de antibióticos (ou
estejam alinhadas, coordenadas e sejam imple- outros agentes antimicrobianos ou medi-
mentadas. Deve apresentar anualmente o relató- camentos no geral) de qualidade e garantir
rio sobre as suas actividades, conjuntamente aos a importação e distribuição por atacado a
Ministros da Saúde, da Agricultura e Segurança distribuidores e utilizadores licenciados;
Alimentar, da Terra, Ambiente e Desenvolvimen-
to Rural, do Mar, Águas Interiores e Pescas, da g) Monitorar e fornecer evidências para
Economia e Finanças, das Obras Públicas, Ha- apoiar a selecção, aquisição e distribuição
bitação e Recursos Hídricos, da Educação e De- adequada de agentes antimicrobianos em
senvolvimento Humano. seres humanos e animais, incluindo peixes;

As suas principais tarefas devem incluir: h) Garantir que os mecanismos implementa-


dos para reduzir os incentivos para o uso
a) Realizar campanhas nacionais de advoca- excessivo de agentes antimicrobianos este-
cia, sensibilização e educação para reduzir jam a ter o impacto desejado;
o uso inapropriado de antibióticos na saú-
de humana e animal; i) Produzir um relatório anual sobre a situa-
ção do uso e resistência dos antibióticos
b) Criar programas sobre a monitoria da re- no país incluíndo o ponto de situação da
sistência antibiótica e o uso racional de implementação do PNA;
medicamentos para profissionais de saúde

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Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
j) Mobilizar financiamento para a imple-
mentação do PNA e garantir o envolvi-
mento dos parceiros nas actividades do
PNA.

Entretanto, cada um dos Ministérios deve garan-


tir a indicação dos seus membros para as activi-
dades relativas à Resistência Antimicrobiana, o
que irá garantir a implementação das activida-
des do PNA, incluindo a planificação financeira.

Portanto: Figura 1. Equipa envolvida no desenvolvimento do PNA, durante o segundo grupo de


trabalho no Hotel VIP em Maputo, Moçambique
• No MISAU, as Direcções Nacionais de
Farmácia, Saúde Pública e Assistência 2.2 Objectivos e Visão do Plano
Médica serão os responsáveis primários​​ Nacional de Acção
pela implementação do plano, incluindo os
programas e outras direcções envolvidas O PNA foi elaborado com o objectivo de gerir as
no processo de procura, distribuição, utili- acções para o combate à RA, reduzir o aumento
zação e inspecção dos medicamentos; de infecções microbianas resistentes e melhorar
os resultados do tratamento dos doentes em Mo-
• No MASA, a Direcção Nacional de Veteri- çambique. Através da sua implementação não só
nária será a responsável; vai beneficiar a redução da RA mas também aju-
dará a fortalecer o sistema de saúde em todo o
• Cada Ministério deve avaliar o seu pessoal país, bem como contribuirá para reduzir os cus-
e a capacidade existente para estabelecer tos ao sector de saúde a longo prazo, reduzindo
se é necessário uma assistência técnica a perda de produtividade devido aos efeitos da
adicional ou devem ser contratados novos resistência aos antibióticos.
funcionários para gerir as acções e respon-
sabilidades do Ministério na implementa-
ção do PNA. A visão do PNA é assegurar o uso racional
dos antimicrobianos em seres humanos,
O combate à RA deve ser incorporado no Plano animais e peixes e reduzir a presença
Económico e Social de cada Ministério. de antimicrobianos no ambiente para
evitar o desenvolvimento e propagação
A estrutura de gestão deve ser adaptada e repli- de organismos resistentes em seres
cada na Província, Distrito, Unidade Sanitária e humanos e animais e desta maneira
preservar a eficácia dos antimicrobianos
na Comunidade.
no futuro.
No entanto, a instalação dessa estrutura de ges-
tão multissetorial e multidisciplinar requer tem-
po para se estabelecer; assim, de um modo pro-
visório, poderá ser criado um grupo de trabalho
com os principais actores de todos os sectores
intervenientes na implementação para começar
com algumas das acções deste PNA.

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Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
2.3 Conteúdo do Plano Nacional de Acção

Plano Nacional de Acção

Parte A: Parte B:
Intervenções Estratégicas Plano de Implementação

Esta secção detalha as 6 intervenções Esta secção descreve as prioridades de


estratégicas para controlar a RA em execução das intervenções estratégicas
Moçambique utilizando a abordagem para o País, para os próximos 3-5 anos
integrada “One Health” que vão para enfrentar a RA. Como forma de
melhorar tanto a prevenção como o priorizar e garantir a operacionalização
acesso e uso dos antimicrobianos para da implementação do plano, foi
os seres humanos, animais, agricultura especificamente limitada a algumas
e o ambiente. acções chave.

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Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
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Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
PARTE A
INTERVENÇÕES
ESTRATÉGICAS
PARA CONTROLAR
A RESISTÊNCIA
ANTIMICROBIANA

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Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
As seis intervenções estratégicas fundamentais do PNA, estas intervenções foram agrupadas em
para Moçambique foram retiradas das reco- três (3) principais pilares nomeadamente: pre-
mendações contidas na Análise Situacional de venção da RA (Prevenção); accesso aos antibió-
Resistência Antibiótica em Moçambique, publi- ticos eficazes (Acesso); e sua utilização racional
cada em 2015. No exercício de desenvolvimento e adequada (Utilização).

Prevenção Acesso Utilização

1- Melhorar a 2- Reduzir a 3- Reforçar o 4- Melhorar o acesso 5- Optimizar o uso 6- Mudar os


consciencialização incidência de conhecimento aos antimicrobianos de antibióticos na incentivos que
e o conhecimento infecções através de através da vigilância; para tratar a infecção saúde humana encorajem o
da RA e educar os vacinação efectiva, assegurar a e animal. uso excessivo de
profissionais de saneamento, higiene sustentabilidade antibióticos e
saúde e prevenção e através do obrigar ao seu uso
controlo da infecção financiamento e racional
pesquisa

Promover a higiene Implementar Implementar Regular a


Aumentar a Garantir o
e a prevenção da protocolos programas qualidade e uso de
consciencialização fornecimento
infecção a nível da de manejo e de gestão de antimicrobianos
e comunicação dos de produtos
comunidade diagnóstico das antibióticos
riscos da RA farmacêuticos e de
infecções (intervenções
saúde (selecção, Regular a
no ponto de
Melhorar a aquisição, prescrição e
Aumentar a atendimento)
capacidade distribuição, dispensa de
Educar os cobertura da
laboratorial e armazenagem, medicamentos
profissionais vacinação em seres Controlar e
sistemas de dispensa) (antimicrobianos)
de saúde humanos e animais optimizar o uso de
garantia da
antimicrobianos
qualidade Assegurar a na veterinária
Implementar disponibilidade Licenciar as
e agricultura
programas de Estabelecer dos produtos farmácias e
(intervenções
prevenção e sistemas de (medicamentos) de promover a sua
no ponto de
controlo da vigilância de forma atempada e expansão ao
atendimento)
infecção nas resistência e uso no local necessário meio rural
unidades sanitárias dos antibióticos

Inspeccionar
Assegurar a
Prover e asseguarar e obrigar o
disponibilidade
a Biossegurança cumprimento do
orçamental para
na saúde e higiene regulamento
actividades de RA
animal
Realizar pesquisa e
desenvolvimento

Figura 2- Seis intervenções estratégicas em três pilares para o controlo da RA do PNA de Moçambique

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Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
As intervenções 1) “Melhorar a sensibilização bióticos. Por outro lado, os jornalistas desempe-
e educação” e 6) “Mudar os incentivos que en- nham um papel fundamental na defesa e sensibi-
corajem o uso excessivo de antibióticos”, ainda lização do público, sendo a formação adequada
que autónomas, são transversais e ocorrem em dos jornalistas uma actividade importante e de
todas as outras intervenções. Ou seja, existe uma alto impacto.
componente de educação na prevenção e contro-
lo de infecção, no manejo do diagnóstico, na ges-
tão de antibióticos e na melhoria do accesso aos
1.1 Principais acções para este objectivo
medicamentos. Da mesma forma, a intervenção
estratégico:
sobre a mudança de incentivos tem um enfoque
legislativo e regulador que é importante para a Aumentar a consciencialização e comunicação
melhoria do acesso e optimização do uso ade- do risco da RA
quado de antibióticos.
a) Realizar campanhas de educação e cons-
ciencialização do público, transmitindo
mensagens sobre a RA, medidas de higie-
1. Melhorar a consciencialização e ne e prevenção das infecções, acesso e uso
a compreensão sobre a resistência racional de antibióticos e sobre segurança
antimicrobiana e educar os profis- alimentar dos produtos de origem animal;
sionais de saúde, os fazedores de
políticas e o público no uso adequa- b) Introduzir conteúdos sobre a temática na
do Educação Escolar, incluindo para crian-
ças em idade pré-escolar, em coordenação
Criar a consciência sobre os efeitos do uso irra-
com a Saúde Escolar sobre o uso ade-
cional de antibióticos a todos os níveis é funda-
quado de antibióticos para o tratamento
mental para a mudança de comportamento rela-
das infecções, bem como sobre a higiene e
cionado com o uso de antibióticos e outros me-
práticas de bom saneamento e medidas de
dicamentos. Em primeiro lugar, para desenvolver
segurança de alimentar.
campanhas de sensibilização adequadas é neces-
sário compreender os comportamentos sociais e c) Realizar campanhas de consciencialização
culturais que estão a influenciar a utilização dos e advocacia para o envolvimento multisec-
antibióticos e outros medicamentos. torial das partes interessadas de modo a
garantir que os principais decisores políti-
Fornecer aos profissionais de saúde informações
cos e órgãos reguladores em todos os sec-
e habilidades necessárias para praticar a ges-
tores (saúde, agricultura, veterinária, meio
tão dos antibióticos e outros antimicrobianos e
ambiente, finanças), profissionais de saú-
seguir os protocolos de tratamento requer uma
de, profissionais de saúde veterinária, agri-
revisão dos módulos de formação em RA existen-
cultores, produtores e os revendedores es-
tes, bem como o desenvolvimento de novos módu-
tejam cientes da importância de prevenir
los para profissionais de saúde que actualmente
a propagação de doenças infecciosas, as-
não recebem tal formação, por ex: os sectores de
segurar que boas práticas sejam seguidas
veterinária e da saúde animal. Educar os formu-
ao ter acesso aos antibióticos, bem como o
ladores de políticas requer uma advocacia por
seu uso de uma forma adequada para evi-
especialistas clínicos em resistência aos antibió-
tar o desenvolvimento da resistência.
ticos, que também podem auxiliar na elaboração
de políticas, legislação e regulamentos que vão
ajudar a prevenir o uso inapropriado de anti-

21
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
d) Realizar a avaliação dos padrões de pres- d) Realizar formações contínuas de aconselha-
crição de antimicrobianos existentes e o mento e treino para os que prescrevem anti-
seu uso nos animais, na agricultura, e no bióticos para mudar o comportamento e más
meio ambiente através da realização de práticas de uso e prescrição dos mesmos.
avaliações de risco do uso de antibióti-
cos na agricultura, aquacultura e na saú-
de animal; de realização de testes sobre 1.2 Instituições responsáveis
presença de resíduos antibióticos no meio
• MISAU – Direcção Nacional de Farmácia
ambiente, e nos produtos animais e da
(DNF), Direcção Nacional de Saúde Pública
realização de estudos sobre o uso de an-
(DNSP) e de Assistência Médica (DNAM)
tibióticos e de conhecimentos e atitudes
do público na utilização de antibióticos na • MASA
saúde humana (em ligação com o sistema
de vigilância de resistência microbiana). • MITADER

Educação dos profissionais de Saúde e todos • MEF


aqueles que prescrevem e utilizam3 agentes an-
timicrobianos • MINED

a) Elaborar um currículo padrão sobre a re- • Faculdades - Medicina, Farmácia, Veterinária


sistência aos antimicrobianos para ser in- e Agronomia
corporado nos cursos de formação dos tra-
balhadores de saúde (médicos, enfermeiros, • Institutos Técnicos (Ministério da Ciência e
farmacêuticos, todos técnicos de saúde e de Tecnologia)
farmácia, agentes polivalentes elementares,
• Ordem dos Médicos
praticantes da medicina tradicional e partei-
ras tradicionais, entre outros), veterinários e • Ordem dos Veterinários
técnicos veterinários e profissionais de saúde
animal, e nos currículos profissionais agríco- • Ordem dos Enfermeiros
las para que a gestão dos antimicrobianos
faça parte do conhecimento básico de todos. • Grupo de trabalho para a comunicação estabe-
lecido pelo PNA
b) Rever ou elaborar protocolos de tratamento
de infeccões bacterianas e orientar ou dis- • Orgãos de comunicação
seminar para a sua utilização por todos os • Órgãos e Associações profissionais de Saúde e
profissionais de saúde e áreas afins, através Veterianária
de instituições académicas, fóruns regionais
e sessões de formação contínua; • Associações de farmeiros / produtores

c) Realizar sessões de educação contínua sobre • Farmácias privadas e Revendedores oficiais de


a RA aos que prescrevem, através de progra- medicamentos
mas de formação de formadores por todo o
país.

3
Prescritores e usuários de antimicrobianos são termos amplos para poder
abranger todos os profissionais de saúde, técnicos, profissionais de saúde animal e
técnicos, agricultores, produtores e público que possam comprar, prescrever ou usar
antimicrobianos em seres humanos, animais ou meio ambiente.

22
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
2. Reduzir a incidência de infecções 2.1 Principais acções para este objectivo
por meio de medidas eficazes de saú- estratégico
de pública - vacinação, saneamento
do meio, higiene, biossegurança e Higiene a nível comunitário e prevenção
medidas de prevenção e controlo da a) Recomendar a construção de mais fon-
infecção tes de água para melhorar o acesso à
água potável e melhorar os serviços de
As intervenções que reduzem o peso de doenças saneamento do meio para a população
infecciosas podem contribuir na redução signifi- em geral, e escolas em particular, a fim
cativa das necessidades de antibióticos nos sec- de reduzir o peso de doenças infecciosas
tores de saúde humana e animal. Por outro lado, e melhorar a higiene e limpeza dos vários
intervenções tais como a melhoria do acesso à locais na comunidade;
água potável, saneamento e higiene, controlo de b) Realizar campanhas de educação e for-
infecção no domicílio e aumento de coberturas mação na comunidade e nas escolas, so-
de vacinações são tão importantes e efectivas bre a higiene das mãos e preparação dos
para a prevenção de doenças infecciosas em se- alimentos, para prevenir doenças infec-
res humanos. Adicionalmente, a prevenção e con- ciosas.
trolo de infecção nos centros de saúde irá impe-
dir o desenvolvimento e propagação de infecções
Prevenção através da imunização de crianças e
adquiridas no meio hospitalar. Contudo, exige
animais
uma abordagem adicional sobre os processos
de disponibilidade de água e produtos de higiene a) Fortalecer e melhorar a cobertura das
das mãos, a formação de profissionais de saú- vacinas disponíveis e sensibilização sobre
de e pessoal de limpeza para mudar as atitudes o cumprimento do calendário de vacina-
e comportamentos e disponibilidade de equipa- ção infantil, incluíndo as novas vacinas
mento de protecção individual para os profissio- recentemente introduzidas como de Hib,
nais de saúde e pessoal de limpeza. pneumocócica conjugada e rotavírus;
As boas práticas de higiene e saneamento do b) Fortalecer o acesso e cobertura das imu-
meio, juntamente com as medidas de biossegu- nizações do gado e aves contra infecções
rança e imunização rigorosas são também im- prevenidas ​​por vacinação. Definir direc-
portantes para a prevenção de doenças em ani- trizes padrão para a imunização de pei-
mais. As medidas de biossegurança precisam de xes em aquacultura;
ser padronizadas e reforçadas para garantir que
todos os produtores de alimentos e os pequenos c) Melhorar as coberturas de vacinação de
agricultores sigam as boas práticas em termos animais domésticos e de estimação para
de normas de higiene e biossegurança. Isso inclui, prevenção de doenças.
entre outras actividades, a melhoria substâncial
de higiene e da gestão dos matadouros a todos Prevenção e controlo de infecção nas unidades
os níveis. O uso de mecanismos para reduzir a sanitárias e na comunidade
densidade na produção animal também deve ser
avaliado quanto à sua relação custo-eficácia na a) Implementar e expandir o programa de
redução de infecções sem reduzir a produção. controlo e prevenção da infecção em
hospitais, com foco na higiene das mãos,

23
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
descontaminação do ambiente e nas pre- 2.2 Instituições responsáveis
cauções para profissionais de saúde e
pacientes; • MISAU - Direcção Nacional de Saúde Públi-
ca (DNSP), Programa Alargado de Vacinação
(PAV) e Saúde Materna e Infantil (SMI)
b) Fortalecer o número, capacidade e com-
petências através da formação de profis- • MASA
sionais de saúde, a fim de implementar
medidas de controlo da infecção; • MITADER

• MEF
c) Desenvolver um programa de vigilância
de infecções associadas aos cuidados de • MINED
saúde em hospitais, concentrando-se em
recém-nascidos e crianças com menos de • Faculdades - Medicina, Farmácia, Veterinária
5 anos de idade (ligação com a vigilân- e Agronomia
cia);
• Institutos Técnicos (Ministério da Ciência e
Tecnologia)
d) Melhorar a capacidade laboratorial dos
hospitais para detectar surtos e organis-
mos resistentes a antibióticos para per- • Ordem dos Médicos e Enfermeiros,
mitir a implementação de medidas efica-
zes de controlo da infecção. (Ver PARTE • OMS, FAO, OIE.
B 3.3).

Melhorar a padronização da biossegurança e da 3. Reforçar o conhecimento por


higiene na saúde animal meio da vigilância da RA, assegurar
a sustentabilidade através do finan-
a) Criar e implementar directrizes de bios-
segurança e higiene para a agricultura,
ciamento, pesquisa e desenvolvi-
veterinária e para a aquacultura, para mento.
matadouros e para os fabricantes de ali-
mentos, a fim de reduzir a transmissão
Os sistemas nacionais de vigilância de RA devem
de doenças entre os animais e peixes que
ter como objectivo apoiar a abordagem integra-
produzem alimentos;
da “One Health” através do rastreio e identifica-
b) Sensibilizar e comunicar regularmente ção de padrões de uso de antibióticos, de níveis
com a indústria agrícola e pesqueira, de RA na saúde humana, de níveis de resíduos
para reforçar a implementação de me- nos animais ou produtos de origem animal, agri-
didas de biossegurança e higiene em ani- cultura e no meio ambiente para orientar a pres-
mais e peixes. crição e advocacia. O sistema nacional de saúde
deve fazer uso de programas de vigilância de in-
fecções bacterianas e RA existentes, consolidar
esses recursos para uma abordagem integrada
“One Health” e apoiar as decisões políticas em
torno das intervenções que concorrem para re-
duzir a RA e melhorar o uso dos antibióticos ou
agentes antimicrobianos, como parte do PNA.

24
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Na saúde humana, a vigilância nacional de RA 3.1 Acções-chave para este objectivo
também deverá ter como objectivo ajudar a estratégico
orientar a avaliação adequada dos protocolos
de tratamento para as infecções comuns em Sistema Nacional de Vigilância da RA seguindo
crianças menores de 5 anos e para as infecções a abordagem ”One Health”
comuns adquiridas na comunidade. Ao nível da
unidade sanitária, são necessários serviços de a) Avaliar, desenhar e implementar um siste-
microbiologia de qualidade e de confiança​​para ma nacional de vigilância de RA que irá
apoiar os profissionais de saúde a escolher o tra- incorporar a vigilância sobre o uso de an-
tamento antibiótico adequado para os pacientes. tibióticos (ou agentes antimicrobianos),
Isso requer o fortalecimento de todo o serviço de perfil da resistência antibiótica e dos níveis
laboratório, incluíndo a capacitação do pessoal e de resíduos de agentes antimicrobianos em
infra-estrutura para apoiar esta intervenção. produtos alimentares e no meio ambiente.
Poderá contribuir para a criação de uma
A vigilância nacional de RA das indústrias agrí- base nacional e contribuir para o Sistema
colas e das pescas permitirá melhorar a com- Global de Vigilância de Resistência Anti-
preensão da RA na saúde animal e ajudará na microbiana da OMS;
elaboração de protocolos de tratamento para as
b) Estabelecer laboratórios sentinela no país
doenças comuns. A vigilância do uso dos antimi-
para iniciar a colheita de dados de base ou
crobianos ajudará a identificar as espécies pe-
existentes sobre RA, uso de antimicrobia-
cuárias nas quais a maioria dos antimicrobianos
nos e resíduos em animais, seres humanos
estão a ser usados ​​e ajudará no direccionamento
e o meio ambiente para o sistema nacional
de campanhas de sensibilização e educação para
de vigilância da RA;
os que os prescrevem e usam. Para além disso, o
sector da saúde animal deve implementar a vigi- c) Monitorar e reportar os dados de vigilân-
lância de resíduos mínimos na carne e peixe para cia nacionais para animais, seres humanos
uso local e exportação, bem como fazer testes e meio ambiente através das estruturas de
de resíduos no meio ambiente (água, solo e ar) gestão do PNA pelo menos anualmente;
em torno das quintas e nas indústrias pesqueiras,
para determinar os níveis e o impacto. d) Desenvolver centros de excelência para a
formação e pesquisa (académica e aplica-
da) em RA bem como a melhoria contínua
É necessária a determinação dos custos e orça- da qualidade.
mento para a implementação deste PNA, tendo
em conta o financiamento necessário no futuro
Capacidade e Normalização laboratorial para
para implementar essas intervenções e fortalecer
animais e seres humanos
o sistema de saúde em geral. É também funda-
mental o financiamento da investigação adicional a) Realizar a avaliação das necessidades e
sobre aspectos chave do comportamento na pres- capacidades dos laboratórios de microbio-
crição e uso de antimicrobianos e da vigilância logia em todo o país para as necessidades
da resistência antibióticano país, através das par- da saúde humana e dos animais. Isso exi-
tes interessadas na abordagem integrada “One girá uma avaliação da capacidade actual
Health”. A utilização de doadores e parceiros de laboratório, a determinação de habili-
para ajudar a fornecer assistência técnica, bem dades e de recursos, e um plano de imple-
como financeira é extremamente importante. mentação, incluíndo a infra-estrutura e a
capacitação de recursos humanos. Avaliar

25
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
se os laboratórios de controlo de pescado o conhecimento e reduzir as lacunas na
podem incluir a vigilância para RA na pes- compreensão dos comportamentos e prá-
ca; ticas;

b) Avaliar e construir instalações para testes d) Criar lista ou base de dados de tópicos ou
de resíduos nas carnes e produtos animais perguntas de pesquisa prioritárias e sim-
produzidos localmente e importados, e ples para facilitar a realização da pesquisa
testagem de antimicrobianos no ambiente; em RA.

c) Padronizar os métodos de testagem e os


relatórios de laboratório através de um
mecanismo externo de garantia de quali- 3.2 Instituições responsáveis
dade, para assegurar resultados consisten-
tes e confiáveis; • MISAU - Direcção Nacional de Saúde
Pública (DNSP) e Direcção Nacional de
d) Desenvolver a capacidade adequada do Assistência Médica (DNAM);
pessoal de laboratório através de progra-
mas de treino e orientação. • MASA - Direcção Nacional de Veterinária;

Manejo do diagnóstico em Saúde Humana • MIMAIP;


a) Educar e estimular a recolha de dados de • MEF;
investigações laboratoriais para a RA nas
unidades sanitárias e fornecer orientações • Laboratório de Microbiologia e fornecedo-
padronizadas de manejo apropriado de res de serviços de testagem de resíduos;
diagnóstico com as quais os profissionais
de saúde possam garantir resultados pre-
• Laboratório Nacional de Higiene, Águas e
cisos e de qualidade.
Alimentos;

Financiamento e Pesquisa
• INS;
a) Determinar as necessidades de recursos
• Instituto Nacional de Investigação Agrá-
financeiros para implementar as interven-
ria;
ções planificadas neste PNA. Procurar as
aprovações dos orçamentos governamen- • Instituições académicas e de pesquisa
tais e de financiamento complementar ne- (UEM, CISM, ISCISA etc);
cessário, incluindo a solicitação de apoio
dos doadores e parceiros internacionais e • Parceiros;
nacionais;
• Ordem dos Médicos;
b) Realizar pesquisa e inovações na área de
diagnóstico, no uso de antibióticos e na
• OMS, FAO, OIE
RA;

c) Criar incentivos para os estudantes da


saúde humana e animal realizarem pes-
quisas em tópicos aplicáveis ​​à RA e o uso
de antimicrobianos no país para expandir

26
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
4. Reforçar a Gestão da Cadeia de • A criação de uma capacidade para fiscaliza-
Abastecimento ​​Farmacêutica, para ção (incluíndo preços e controlo de impor-
Assegurar um Acesso Adequado tação), Farmacovigilância e capacidade de
controlo de qualidade de antimicrobianos e
aos Antimicrobianos para Tratar
vacinas para a saúde humana e animal.
Infecções
O acesso à saúde é um direito humano funda-
mental, e inclui o direito ao acesso aos medica- 4.1 Principais acções para este objectivo
mentos e vacinas eficazes e de boa qualidade. estratégico
No entanto, o acesso precisa ser equilibrado, a
fim de proteger contra o uso inadequado. Como Selecção de antibióticos para utilização no país
melhorar o acesso às vacinas e aos antibióticos
a) Registo de todos os antibióticos4 para
ou agentes antimicrobianos eficazes em áreas re-
seres humanos e antimicrobianos para a
motas, sem aumentar o uso excessivo destes e o
saúde animal que são importantes para os
desenvolvimento de resistência?
seres humanos, garantindo somente que
medicamentos de alta qualidade estejam
Garantir o acesso aos antimicrobianos requer
disponíveis no País;
canais eficazes de regulação, selecção, aquisi-
ção e distribuição de medicamentos no geral e
b) Fortalecer a capacidade da Direcção Na-
dos antibióticos para animais e humanos assim
cional de Farmácia para assegurar o re-
como a provisão em quantidades suficientes de
gisto atempado e eficaz de novos medi-
outros materiais e produtos tais como vacinas,
camentos antimicrobianos baseados nas
equipamentos de protecção individual, reagentes
reais prioridades;
de laboratório e material de limpeza. O fortaleci-
mento da cadeia de abastecimento farmacêutico
c) Fortalecer a capacidade de inspecção, far-
inclui a garantia de que:
macovigilância e controlo de qualidade
de medicamentos antimicrobianos para a
• Os medicamentos de alta qualidade este-
saúde humana e animal;
jam disponíveis no país através de um pro-
cesso de registo controlado;
d) Desenvolver um processo de selecção ade-
quado de antimicrobianos na Lista Nacio-
• A escolha adequada dos antimicrobianos
nal de Medicamentos Essenciais baseada
e vacinas correctas para satisfazer os ob-
no perfil da resistência antibiótica e do
jectivos de luta contra infecções comuns
peso da doença. Isto inclui o seguinte:
no país;
• Desenvolver um processo de selecção
• A aquisição eficiente, assegurando que os
adequado para antimicrobianos em
antimicrobianos estejam disponíveis com
saúde animal e uma lista de antimi-
uma qualidade adequada, a um preço que
crobianos essenciais para animais,
é acessível para o sistema de saúde;
classificados de acordo com as reco-
mendações da OIE como extremamen-
• A distribuição eficaz destes antimicrobia-
te importante, muito importante e im-
nos para os locais onde os pacientes ou
portante com base na informação do
animais estão, para garantir a sua acessi-
peso da doença no país;
bilidade e disponibilidade quando necessá-
rios e prevenir a ruptura de stock; 4
Lista da OMS de antimicrobianos de importância na Saúde Humana e lista da OIE de
antimicrobianos de importância na Saúde veterinária

27
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
• Introdução de novas vacinas no pro- mas de informação sobre vendas dos for-
grama nacional de vacinação para necedores;
apoiar na redução do peso da doença f) Melhorar a quantificação das necessidades
com alta mortalidade na infância; nacionais de aquisição de antimicrobianos
para uso humano com base em protocolos

Identificação e introdução de vacinas de tratamento e a carga da doença, para
para a saúde animal e aquacultura para complementar a metodologia existente ba-
as condições e problemas comuns no país; seado no consumo;

• Análise de regulamentos do uso de g) Assegurar que os antimicrobianos façam


antimicrobianos em saúde animal, in- parte do orçamento das unidades sanitá-
cluíndo a revisão de quem está auto- rias e que esse orçamento seja identificado
rizado a prescrever ou administrar um e protegido para a aquisição dos mesmos.
antibiótico em animais.
Melhorar a distribuição de antimicrobianos em
Aquisição de antibióticos baseados em dados unidades sanitárias e agrícolas
precisos e locais

a) Fortalecer a rede de aquisição e distribui- a) Desenvolver um plano estratégico de logís-


ção de medicamentos de uso humano; tica farmacêutica no sector animal e agri-
cultura a semelhança do existente no sector
b) Fortalecer as condições e termos do con- humano. Garantir a implementação inte-
trato para os fornecedores, que incluem gral do plano de logística de medicamentos
qualidade de medicamentos de uso huma- para garantir a disponibilidade contínua
no; dos medicamentos para os utentes;

c) Garantir que todos os fornecedores de me- b) Melhorar a logística e a cadeia de frio de


dicamentos são licenciados como impor- medicamentos em todos os níveis;
tadores, vendedores por atacado ou fabri-
cantes, e expandir o sistema existente para c) Identificar e reportar a ruptura de stock
cobrir fornecedores de medicamentos para de medicamentos (antibióticos em parti-
animais com controlo da sua conformida- cular) em todas as unidades sanitárias e
de com os requisitos de licenciamento e as monitorar a distribuição para estas unida-
boas práticas de gestão; des sanitárias para melhorar a disponibili-
dade dos antimicrobianos;
d) Realizar uma consulta para decidir o me-
canismo mais eficaz para garantir o regis- d) Promover a criação da Ordem dos Farma-
to e controlo de qualidade de medicamen- cêuticos para processos de certificação e
controlo das farmácias e profissionais de
tos antimicrobianos para a saúde animal
farmácia no exercício da sua profissão e
(MISAU vs MASA); boas práticas de farmácia no país;

e) Melhorar a disponibilidade de dados sobre e) Licenciar vendedores, moageiras e fabri-


o uso de antimicrobianos e a monitoria do cantes de alimentos para os animais de
uso dos mesmos em animais e seres hu- acordo com as boas práticas e monitorar
o seu cumprimento;
manos, através de sistemas nacionais de
encomendas, taxas de importação e siste-

28
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
f) Expandir o acesso aos antibióticos nas zo- numa fase inicial de desenvolvimento, mas seria
nas rurais, incentivando o estabelecimen- importante para Moçambique, onde a maioria
to de farmácias em áreas rurais onde o dos antibióticos são usados ​​empiricamente, as
acesso aos medicamentos é inadequado e infecções comuns são altamente resistentes aos
estabelecer mecanismos controlados pelos antibióticos de primeira linha e os recursos para
quais os agricultores e os veterinários po- apoio laboratorial são limitados. As actividades
dem adquirir antimicrobianos para uso na comunitárias para a gestão de antimicrobianos
pecuária e pesca. incluiriam educar, orientar e apoiar os profissio-
nais de saúde na comunidade para seguir ade-
quadamente os protocolos de tratamento, iden-
4.2 Instituições responsáveis: tificar as infecções com precisão usando sinais
e sintomas clínicos, e prescrever o antibiótico
• MISAU - Direcção Nacional de Farmá- correcto se for indicado.
cia (DNF), Direcção Nacional de Assis-
tência Médica (DNAM), Departamento
de Farmácia Hospitalar, Central de Me- 5.2 Principais acções para este objectivo
dicamentos e Artigos Médicos (CMAM) estratégico
e Inspecção Geral de Saúde;
a) Elaborar protocolos nacionais de trata-
• MASA - Direcção Nacional de Veteriná-
mento para lactentes e crianças menores
ria;
de 5 anos com infecções comuns adqui-
• MEF; ridas na comunidade, tendo em conta a
crescente RA de primeira linha. Devem
• OMS, OIE, e FAO. ser elaboradas orientações similares para
adultos com infecções comuns;

b) Disseminar novos protocolos de tratamen-


5. Optimizar a utilização dos to a todos os profissionais de saúde;
antibióticos em seres humanos e
animais c) Treinar e educar todos os profissionais de
saúde que prestam cuidados de saúde so-
5.1 Programas de Gestão dos bre os protocolos de tratamento, a razão
antimicrobianos e outros medicamentos para a mudança de directrizes de trata-
para a Saúde Humana mento e a formação de competências na
dispensa e administração de antibióticos
Os programas de gestão de antimicrobianos in-
em particular e outros medicamentos em
cluíndo antibióticos, que foram desenvolvidos
geral;
principalmente para o sector hospitalar, têm
como objectivo melhorar a qualidade da prescri- d) Implementar processos e sistemas para
ção de medicamentos, melhorar os resultados do continuar a orientar e apoiar estes pro-
tratamento dos pacientes e com isso, reduzir o fissionais de saúde para implementar efi-
uso indiscriminado de antibióticos. O uso apro- cazmente as orientações da prescrição de
priado está ligado ao desenvolvimento e imple- medicamentos;
mentação dos protocolos de tratamento actuali-
zados com base nos dados existentes de resistên- e) Treinar os profissionais de saúde no uso
cia antibiótica para a unidade sanitária e/ou país. de protocolos de tratamento baseado em
A gestão de antimicrobianos na comunidade está sinais e sintomas clínicos para distinguir

29
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
entre infecções virais e bacterianas co- res público e privado para vigiar a
muns e assim reduzir a dependência de prescrição, distribuição e utilização
investigações para o diagnóstico até que a adequada de antimicrobianos. Isso
capacidade laboratorial esteja estabeleci- exigirá a criação de uma Ordem dos
da e funcional; Farmacêuticos, que estabeleça um
âmbito claro de prática para far-
f) Treinar e educar funcionários de farmá- macêuticos, técnicos de farmácia e
cia e proprietários no aconselhamendo e indivíduos que, embora não sejam
escolha adequada dos medicamentos, dis- profissionais de saúde, entregam
tribuição e armazenamento conforme as medicamentos. Deve também definir
Boas Práticas de Farmácia (BPF) e criar um código de ética e conduta e criar
um sistema de acreditação através de ins- um mecanismo de avaliação por
pecções destes estabelecimentos, quando colegas e regulamentar o compor-
estejam em conformidade com os requisi- tamento profissional para garantir
tos; que o pessoal da farmácia siga as
directrizes e as melhores práticas
g) Criar comités hospitalares de terapêutica
e de RA ao nível da unidade sanitária, que
incluirão:
5.3 Instituições responsáveis
i. Reforço do estabelecimento dos Co-
mités Hospitalares de Terapêutica • MISAU - Direcção Nacional de Saúde
e Farmácia em todos os hospitais Pública (DNSP) e de Assistência Mé-
para garantir que sejam incentiva- dica (DNAM), Direcção Nacional de
dos comportamentos apropriados Farmácia (DNF), Departamento de Far-
de prescrição, sejam implementadas mácia Hospitalar e Inspecção Geral de
e monitoradas actividades de gestão Saúde;
de antimicrobianos e que sejam co-
• Ordem dos Médicos e dos Enfermeiros;
lhidos dados sobre o uso e resistên-
cia aos antimicrobianos; • Instituições académicas e de pesquisa -
INS, Universidade Eduardo Mondlane
ii. Criação de equipas do Programa de
(UEM), CISM, Iscisa e outras
Manejo de Antibióticos (PMA) nas
unidades sanitárias para fazer audi- • Associações profissionais de saúde.
torias da prescrição, revisão do uso
de antimicrobianos e resistência;

iii. Reforçar as funções dos profis- 5.4 Gestão de Antimicrobianos na Saúde


sionais de saúde incluindo farma- Animal.
cêuticos para que seja centrada
no paciente, através da criação de Na saúde animal, o Programa de Gestão dos
habilidades de farmácia clínica na Antimicrobianos deve ser focado em assegurar
pré-formação e formação em servi- que os fabricantes de alimentos para animais,
ço dos clínicos, farmacêuticos e téc- veterinários, técnicos veterinários, agricultores
nicos de farmácia; e produtores preparam e usam antimicrobianos
de forma adequada. Este programa deve envol-
iv. Fortalecer as funções de supervisão ver um trabalho extenso de educação e forma-
de pessoal da farmácia nos secto- ção, o estabelecimento de normas e orientações

30
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
e um processo de inspecção e execução da regu- f) Desenvolver e comunicar as directrizes para
lamentação. As directrizes para resíduos de anti- a testagem de resíduos e resistência antimi-
microbianos em produtos alimentares de origem crobiana na carne e outros produtos de ori-
animal e resíduos no meio ambiente também vai gem animal, produzidos e utilizados a nível
ajudar a reduzir a propagação da resistência an- local e para exportação, bem como os produ-
timicrobiana dos animais para os seres humanos. tos importados. Estas orientações devem ser
comunicadas de uma maneira eficaz a todos
os produtores e revendedores e serão testa-
5.5 Actividades principais para este dos pelo laboratório de resíduos, como parte
objectivo estratégico de um programa de vigilância e monitoria;

a) Realizar consulta com os veterinários e clí- g) Desenvolver e comunicar as directrizes para


nicos e desenvolver as directrizes para o tra- o tratamento de resíduos em animais e peixes
tamento adequado dos animais, bem como antes de serem eliminados no meio ambiente
uma lista de antimicrobianos que serão auto- para reduzir os níveis de antimicrobianos na
rizados para o tratamento de animais. Estes água e no solo;
serão limitados a antimicrobianos que não
h) Estabelecer um sistema de farmacovigilân-
são da maior importância na saúde humana,
cia nas entidades agrícolas para assegurar
conforme a lista de OIE;
que as reacções adversas à medicação são
b) Expandir, quando existente, e incorporar, documentadas e comunicadas à entidade
onde não existir, a educação e formação so- competente.
bre a resistência antimicrobiana nos currí-
culos da agricultura, veterinária e as escolas
paramédicas e através dos fornecedores de 5.6 Instituições responsáveis:
medicamentos para associações de agricul-
tores; • MASA - Direcção Nacional de Veteriná-
ria (DINAV);
c) Realizar capacitações aos inspectores de
saúde animal e veterinários para reforçar a • MIMAIP;
capacidade de monitorar e orientar os agri-
• Ordem dos Veterinários;
cultores e técnicos em saúde animal para
usar antimicrobianos de forma adequada, de • Associação de Criadores de animais;
acordo com as directrizes;
• Associações de Agricultores;
d) Realizar sessões de educação aos agriculto-
res, veterinários e outros profissionais rela- • FAO;
cionados, no uso adequado de antimicrobia-
nos e na conservação da sua eficácia para o • OIE;
tratamento de doenças;

e) Desenvolver directrizes para fábricas de adi-


tivos alimentares que promovam boas prá-
ticas de mistura, qualidade, quantidade e
armazenamento de alimentos e inspecionar
estas instalações com regularidade de acor-
do com estas directrizes e normas;

31
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
6. Rever os factores que promovem adequada de alimentação animal e o seu uso por
o uso excessivo de antibiótios e agricultores e técnicos veterinários, bem como a
assegurar o uso racional no país supervisão por médicos veterinários e outros ins-
pectores. Ter-se-á que melhorar a capacidade do
Os problemas resultantes do uso excessivo de an- Laboratório Nacional de Controlo de Qualidade
tibióticos, por um lado, e o acesso limitado a este de Medicamentos no país para controlar a quali-
grupo de medicamentos em Moçambique, por dade dos medicamentos, incluíndo antimicrobia-
outro lado, podem ambos ser resolvidos através nos.
de melhorias no sistema de saúde. No entanto, o
reforço do sistema de saúde, apesar de ser funda- A fim de supervisar a utilização de antimicro-
mental, a sua implementação consome enormes bianos e a resistência antimicrobiana, deve ser
recursos e tempo. O combate à RA em Moçam- criada uma estrutura de gestão para a RA, com-
bique não pode esperar por esta eventualidade; posta por membros multidisciplinares e especia-
portanto, intervenções específicas para regular e listas em saúde humana e animal. Esta estrutura
controlar antibióticos e outros antimicrobianos de gestão dará orientações sobre os planos de
são necessárias. acção, supervisará a vigilância e orientará as in-
tervenções regulamentares e políticas para redu-
O ambiente legislativo e regulamentar para a zir a RA.
qualidade, prescrição e dispensa de antibióticos
e os processos de registo destes medicamentos
precisam de apoiar o uso racional dos antibióti- 6.1 Principais acções para este objectivo
cos e reduzir os incentivos para prescrever e ven- estratégico
der este grupo de medicamentos. É fundamental
a certificação das farmácias de acordo com os Muitas das actividades descritas abaixo já foram
requisitos de BPF, bem como garantir que os far- abordadas nos primeiros 5 objectivos estratégi-
macêuticos e técnicos de farmácia sejam treina- cos de modo que este só irá focar os mecanismos
dos para seguir as regras de distribuição para a específicos para a mudança de incentivos.
gestão e a supervisão dos processos de dispensa.
Reforçar a capacidade da unidade de Inspecção a) Incentivar as farmácias a cumprirem com as
para inspeccionar farmácias de acordo com as BPF e uso racional de antimicrobianos atra-
BPF e penalizar o incumprimento dos requisi- vés da criação de um estatuto de acreditação
tos de dispensa em relação ao prescrito é outro para eles, que é comunicado ao público atra-
mecanismo que será necessário para melhorar o vés de mecanismos adequados;
uso racional. b) Pôr em prática as directrizes éticas para a
Existem vários mecanismos para melhorar o comercialização de antibióticos aos profis-
controlo e gerir o uso de antimicrobianos na sionais de saúde por parte de fornecedores
saúde animal e aquacultura. Um dos primeiros de medicamentos e seus representantes, para
passos é a melhoria de sistemas de controlo do evitar a disseminação de informação falsa
registo, importação e distribuição de antibióti- e incorrecta. Estas directrizes éticas devem
cos e medicamentos no geral para garantir que assegurar que as agências farmacêuticas co-
apenas medicamentos apropriados e de boa qua- muniquem as informações sobre os seus an-
lidade entrem no país, e que sejam acessíveis timicrobianos apenas em conformidade com
também para os agricultores nas áreas rurais. os protocolos de tratamento;
Depois disso, deve ser posta em práctica a regu-
lamentação para orientar e obrigar a preparação

32
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
c) Rever a legislação relativa à saúde animal no 6.2 Instituições responsáveis
que diz respeito ao uso de antimicrobianos,
os processos de fornecimento dos antimicro- • MISAU – Direcção Nacional de Farmá-
bianos e RA para estabelecer a melhor for- cia
ma de reforçar o ambiente regulatório;
• MASA - Direcção Nacional de Veteriná-
d) Avaliar se um processo de acreditação de ria (DINAV);
vendedores de alimentos por atacado para
incentivar a boa utilização de antimicrobia-
nos por parte dos produtores terá impacto
sobre o uso de antimicrobianos.

e) Harmonizar a legislação de saúde animal e


humana e os mecanismos de aplicação da lei.

33
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
34
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
PARTE B
PLANOS E
PROCESSOS DE
IMPLEMENTAÇÃO

35
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
O processo de implementação que irá apoiar que serão desenvolvidas ao longo dos 5 anos do
o lançamento do PNA é uma tarefa enorme e processo de implementação do plano. Assim, as
complexa. Envolve vários sectores-chave gover- actividades por serem imple­mentadas nos próxi-
namentais (Saúde, Agricultura e Saúde Animal, mos dois anos foram divididas em dois sectores
Pescas,Comunicação, Ambiente, Finanças, Edu- de saúde: humano e animal.
cação e desenvolvimento Humano), Universida-
des, instituições de pesquisa biomédica, Unida-
des Sanitárias e Profissionais de saúde, Veteriná-
rios,Técnicos Veterinários, Agricultores e Produ-
1. Actividades Prioritárias para a
tores. Coordenar e acompanhar o processo será Implementação - Saúde Humana
uma tarefa que requer a colaboração como parte O processo de implementação na saúde humana
da estrutura de governação proposta no âmbito deve seguir passos que terão um impacto signi-
da abordagem integrada “One Health”. ficativo e rápido na RA e no peso da doença. O
Portanto, para a implementação deste PNA, fo­ PNA para o sector de saúde humana, consiste
ram identificadas e seleccionadas actividades num processo nuclear em torno da implementa-
prioritárias para serem implementadas num ção de protocolos de tratamento pediátricos e
período de dois anos. Na mesma altura, foram dois processos paralelos de capacitação: a capa-
identificadas as intervenções de longo prazo, cidade para os testes e vigilânciade RA, e o forta-
lecimento das práticas de Controlo e Prevenção
da Infecção.

36
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Trajecto das actividades prioritárias
Saúde Humana

Rever a capacidade de análise dos laboratórios


1. Identificar as doenças • Maior carga de doença e mortalidade em menores de 5 anos
de microbiologia
infecciosas que afectam
crianças <5 anos
Fortalecer os laboratórios sentinelas de
2. Determinar • Dos dados de vigilância existente Microbiologia
organismos de • Os dados estão disponíveis na análise situacional publicada em Fazer o esboço de nova legislação
vigilância e perfis de 2015 e precisam de ser actualizados
resistência

Desenvolver capacidades para todos

37
3. Desenvolver • Desenvolver protocolos de laboratórios

Moçambique
protocolos de tratamento para condições
diagnóstico e prioritárias
tratamento Alinhar com as prioridades dos laboratórios
de saúde animal e avaliar a possibilidade de
se combinar em único laboratório

Restabelecer o programa de prevenção e controlo • Os hospitais participam em sessões de aprendizagem e depois


de infecções (PCI) existente 4. Modelo colaborativo os funcionários implementam

Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana


para formar o pessoal • Os hospitais reportam

Comunicar e reforçar as medidas de PCI


• Desenvolver para todos os hospitais e,
em seguida através de enfermeiros para
Apoiar os Hospitais na implementação das iniciativas 5. Desenvolver a comunidade
protocolos de
tratamento
1.1 Elaboração e implementação de de aprendizagem num local central, por
protocolos de tratamento pediátricos facilitadores treinados e por membros do
grupo Pediátrico para protocolos de tra-
1. Identificar as doenças infecciosas que tamento. As sessões de aprendizagem ex-
afectam crianças menores de 5 anos de põem o pessoal do hospital às intervenções
idade. Existem mais dados sobre o peso da para o tratamento de infecções comuns e
doença e a mortalidade por infecções que dão-lhes as ferramentas práticas para os
respondem ao tratamento antibiótico nes- implementar, baseadas na ciência da me-
te subgrupo da população; lhoria da qualidade. A equipa do hospital
depois volta para os seus hospitais e im-
2. Identificar organismos comuns de vigilân-
plementa nos tempos intercalares, entre as
cia e perfis de RA para estes organismos
sessões de aprendizagem. Os Hospitais são
a partir de dados de vigilância existentes.
obrigados a comunicar as medidas de me-
A maioria destes dados existem na Análi-
lhoria regularmente, o que permite ao faci-
se Situacional realizada em 20155 e terá
litador fornecer-lhes comentários e ajuda,
de ser actualizada com dados recentes no
quer através de visitas ao local ou telefoni-
país após a publicação do documento;
camente. Este modelo tem a vantagem de
3. Elaborar protocolos de diagnóstico e tra- juntar os hospitais, onde eles podem com-
tamento clínicos. Deve-se utilizar os dados partilhar as suas experiências e aprender
de vigilância para informar a elaboração de uns dos outros, espalhando assim o conhe-
protocolos de tratamento empírico para as cimento mais rapidamente pela região. Ele
doenças comuns em crianças menores de também cria um processo de mentoria e
5 anos. Deve-se incluir os medicamentos supervisão por colegas;
óbvios de primeira linha e critérios para
5. Expandir os protocolos de tratamento
uso de medicamentos de segunda linha.
para mais hospitais e a comunidade atra-
Deve também ser incluída a determinação
vés dos enfermeiros. Usando o mesmo
da gravidade, a fim de orientar a adminis-
“modelo colaborativo” a expansão dos
tração do tratamento e encaminhamento
protocolos de tratamento pode ocorrer em
para níveis mais elevados de atendimento
mais hospitais e unidades sanitárias por
e testes laboratoriais adicionais. Isto será
todo o país.
realizado por um comité de elaboração de
protocolos de tratamento da Associação
Moçambicana de Pediatria juntamente
com o MISAU; 1.2 Estabelecimento de vigilância da RA
a nível da Unidade Sanitária e Nacional
4. Treino dos profissionais de saúde usando
um “modelo colaborativo” para treinar 1. Rever as capacidades do laboratório de
o pessoal dos Hospitais sobre os novos microbiologia e sistemas de controlo de
protocolos de tratamento e dar-lhes as qualidade. Isso vai determinar onde exis-
ferramentas, a fim de os implementar e tem laboratórios adequados para incluir
depois recolher dados sobre o impacto. no programa de vigilância, por posto sen-
Neste modelo colaborativo, os hospitais tinela, para a vigilância nacional da RA;
são convidados a participar em sessões
2. Reforçar ou estabelecer os laboratórios
sentinela para testes de microbiologia -
5
Análise Situacional e recomendações: Uso e Resistência aos Antibióticos em tanto para a vigilância nacional como para
Moçambique, CISM, CDDEP, Ministério da Saúde, Julho 2015

38
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
o apoio ao diagnóstico para os pacientes 3. Expansão do treino dos profissionais de
internados; saúde. Os hospitais que necessitam de as-
sistência para participar no programa do
3. Expandir a capacidade de detecção de Controlo e Prevenção da Infecção devem
microorganismos (bactérias) e análise ser ajudados para implementar as iniciati-
de resistência para todos os laboratórios vas através do uso de métodos e técnicas
e aumentar os serviços de laboratório de de melhoria da qualidade.6
microbiologia para áreas carentes;

4. Avaliar as necessidades laboratorias (ani-


mal e humana) para uma abordagem in- 2. Actividades Prioritárias para a
tegrada “one health”. Esta iniciativa pa- Implementação – Saúde Animal
ralela pode alinhar com as prioridades
na Saúde Animal que também utiliza la- De um modo semelhante ao do sector da saúde
boratórios para a vigilância da RA. Uma humana, certas actividades prioritárias foram
vez que as avaliações da capacidade la- definidas para o sector da saúde animal para
boratorial, quer nos animais ou nos seres permitir intervenções rápidas. Em paralelo, a le-
humanos, tenham sido realizadas, pode-se gislação da saúde animal será revista para iden-
decidir se será possível, em alguns labo- tificar onde pode ocorrer um melhor controlo so-
ratórios, combinar a capacidade em mi- bre o uso e prescrição de antimicrobianos e serão
crobiologia para animais e seres humanos avaliados e reforçados os laboratórios para tes-
num único laboratório. Isso alinharia com tes de resíduos e vigilância à RA. Para a priori-
a abordagem “One Health“ de aproveitar zação das actividades do sector de saúde animal,
os pontos fortes de cada um para apoiar a o PNA centrou-se nas actividades avícolas como
implementação de actividades da RA. uma área forte sob o ponto de vista de indústria
nacional, e na sua produção e comercialização,
bem como na preocupação dos profissionais com
1.3 Fortalecimento das práticas para o a importação de produtos livres de resíduos anti-
Controlo e Prevenção da Infecção. bióticos no mercado nacional.

1. Reestabelecer e expandir o programa de


controlo e prevenção das infecções (PCI).
O PCI existente no MISAU deve ser rees-
tabelecido com novo financiamento, a fim
de permitir o acesso, em todos os hospi-
tais, à higiene das mãos e material, equi-
pamentos e infra-estrutura de limpeza;

2. Realizar treino aos profissionais de saúde


e disseminação dos protocolos de trata-
mento. O modelo colaborativo no plano de
Protocolo de Tratamento Pediátrico pode
ser usado para se comunicar e reforçar a
higiene das mãos, limpeza do ambiente e
as práticas para Controlo e Prevenção da 6
Resar R, Griffin FA, Haraden C, Nolan TW. Using Care Bundles to Improve Health Care
Infecção nas instalações que participam Quality. IHI Innovation Series white paper. Cambridge, Massachusetts: Institute for
na sessão de aprendizagem; Healthcare Improvement; 2012. (Available on www.IHI.org)

39
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Trajecto das actividades prioritárias
Saúde Animal

1. Começar com a Revisão da legislação de saúde animal (SA) Teste do resíduo em produtos de origem animal
• O uso de antimicrobianos é alto
indústria avícola
• Importante fonte de alimento no Pais
(em seguida lacticí
• Produção local e importação Avaliar toda legislação existente sobre SA Avaliar a existência de capacidades
nios e carnes)
Determinar mudanças para o melhor uso de Aprender com Instituto Nacional de
antimicrobianos Inspecção de Pesca
2. Documentar o • Colher dados de licença de
uso actual de importação sobre volumes e Fazer o esboço de nova legislação Aumentar a capacidade se necessário
Antimicrobianos importadores-MASA
• Gráficos de tendências
Promulgar a legislação

3. Colaborar
• Consciencialização sobre RA e

40
com associação
dos Produtores abordagem “One Health”

Moçambique
de aves

• Mapear todos os produtores em Moçambique


4. Avaliação adicional • Entender os comportamentos sobre a prescrição e uso de antimicrobianos
da indústria avícola • Determinar medidas de Higiene, biossegurança e redução de stresse
• Estudo de RA na avicultura

Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana


5. Criar directrizes
para melhorar a • Educar e comunicar à indústria
prática de avicultura

6. Supervisionar
produtores de aves
para seguirem as
directrizes de tratamento
2.1 Guia de Boas Práticas para o combate reduzir a resistência. Utilizar as directri-
a RA para aves de capoeira zes existentes de melhores práticas nou-
tros países africanos, aprender com estes
1. Mapear produtores: Actividades para co- e adaptá-las conforme necessário;
meçar na indústria avícola e depois passar
para leite e gado / carne; 6. Usar um “modelo colaborativo”7 para
treinar os produtores de aves nos novos
2. Documentar o uso existente de antimicro- protocolos de tratamento e dar-lhes as fer-
bianos na indústria avícola, através da re- ramentas, a fim de implementá-las e reco-
visão e monitoria de dados das licenças de lher dados sobre o seu impacto. Neste mo-
importação sobre volumes e importadores, delo colaborativo, os produtores são convi-
disponíveis no MASA; dados a participar em sessões de aprendi-
zagem num local central, por facilitadores
3. Envolver a Associação de Produtores
treinados e por membros da equipe de
Avícolas numa discussão e sensibilização
Saúde Animal no grupo de trabalho sobre
sobre RA e abordagem “One Health” e
RA. As sessões de aprendizagem expõem
apresentar dados existentes sobre o uso de
os produtores às intervenções para o tra-
antimicrobianos. Este processo vai ajudar
tamento de infecções comuns e dão-lhes
a iniciar o diálogo na indústria;
as ferramentas práticas para implementá
4. Realizar uma avaliação da indústria aví- -las, baseadas na ciência da melhoria da
cola para compreender: qualidade. Os produtores depois voltam
às suas entidades e implementam os pro-
i. Onde estão situados todos os produ- tocolos nos tempos intercalares entre as
tores em Moçambique; sessões de aprendizagem. Os produtores
são obrigados a comunicar regularmente
ii. Os comportamentos existentes de as medidas de melhoria, o que permite que
prescrição e do uso de antimicro- o facilitador lhes forneça comentários e
bianos e as medidas de higiene, da ajuda, quer através de visitas ao local ou
segurança biológica de redução de telefonicamente. Este modelo tem a van-
“stress” que estão a ser implemen- tagem de juntar os produtores, onde eles
tadas; podem compartilhar as suas experiências
e aprender uns com os outros, espalhando
iii. Realizar estudos sobre a RA em avi-
assim o conhecimento mais rapidamente
cultura;
pela região. Ele também cria um processo
iv. Usar os dados sobre a RA e uso de mentoria e supervisão por colegas.
de antimicrobianos para criar uma
linha de base para demonstrar o
The Breakthrough Series: IHI’s Collaborative Model for Achieving Breakthrough
impacto das intervenções a serem Improvement. IHI Innovation Series white paper. Boston: Institute for Healthcare
planeadas; Improvement; 2003. (Available on www.IHI.org)

5. Criar orientações sobre boas práticas para


aves com base na avaliação acima, o que
irá melhorar o uso de antimicrobianos e

41
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
2.2 Revisão dos regulamentos de saúde nacional de RA e onde os laboratórios de
animal testes de resíduos podem ser fortalecidos
para realizar mais testes para antimicro-
1. Avaliar toda a legislação existente de saú- bianos em produtos de origem animal;
de animal para identificar lacunas nos as-
pectos de gestão, de prescrição e de cadeia 2. Determinar a forma de reforçar os labora-
de fornecimento de antimicrobianos; tórios para testes de microbiologia e ali-
2. Identificar mudanças na legislação, uma nhar com a avaliação de laboratórios de
vez contactados os produtores e as partes saúde humana para identificar oportuni-
interessadas; dades de sinergia;
3. Desenvolver nova legislação;
4. Desenvolver a capacidade de fiscalizar e 3. Determinar a forma de reforçar os labo-
obrigar ao cumprimento da lei, e dos novos ratórios para testagem de resíduos e co-
regulamentos; meçar com testagem dos produtos de aves
5. Promulgar nova legislação. de produtores locais e depois os de impor-
tadores, seguido dos lacticínios e produtos
de carne.
2.3 Fortalecimento dos Laboratórios para
testagem de resíduos e vigilância a RA

1. Realizar uma avaliação da capacidade


existente dos laboratórios de microbiolo-
gia e laboratórios para testagem de resí-
duos, e sistemas de garantia de qualidade.
Isso vai identificar onde existem laborató-
rios adequados para incluir num programa
de vigilância sentinela para a vigilância

42
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
3. Actividades por Objectivo Estratégico
As actividades foram divididas em curto prazo, nos primeiros dois anos após a aprovação do Plano
Nacional pelos Ministérios; a médio prazo para 2-3 anos e longo prazo para 3-5 anos.

3.1 Actividades para a sensibilização e educação

Actividade principal Tarefa Responsabilidade Prazo

Comunicação de risco e sensibilização

Desenvolver uma Desenvolver mensagens-chave sobre a MISAU - DNF e Curto


campanha de educação resistência antimicrobiana para a saúde DEPROS Prazo
pública para comunicar animal e humana, para assegurar que MASA - DINAV
as mensagens sobre as mensagens sejam consistentes (ver
resistência antimicrobiana, Anexo 3 para algumas mensagens-chave)
a prevenção e a higiene
Desenvolver uma estratégia de MISAU - Curto
comunicação e sensibilização DEPROS; DNF; Prazo
pública, incluíndo as necessidades de Gabinete de
financiamento comunicação;
Instituto de
Comunicação
Social;
MASA - DINAV

Desenvolver um plano específico sobre MISAU Curto


a Resistência antimicrobiana para a ONS - Plataforma Prazo
semana mundial de sensibilização para o de Uso Racional de
uso Antibióticos. Antimicrobianos;
DNF
MASA

Realizar campanha de Mapeamento de todos os intervenientes Grupo de Trabalho Curto


advocacia, sensibilização e consoante a abordagem “One Health” sobre a RA e ONS Prazo
processo de engajamento
dos intervenientes.
Identificar os mecanismos mais Grupo de Trabalho Curto
adequados para a comunicação da sobre a RA e DNF Prazo
advocacia para os sectores do governo e
outras partes interessadas.

43
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Actividade principal Tarefa Responsabilidade Prazo

Realizar pesquisas para Compreender o comportamento Institutos Médio


compreender os hábitos do público, dos prescritores e dos de pequisa e Prazo
de prescrição e do uso dos utilizadores em termos do uso de instituições de
antibióticos existentes para antimicrobianos - realizar estudos de ensino
seres humanos, agricultura base MISAU - DNSP
e os animais. e DNAM (DFH),
DNF
MASA - DINAV

Realizar pesquisas sobre o uso de Institutos de Médio


antimicrobianos por técnicos de saúde pesquisa e Prazo
animal e produtores de alimentos para instituições de
compreender o seu comportamento ensino
MASA - DINAV

Estabelecer uma colaboração Instituições de Contínuo


permanente entre pesquisadores, Pesquisa
MISAU e MASA sobre as necessidades MISAU - DNAM,
de investigação para a comunicação DNSP, DNF
ao público sobre a resistência MASA - DINAV
antimicrobiana.

Encorajar os especialistas no campo Grupo de Trabalho Médio


de resistência antimicrobiana na saúde sobre a RA e DNF Prazo
humana e animal a publicar os dados de
pesquisas.

Educação dos que prescrevem e usam antimicrobianos

Elaborar um currículo Desenvolver objectivos e resultados Instituições de Curto


padrão sobre a resistência currículares harmonizados para a saúde ensino Prazo
antimicrobiana para ser animal e humana, para incorporação Ordens
incorporado nos currícula nos currícula de formação de todas as MCTESTP
de formação universidades e escolas relevantes.

Rever os módulos existentes sobre a Instituições de Curto


resistência antimicrobiana e adaptar ensino e Ordens Prazo
conforme necessário para a saúde
humana e saúde animal

Comunicar e divulgar os Desenvolver um plano de formação em MISAU - DNSP, Curto


protocolos de tratamento protocolos de tratamento (quando forem DNAM, DNFPS -Médio -
a todos os profissionais de publicados) aos profissionais de saúde MASA - DINAV Prazo
saúde humana e animal. animal e humana.

44
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Actividade principal Tarefa Responsabilidade Prazo

Oferecer educação Elaborar um plano para oferecer MISAU - DEPROS, Médio


contínua sobre actualizações contínuas de formação DNFPS, DRH Prazo
a resistência aos profissionais de saúde fora das
antimicrobiana aos que instituições académicas, sobre temas da
prescrevem a tempo resistência antimicrobiana, protocolos de
integral, e para os que tratamento e tendências da resistência.
dispensam
Desenvolver um plano para oferecer MASA - Médio
actualizações periódicas de formação aos DINAV, Ordem Prazo
profissionais e técnicos da saúde animal, e Associações
fora das instituições académicas, sobre Profissionais
temas da resistência antimicrobiana,
protocolos de tratamento e tendências da
resistência.

Assegurar a comunicação, Usando parceiros existentes ou outras MISAU - DNF e Curto


orientação e treino estruturas, investigar e implementar o DFH, Prazo
contínuo e eficaz para melhor modelo para oferecer orientação MASA,
os que prescrevem, e treino aos que prescrevem, dispensam e MEF
dispensam e para os aos usuários de antimicrobianos.
usuários

Educar as crianças em Colaborar com o MINED para MISAU - DEPROS Curto


idade escolar sobre desenvolver e implementar um módulo MINED Prazo
o uso adequado de sobre a resistência antimicrobiana nos
antimicrobianos currícula escolar para todas as idades

45
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
3.2 Actividades prioritárias para a prevenção

Actividade principal Tarefa Responsabilidade Prazo

Higiene a nível comunitário e prevenção de infecções

Melhorar o acesso Implementar o plano multissectorial MOPHRH - Médio Prazo


das famílias e das existente para melhorar a água e o Direcção da Água
escolas à água saneamento e Saneamento.
limpa e serviços de MISAU - LNHAA
saneamento
Implementar as orientações sobre MOPHRH - Médio Prazo
a infra-estrutura para serviços de Direcção da Água
saneamento e de água nas escolas. e Saneamento.
MINED

Educar as crianças Desenvolver uma campanha de MISAU - DEPROS; Curto- Médio


das escolas e o educação pública sobre as boas DNSP Prazo
público sobre a práticas de higiene das mãos e
higiene das mãos saneamento em escolas e famílias. MINED
e preparação de
alimentos não
contaminados
Desenvolver uma campanha de MISAU - DEPROS Curto- Médio
educação pública sobre as técnicas e MINED Prazo
práticas de preparação de alimentos MASA
nas escolas e famílias

Identificar o impacto dos produtos MASA - Promoções Curto- Médio


caseiros para a lavagem e higiene das Directas Prazo
mãos sobre os riscos de infecção e MISAU - DEPROS;
resistência antimicrobiana. DNSP
Institutos e Institui-
ções de Ensino

Prevenção através da vacinação de crianças e animais, incluindo peixex

Fortalecer a Reforçar a importância da vacinação MISAU - DNSP Curto- Médio


cobertura da para as crianças através duma (SMI e PAV) Prazo
vacinação no país campanha de sensibilização

Realizar estudos sobre o impacto Instituições de Curto - Médio


da imunização na carga de doença Pesquisa e de Ensino Prazo
e mortalidade em menores de 5 MISAU - DNSP
anos e monitorar as tendências da (SMI e PAV)
mortalidade das doenças específicas.

46
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Actividade principal Tarefa Responsabilidade Prazo

Melhorar o acesso Identificar vacinas importantes e meios MASA - DINAV Curto Prazo
e cobertura da de produção para a saúde animal e
vacinação do gado desenvolver directrizes para o seu uso

Reforçar a importância da vacinação para MASA - DINAV Curto Prazo


a prevenção de infecções e redução de
custos no gado e peixes.

Monitorizar a cobertura e uso de MASA - DINAV, Curto- Médio


vacinação e determinar o impacto na MEF Prazo
carga de doença.

Prevenção e Controlo da Infecção nas unidades sanitárias

Implementar Fortalecer o programa de Prevenção MISAU - DNAM Curto Prazo


melhorias a nível e Controlo da Infecção expandindo
hospitalar e do centro para mais hospitais que satisfaçam os
de saúde do programa critérios nacionais para a participação
PCI - higiene das no programa.
mãos, limpeza do
meio ambiente e Comunicar e reforçar as orientações MISAU - DNAM Curto Prazo
uso de barreiras de sobre a higiene das mãos, limpeza do
protecção ambiente e precauções com barreiras de
protecção.

Auxiliar os hospitais que não participam MISAU - DNAM Curto Prazo


no programa da PCI para implementar
iniciativas de melhoria da qualidade nesta
área.

Desenhar e implementar iniciativas de MISAU - DNSP; Curto- Médio


melhoria da qualidade para reduzir DNAM Prazo
infecções neonatais na comunidade, Parceiros
incluíndo a formação de Agentes
Comunitários de Saúde, e financiamento
para esta iniciativa.

Desenhar e implementar uma iniciativa MISAU - DNSP; Curto Prazo


de melhoria de qualidade para melhorar DNAM;
o manejo de infecções neonatais em Parceiros
Hospitais de referência. Testagem no
Hospital Central do Maputo

Desenvolver um Identificar as definições e o conteúdo MISAU - DNSP; Médio Prazo


programa de do programa de vigilância; desenvolver DNAM;
vigilância para as orientações sobre vigilância e plano de Parceiros
infecções hospitalares expansão

Desenvolver um orçamento e MISAU - DNAM; Médio Prazo


identificar o financiamento para Parceiros
a expansão e fortalecimento do
programa de PCI em Hospitais.

47
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Actividade principal Tarefa Responsabilidade Prazo

Fortalecer o número, Desenvolver o âmbito da prática, MISAU - DNAM; Médio Prazo


as capacidades e descrições de trabalho e planos de Ordem dos
as habilidades dos carreira para o pessoal do Programa enfermeiros
profissionais de de Prevenção e Controlo da Infecção e
saúde em métodos de registá-los como tal, com a Ordem dos
Prevenção e Controlo Enfermeiros.
da Infecção.
Melhorar a formação dos profissionais MISAU - DNSP; Médio Prazo
de saúde em Prevenção e Controlo DNAM;
da Infecção através de um currículo Instituições de
padronizado e fornecedores acreditados ensino
de serviços de formação. Ordem dos
enfermeiros
Melhorar a padronização de biossegurança e higiene em saúde animal

Estabelecer e Elaborar directrizes para a segurança MASA Curto Prazo


implementar biológica e comunicar aos profissionais
directrizes e medidas de saúde animal, produtores e outras
de biossegurança na organizações relevantes.
saúde animal
Determinar como implementar estes MASA Médio Prazo
mecanismos na indústria nacional
agrícola e pesqueira através de um
processo de consulta e envolvimento das
múltiplas partes interessadas, incluíndo os
doadores e estruturas de apoio.

Determinar os mecanismos mais MASA Médio Prazo


adequados para melhorar os padrões
de higiene nos matadouros em áreas
rurais e desenvolver uma estratégia de
comunicação para o efeito.

Melhorar a Desenvolver um sistema de MASA Curto- Médio


sensibilização comunicação para garantir que todas Prazo
e comunicar as partes interessadas na agricultura,
regularmente com e indústrias,produtoras de alimentos
a agricultura e com e pesca estejam cientes das melhores
indústria produtora práticas de biossegurança e higiene.
de alimentos e de
pescado Estabelecer a capacidade para oferecer MASA Curto- Médio
apoio contínuo e orientação sobre Instituições de Prazo
biossegurança e higiene aos agricultores ensino
de pequena escala e aos grandes Parceiros
produtores.

48
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
3.3 - Actividades prioritárias para a Vigilância

Actividade principal Tarefa Responsabilidade Prazo

Sistema Nacional de Vigilância que segue a abordagem “One Health”

Investigar, desenhar e Elaborar um plano para a implementação MISAU - D. Curto Prazo


implementar um sistema de um sistema nacional de vigilância Epidemiologia
nacional de vigilância. INS
MASA
MEF
Parceiros

Rever a avaliação dos laboratórios para MISAU - DNSP; Curto Prazo


determinar a adequação da incorporação INS;
no sistema nacional de vigilância e seu Instituições
fortalecimento. académicas e de
pesquisa
MASA
Parceiros

Criar postos sentinela Determinar os postos sentinela mais MISAU - DNAM; Curto Prazo
em Hospitais adequados para a vigilância e capacitá-los INS
de acordo com a capacidade laboratorial

Monitorar e comunicar Recolher dados de base sobre o ONS - Plataforma Curto Prazo
os dados da vigilância uso de antimicrobianos, resistência de Uso Racional de
nacional antimicrobiana e os resíduos em animais, Antimicrobianos
seres humanos e peixes e publicar um INS
relatório

Publicar um relatório anual da vigilância MISAU - DNF Curto Prazo


com recomendações da estrutura de MASA - DINAV
gestão da RA.

49
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Actividade principal Tarefa Responsabilidade Prazo

Capacidade laboratorial e normalização para animais e seres humanos

Investigar e criar Investigar a necessidade de capacidade INS Curto Prazo


capacidade dos serviços laboratorial para apoiar a microbiologia MISAU - DNSP e
dos laboratórios de e tomada de decisão sobre a resistência DNAM
microbiologia para a antimicrobiana nas unidades sanitárias.
saúde animal e humana
em todo o país. Investigar a necessidade de capacidade MASA - DINAV Curto Prazo
laboratorial para apoiar a microbiologia
na saúde animal

Elaborar um plano de acção para MISAU - DNAM Curto Prazo


assegurar a melhoria da capacidade INS
laboratorial, incluíndo habilidades e MASA
números em Recursos Humanos (RH),
infra-estrutura e equipamento ou modelo
de referência e determinar o modelo "One
Health".

Identificar financiamento e parceiros que MISAU - DNAM Curto-


queiram apoiar e implementar o plano de MASA - DNSV Médio Prazo
reforço da capacidade laboratorial. Parceiros

Criação de instalações Avaliar as instalações existentes para MISAU - LNHAA Curto-


para a testagem de testagem de resíduos e elaborar um plano MASA - DNSV Prazo Prazo
resíduos para expandir e incluir testagens do MITADER
ambiente, carne e peixes para os produtos MEF
locais e de exportação.

Padronizar os métodos Elaborar orientações sobre os métodos de MISAU - DNAM Curto-Médio


de testagem e processos teste de laboratório, utilizando as normas e INS Prazo
nos laboratórios internacionais Instituições de
existentes (directrizes / pesquisa
protocolos) Parceiros

Avaliar todos os laboratórios para MISAU - DNAM Curto-Médio


sua conformidade com estas normas e INS Prazo
implementar programas de melhoria para Instituições de
garantir que haja uma padronização. pesquisa
Parceiros

Capacitar de uma Reforçar a capacidade do pessoal MISAU - DRH, Curto-Médio


maneira adequada o existente dos laboratórios de forma a DNFPS, DNAM Prazo
pessoal dos laboratórios melhorar o diagnóstico das doenças INS
infecciosas em hospitais (testagem nos Instituições de
Hospitais Centrais e expansão) pesquisa
Parceiros

50
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Actividade principal Tarefa Responsabilidade Prazo

Manejo do diagnóstico

Educar e encorajar a Elaborar e comunicar as directrizes MISAU - DNSP e Curto-Médio


testagem e diagnósticos padronizadas de manejo do diagnóstico DNAM Prazo
apropriados nas para profissionais de saúde, para solicitar
unidades sanitárias amostras e testes adequados para o
diagnóstico da resistência antimicrobiana.

Financiamento e Pesquisa

Estabelecer as Determinar os custos das actividades da MISAU Curto Prazo


necessidades financeiras pesquisa e análise da situação previstas MASA
para a implementação neste plano MEF
deste plano Parceiros

Estabelecer mecanismos para incluir MISAU Curto Prazo


as necessidades de financiamento nos MASA
orçamentos de saúde humana e animal do MEF
governo nacional Parceiros

Envolver os doadores e parceiros para MISAU Curto Prazo


satisfazer as necessidades de assistência MASA
técnica e financiamento. MEF
Parceiros

Determinar as Mapear as necessidades de investigação e Grupo de Trabalho Curto Prazo


necessidades de pesquisa projectos de análise de situação Sobre a RA, ONS
e fontes de apoio à
investigação Pedir apoio a parceiros para projectos Grupo de Trabalho Curto-Longo
específicos Sobre a RA, ONS Prazo

51
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
3.4 Actividades prioritárias para a cadeia de abastecimento farmacêutico e acesso aos
antimicrobianos

Actividade principal Tarefa Resposabilidade Prazo

Selecção dos Antimicrobianos

Controlar o registo Promover e Regulamentar que todos os MISAU - DNF Longo Prazo
e a qualidade dos antimicrobianos na saúde humana e animal MASA - DINAV
antimicrobianos na devem cumprir com os critérios de qualidade
saúde humana e e de registo, a fim de serem importados para
animal o país

Actualizar as orientações de registro de MASA - DINAV Curto Prazo


produtos de origem animal, de acordo com
recomendações da FAO/OIE

Monitorar a qualidade dos medicamentos MISAU - DNF Curto- Médio


introduzidos no País, e publicar / disseminar MASA - DNSV Prazo
os resultados

Fortalecer o controlo sobre a importação MISAU - DNF Curto-Médio


ilegal dos antimicrobianos nas fronteiras MASA - DINAV Prazo

Selecção adequada de antimicrobianos e vacinas

Melhorar a selecção Actualizar a secção de antimicrobianos MISAU - DNF Curto- Médio


de antimicrobianos e da lista de Medicamentos essenciais com Prazo
vacinas base nos padrões e tendência de resistência
antimicrobiana no país

Rever e melhorar a selecção de MASA - DINAV Curto-Médio


antimicrobianos para a Lista de Prazo
Medicamentos Essenciais para animais
de acordo com os requisitos da FAO e as
tendências de resistência

Avaliar a eficácia das alterações da LME e MISAU - DNF Curto-Médio


vacinas na carga da doença e na RA saúde INS Prazo
humana Instituições de
pesquisa

Avaliar a eficácia das alterações da LME MASA - DINAV Curto-Médio


e vacinas na carga da doença e na RA na FAO, FAVET Prazo
saúde animal.

52
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Actividade principal Tarefa Resposabilidade Prazo

Selecção de vacinas Adicionar vacinas para o PAV para combater MISAU - DNSP Curto-Médio
para seres humanos e doenças comuns e assegurar que seja obtido e PAV Prazo
animais o financiamento para tal

Definir as necessidades em vacinas para os MASA - DINAV, Curto-Médio


animais e peixes e determinar o sistema mais MEF Prazo
adequado de aquisição e financiamento.

Reforçar a capacidade e as competências MISAU - DNF Curto-Médio


da unidade de inspecção para inspeccionar e MASA - DINAV Prazo
obrigar os distribuidores, os vendedores por
atacado, os importadores e os fabricantes a
cumprirem com os requisitos legais para a
utilização e gestão de antimicrobianos
Assegurar a Identificar quais os dados existentes sobre ONS - Contínuo
disponibilidade de o uso de antimicrobianos e as necessidades Plataforma de
dados sobre o uso de adicionais de dados e suas fontes, Uso Racional de
antimicrobianos estabelecendo um sistema de recolha de Antimicrobianos
dados sobre o uso de antimicrobianos nas MISAU - DNF
US

Desenvolver um relatório trimestral sobre MISAU - DNF, Contínuo


o uso de antimicrobianos e a análise das DFH, CMAM
tendências e áreas de preocupação.

Estabelecer um sistema de recolha de dados MASA - DINAV Curto-Médio


sobre o uso de antimicrobianos nas unidades Prazo
agricolas

Melhorar a Melhorar o sistema de quantificação MISAU - CMAM, Curto- Médio


quantificação das para incluir o uso de antimicrobianos e Programas das Prazo
necessidades em as necessidades consoante o protocolo de doenças a nível
medicamentos tratamento do Ministério

Orçamentação para Assegurar que os antimicrobianos estejam MISAU - CMAM Curto - Médio
os antimicrobianos identificados e priorizados nos orçamentos MEF Prazo

Aquisições de antimicrobianos baseados em dados mais precisos

Investigar um sistema Determinar a viabilidade de combinar redes MISAU - CMAM Curto- Médio
único de compra de de aquisição, distribuição e logística de MASA - DINAV Prazo
medicamentos para medicamentos para animais e seres humanos
uso humano e animal. usando a CMAM

53
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Actividade principal Tarefa Responsabilidade Prazo

Fortalecer os Actualizar termos de contratação com MISAU - DNF / Curto- Prazo


métodos de aquisição os fornecedores para incluir aspectos da CMAM
e incluir condições qualidade e registo do medicamento MASA - DINAV
para os fornecedores
Estabelecer um sistema de monitoria para MISAU - CMAM Curto- Prazo
avaliar o desempenho do fornecedor em MASA - DINAV
relação aos contratos

Garantir que Elaborar regulamentos que estabeleçam MISAU - DNF Curto-Médio


fornecedores os critérios para o licenciamento de MIC Prazo
estejam licenciados e importadores, vendedores por atacado, MASA - DINAV
monitorados fabricantes e moinhos de aditivos
alimentares de acordo com as Boas Práticas
de Fabrico e as Orientações Internacionais
para a Venda por Atacado

Comunicar os requisitos para licenciamento MISAU - DNF Curto-Médio


a todos os clientes existentes e criar um MIC Prazo
processo para licenciar. MASA - DINAV

Estabelecer processos para monitorar MISAU - DNF Curto-Médio


a qualidade da importação, a venda por MASA - DINAV Prazo
atacado e a distribuição dos medicamentos

Melhorar a distribuição dos Antimicrobianos

Criar canais de Implementar o plano estratégico para MISAU - CMAM Curto- Médio
distribuição eficientes logística farmacêutica para reduzir Parceiros Prazo
para os centros de a retenção de stock e melhorar a
saúde para garantir disponibilidade de medicamentos
a disponibilidade de
medicamentos.
Melhorar a logística e cadeia de frio dos MISAU - Curto-Médio
medicamentos transportados no país CMAM/ PAV Prazo
Parceiros

Recolher e reportar Recolher dados sobre a falta de stock de MISAU - CMAM, Curto-Médio
informações sobre a antimicrobianos DNF, DFH Prazo
ruptura de stock

Determinar a disponibilidade de stock de MISAU - Curto -Médio


antimicrobianos baseado nos relatórios CMAM/DNF Prazo
sobre ruptura de stock e desenvolver planos
de acção para melhorar a distribuição.

54
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Actividade principal Tarefa Responsabilidade Prazo

Licenciar farmácias Assegurar que os regulamentos MISAU - DNF Curto-Médio


e importadoras/ que estabelecem os critérios para o Prazo
distribuidores licenciamento de farmácias, donos de
farmácia e técnicos de farmácia de acordo
com as directrizes internacionais para BPF
incorporem o uso de antimicrobianos e sua
distribuição

Comunicar os requisitos para o MISAU - DNF Curto -Médio


licenciamento a todos os clientes existentes e Prazo
criar um processo para licenciamento

Estabelecer processos para monitorar MASA - DINAV Curto -Médio


a importação apropriada, a venda por Prazo
atacado, a distribuição e a qualidade dos MISAU - DNF
medicamentos

Estabelecer uma Ordem dos Farmacêuticos MISAU - DNF Curto-Médio


e Associação de Proprietários de Farmácia Associação de Prazo
para desenvolver o código de conduta e ética Profissionais de
para os profissionais. Farmácia

Melhorar o acesso Desenvolver um plano para incentivar a MISAU - DNF Médio Prazo
a medicamentos em criação de farmácias privadas licenciadas
comunidades rurais em comunidades rurais e garantir que
elas seguem as directrizes e regulamentos
necessários.

Desenvolver um plano para incentivar a MASA - DINAV Médio Prazo


criação de revendedores licenciados de
antimicrobianos na pecuária, em áreas
rurais.

Fortalecer a Ordem dos médicos veterinários MASA - DINAV Médio Prazo


e técnicos veterinários para desenvolver Ordem dos
o código de conduta e ética para os Veterinários
profissionais.

55
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
3.5 Actividades para optimizar o uso de medicamentos antimicrobianos em humanos
e animais

Actividade principal Tarefa Responsabilidade Prazo

Programa de gestão dos antimicrobianos na saúde humana

Elaborar e actualizar Rever as doenças mais prevalentes MISAU - DNSP, Curto Prazo
os protocolos nacionais -identificar condições comuns usando DNAM - DFH,
de tratamento para a vigilância em postos sentinela e Epidemiologia,
lactentes, crianças priorizar estas no processo de selecção Departamento
e adultos para as do tratamento Clínico e outros.
infecções comuns na CTTF
comunidade.
Promover o tratamento com base MISAU - Curto Prazo
nos protocolos para essas condições DNSP, DNAM
comuns. - DFH, SMI,
Incluir um algorítmo clínico para Epidemiologia,
ajudar a distinguir infecções Departamento
bacterianas das infecções virais. Clínico e outros.

Treinar e educar os Comunicar os protocolos de tratamento MISAU - Direcção Curto Prazo


profissionais de saúde actualizados e treinar todos os da Promoção
profissionais de saúde sobre a sua da Saúde e
aplicação. Comunicação,
DNSP,DNAM.

Reforçar a formação sobre os sinais MISAU - Direcção Curto Prazo


e sintomas clínicos para diferenciar da Promoção
infecções bacterianas das virais da Saúde e
Comunicação,
DNSP,DNAM

Reforçar os Identificar as necessidades de formação MISAU - DNF / Curto Prazo


conhecimentos e do pessoal da farmácia no país com DNFormação
competências do pessoal base no acesso aos cuidados de saúde e
de farmácia carga de doença

Elaborar Guião de Boas Práticas MISAU - DNF Curto- Médio


de prescrição e dispensa de Prazo
antimicrobianos com a definição clara
dos papéis

Treinar todos os profissionais de Saúde Parceiros Curto- Médio


que prescrevem sobre as práticas de MISAU - DNF prazo
prescrição apropriadas e processos para
um bom uso de antimicrobianos.

Testar em Hospitais Centrais iniciativas MISAU - DNF, Curto- Médio


de supervisão da melhoria da qualidade DFH, IGS Prazo
da prescrição, dispensa e administração
dos antimicrobianos. Priorizar as
enfermarias de Pediatria.

56
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Actividade principal Tarefa Responsabilidade Prazo

Elaborar directrizes Implementação de programas de ASP MISAU - DFH Curto Prazo


para a implementação ao nível hospitalar
do Programa de Gestão
de Uso Racional de
antimicrobiano (ASP) Desenvolver directrizes para a MISAU - DNF Curto-Médio
implementação de programas de ASP a Prazo
nível da comunidade

Estabelecer equipes ASP em todos os MISAU - DFH Curto-Médio


hospitais centrais Prazo

Estabelecer ou fortalecer Comités de MISAU - DFH Curto-Médio


Terapêutica e Farmácia (CHTF) em Prazo
todos os hospitais

Garantir o funcionamento eficaz MISAU - DFH Curto-Médio


do CHTF através da realização e Prazo
apresentação de auditorias sobre o uso
de medicamentos
Programa de gestão de antimicrobianos na saúde animal

Elaborar protocolos Rever as doenças frequentes - MASA,DINAV Curto-Médio


nacionais de tratamento identificar condições comuns usando Ministério do Mar, Prazo
para o gado e peixes a vigilância por postos sentinela e Águas Interiores e
priorizar estes para o processo de Pescas
selecção.

Promover o tratamento de escolha MASA - DINAV Curto-Médio


através da elaboração de protocolos Prazo
de tratamento para estas condições
comuns.

Desenvolver a Rever o plano de Inspectorado Nacional MASA - DINAV Curto-Médio


capacidade de para unidades agrícolas e fortalecer FAO Prazo
veterinários e técnicos a capacidade de inspecção através
veterinários para da formação e orientação do pessoal
orientar e apoiar os e ferramentas padronizadas para
agricultores avaliação.

Educar e comunicar Desenvolver uma estratégia de MASA - DINAV Curto-Médio


a importância da comunicação para transmitir FAO Prazo
Resistência aos regularmente as tendências e padrões Parceiros
antimicrobianos aos da RA e os problemas do uso destes
agricultores, veterinários antimicrobianos nos sectores de criação
e produtores de animais, agricultura, aquacultura e
produção de alimentos

Elaborar directrizes Elaborar directrizes de acordo com as MASA - DINAV Curto-Médio


para instalações de recomendações da FAO e da OIE sobre MEF Prazo
aditivos alimentares, o uso de antimicrobianos em animais, FAO
pesquisa de resíduos e agricultura, aquacultura e produção de OIE
tratamento de resíduos alimentos. Parceiros

57
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
3.6 Actividades para alterar os incentivos

Actividade principal Tarefa Responsabilidade Prazo

Incentivar que as Desenvolver um sistema de acreditação MISAU - DNF Longo


farmácias sejam para as farmácias para gerir a Prazo
compatíveis com o qualidade dos seus antimicrobianos
estatuto de acreditação
Comunicar isso ao público para MISAU - DNF Longo
incentivar o uso das melhores farmácias Prazo

Directrizes éticas para Estabelecer directrizes éticas para a MISAU - DNF Longo
a comercialização de comercialização de antimicrobianos nas Prazo
antimicrobianos unidades de saúde
Longo
Monitorar o cumprimento das MISAU - DNF e Prazo
directrizes éticas por meio da gestão de CMAM
contratos ou aquisições

Determinar se a Avaliar se o aumento do preço dos MASA - DINAV Longo


mudança de preços irá antimicrobianos veterinários críticos irá Prazo
diminuir os incentivos reduzir a utilização pelos agricultores e
para o uso excessivo de incentivar o seu uso de um modo mais
antimicrobianos apropriado

Legislação para a Legislar que apenas os veterinários MASA - DINAV Longo


prescrição por veterinários possam prescrever antibióticos para uso Prazo
em saúde animal em alimentos e unidades agrícolas.

58
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
ANEXOS

59
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
ANEXO 1 : PRINCIPAIS ACTORES ENVOLVIDOS NO PLANO NACIONAL
DE ACÇÃO
Quadro 1 - Principais actores no Plano Nacional de Acção

Grupo Saúde Humana Saúde Animal Ambiente e outras


áreas
Governo MISAU: MASA: MOPHRH:
Direcção Nacional de Farmácia; Direcção Nacional de Direcção das Águas e Sanea-
Direcção Nacional de Assistên- Veterinária; mento;
cia Médica - Direcção da Segu-
Programa Alargado de Vaci- rança Alimentar; Conselho Municipal.
nação; Direcção das Ciên-
Saúde Materno Infantil; cias Animais; MITADER
Departamento de Farmácia Direcção da Saúde
Hospitalar Pública.
Direcção de Recursos Humanos;
Direcção Nacional de Formação MIMAIP
de Profissionais de Saúde;
Direcção Nacional de Saúde
Pública – Programa de Pre-
venção e Controlo de Infecções
Departamento de Promoção de
saúde.

Meio Académico Universidade Eduardo Mondlane Universidade


– Faculdade de Medicina; Eduardo Mond-
Instituto Nacional de Saúde; lane – Faculdade de
Instituições de Pesquisa (CISM, Veterinária;
UEM) Escolas de Ciências
Animais;
Instituto Nacional
de Inspecção das
Pescas;
Instituto Nacional de
Pesquisa Agrária.
Organizações de Ordem de Médicos e Enfer- Associação de Vet-
Profissionais meiros; erinários de Moçam-
Associação de proprietários de bique;
farmácias; Associação Moçam-
Associação de Profissionais de bicana de Agricul-
Farmácia; tores;
Associação dos Farmacêuticos Associação de Vet-
de Moçambique. erinários no sector
privado;
Associação de repro-
dutores de Moçam-
bique.

60
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Grupo Saúde Humana Saúde Animal Ambiente e outras
áreas
Entidade regula- Direcção Nacional de Farmácia.
dora para a área
de medicamentos
Outros Ministério da Educação e Desen- Ministério da
volvimento Humano (MINED); Educação e Desen-
Ministério da Ciência e Tecno- volvimento Humano
logia, Ensino Superior e Técnico (MINED);
(MCTEST);
Empresa Estatal de Farmácia
(FARMAC);
Mídia
Parceiros Multi- Organização Mundial da Saúde Organização das
laterais (OMS); Nações Unidas para
Agência do Estados Unidos para a Alimentação e Ag-
o Desenvolvimento (USAID); ricultura (FAO);
Centro para Dinâmica, Econo- Organização Mundial
mia e Política das Doenças da Saúde Animal
(CDDEP)/GARP; (OIE);
Centro para Controlo de Centro para Dinâmi-
Doenças (CDC). ca, Economia e
Política das Doenças
(CDDEP)/GARP.

61
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
ANEXO 2: MEMBROS DO GRUPO DE TRABALHO PARA A RESISTÊNCIA
AOS AGENTES ANTIMICROBIANOS
Lista de membros de grupo de trabalho que contribuíram para o conteúdo deste Plano Nacional de
Acção Contra a Resistência Antimicrobiana.

Ocupação Nome Instituição


1 Presidente da Parceria Global de Resistên- Betuel Sigaúque Centro de Investigação em
cia Antibiótica (GARP)/ Ponto focal do Saúde de Manhiça
grupo de resistência antibiótica – Saúde
Humana
2 Directora Adjunta de Saúde Pública Benigna Matsinhe Ministério da Saúde – Direcção
Nacional de Saúde Pública
3 Vice-Presidente do GARP, Investigadora Esperança Sevene Centro de Investigação em
Saúde de Manhiça/ Universidade
Eduardo Mondlane - Faculdade
de Medicina
4 Assessora GARP e conselheira técnica Kim Faure Centro de Dinâmica de Doenças,
para o País Economia de Política (CDDEP)
5 Ponto focal do grupo de resistência an- Fernando Rodrigues Ministério de Agricultura e Se-
tibiótica – Saúde Animal gurança Alimentar
6 Chefe de Repartição de Farmacovigilância Merana Mussá Ministério da Saúde/ Direcção
– Farmacêutica Nacional de Farmácia
7 Microbiologista, Membro do GARP Tomas Zimba Hospital Central de Maputo
8 Investigadora, Antropóloga, Membro do Khátia Munguambe Centro de Investigação em
GARP Saúde de Manhiça/ Universidade
Eduardo Mondlane - Faculdade
de Medicina
9 Oficial de Programa de Medicamentos Ana Cristina Organização Mundial da Saúde
Essenciais – Farmacêutica Fernandes
10 Investigador, Membro do GARP Sam Patel Hospital Central de Maputo
11 Ponto focal para a resistência an­tibiótica Liliana Ferrão Ministério do Mar, Águas Interi-
ores e Pescas
12 Investigador, Membro do GARP Alice Manjate Universidade Eduardo Mondlane
- Faculdade de Medicina
13 Professor, Departamento de Microbiologia Leonel Monteiro Universidade Eduardo Mondlane
- Faculdade de Medicina
14 Bióloga, Investigadora Charlotte Comé Instituto Nacional de Saúde
15 Biólogo, Investigador Aquino Albino Instituto Nacional de Saúde
16 Médica Dulce Nhassico Agência dos Estados Unidos
para o Desenvolvimento
17 Farmacêutico Osvaldo Mite Empresa Estatal de Farmácia
18 Médica Pediatra Valéria Chicuebe Hospital Central de Maputo/
Ministério da Saúde -Direcção
Nacional de Assistência Médica
19 Investigadora, Socióloga Olga Cambaco Centro de Investigação em
Saúde de Manhiça

62
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Ocupação Nome Instituição
20 Farmacêutica Marta Celmira Bule Ministério da Saúde - Direcção
Municipal de Saúde e Acção
Social
21 Departamento de Farmacia Hospital – Hélio F. Gemo Ministério da Saúde -Direcção
Farmacêutico Nacional de Assistência Médica
22 Chefe do Departamento de Enfermagem Olga Novela Ministério da Saúde – Departa-
mento de Enfermagem
23 Chefe do Departamento do Controlo e Daniel Chicavel Ministério da Saúde – Direcção
Prevenção da Infecção Nacional de Saúde Pública
24 Director Adjunto da CMAM – Farmacêu- Sérgio Seni Ministério da Saúde – Central de
tico Medicamentos e Artigos Médicos
25 Prof. de Farmacologia, Investigador, Mem- Cristiano Universidade Eduardo Mondlane
bro do GARP Macuamule - Faculdade de Veterinária
26 Investigador, Membro do GARP Inácio Mandomando Centro de Investigação em
Saúde de Manhiça
27 Directora Nacional de Farmácia Tânia Sitoie Ministério da Saúde - Direcção
Nacional de Farmácia
28 Leonardo Chavane JHPIEGO
29 Técnica Carla Meneses Ministéro da Agricultura e Segu-
rança Alimentar
30 Membro do grupo de resistência an­ Júlio Gabriel Ministério da Agricultura e
tibiótica Maxhuza Segurança Alimentar – Direcção
Nacional de Veterinária
31 Chefe do Laboratório Central da Veter- Sara Acha Direcção de C. Animais
inária
32 António Paulino
Rodrigues
33 Luísa Patrocínio Organização das Nações Unidas
para a Alimentação e Agricul-
tura
34 Chefe do Departamento de Inspecção Abu Jone Ministério da Saúde – Inspecção
Farmacêutica Geral de Saúde
35 Codex Helena Matusse Segurança Alimentar CODEX
36 Farmacêutico Mário Saúde Ministério da Saúde – Central de
Medicamentos e Artigos Médicos
37 Farmacêutica Tânia Zacarias Ministério da Saúde – Central de
Medicamentos e Artigos Médicos
38 Director da CMAM, Membro do GARP António Assane Ministério da Saúde – Central de
Medicamentos e Artigos Médicos
39 Chefe do Departamento de Farmácia Hos- Felicidade Sitoe Ministério da Saúde – Direcção
pitalar, Membro do GARP Nacional de Assistência Médica
40 Departmento da Saúde do Ambiente – Ana Paula Cardoso Ministério da Saúde – Direcção
Ponto Focal Codex Nacional de Saúde Pública

63
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Ocupação Nome Instituição
41 Investigador José Halafo Ministério do Mar, Águas Interi-
orres e Pesca – Instituto Nacion-
al de Investigação de Pesqueira
42 Bióloga Benild Moiane Centro de Investigação em
Saúde de Manhiça
43 Esperança Ministério da Agricultura e
Manhanga Segurança Alimentar – Direcção
Nacional de Veterinária
44 Programa de Controlo da Malária - Far- Natércia Macamo Ministério da Saúde – Direcção
macêutica Nacional de Saúde Pública
45 Médica Farmacologista Alda Mariano Universidade Eduardo Mondlane
- Faculdade de Medicina
46 Veterinária Deolinda Mapapa Conselho Municipal de Maputo -
Pelouro de Saúde
47 Veterinária Alda Salia Ministério do Mar, Águas Interi-
ores e Pescas – Instituto Nacinal
de Desenvolvimento de Pescas e
Aquacultura
48 Farmacêutico Paulo Nhaducue Ministério da Saúde – Inspecção
Geral de Saúde
49 Assistente de Projectos Bessi Jacob Centro de Investigação em
Saúde de Manhiça
50 Farmacêutico Lucílo Williams Farmacêutico Comunitário,
Especialista em Reforço de
Sistemas Farmacêuticos.

64
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
ANEXO 3: MENSAGENS CHAVE PARA A SENSIBILIZAÇÃO DO PÚBLICO

Saúde humana:

a. A importância de antibióticos e outros antimicrobianos, a necessidade de evitar o uso excessivo


e o tratamento adequado para infecções virais;

b. Prevenção da infecção através de vacinas para doenças evitáveis por vacinação;

c. Prevenção da infecção por meio de lavagem das mãos e segurança alimentar no agregado fami-
liar, especialmente na confecção das refeições. Isto precisa de ser apoiado por um melhor acesso
aos serviços de água, remoção dos resíduos sólidos e saneamento em residências e escolas, e nas
unidades sanitárias;

d. A importância da aquisição de antimicrobianos apenas com receita médica e só a partir de uma


farmácia com reputação ou estabelecimento licenciado;

e. Os perigos do uso de antimicrobianos de má qualidade ou quando eles não são necessários para
o tratamento de uma doença;

Saúde animal e agricultura:

a. A importância do uso adequado de antimicrobianos na agricultura de pequena escala ou na


criação de gado incluíndo aves, a prevenção de doenças através da imunização, boa higiene e
práticas de saneamento para estes animais;

b. Precauções adequadas de segurança e de higiene a tomar aquando do abate de animais e arma-


zenamento adequado de produtos alimentares de origem animal;

c. Prevenção de infecções e doenças e elevados benefícios económicos através de medidas adequa-


das de biossegurança e saneamento no alojamento dos animais e sua alimentação;

65
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
ANEXO 4: ACÇÕES QUE NECESSITAM DE FINANCIAMENTO E ASSIS-
TÊNCIA TÉCNICA DOS PARCEIROS

1. Comunicação da RA na semana Mundial de Consciencialização sobre Antibióticos (World Anti-


biotic Awareness Week);

2. Apoio para implementar o plano multissetorial de água e saneamento nas escolas;

3. Análise de Situação das necessidades de capacidade laboratorial e o seu fortalecimento (saúde


humana e animal);

4. Desenvolvimento do Programa de Vigilância Nacional de RA para a saúde humana e animal;

5. Fortalecimento da capacidade do programa de PCI para a saúde humana e os recursos para o seu
alargamento;

6. Análise da situação sobre as normas de higiene nos matadouros e biossegurança agrícola;

7. Avaliação económica do custo da mudança da 1ª para a 2ª linha de antibióticos;

8. A análise do estado actual da disponibilidade de stock de antibióticos e outros medicamentos para


HIV, TB e malária;

9. Incentivar a implantação de premiação de BPF;

10. Campanhas de Consciencialização do público, dos profissionais de saúde e os estudantes (sensibi-


lização, RA, Prevenção e controlo das infecções);

11. Fortalecer a supervisão da prescrição e dispensa; iniciativas de melhoria da qualidade (âmbito da


prática, o registo);

12. Avaliar o funcionamento do Comité Hospitalar de Terapêutica e Farmácia (CHTF) e fortalecer as


suas acções;

13. Fortalecer a capacidade reguladora para a agricultura;

14. Desenvolver padrões e ferramentas de avaliação para a inspecção de farmácia, as BPF e a legis-
lação de prescrição;

15. Fortalecer unidades de inspecção para realizar a inspecção do uso de antimicrobianos;

16. Avaliação do conteúdo de agentes anti-microbianos nos alimentos para animais

17. Avaliação de produtos de origem animal em termos de níveis de agentes antimicrobianos e RA;

18. Programas de investigação:

Estudos quantitativos e qualitativos sobre as infecções adquiridas na comunidade (IAC) e no hos-


pital (IAH);

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Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Impacto do acesso a vacinas na carga da doença e nas taxas de mortalidade

Estudo epidemiológico sobre a incidência da RA nas causas de morte em crianças menores de 5 anos;

Volume de vendas informais de PCI no país;

Novas ferramentas de diagnóstico para infecções adquiridas na comunidade;

Avaliação da eficácia de vacinas na redução das infecções para a saúde humana e animal.

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Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
Moçambique
Plano Nacional de Acção Contra a Resistência Antimicrobiana
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